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História 3A Civilização romana II 09 Aula 1 Conquistas territoriais e expansionismo romano I – Expansão interna: península Itálica Para obter a hegemonia na Itália, Roma teve de vencer a poderosa confederação etrusca, os gauleses e as tribos latinas que se rebelaram contra a opressão romana. O sul da Itália estava ocupada pelos gregos (Magna Grécia). Para conquistar essa região, os roma- nos atacaram a rica cidade de Tarento. Os tarentinos pediram a ajuda de Pirro, rei do Epiro (atual Albânia). Esse chegou à Itália com um poderoso exército (23 000 soldados) e muitos elefantes de combate. Apesar de ter derrotado duas vezes os romanos, Pirro sofreu pesadas baixas e teria exclamado: “Uma vitória mais como esta e fico sem soldados”. Daí provém a expressão: vitória de Pirro (para designar uma batalha em que o vencedor sai quase tão esgotado quanto o vencido). Mais tarde, os romanos reorganizaram suas forças, liquidaram o exército de Pirro e se apoderaram do sul da Itália consolidando sua expansão territorial interna, ou seja, na Península Itálica. II – Conquista do Mediterrâneo Guerras Púnicas (264 a.C.-146 a.C.) Ao Norte da África, ficava a cidade de Cartago, antiga colônia ocupada pelos navegadores fenícios. Os ricos comerciantes cartagineses assimilaram a influência fenícia e também se dedicaram ao comércio marítimo. Fundaram diversas colônias no Mediterrâneo entre elas: Córsega, Sardenha e a Sicília (cobiçada por diversos povos, desde a Antiguidade, por sua estratégica posição geográfica). O choque entre o expansionismo romano e o cartaginês gerou as chamadas Guerras Púnicas (porque os romanos chamavam os cartagineses pelo nome de puni, isto é, fenícios). Os romanos com o apoio de Siracusa ocuparam quase toda a Sicília. Os cartagineses reagiram. Amílcar conquistou o sul da Espanha. Dali, seu filho Aníbal, em 218 a.C., desencadeou a Segunda Guerra Púnica. Partindo da Espanha, atravessou os Alpes e a Itália. Venceu os romanos em várias batalhas, mas não marchou sobre Roma. Isso possibilitou aos romanos a conquista da Espanha, a destruição de sua base logística e o desembarque na África, levando a guerra ao solo cartaginês. Aníbal, obrigado a retornar a Cartago, foi derrotado por Cipião Africano, em 202 a.C., na batalha de Zama. Severa foi a pena imposta a Cartago, que teve de pagar pesados impostos e também ficava proibida de fazer guerra a outros povos sem ordem do senado romano. Em Roma, o senador Catão iniciava intensa campanha contra Cartago. Todos os seus discursos eram encerrados com a frase “Cartago precisa ser destruída”. Usando como pretexto que Cartago desobedecera a Roma, em 146 a.C., Cipião Emiliano, com suas forças, arrasou totalmente a cidade. As conquistas romanas prosseguiram com a anexação da Macedônia, da Grécia, da Síria, da Palestina, do Egito, da Península Ibérica e da Gália Transalpina. Um dos elementos determinantes dessa expansão parece ter sido a busca de terras férteis e os recursos obtidos pelas conquistas. Um outro fator pode ter sido a pressão social, pois os benefícios das conquistas diminuíram os problemas internos. Quanto aos conquistados recebiam tratamento diversificado: aliados, dominação indireta, pagamento de tributos com preservação da autonomia até escravização pura e simples de populações inteiras. 2 Extensivo Terceirão Fonte: Atlas da História do Mundo. São Paulo: Folha de São Paulo, 1993. Adaptação. Império Romano M ar ilu d e So uz a Principais Consequências das Conquistas • a expansão territorial determinou a formação de uma nova e pode- rosa classe de comerciantes e militares enriquecidos com as guerras: os “homens novos” ou “cavaleiros da ordem equestre”, aumentando também o número de clientes (plebeus enriquecidos); • grande afluxo de riquezas para Roma, enriquecendo ainda mais a aris- tocracia patrícia; • aumento na oferta de mão de obra escrava (prisioneiros de guerra); • ruína dos pequenos e médios proprietários rurais, impossibilitando- -os de concorrer com latifúndios trabalhados por escravos; • êxodo rural, gerando a proletarização da plebe, cada vez mais pobre em virtude da concentração da renda e da propriedade; • assimilação de influências culturais dos povos conquistados como a absorção da cultura helenística (religiosidade grega e tendência à di- vinização dos imperadores); • crise da República com a instabilidade política e o aumento dos con- flitos sociais. Crise da república romana A Tentativa de Reformas dos Irmãos Graco Tibério Graco exerceu o seu primeiro tribunato em 133 a.C. O principal objetivo de Tibério era realizar uma reforma agrária, já prevista por leis antigas, limitando a posse de terras públicas (ager publicus) por particulares. Ao tentar reeleger-se Tribuno (em sua época proibido por lei), durante um tumulto foi assassinado. Seu irmão Caio foi eleito tribuno. As realizações de Caio Graco foram: Lei frumentária: venda de trigo, a preços baixos, às populações pobres. Fundação de colônias, com concessão de terras (Cápua, Tarento, Cartago e Corinto). Quando tentou estender o direito da cidadania romana a todos os itálicos, sofreu violenta oposição que culminaria com a morte de vários partidários seus e a sua, in- clusive. Caio ordenou a um escravo que o matasse. Os conflitos políticos e sociais que marcaram a crise republicana em Roma se estenderam por longo período, marcando o antagonismo entre patrícios e plebeus no decorrer de praticamente todo o século I a.C. Após a morte dos irmãos Graco, a disputa entre Mário – Cônsul da República, chefe do Partido Popular – e Sila – representante do Senado expressava a intensificação das lutas pelo poder político. Mais uma vez, na história da política republicana, predominou a força da elite conser- vadora e SiIa tornou-se ditador da República. Durante o governo de SiIa, a aristocracia consolidava seu poder, à medida que o ditador limitou o po- der dos tribunos da plebe. Os plebeus responderam prontamente através de uma nova revolta, desta feita lide- rada por Catilina , senador de grande prestígio popular, o qual representa- va os interesses desta camada social. No entanto, o orador Cícero (Cônsul da República) através de inflamados discursos (as catilinárias) denunciou a conspiração de Catilina, acusando- -o de tentar um golpe de estado e o transformou em inimigo de Roma. Primeiro triunvirato Diante do grave quadro de crise política, os romanos estabeleceram o chamado Primeiro Triunvirato (60 a.C.), governo composto por três líderes Pompeu que triunfara na Espanha, Crasso, o homem mais rico de Roma, e Júlio César o favorito da plebe romana. Ao primeiro coube o comando do exér- cito da Espanha, ao segundo, o do Oriente e ao terceiro, o das Gálias. Na Campanha da Gália, graças às vitórias e pilhagens, César con- quistou a fortuna e a glória que lhe faltavam para igualar-se a Crasso Aula 09 3História 3A e Pompeu. O carisma pessoal e o prestígio perante o povo colocavam-no acima deles. Em 53 a.C., a morte de Crasso, na Síria, levou César e Pompeu a lutarem entre si pelo poder único. Em 49 a.C., ao atravessar o rio Rubicão (rio que divi- dia a Itália da Gália Cisalpina), César disse: “A sorte está lançada” (Alea jacta est). De fato, estava; César venceu Pompeu na Batalha de Farsália. Pompeu fugiu para o Egito, onde foi assassinado pelos ministros do faraó Ptolomeu. César desembarcou no Egito, depôs Ptolo- meu e colocou no seu lugar Cleópatra (que era irmã de Ptolomeu). Em 47 a.C., César dominou regiões da Ásia que se mantinham fiéis aos seguidores de Pompeu. Ao vencer Farnaces, exclamou: “Vim, vi, venci!” (Veni, vidi, vici!). Combateu ainda na África e na Espanha, onde venceu os últimos seguidores de Pompeu. Ditadura de César Apoiado pelo exército, pela plebe e cumulado de títulos pelo Senado, César realizou um conjunto de re- formas sociais ferindo os interesses da classe dominan- te. Ele pretendiaunificar o mundo romano ampliando o direito de cidadania aos habitantes das províncias; promoveu a fundação de várias colônias fora da Itália; reformou o calendário romano utilizando seu nome para designar o sétimo mês (daí a denominação julho); organizou as finanças públicas, proibindo o abuso do luxo, e construiu diversas obras públicas para gerar em- prego aos plebeus. Dentre as novas leis que atingiram diretamente os privilégios da aristocracia, devemos destacar a obrigação de os proprietários empregarem pelo menos um terço dos homens livres em suas terras e a introdução de cidadãos estrangeiros no Senado. A aristocracia romana, despojada de muitos de seus privilégios e temendo que César se tornasse imperador articulou seu assassinato. W al te rs A rt M us eu m /F ot óg ra fo d es co nh ec id o Morte de Júlio César Segundo triunvirato O levante popular que se seguiu à morte de César e, principalmente, o controle das guarnições de Roma permitiam a seus partidários neutralizar a conspiração do Senado. Em 43 a.C., Marco Antônio, general, Lépido, comandante da cavalaria, e