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Infecções por HPV

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Papilomavírus Humano 
 
 Características gerais 
O Papilomavírus Humano (HPV) pertence à família 
Papillomaviridae, gênero Alphapapillomavírus. Treze 
espécies e mais de 130 genótipos diferentes capazes de 
infectar humanos são reconhecidos, indicando alta 
variabilidade genética por um vírus relativamente estável. Ele 
é classificado de acordo com risco oncogênico (capacidade 
de causar câncer) como vírus de alto risco e baixo risco. 
Principais sorotipos de HPV que infectam humanos: 
 
HPV6 e HPV11 – baixo risco, prevalentes na população. 
HPV16 e HPV18 – alto risco, causam mais de 70% casos de 
câncer. 
Seu capsídeo viral é constituído de proteína estruturais (L1 e 
L2) e não é envelopado, portanto, é resistente ao ambiente 
comparado a outros vírus. Ele possui um genoma DNA fita 
dupla, circular e dividido em três regiões principais: 
• Controladora (LCR): não codificante, onde se 
encontra a origem replicativa do vírus 
• Precoce (E-Early): codifica para proteínas que 
ajudam o vírus a se replicar 
• Tardia (L-Late): codifica para proteínas estruturais 
do vírus 
 
 
 
 História natural da infecção 
O HPV é capaz de causar dois tipos de infecções principais: 
I. Transitória 
A infecção irá se estabelecer, desenvolver e se resolver de 
maneira espontânea. O vírus passará pelo organismo e não 
causará uma infecção de longo prazo. 
II. Persistente 
O vírus se estabelece, se desenvolve e pode ter maior risco 
de câncer. Essa infecção está associada ao HPV de baixo 
risco e alto risco (comum). 
 
 Manifestações clínicas 
As principais manifestações clínicas para o HPV podem ser 
benignas e malignas. 
1. Manifestações Benignas: associadas cm a infecção por 
HPV de baixo risco. 
Verrugas comuns – associado com contato indireto de 
superfícies ou objetos. Ao atingir a epiderme, o vírus causa 
hiperplasias gerando as verrugas 
Verrugas genitais ou Condiloma acuminado – 
característica de uma infecção sexualmente transmissível, 
contato direto pele com pele. 
É importante saber que o HPV pode ser transmissível por 
contato direto (pele) ou indireto (superfícies e objetos). 
Papilomas de mucosas – Orais, faríngeos ou laríngeos. 
Pode estar associado a infecção de contato direto ou indireto. 
2. Manifestações malignas: 
Câncer do colo do Útero – causado em 99% dos casos pelo 
vírus do HPV. 
Câncer Orofaríngeo – associado ao HPV de alto risco 
 
 
Câncer Anogenital – afetam os homens, câncer peniano ou 
anal pela infecção por HPV 
 Patogenia 
A transmissão ocorre por contato direto (IST) ou indireto, a 
maioria é assintomática ou subclínica e transitória. A 
persistência da infecção por longos períodos está associada 
a malignidade. 
O vírus precisa de quebra da barreira da mucosa ou da 
epiderme queratizada → micro-abrasões 
O caminho da infecção do HPV para causar a infecção 
benigna ou maligna: 
• O vírus precisa chegar até a camada basal do 
epitélio para encontrar células com capacidade de 
duplicação do DNA ativas. Ele faz esse caminho 
através de uma lesão da epiderme que exponha as 
camadas da célula. 
• Após serem infectadas, as células irão continuar 
mitoticamente ativas. Caso não fossem infectadas, 
se dividiriam e se diferenciariam em queratinócitos 
ou células pavimentosas da mucosa, assim o vírus 
não conseguiria se replicar dentro da célula. 
 
1. Neoplasias causadas por HPV 
O Papilomavírus humano pode causar vários tipos de 
câncer. 
 
 
No colo do útero há uma Zona de Transformação Epitelial. O 
epitélio da vagina (escamoso, estratificado e não 
queratinizado) sofrerá uma transição para outro tipo e 
epitélio, que é colunar simples no colo do útero, a região da 
ectoserve. 
 