Otávio, sobrinho e herdeiro de César, implantaram o Segundo Triunvirato. O exército, mais uma vez, desempenhou papel decisivo nos acontecimentos. Em 42 a.C., Brutus e Cássio, líderes da conjuração do Senado, foram vencidos por Marco Antônio e Otávio na Batalha de Filipos (na Grécia). Esmagadas as forças republicanas, os triúnviros dividiram o poder. A Otávio coube a Europa; a Marco Antônio, a Ásia, e a Lépido, a África. Todavia, as divergências entre os três determinariam a substituição da ditadura coletiva pela ditadura pessoal e, finalmente, desta pela monarquia. O afastamento de Lépido por Otávio rompeu o equilíbrio do poder, levando Otávio à confrontação com Marco Antônio. Marco Antônio aliou-se a Cleópatra. Otávio declarou-o fora da lei e iniciou uma campanha para derrotá-lo. Em 31 a.C., vitorioso na Batalha de Áccio, Otávio conquis- tou o Egito e tornou-se senhor absoluto de Roma e, posteriormente, seu primeiro imperador (27 a.C.). Testes Assimilação 09.01. (FUVEST – SP) – A expansão de Roma durante a Repú- blica, com o consequente domínio da bacia do Mediterrâneo, provocou sensíveis transformações sociais e econômicas, dentre as quais: a) marcado processo de industrialização, êxodo urbano, endividamento do Estado. b) fortalecimento da classe plebeia, expansão da pequena propriedade, propagação do cristianismo. c) crescimento da economia agropastoril, intensificação das exportações, aumento do trabalho livre. d) enriquecimento do Estado romano, aparecimento de uma poderosa classe de comerciantes, aumento do número de escravos. e) diminuição da produção nos latifúndios, acentuado processo inflacionário, escassez de mão de obra escrava. 09.02. (PUCPR) – As lutas por riquezas e territórios sempre estiveram presentes na História. Na Antiguidade, o Mediter- râneo foi disputado nas Guerras Púnicas por: a) gregos e romanos. b) gregos e persas. c) macedônicos e romanos. d) romanos e germânicos. e) romanos e cartagineses. 4 Extensivo Terceirão 09.03. (FATEC – SP) – Durante toda a História, os homens criaram tecnologias, inclusive para proteger o corpo, buscan- do atingir seus objetivos. Podemos ver um exemplo disso nas formações militares desenvolvidas pelos romanos, chamadas de “tartaruga” ou “testudo”. Nessas formações, a aproximação com o inimigo era facilitada por grandes escudos empunha- dos à frente e acima do corpo pelos soldados, como podemos ver na imagem apresentada. Disponível em: <http://tinyurl.com/4w436k> Acesso em: 30.06.2014 Sobre o período da República Romana, em que foram de- senvolvidas as formações militares citadas, é correto afirmar que ele foi caracterizado a) pela expansão territorial, que levou ao domínio de terri- tórios na Europa e no Mediterrâneo. b) pelo governo dos grandes imperadores, que centraliza- vam o poder em todo o território romano. c) pela predominância de Assembleias populares e demo- cráticas, conduzidas por senadores e magistrados. d) pelos conflitos entre plebeus e patrícios, visando à liber- tação dos escravos de origem africana. e) pelos tratados de cooperação entre reis e senadores, para evitar guerras contra os bárbaros germânicos. 09.04. (IMED – RS) – As conquistas territoriais romanas do período republicano trouxeram, como consequência, uma forte tensão social. Como tentativa de superação dessa crise, os irmãos Tibério e Caio Graco propuseram: a) O Édito Máximo, que estabelecia um controle sobre o preço dos alimentos. b) A criação do cargo de tribuno da plebe com poder de veto sobre as decisões do senado. c) A reforma agrária como forma de satisfazer as necessida- des da plebe empobrecida. d) A anexação dos territórios localizados ao norte de Roma, que estavam sob o poder dos povos bárbaros. e) A descolonização das regiões incorporadas ao Estado romano. Aperfeiçoamento 09.05. (IMED – RS) – As conquistas territoriais romanas do período republicano trouxeram, como consequência, uma forte tensão social. Como tentativa de superação dessa crise, os irmãos Tibério e Caio Graco propuseram: a) O Édito Máximo, que estabelecia um controle sobre o preço dos alimentos. b) A criação do cargo de tribuno da plebe com poder de veto sobre as decisões do senado. c) A reforma agrária como forma de satisfazer as necessida- des da plebe empobrecida. d) A anexação dos territórios localizados ao norte de Roma, que estavam sob o poder dos povos bárbaros. e) A descolonização das regiões incorporadas ao Estado romano. 09.06. (FUVEST – SP) – Nas últimas décadas do século II a.C., os irmãos Tibério e Caio Graco propuseram um extenso programa de reformas políticas e sociais na cidade de Roma. O principal objetivo das reformas era a) garantir a igualdade política e jurídica entre patrícios e plebeus, através da criação de magistraturas plebeias. b) controlar a inflação e a crise econômica que assolava o mundo romano. c) combater o militarismo da elite dirigente romana e a concentração de riquezas nas mãos dos generais. d) promover a democracia plena, através da extensão do direito de voto às mulheres e analfabetos. e) fortalecer a população camponesa, que compunha a base do exército republicano, através da distribuição de terras. 09.07. (PUC – SP) – As Guerras Púnicas, entre romanos e cartagineses, duraram de 264 a 146 a.C. Entre seus resultados finais, podemos considerar que elas a) contiveram a expansão romana em direção ao mar Medi- terrâneo, pois as ilhas ao sul da península itálica passaram ao controle cartaginês. b) fortaleceram a presença romana na região do mar Medi- terrâneo, com o estabelecimento de províncias nas terras conquistadas. c) eliminaram os gastos militares do Império Romano, pois impediram o surgimento de revoltas e tensões sociais. d) permitiram a expansão comercial de Roma por toda a península itálica e em direção ao ocidente, com a decor- rente conquista da Gália. e) reduziram consideravelmente o número de escravos no Império Romano, pois a maioria deles foi alistada nas tropas e morreu em combate. Aula 09 5História 3A 09.08. (MACK – SP) – “Os generais os enganam quando os exortam a combater pelos templos de seus deuses, pelas sepulturas de seus pais. Isto porque de um grande número de romanos não há um só que tenha o seu altar doméstico, o seu jazigo familiar. Eles combatem e morrem para alimentar a opulência e o luxo de outros. Dizem que são senhores do universo, mas eles não são donos sequer de um pedaço de terra”. (Apud Plutarco. Vidas paralelas. Barcelona: Ibéria, 1951. v4, p.150) Segundo Plutarco, essas foram palavras proferidas por Tibério Graco, político romano, em um discurso público. A respeito da iniciativa promovida tanto por ele, como por seu irmão Caio, durante o período da República romana (VI a.C. – I a.C.) podemos afirmar que a) reafirmou o poder daaristocracia romana, confirmando o direito a terras e indenização em caso de expropriação nos períodos de guerra. b) os irmãos Graco reconheciam que a distribuição de terras seria a solução para atender às necessidades de uma plebe marginalizada. c) defendiam uma maior participação política da classe de comerciantes para promover o desenvolvimento e expansão da economia romana. d) incitavam o povo a apoiar as ditaduras militares, sendo os generais do exército, os únicos capazes de assumir o governo em época de crise. e) os irmãos Graco, com o apoio do Senado e da aristocracia romana, puderam promover uma reforma social que aplacou o clima de tensão vivido na época. 09.09. (UCS – RS) – Após as Guerras Púnicas (264 - 146 a.C.) – Conflito entre Roma e Cartago pela disputa comercial do Mediterrâneo –, os romanos abriram caminho para a dominação de regiões do Mediterrâneo Ocidental (Gália, Península Ibérica) e Oriental (Macedônia, Grécia, Ásia Me- nor). O mar Mediterrâneo foi inteiramente controlado pelos romanos, que o chamavam de mare nostrum (“nosso mar”). A expansão romana foi acompanhada de importantes trans- formações econômicas, sociais, políticas e culturais. Entre elas destacam-se: a) o fortalecimento do sistema assalariado, o enfraquecimento dos cavaleiros, a consolidação das instituições republicanas e a adoção dos deuses gregos com nomes latinos; b) o fim do trabalho escravo, a concentração populacional no campo, o desaparecimento dos latifúndios e a mudança no estilo de vida romano, que se tornou mais simples e sóbrio; c) o crescimento do escravismo, o empobrecimento da plebe, o desenvolvimento do comércio, o fortalecimento dos chefes militares e o enfraquecimento das instituições republicanas; d) o abandono dos centros urbanos, a adoção do trabalho servil, a ruralização da produção e o fortalecimento dos chefes militares e das instituições republicanas; e) o aumento do trabalho escravo, a implantação de mini- fúndios, a instabilidade política interna, o fortalecimento da família e o enfraquecimento dos chefes militares. 09.10. (UNIFESP) – Durante séculos, o mar Mediterrâneo foi o centro comercial do mundo conhecido. Dominá-lo signi- ficava também exercer plena hegemonia política e militar. São exemplos da busca pelo controle do Mediterrâneo e de sua importância: a) as Guerras Púnicas, nos séculos III e II a.C., entre Roma e Cartago, que determinaram a plena expansão dos roma- nos e asseguraram-lhes o domínio do norte da África; b) as atividades mercantis, na Alta Idade Média, de cidades italianas, como Veneza ou Gênova, que se empenharam no estabelecimento de novas rotas oceânicas para o Oriente; c) as colonizações desenvolvidas em território americano, a partir do século XV, por Portugal e Espanha, cujo objetivo era ligar a Atlântico ao Pacífico; d) as guerras napoleônicas na Península Ibérica no princípio do século XIX, que ampliaram o comando francês sobre o norte e o centro do território africano; e) as Guerras do Peloponeso, nos séculos V e IV a.C., que envolveram as cidades gregas de Atenas e Esparta, na busca pelo controle total da Península Balcânica. Aprofundamento 09.11. (UPF – RS) – A expansão de Roma durante a República, nos séculos III e II a.C, com o consequente domínio da bacia do Mediterrâneo, provocou importantes transformações políticas, sociais e econômicas, dentre as quais: a) Acentuado processo de industrialização, êxodo urbano, endividamento do Estado. b) Fortalecimento da classe dos plebeus, expansão da pe- quena propriedade agrícola, propagação do cristianismo. c) Influência intensa da cultura grega, domínio político dos plebeus, grande moralização dos costumes. d) Fortalecimento do Estado romano, surgimento de uma poderosa classe de comerciantes, aumento do número de escravos. e) Aumento do trabalho livre, maior concentração popula- cional nos campos,enriquecimento da elite patrícia. 09.12. (MACK – SP) – No processo histórico da Roma Antiga, a República, como regime político foi substituída pelo Império. Sobre a ordem imperial, é correto afirmar que a a) concentração dos poderes na figura do imperador tranqui- lizava a classe dos patrícios e senadores que concordavam com esse tipo de regime que, de acordo com eles, seria o único capaz de sufocar a anarquia e as rebeliões de escravos. b) criação do império, obra elaborada pelo Primeiro e Segundo Triunvirato, expressou o triunfo da vontade dos generais, para os quais o regime imperial seria o tipo de governo ideal, para controlar a crise social do final da República. c) base do império foi sustentada pelo poder dos campo- neses romanos, nos campos, e pela plebe nos centros urbanos, principais interessados na existência de uma ordem que lhes assegurasse o domínio da terra e a per- manência da prática do pão e circo. 6 Extensivo Terceirão d) vitória da participação popular no cerne da vida política marcou, profundamente, o novo regime político, diferente do que ocorreu tanto no período monárquico, quanto no período republicano. e) crise econômica pelo qual Roma passava nos últimos anos da República, decorrente das inúmeras derrotas militares enfrentadas pelos romanos e os gastos despendidos para consolidar a conquista do Mediterrâneo, levaram o povo a apoiar o novo regime. 09.13. (UFPR) – Leia o texto a seguir: Foi a República Romana que primeiro uniu a gran- de propriedade agrícola com a escravidão em grupos no interior em maior escala. O advento da escravidão como um modo de produção organizado inaugurou – como na Grécia – a fase clássica que distinguia a civili- zação romana, o apogeu de seu poder e de sua cultura. Mas enquanto na Grécia isso havia coincidido com a estabilização da pequena agricultura e de um compacto corpo de cidadãos, em Roma foi sistematizado por uma aristocracia urbana a qual já gozava de um domínio social e econômico sobre a cidade. O resultado foi a nova instituição rural do latifundium escravo extensi- vo. A mão de obra para as enormes explorações que emergiam do século III a.C. em diante era abastecida pela espetacular série de campanhas que deu a Roma o poder sobre o mundo mediterrâneo. (ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 58.) Tendo como alvo a República Romana, assinale a alternativa correta. a) A desestruturação agrária em Roma, que estabeleceu sistemas de latifúndios, beneficiou os grupos empobre- cidos, uma vez que estes podiam abandonar o campo e se estabelecer em cidades. b) As guerras constantes ajudaram as classes dominantes da Roma republicana a desviar a atenção dos problemas fundiários derivados do latifundium nos séculos seguintes. c) Foi por meio da intervenção dos irmãos Graco que o problema da reforma agrária foi resolvido no século II, pois os poderes políticos foram transplantados ao senado e, assim, Roma viu mais um século de paz. d) Os tribunos da plebe tiveram um papel importante no processo da reforma agrária romana, possibilitando a transformação do modo de vida de maneira a permitir que todo pequeno agricultor transformasse sua propriedade em um Domus. e) O domínio social e econômico das cidades provinha de delicada relação entre a manutenção de sistemas agrários em que a mão de obra escrava era aproveitada de forma esporádica e a utilização ocasional de grandes extensões de terra. 09.14. (MACK – SP) – Após a unificação da península Itálica, em 272 a.C, e a vitória contra Cartago, Roma se tornou uma potência que não parou mais de se expandir. Contudo, para os plebeus, o expansionismo de Roma ocasionou profundas mudanças sociais, que atingiram, principalmente, esse grupo social. Analise as afirmativas abaixo. I. Ao mobilizar para a guerra, os pequenos e médios pro- prietários plebeus, sem que recebessem nenhum tipo de remuneração do Estado, por tais serviços, ocasionou a ruína dos mesmos. Ao retornar para Roma, não tinhamrecursos financeiros para retomar suas atividades. II. A conquista do norte da África e da Sicília e a remessa de suas colheitas de trigo para Roma fizeram com que o preço do produto despencasse, impossibilitando os proprietários plebeus de concorrerem com o baixo preço do trigo importado. III. A solução encontrada pelos pequenos e médios proprie- tários plebeus para enfrentarem a crise foi a reconversão das culturas em suas terras: substituíram o trigo e a cevada pelo plantio e cultivo de vinhas e olivais. Assinale a alternativa correta. a) I está correta, apenas. b) II está correta, apenas. c) III está correta, apenas. d) I e II estão corretas, apenas. e) II e III estão corretas, apenas. 09.15. (UEM – PR) – Leia o fragmento a seguir e assinale o que for correto, considerando também conhecimentos sobre a expansão do Império Romano. “A expansão territorial romana é revestida de caracte- rísticas próprias que a diferenciam dos processos de expansão dos outros povos da Antiguidade. Foi um fenômeno de longa duração, com ritmos de intensi- dade variada, que se estendeu desde o século V a.C. até o século II d.C., com as campanhas militares de Trajano. Roma atingiu, sob esse imperador, a extensão máxima de seu império, através da anexação da Dá- cia, da Armênia, da Mesopotâmia e da Arábia”. MENDES, N. M. Roma e o Império: Estruturas de Poder de um Império Antigo. In: Impérios na História. Coord. SILVA, F. C. T. da; CABRAL, R. P.; MUNHOZ, S. J. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009, p. 29. 01) Apesar da incorporação de uma vasta área territorial, o expansionismo do Império Romano se limitou ao atual continente europeu. 02) Com a expansão territorial, houve um aumento signi- ficativo do emprego da mão de obra escrava na agri- cultura e nas atividades urbanas. 04) Nesse processo expansionista, ao vencer os cartagi- neses e ao escravizar seus habitantes, Roma passou a dominar o Mediterrâneo Ocidental. 08) Organizado em províncias e contando com um im- portante exército dividido em legiões, o Alto Império demarca o apogeu do expansionismo romano. 16) As sucessivas derrotas sofridas para os etruscos, nas Guerras Púnicas, assinalam o fim do expansionismo de Roma. Aula 09 7História 3A 09.16. (UEPG – PR) – Além do domínio político e militar de um vasto território, uma das principais consequências do processo de expansão do Império Romano foi a inte- ratividade cultural decorrente do contato com diferentes povos europeus, africanos e asiáticos. A respeito desse tema, assinale o que for correto. 01) As Guerra Púnicas – entre Roma e Cartago – acabaram com a vitória romana e com o consequente controle das rotas comerciais do mar Mediterrâneo. Derrotada, Cartago tornou-se província romana. 02) Publicanos eram os funcionários responsáveis pela cobrança de impostos e tributos nas regiões conquistadas pelo Império Romano. Cabia a eles enviar todo dinheiro arrecadado para Roma, porém, muitos publicanos enriqueceram através da corrupção e do desvio de valores. 04) Entre as consequências sociais da expansão romana estão o empobrecimento dos plebeus (que perderam postos de trabalho para os escravos vindos das regiões conquistadas) e a ascensão dos comerciantes romanos que incrementaram suas atividades em decorrência da ampliação de mercados pelos romanos. 08) A expansão territorial romana e o aumento das popu- lações subjugadas e escravizadas provocou um per- manente estado de tensão social. Como os escravos passaram a formar a base produtiva em muitas profis- sões, foi comum a ocorrência de revoltas e rebeliões por parte destes. 