Na região da ectorserve, existe um tendencia a metaplasia, 
que são alterações reversíveis no epitélio. A partir da 
metaplasia, há uma influência hormonal maior de acordo com 
o ciclo menstrual ou número de gestações, e quando o HPV 
infecta esse epitélio, consegue produzir uma infecção 
persistente de longo tempo, causando o risco de 
desenvolvimento de câncer. 
 
O vírus induz a célula a se manter em capacidade mitótica 
ativa, impedindo que ela pare de se dividir, com a produção 
de proteínas E6 e E7, que interagem controlando a evolução 
da célula. 
No ponto de vista tecidual: 
 
 Epidemiologia 
300 milhões de portadoras de HPV de alto risco 
Cerca de 500 mil casos de câncer do colo do 
útero ao ano no mundo 
 
Como o HPV causa o câncer no colo do útero? 
 
 
 
 
 
 
FATORES DE RISCO! 
Sexarca precoce: início da relação sexual, uma fase onde a 
zona de transformação sofre grande influência hormonal 
Comportamento sexual: número de parceiros, uso de 
preservativo (proteção parcial) 
Aspectos da infecção pelo HPV: tipo do vírus (HR x LR), 
infecções múltiplas, inóculo viral 
Tabagismo, alcoolismo, uso de ACO 
Paridade: número de gestações influencia o risco 
 Prevenção do HPV e câncer do colo do útero 
1. Uso de preservativos, porém não é 100% eficaz para 
formas envolvendo contato com partes não protegidas por ele 
2. Mudança de comportamento sexual 
3. Diagnóstico precoce: através do teste de citopatologia 
(Papanicolau) anualmente, caso a atividade sexual seja ativa 
4. Vacinação 
5. Eliminação de fatores de risco: evitar fumar e beber, troca 
de métodos anticoncepcionais para preservativos. 
Vacinas 
As vacinas são formas de prevenção essenciais. As principais 
utilizadas são: Gardasil (tetravalente), que abrange HPV de 
alto e baixo risco, e a Cervarix (bivalente), contendo HPV 
apenas de alto risco. Elas são produzidas através de 
tecnologias de DNA recombinante, onde o genoma de uma 
levedura é alterado para que ela expresse proteínas de 
capsídeo. Essas proteínas se montam em partículas virais 
vazias, são purificadas e inoculadas no paciente, assim ele 
desenvolve a imunidade contra a doença. 
 Diagnóstico precoce 
O diagnostico precoce detecta as lesões antes que elas se 
tornem malignas e invasivas. 
• Citopatologia por exame de Papanicolau – principal 
forma de triagem, anualmente a mulher sexualmente 
ativa deve realizar esse exame preventivo. Ele 
coleta células descamando para serem coradas no 
método de Papanicolau 
 
• Colposcopia com ácido acético 5%: precipita 
proteínas coaguladas no tecido e demonstram a 
displasia cervical. 
• Histopatologia de lesões suspeitas: um pedaço do 
tecido cervical será removido, corado e tratado para 
observação de diferentes graus de acometimento da 
cérvice 
 
 
 
 
 Tratamento 
As lesões provocadas pelo HPV podem ser tratadas de varias 
formas. 
As verrugas podem ser: congeladas e removidas através da 
crioterapia, removidas cirurgicamente com cuidados para 
não haver produção de aerossóis contendo partículas virais, 
e também pode ser usado o ácido tricloroacético, um 
agente citotóxico que elimina as lesões. 
No caso de câncer e lesões mais graves: remoção cirúrgica 
e histerectomia total (remove apenas o útero) ou radical 
(útero, trompas, ovários) dependendo do grau da doença. 
O HPV é um fator necessário, 
mas não é suficiente para 
desenvolvimento do câncer

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