16) Durante os séculos da expansão, o Senado foi uma ins- tância de crítica e de resistência ao projeto expansio- nista. Formado por representantes de diferentes classes sociais, o Senado compreendia que o expansionismo acarretaria em um volume de gastos militares incom- patíveis com a realidade econômica romana. 09.17. (UEM – PR) – Sobre a República Romana, na Antigui- dade Clássica, assinale o que for correto. 01) O órgão máximo de poder na estrutura política republi- cana era o Senado, que exercia as funções legislativas, controlava a administração, as finanças e tinha poderes para declarar guerras. 02) No sistema político republicano, os magistrados, em geral patrícios, administravam a República e se divi- diam nos seguintes grupos: cônsules, pretores, censo- res, questores, edis. 04) Na Roma Antiga, as assembleias eram divididas em As- sembleia Centuriata (convocada pelo cônsul, que consistia em uma reunião do exército, dividido em grupos de cem homens, centúrias, formadas por patrícios e plebeus) e em Assembleia Tribunícia (formada por trinta e cinco tribos existentes em Roma, constituídas por patrícios e plebeus). Esta última participava da votação das leis. 08) As relações políticas entre patrícios e plebeus eram mar- cadas por harmonia e equilíbrio, uma vez que as necessi- dades dos plebeus eram atendidas pelos representantes dos grupos sociais dominantes, sem que houvesse a ne- cessidade de realizar algum tipo de pressão social. 16) As Guerras Púnicas foram revoltas sociais realizadas pe- los escravos e gladiadores contra a dominação romana na cidade de Spartacus. 09.18. (UNESP – SP) – [...] os romanos foram bem-su- cedidos em unificar as regiões por eles conquistadas. Isso não significou, no entanto, que essa imensa área tenha deixado de possuir costumes e organizações bem diferentes. [...] Especialmente no que diz res- peito à língua, o Império permaneceu dividido, e isso acabou influindo nas diferentes culturas. Na prática, podem-se observar duas grandes áreas culturais, a ocidental e a oriental. O lado ocidental adotou como língua o latim; no oriental, o grego foi a língua mais difundida. [...] Mais importante do que a língua era a diversidade re- ligiosa. A maioria dos povos da Antiguidade era po- liteísta, o que significa que admitiam a existência de vários deuses. Isso tornava mais fácil conviver com crenças diferentes, o que foi celebrado com a constru- ção do Panteão: um enorme edifício construído em Roma para ser templo de todos os deuses. (Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004.) a) Cite dois fatores que justifiquem a afirmação do texto de que “os romanos foram bem-sucedidos em unificar as regiões por eles conquistadas”. b) É possível afirmar que a tolerância à diversidade re- ligiosa no Império Romano era limitada? Explique e exemplifique. 8 Extensivo Terceirão 09.01. d 09.02. e 09.03. a 09.04. c 09.05. c 09.06. e 09.07. b 09.08. b 09.09. c 09.10. a 09.11. d 09.12. b 09.13. b 09.14. d 09.15. 14 (02 + 04 + 08) 09.16. 15 (01 + 02 + 04 + 08) 09.17. 07 (01 + 02 + 07) 09.18. a) Podemos citar os seguintes fatores: os povos conquistados recebiam o direito à cidadania romana. Além disso, todos os lugares conquistados por Roma re- cebiam a estrutura político-administra- tiva aplicada pelo Estado Romano. b) Como o texto afirma, o politeísmo faci- litava o entendimento entre os roma- nos e os povos conquistados por eles. Mas podemos identificar a intolerância religiosa no Império Romano para com o Cristianismo, que por ser uma religião monoteísta negava a divinda- de dos Imperadores romanos, sendo considerada, por isso, inadequada. 09.19. a) No contexto da República, 509-27 a.C., ocorreram grandes transfor- mações em Roma, entre elas, a luta de classes entre patrícios e plebeus culminando em diversas conquistas plebeias através da aprovação de leis. Lei da Licínia (igualdade política), Ca- nuleia (igualdade civil), Ogúlnia, entre outras que foram aprovadas nesse momento. b) As Leis das Doze Tábuas caracterizam essas conquistas dos plebeus. Trata-se da primeira compilação escrita das leis romanas responsáveis pelos funda- mentos essenciais do Direito Romano. Gabarito Desafio 09.19. (UFPR) – Leia abaixo um excerto das Leis das Doze Tábuas, sistematizadas em 450 a.C.: TÁBUA NONA – Do direitopúblico 1. Que não se estabeleçam privilégios em lei (Ou que não se façam leis contra indivíduos) [...] 3. Se um juiz ou um árbitro indicado pelo magistrado receber dinheiro para julgar a favor de uma das partes em prejuízo de outrem, que seja morto; [...] (Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/12tab.htm>. Acesso em: 07 set. 2018.) A partir dos conhecimentos sobre o período republicano da Roma Antiga (509 a.C. - 27 a.C.): a) Explique as motivações que levaram à sistematização dessas leis e quais mudanças elas trouxeram em relação à vida política e social vigente no período monárquico (753 a.C. - 509 a.C.). b) As Leis das Doze Tábuas deram origem a qual conjunto de leis e normas jurídicas? Aula 10 9História 3A História 3A Civilização romana III Escravismo em Roma Vale destacar o papel fundamental da mão de obra escrava para a sociedade e a economia na Roma Antiga. Nos primórdios da história romana, durante a realeza e no início do período republicano, a escravidão não desempenhou um papel tão significativo. Mas, a partir do processo de expansão territorial empreendido durante a República, o número de escravos aumentou consideravelmente. Os critérios que determinaram a escravização romana foram basicamente o nascimen- to, a guerra e o direito civil. A condição à qual estava submetido o escravo era a de ser “propriedade” do seu senhor. A origem da grande maioria dos escravos era a guerra, ou seja, os derrotados pelo exército romano eram capturados e consequentemente escravizados, constituindo a base da mão de obra agrícola e de outras importantes atividades produtivas que sustentavam a economia romana. Além da guerra de conquista, a escravidão por dívidas e o comércio internacional (no Mediterrâneo) foram outras importantes fontes de obtenção de escravos. Mesmo após a Lei Poetelia Papiria, que proibiu a escravidão por dívidas, essa prá- tica continuou existindo, pois a lei se referia apenas aos cidadãos romanos. Inúmeros habitantes das províncias, endividados, continuaram sendo submetidos à escravi- dão. A excessiva exploração e a condição subumana em que vivia grande parte dos escravos romanos provoca- ram uma série de rebeliões ocorridas durante a época republicana, sobretudo ao final desse período histórico. Neste sentido, devemos destacar um dos movimentos mais significativos de luta dos escravos romanos pela li- berdade, a Revolta de Espártaco. Em 73 a.C., Espártaco, à frente de duzentos gladiadores, revoltou-se em Cápua. O pequeno núcleo de gladiadores, incitando os escravos da Itália à rebelião, chegou a formar uma legião de 100 mil combatentes. Em dois anos, os rebeldes aniquilaram cinco exércitos romanos e ameaçaram as estruturas da República escravista. Em 71 a.C., o cônsul Licínio Crasso sufocou a revolta e mandou crucificar, ao longo da Via Ápia, 6 mil escravos. Império romano (27 a.C.-476) Depois da vitória sobre Marco Antônio que pôs fim ao Segundo Triunvirato, Otávio completou a unificação do mundo mediterrâneo. Uma nova era começou: a era imperial. Otávio absteve-se de proclamar-se rei ou ditador, recordando-se da morte trágica de César, seu tio. Fingiu respeitar as instituições republicanas, porém impôs o princípio monárquico e a hereditariedade do poder, pois acreditava que só assim haveria estabilidade no Império. Bajulado pelo Senado, Otávio recebeu os títulos de: Imperador – título reservado aos generais vitoriosos. Augusto – quer dizer divino, título até então atribuí- do apenas aos deuses. Paz romana Otávio Augusto (27 a.C.-14 d.C.) passou a ter o com- pleto controle de todas as províncias, as quais foram di- vididas em civis (governadas diretamente pelo Senado e indiretamente pelo Imperador) e militares (governadas diretamente pelo Imperador). O poder do Senado foi reduzido. Os antigos magistrados passaram a ter funções meramente civis. Para cuidar da segurança, criou a Guarda Pre- toriana. Para ganhar popularidade, distribuía trigo à população e organizava espetáculos circenses. Era a famosa política do pão e circo. Augusto fortaleceu o exército e expandiu as fronteiras do Império. Em seu governo, houve um grande florescimento cultural e com seu ministro Caio Mecenas, incentivou as letras e as artes. Virgílio, Tito Lívio, Horácio e Ovídio viveram nessa época. No seu reinado, ocorreu o nascimento de Jesus Cristo. Augusto se esforçou para manter a vida familiar, procurou favorecer os casamentos, dando privilégios aos pais e às mães de família que tinham pelo menos três filhos. Desejou preservar os jovens dos contágios imorais; para isso, criou associações religiosas e desportivas. 10 Extensivo Terceirão Dinastia júlio-claudiana Com a morte de Augusto, tornou-se imperador o tímido, culto e cruel Tibério, então com 55 anos. Tibério reinou com sabedoria, fazendo uma boa administração. Apesar disso, fez largo uso da lex majestatis, “lei da majestade”, para eliminar seus inimigos e inclusive pessoas de sua família. Jesus foi executado no reinado de Tibério. Com a morte de Tibério (37 d.C.), Calígula tornou-se imperador mas acabou sendo assassinado em 41 d.C. Enquanto os senadores discutiam como restaurar a República, a Guarda Pre- toriana aclamou Cláudio, tio de Calígula, imperador. O culto e competente Cláudio conquistou a Bretanha e a Mauritânia. Aperfeiçoou a administração e realizou grandes obras públicas. Não teve sorte com as mulheres. Sua esposa Messalina foi infiel; mandou assassiná-la. Com Agripina foi diferente: foi ela quem envenenou Cláudio para que seu filho Nero chegasse ao poder. Segundo a historiografia tradicional, nos primeiros anos Nero fez um bom governo. Depois, tornou-se um degenerado. Matou o irmão, Britânico, a esposa, a amante, a mãe e seu preceptor, o filósofo Sêneca. Para Massimo Fini, as calúnias contra Nero foram inventadas por Tácito e Suetônio (histo- riadores cristãos). Ao contrário do que se afirmava, Nero não promovia as lutas de gladiadores; promovia, isto sim, competições musicais e teatrais. Em 64 realizou a primeira perseguição aos cristãos. Pressionado pelas legiões de Galba, Nero suicidou-se. No ano de 69, Roma teve quatro imperadores. Galba foi assassinado, Otão suicidou-se e Vitélio foi linchado. Vespasiano tornou-se o único senhor de Roma. Flávios O primeiro imperador desta nova dinastia, Vespasiano, em 69 d.C., ocupava-se do assédio a Jerusalém. Ao tornar-se Imperador, seu filho Tito consolidou o domínio romano sobre Jerusalém. Meio milhão de judeus morreram, 100 000 foram escravizados. Os sobreviventes que abandonaram a região da Palestina vieram engrossar as comunidades da diáspora (disper- são), e o judaísmo sobreviveu em torno das sinagogas. Em 24 de agosto de 79 d.C., as cidades de Herculano e Pompeia foram tragadas pela erupção do Vesúvio. Domiciano (81- 96) não fez um bom governo. Foi assassinado. Antoninos Com a extinção da dinastia dos Flávios, o Senado aclamou Nerva, um dos seus membros, Imperador de Roma. Uma de suas primeiras ações foi adotar o general Trajano como filho. Trajano (98-117) fez um excelente governo. Levou as fronteiras imperiais até a Índia, construiu estradas, aquedutos, pontes e belos edifícios. Está imortalizado na famosa Coluna Trajana, em Roma. Porém, mandou novamente perseguir os cristãos. O general Adriano (117-138) foi um estadista de largos recursos. Governou o Império com moderação e sabedoria. A segunda diáspora dos judeus aconteceu nessa época. Antônio Pio (138-161) notabilizou- -se pela boa administração. Já o filósofo Marco Aurélio (161-180) guerreou com os bárbaros do Oriente (partas) e os germanos do Danúbio. Perseguiu os cristãos e foi sucedido pelo seu filho Cômodo (180-192), que se celebrizou pelo gosto dos espetáculos violentos e acabou sendo assassinado. Com o assassinato do Impera- dor Cômodo (192), Sétimo Severo (193-211) foi aclamado Imperador. O novo Imperador desprezou o Senado e as tradições romanas,preferindo governar com o apoio do exército. Seu filho Caracala con- cedeu, em 212, a cidadania romana a todos os habitantes livres do Império (Edito de Caracala). Morreu assassinado. O mesmo aconteceu com seus sucessores. Um arco do triunfo entre o Fórum e o Coli- seu (construído por Vespasiano) celebrou a vitória sobre os judeus. LI PÓ T, Ke rp el . V ist a do C ol ise u, e m R om a. 1 84 6. 1 ó le o so br e te la , c ol or .; Co le çã o Pa rt ic ul ar . Aula 10 11História 3A Baixo império (285 - 476) Em 284, Diocleciano tornou-se o novo Imperador. Realizou reformas profundas a fim de salvar o Império da derrocada e instaurou a tetrarquia. A partir de então, passaram a existir quatro imperadores, dois deles com o título de Augusto e dois com o título de César. Tal divisão não escondia o predomínio de Diocleciano sobre os demais. Diocleciano reabilitou as velhas tradições, incentivando o culto dos deuses antigos. Perseguiu os cristãos. Impôs o uso do latim nas províncias do Oriente. Diocleciano procurou conter a alta dos preços e salários com o Edito Máximo (301). O “congelamento” da economia acabou fracassando. Em 305 o imperador Diocleciano abdicou. A anarquia se instaurou novamen- te em Roma com intensos conflitos pelo poder. Seis imperadores disputaram o cargo. Em 312, Constantino derrotou Maxêncio. De 316 a 323, Constantino e Licínio governaram Roma. A partir de 323, Constantino passou a governar sozinho. Constantino reunificou o Império e transferiu sua capital para o Oriente. Constantinopla, a Nova Roma – construída em 330, às margens do estreito de Bósforo, próxima à antiga colônia grega de Bizâncio – tornou-se a capital do Império. O Edito de Milão, promulgado em 313 por Constantino, determinou o fim das perseguições ao cristianismo e concedeu aos cristãos liberdade de culto. O cristianismo transformou-se na grande força espiritual da sociedade romana e na religião da esmagadora maioria. A única solução viável era incorporá-lo e comprometê-lo com a ordem estabelecida, transformando-o em aliado e em instrumento ideológico de justificação e manutenção do Estado Imperial. Mais tarde, pelo Edito de Tessalô- nica, Teodósio transformou o cristianismo em religião oficial do Império Romano. Esse Imperador realizou, em 395, entre seus dois filhos, a última e definitiva divisão do Império: a Arcádio coube o Oriente, e a Honório, o Ocidente. Contudo, no século V, as fronteiras romanas do Danúbio e do Reno, até então consideradas intrans- poníveis, encontravam-se vulneráveis e foram tomadas pelas invasões bárbaras. Cristianismo em Roma A doutrina cristã fundamenta-se na simplicidade, no desapego aos bens materiais, no perdão às ofensas e no amor ao próximo. Jesus nasceu em Belém, no reinado de Augusto, sendo morto no reinado de Tibério. Os su- cessores de Tibério, especialmente a partir do reinado de Nero, foram intolerantes com a popularização da doutri- na cristã entre os romanos e perseguiram violentamente os adeptos do cristianismo. Por que os cristão foram perseguidos? • Os cristãos não aceitavam cultuar o imperador como um deus. • A maioria dos cristãos eram pessoas simples: escra- vos, libertos, mulheres, estrangeiros e alguns poucos da aristocracia romana. Era uma religião mais popu- lar entre os pobres e oprimidos. • Os cristãos denunciavam os combates de gladiado- res e as lutas entre os homens e animais selvagens tão apreciadas pela maioria dos romanos. • Os cristãos não combateram a escravidão. São Paulo ensinava que os escravos deviam obediência aos seus senhores; estes por sua vez não deviam maltratá-los. É verdade que muitos cristãos eram do- nos de escravos; alguns, porém, libertavam os seus cativos por ato de piedade. O número de libertos dessa forma era pequeno. • Criticavam a violência nas guerras. • Os romanos acabaram encontrando nos cristãos um bode expiatório para os males que assolavam o Império durante sua crise, como a escassez de alimentos, pestes e derrotas militares. Testes Assimilação 10.01. (IFSP) – Para a historiadora Corassin, “a antigui- dade clássica conheceu inúmeras cidades-Estados, mas Roma se destaca entre elas: conquistou o mundo [...]. O mundo romano se apresentava extremamente comple- xo e variado, interligado por uma rede de estradas, com uma moeda comum aceita em toda área mediterrânica. Embora fosse formado por um mosaico de culturas, criou o inconfundível “estilo de vida romano” [...]”. (CORASSIN, Maria Luiza. Sociedade e política na Roma antiga. São Paulo: Atual Editora, 2001, p. 07 e 08). Com relação ao antigo Império Romano citado pela autora e a forma de governo que os romanos praticaram ao longo de sua história política, é correto o que se afirma em: I. Realeza ou monarquia. II. República. III. Triunvirato e Império. IV. Império. V. Ditadura e teocracia. VI. Triunvirato. a) Somente II e III são corretas. b) Somente I e V são corretas. c) Somente I e IV são corretas. d) Somente I, II e IV são corretas. e) Somente II, V e VI são corretas. 12 Extensivo Terceirão 10.02. (IFSP) – Segundo o historiador Marvin Perry, a partir de 27 a.C. “a brilhante habilidade política de Otávio Augusto deu início à maior era romana. Nos duzentos anos seguintes o mundo mediterrâneo des- frutou as bênçãos da”: (PERRY, Marvin. Civilização Ocidental. São Paulo: Martins Fontes, 2002, p. 104). a) ação política do Triunvirato que elegeu três governantes para o Império. b) riqueza do Império Romano viabilizada por meio de guerras e conquistas. c) Pax Romana que gerou um longo período de paz. d) reforma agrária promovida pelos irmãos Tibério e Caio Graco. e) aprovação do Edito de Milão que colocou fim as perse- guições aos cristãos. 10.03. (UTFPR) – No período imperial, a cidade de Roma, atingiu algo em torno de um milhão de habitantes, mas boa parte dessa população vivia em condições precárias, já que o sistema escravista a impedia de arrumar trabalho. Para diminuir as tensões sociais os imperadores adotavam a Política de Pão e Circo, que pode ser definida como: a) distribuição de cereais e grandes espetáculos públicos em que gladiadores lutavam entre si ou com animais ferozes. b) distribuição de alimentos como pães, frutas e hortaliças, além da realização de jogos variados. c) distribuição de alimentos em geral e representações teatrais, mas somente de comédias, com o objetivo de alegrar a assistência. d) distribuição de pães e outros alimentos, além da realização de corridas de biga pelas ruas centrais da cidade. e) distribuição de alimentos variados e grandes espetá- culos de circo, com a presença de mágicos, palhaços e malabaristas. 10.04. (ESPM – SP) – Durante o seu governo, Otávio apoiado pelos equestres e conciliando com a aristocracia senatorial, enfeixou em suas mãos imensos poderes. No plano da organização militar criou-se uma guarda especial, a Guarda Pretoriana. (Rubim Santos Leão de Aquino. História das Sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais) A Guarda Pretoriana citada no texto era encarregada: a) de defender as fronteiras e as províncias afastadas; b) da segurança pessoal do imperador e da vigilância da capital; c) da expansão territorial e da obtenção de mão de obra escrava; d) de garantir a reunião da Assembleia Curiata, da qual participavam todos os patrícios; e) de garantir a arrecadação dos tributos e proteger os questores. Aperfeiçoamento 10.05. (UEL – PR) – Otávio tornou-se o primeiro imperador no período do alto império romano e a Pax romana impôs militarmente seu domínio hegemônico no cotidiano de diferentes povos da região norte da África e de grande parte da Europa. Com base nos conhecimentos sobre o Império Romano sob o governo de Otávio, considere as afirmativas a seguir. I. Quando Otávio se tornou o primeiro romano a congregar o título de Augusto, implantou-se o culto aogovernante, diferentemente dos dirigentes anteriores. II. Otávio buscou interferir no cotidiano dos romanos ao incentivar a constituição de famílias numerosas e impor punição às mulheres adúlteras. III. Sob seu governo, estabeleceu-se uma diferença dos governos anteriores pelo sistema de coleta de impostos, pois o Estado assumiu o papel que era dos publicanos. IV. A organização social dos romanos distribuído em ordens sociais foi revisada e implantou-se a hereditariedade como critério de diferenciação. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 10.06. (UNICAMP – SP) – A imagem retrata parte do mosaico romano de Nennig, um dos mais bem conserva- dos que se encontram até o momento no norte da Europa. A composição con- ta com mais de 160 m2 e apresenta como tema cenas próprias de um anfiteatro romano. Disponível em: <https://fr.wikipedia.org/wiki/Perl_(Sarre)#/media/File:Retiarius_ stabs_secutor_(color).jpg>. Acesso em: 12/08/2016. A partir da leitura da imagem e do conhecimento sobre o período em questão, pode-se afirmar corretamente que a imagem representa a) uma luta entre três gladiadores, prática popular entre membros da elite romana do século III d. C., que foi criti- cada pelos cristãos. b) a popularidade das atividades circenses entre os romanos, prática de cunho religioso que envolvia os prisioneiros de guerra. c) uma das ações da política do pão e do circo, estratégia da elite romana que usava cidadãos romanos na arena, para lutarem entre si e, assim, divertir o povo. Aula 10 13História 3A d) uma luta entre gladiadores, prática que tinha inúmeras funções naquela sociedade, como a diversão, a tentativa de controle social e a valorização da guerra. 10.07. (PUCCAMP – SP) – A escravidão, com características diferenciadas existiu na Roma Antiga, onde, a partir do século IV a.C., houve a a) repulsa dos cidadãos romanos a escravos que não fossem de cor branca ou de regiões diferentes da Europa, uma vez que outras raças eram consideradas bárbaras e não confiáveis. b) ocorrência de grandes revoltas bem sucedidas, integradas por escravos fugidos e ex-escravos, a exemplo da liderada pelo gladiador Espártaco. c) concentração de escravos nas colônias, uma vez que na capital, após a instituição do Direito Romano, passaram a vigorar restrições a essa prática. d) intensificação dos casos em que um plebeu se tornava escravo pelo não pagamento de suas dívidas e impostos, apesar deste segmento social possuir alguns direitos políticos. e) presença crescente de escravos provenientes do apri- sionamento em guerras de conquista, em virtude da expansão territorial. 10.08. (UNESP – SP) – Disponível em: <http://recursostic.educacion.es>. O mapa do Império Romano na época de Augusto (27 a.C. – 14 d.C.) demonstra a) a dificuldade das tropas romanas de avançar sobre terri- tórios da África e a concentração dos domínios imperiais no continente europeu. b) a resistência do Egito e de Cartago, que conseguiram impedir o avanço romano sobre seus territórios. c) a conformação do maior império da Antiguidade e a imposição do poder romano sobre os chineses e indianos. d) a iminência de conflitos religiosos, resultantes da tensão provocada pela conquista de Jerusalém pelos cristãos. e) a importância do mar Mediterrâneo para a expansão imperial e para a circulação entre as áreas de hegemonia romana. 10.09. (FUVEST – SP) – (…) o “arco do triunfo” é um fragmento de muro que, embora isolado da muralha, tem a forma de uma porta da cidade. (...) Os primeiros exemplos documentados são estruturas do século II a.C., mas os principais arcos de triunfo são os do Im- pério, como os arcos de Tito, de Sétimo Severo ou de Constantino, todos no foro romano, e todos de grande beleza pela elegância de suas proporções. PEREIRA, J. R. A., Introdução à arquitetura. Das origens ao século XXI. Porto Alegre: Salvaterra, 2010, p. 81. Dentre os vários aspectos da arquitetura romana, destaca‐se a monumentalidade de suas construções. A relação entre o “arco do triunfo” e a História de Roma está baseada a) no processo de formação da urbe romana e de edificação de entradas defensivas contra invasões de povos consi- derados bárbaros. b) nas celebrações religiosas das divindades romanas vincu- ladas aos ritos de fertilidade e aos seus ancestrais etruscos. c) nas celebrações das vitórias militares romanas que per- mitiram a expansão territorial, a consolidação territorial e o estabelecimento do sistema escravista. d) na edificação de monumentos comemorativos em memória das lutas dos plebeus e do alargamento da cidadania romana. e) nos registros das perseguições ao cristianismo e da des- truição de suas edificações monásticas. 10.10. (PUC – SP) – Considere os textos abaixo. “[...] Amúlio expulsa seu irmão e apodera-se do tro- no. Depois deste crime, cometeu outro: ele extermi- na todos os filhos varões do irmão e, sob o pretexto de honrar sua sobrinha Réia Sílvia, colocando-a en- tre as vestais, ele tira toda a esperança de se tornar mãe condenando-a à virgindade perpétua. Mas acre- dito que o destino estava encarregado da fundação de uma cidade tão poderosa: era a ele que cabia lan- çar os alicerces deste vasto império que iguala o dos deuses. [...]” Tito Livio – História de Roma, livro I, p.10. - Texto traduzido e adaptado de TITO LÍVIO. Historia de Roma desde su fundación. (Ab urbe condita). Disponível em: <http:// historicodigital.com/download/tito%20livio%20i.pdf>. Acesso em: 07/11/17. “Os romanos foram honrados em quase todas as na- ções: impuseram as leis da sua hegemonia a muitos povos: hoje, as letras e a história celebram-nos em quase todas as raças. Não têm motivo para queixar- -se da justiça do Deus supremo e verdadeiro: eles receberam sua recompensa...; os judeus, que tinham morto Cristo, foram justamente entregues aos ro- manos, para a glória destes. Aqueles, que pelas suas virtudes, [...] procuraram e obtiveram a glória ter- restre deviam vencer aqueles que, com seus enormes vícios, mataram e recusaram o dispensador da ver- dadeira glória e da Cidade Eterna.” Santo Agostinho – A Cidade de Deus – Livro V, cap. XVIII, p. 527. – Texto adaptado: <http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/Cidade-de-Deus-Agostinho.pdf>. Acesso em: 07/11/17. 14 Extensivo Terceirão Os textos foram escritos por cidadãos romanos, em diferentes épocas, e tratam momentos distintos da história de Roma. No entanto, eles concordam que a) a dominação militar de Roma sobre outros povos não seria duradoura. b) o poder de Roma dependeu da conquista militar e da aceitação das leis. c) a explicação para o imenso poderio romano é de ordem religiosa. d) o crime e os vícios dos fundadores de Roma foram os fundamentos do império. Aprofundamento 10.11. (FPP – PR) – Assinale a alternativa que descreve CORRETAMENTE o que foi a Pax Romana. a) Pax Romana é expressão que designa o período de forte resistência dos bárbaros ao Exército, cujas sucessivas derrotas sofridas nas fronteiras do Império levaram ao questionamento de seu poder político e à adoção da República como regime de governo. b) O termo Pax Romana refere-se ao fim das lutas entre o Imperador e o Senado e ela foi alcançada após o assassinato de Júlio César, fato que abriu espaço para o governo dos Cônsules e para uma política pacifista, não intervencionista e de crescente autonomia aos territórios até então conquistados. c) Pax Romana expressa as medidas ditatoriais adotadas por Diocleciano para subjugar os líderes das regiões conquis- tadas pelo Exército, especialmente Gália e Germânia, por meio de julgamentos sumários e execuções. d) a Pax Romana foi caracterizadapela relativa estabilidade observada durante praticamente dois séculos nos ter- ritórios conquistados por Roma, combinando ausência de grandes ameaças externas, prosperidade material e relativa autonomia das províncias conquistadas, cujo con- trole por Roma baseava-se principalmente na presença militar e na taxação. e) o uso da expressão Pax Romana tem um caráter ambíguo, pois designa um período de recrudescimento das guerras civis em torno do mando em Roma entre Senado e os Cônsules e de maior agressividade do Exército na busca por novos territórios. 10.12. (FAMERP – SP) – Durante o século IV, a velocidade da expansão do cristianismo aumentou muito, espe- cialmente nas cidades [romanas]. As antigas crenças continuaram existindo, mas o número de fiéis diminuiu muito. Os cristãos passaram a chamar os adeptos das outras religiões de pagãos e, em algumas ocasiões, se dedicaram a destruir seus templos e as estátuas dos deuses antigos. Isso não significa que as religiões tenham vivido em conflito. O cristianismo tomou diversas ideias e ca- racterísticas do paganismo para si. Os livros escritos no início do Império e na época da República eram considerados obras-primas da literatura, e mesmo os que falavam de outros deuses eram lidos e apreciados pelos cristãos. Carlos Augusto Ribeiro Machado. Roma e seu império, 2004. Adaptado. Segundo o texto, a ascensão do cristianismo na Roma Antiga a) não impediu o avanço de outras formas de religiosidade, e o paganismo, apesar de reprimido, continuou a crescer e manteve-se hegemônico. b) deu-se a partir das conquistas romanas na Palestina e revelou a correção e a supremacia religiosa da fé cristã frente às antigas religiões. c) não impediu a manifestação de outras formas de reli- giosidade e, apesar de terem ocorrido tensões, algumas antigas práticas religiosas persistiram. d) deu-se a partir das cruzadas, que levaram a fé cristã aos pagãos, judeus e muçulmanos que controlavam as terras do Oriente Próximo. e) deu-se a partir do extermínio dos grupos que professa- vam crenças antigas e da eliminação dos materiais que contivessem referências ao paganismo. 10.13. (UPF – RS) – O historiador romano Tácito escreveu sobre o tratamento dado aos cristãos em Roma: “[...] uma grande multidão foi condenada não apenas pelo crime de incêndio mas por ódio contra a raça humana. E, em suas mortes, eles foram feitos objetos de esporte, pois foram amarrados nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por cães, ou cra- vados em cruzes, ou incendiados, e, ao fim do dia, eram queimados para servirem de luz noturna.” (TÁCITO, Cornelius. Anais. Rio de Janeiro: W. M. Jackson, 1964). Sobre o tratamento dado aos cristãos pelo Estado Romano, é correto afirmar: a) A perseguição violenta desencadeada contra os seguidores do cristianismo foi praticada até a queda do Império Romano. b) A violência contra os cristãos foi decorrente da fraqueza doutrinária da sua religião, o que facilitava a aplicação da justiça por parte do Estado Romano. c) As perseguições aos cristãos foram circunstanciais, mo- tivadas pelo fanatismo de alguns governantes, pois o Estado Romano tolerava a presença de todas as religiões. d) Apenas os principais líderes cristãos foram perseguidos, pois o Estado Romano se caracterizava pela tolerância religiosa. e) As razões da violenta perseguição ao cristianismo no Império Romano têm relação com o fato de que os cristãos não aceitavam que o Imperador fosse adorado como um deus. 10.14. (FPP – PR) – Leia abaixo o trecho escrito por Tácito acerca do Império Romano. Aos que pereciam, acrescentaram-se zombarias. Al- guns, cobertos por peles de animais, foram estraçalha- dos por cães e pereceram; ou eram pregados a cruzes, e por vezes queimados, para servir de iluminação notur- na quando a luz do dia havia expirado. Nero ofereceu Aula 10 15História 3A seus jardins para o espetáculo e ofereceu jogos de cir- co, misturando-se entre o povo em trajes de condutor de carro, ou conduzindo o carro. Por isso, embora a condenação fosse contra culpados e merecedores dos piores castigos, entre o povo surgiu pena para com eles, como se não estivessem morrendo por utilidade públi- ca, mas devido à crueldade de um só indivíduo. BONI, Luis Alberto de. O estatuto jurídico das perseguições dos cristãos no Império Romano. In: Trans/Form/Ação. Vol.37, Marília, 2014. Esse texto expõe atitudes polêmicas de Nero que teriam sido direcionadas contra a) escravos, mortos em lutas de gladiadores e outros espetácu- los públicos dentro de sua nova política de pão e circo, como forma de alienar a população de seus problemas cotidianos. b) povos bárbaros, que continuavam a adorar seus deuses familiares e não aceitavam o culto ao imperador e aos deuses do panteão romano. c) estrangeiros, vistos como uma ameaça pelos romanos graças às constantes invasões e saques que proporcio- navam contra o império. d) rebeldes, cidadãos romanos que foram condenados por delitos contra os órgãos estatais e punidos exclusivamente com a violência pública como forma de expirar seus crimes. e) cristãos, perseguidos por não aceitarem a divindade do imperador e por recusarem o uso da escravidão, tão im- portante dentro do sistema econômico romano. 10.15. (FGV – SP) – A vida privada dos escravos romanos à época do Império é um espetáculo pueril que se olha com desdém. No entanto, esses homens tinham vida própria; por exemplo, participavam da religião, e não apenas da religião do lar que, afinal, era o seu: fora de casa, um escravo podia perfeitamente ser aceito como sacerdote pelos fiéis de alguma devoção coletiva; podia também se tornar padre dessa Igreja cristã que nem por um momento pensou em abolir a escravidão. Paganismo ou cristianismo, é possível que as coisas religiosas os tenham atraído muito, pois bem poucos outros setores estavam abertos para eles. Os escravos também se apaixonavam pelos espetáculos públicos do teatro, do circo e da arena, pois, nos dias de festa, tinham folga, assim como os tribunais, as crianças das escolas e... os burros de carga. (Paul Veyne, O Império Romano. Em: Paul Veyne (org.). História da vida privada v. 1: do Império Romano ao ano mil, 2009. Adaptado) A partir da discussão presente no trecho, é correto afirmar: a) a característica fundante do escravismo romano era a origem étnica, o que fazia com que a escravização dos povos conquistados e o tráfico nas fronteiras do Império proporcionassem a grande maioria da mão de obra servil, ao mesmo tempo em que a escravidão entre os próprios romanos havia caído em desuso desde a crise da República. b) os escravos na sociedade romana não eram uma coisa, mas seres humanos, na medida em que até os senhores que os tratavam desumanamente impunham-lhes o de- ver moral de ser bons escravos, de servir com dedicação e fidelidade, características necessariamente humanas; no entanto, esses seres humanos eram igualmente um bem cuja propriedade seu amo detinha. c) a escravidão caracterizava as relações de produção em Roma e os escravos, em sua inferioridade jurídica, desem- penhavam uma função produtiva, marcados por um lugar social de pobreza, privação e precariedade, estando asso- ciados às formas braçais de trabalho e à produção de bens materiais em uma sociedade altamente hierarquizada. d) a justificativa moral da escravidão sofreu uma intensa transformação ao longo dos séculos, de tal forma que a própria sociedade romana passou a questioná-la, tornando mais brandas as relações escravistas em meio à transformação do cristianismo em religião oficial do Império, o que contribuiu para o aprofundamento da crise do escravismo. e) as relações escravistas caracterizaram os tempos da Re- pública romana, muito associadas ao poder dos patrícios, pertencentes à aristocracia de grandes proprietários, mas entraram em decadência na passagem para o Império, pois os generais que centralizaramo poder reconheciam na es- cravidão um mecanismo de enfraquecimento do exército. 10.16. (UEPG – PR) – Ao falar sobre a história da escravidão, o historiador Mario Maestri Filho afirma que “o homem só pôde apropriar-se plenamente de seu semelhante e, portanto, de parte do trabalho dele, quando determinadas condições históricas estavam reunidas. Inicialmente, era necessário que o cativo produzisse, em forma sistemática, acima de suas necessidades mínimas vitais.” Infelizmente, desde a Antiguidade, é possível encontrar situações históricas que levaram a longos e desumanos processos de escravidão. A respeito da escravidão no mundo greco-romano, assinale o que for correto. 01) Em Roma, além dos estrangeiros que eram feitos escravos por meio das guerras, também havia romanos que po- diam se tornar escravos por conta das dívidas não pagas. 02) Bastante comum em Roma, foi a existência dos chama- dos escravos de luta, os gladiadores. A luta entre eles se tornou uma das principais atrações públicas romanas. 04) Na Grécia, apenas os homens serviam como escravos. Por lei, a mulher não podia ser tomada como escrava no mundo grego. Ao contrário, naquela sociedade era comum encontrar mulheres com grande destaque nos campos social e político. 08) A teoria da escravidão natural, formulada por Aristóte- les, partia do pressuposto de que existem homens que nascem para ser livres enquanto outros nascem para ser escravos. 16) Tanto na Grécia quanto em Roma, predominou a noção do escravo-mercadoria, ou seja, aquele que era pro- priedade de um senhor (ou do Estado) e estava privado de qualquer direito essencial podendo ser vendido, alu- gado ou, até mesmo, morto por seu proprietário. 16 Extensivo Terceirão 10.17. (UEM – PR) – Sobre a antiga civilização romana, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Durante a monarquia (período que vai da fundação de Roma até o século VI a.C.), a elite romana era forma- da por patrícios (grandes proprietários de terras), que constituíam a aristocracia detentora de privilégios po- líticos e religiosos. 02) Durante a República (séculos VI a.C. a I a.C.), o órgão máximo de poder era o Senado, cujas funções legis- lativas eram controlar a administração e as finanças e, inclusive, declarar guerras. 04) As Guerras Púnicas são conhecidas como conflitos béli- cos entre Roma e Grécia. 08) Otávio Augusto fez uma ampla reforma política, dimi- nuiu o poder do Senado e instituiu a centralização do poder nas mãos do imperador. 16) Constantino (imperador de Roma no período de 306-337 d.C.) foi acusado de impor uma forte violência contra os cristãos, motivo pelo qual ficou conhecido como o Anticristo. 10.18. Sobre a história romana, na Antiguidade Clássica, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01) Os escravos romanos eram, normalmente, oriundos das populações derrotadas em guerras, considerados instrumentos de trabalho e sem direito político. A es- cravidão foi adquirindo importância com a expansão territorial do período republicano. 02) Segundo a obra Eneida, do poeta Virgílio, Roma teria sido fundada pelos filhos de Eneias, príncipe troiano, que fugiu de sua cidade, destruída pelos gregos, che- gou ao Lácio e se casou com a filha de um rei latino. 04) Diferentemente dos gregos, que eram politeístas, o monoteísmo religioso dos romanos, que se originou no período monárquico, facilitou a ampla disseminação do cristianismo. Gabarito 10.01. d 10.02. c 10.03. a 10.04. b 10.05. d 10.06. d 10.07. e 10.08. e 10.09. c 10.10. c 10.11. d 10.12. c 10.13. e 10.14. e 10.15. b 10.16. 27 (01 + 02 + 08 + 16) 10.17. 11 (01 + 02 + 08) 10.18. 27 (01 + 02 + 08 + 16) 10.19. 15 (01 + 02 + 04 + 08) 08) Com o final da Monarquia, a Oligarquia Patrícia conso- lidou sua hegemonia por meio do Senado, principal órgão da República. 16) Durante as lutas civis, no século II a.C., Tibério Graco de- nunciou o empobrecimento dos pequenos camponeses, afirmando que os homens que combatiam e morriam por Roma, embora fossem chamados de senhores do mundo, não tinham “um único torrão de terra que fosse seu”. Desafio 10.19. (UEPG – PR) – Uma das principais características do Império Romano foi a sua expansão contínua pelo territó- rio europeu, chegando até a África e a Ásia. Ao longo de cinco séculos, o Império Romano ampliou seus domínios e controlou política, cultural e economicamente um grande número de povos existentes em três continentes. Sobre o tema, assinale o que for correto. 01) A vitória sobre os cartagineses nas Guerras Púnicas repre- sentou a soberania romana sobre o mar Mediterrâneo, o qual passou a ser chamado por estes de Mare Nostrum. 02) A hegemonia romana nas províncias conquistadas foi acompanhada por mecanismos de coerção, recom- pensa, cooptação e destruição das formas de resistên- cia dos povos subjugados. 04) Os bretões, conhecidos por seu espírito belicoso, se mostraram bastante hostis à presença romana em suas terras, o que dificultou o processo de conquista da Bri- tânia pelo Império Romano. 08) A troca cultural entre os romanos e os povos dominados pode ser compreendida como uma das principais conse- quências do processo de expansão do Império Romano. 16) A escravidão, adotada por Roma antes do início da expan- são do Império, foi integralmente abolida nas regiões con- quistadas. O trabalho livre foi uma das formas encontradas pelos romanos para evitar as revoltas em suas colônias. Aula 11 17História 3A História 3A Queda do império romano e a civilização bizantina Crise do século III A crise do século III é chamada de crise do escravismo, pois, com o fim das guerras de conquistas, diminuiu a quantidade e a qualidade dos escravos. A insegurança e a crise econômica aceleraram o processo de desagregação da sociedade: • caos monetário: as moedas praticamente perderam o valor; • elevação de salários e preços; • a situação das classes populares piorou enormemente; • eclosão de sublevações populares e rebeliões de escravos; • movimentos separatistas (caso da Gália, por exemplo); • disputas pelo poder: as legiões faziam e desfaziam imperadores, ocorrendo uma verdadeira anarquia militar. Queda do império Após atingir o apogeu nos dois primeiros séculos da Era Cristã, o Império Romano enfrentou um período de acentuada crise econômica, política e militar durante o século III. Dentre as principais causas da decadência romana, a partir do século III, devemos destacar principalmente a chamada crise do escravismo. O fim do expansionismo militar e, consequentemente, das conquistas territoriais romanas provocou uma grande diminuição na oferta de mão de obra escrava. Com a diminuição do número de escravos e com a queda da produção agrícola, os preços aumentaram e a situação tornou-se bastante difícil. Ou seja, a crise econômica foi marcada pelo aumento dos preços e dos impostos, acentuando a miséria da maioria da população romana. Além da crise econômica, Roma também enfrentou dificuldades administrativas com cons- tantes lutas pelo poder político e a crise militar que abalou a força do Império. O enfraquecimento do exército e a vulnerabilidade das fronteiras romanas atraíram os povos germânicos a quem os romanos chamavam de bárbaros. “Muito já se escreveu sobre a queda do Império Romano. Autores consagrados buscaram explicações para entender como o pujante Império Romano sucumbiu diante das invasões bárbaras. Para os historiadores marxistas, o declínio do Império Romano acelerou-se a partir do século III, com a crise do escravismo. Com a diminuição do número e qualidade dos escravos e com a queda vertiginosa da produção nos latifúndios, a situação tornou-se bastante difícil. Os altos impostos, o atrofiamento do comércio, a miséria das classes dominadas, a inflação, a ruralização e a regionalização da economia completavam o quadro. Edward Gib- bon, em seu clássico Declínio e queda do império romano, acreditava que a construção de Constantinopla e a divisão doImpério em Oriente e Ocidente haviam enfraquecido o Ocidente. Acreditava também que a introdução do cristianismo matou o espírito militarista dos romanos. Já para o russo Michael Rostovtzeff, a queda de Roma deveu-se a uma luta de classes, na qual o exército se viu envolvido do lado dos campone- ses. Alguns historiadores contemporâneos buscam, na crescente burocracia e na imoralidade, as causas da queda de Roma. Esse tipo de explicação não tem sustentação, pois se isso fosse verdade, Roma teria caído na época de Calígula. Tese bastante original é a defendida por Arther Ferril, em seu livro A queda do império romano: explicação militar. Para ele, o declínio e a barbarização do exército foram os fatores decisivos. Em outras palavras, o exército romano, após os imperadores ilírios, aumentou em número, mas diminuiu em qualidade, pois a maioria dos soldados era recrutado entre os bárbaros.” MOCELLIN, Renato. Para compreender a História. São Paulo: Editora do Brasil, 1997, p. 139. 18 Extensivo Terceirão Legado cultural Direito O Direito Romano foi sendo formulado nos últimos séculos da República, tendo culminado em tempos do Império. Após a Lei das XII Tábuas, essa legislação foi modificada por novos fatos e princípios que provinham de diversas fontes: modificações dos costumes, decisões dos pretores (juízes) de Roma, opiniões dos juristas e, sobretudo, edito dos pretores. Desde o século IV a.C., os pretores encarregavam-se de administrar a justiça. Ao tomar posse do cargo, o pretor costumava promulgar um edito, no qual indicava as normas e princípios que orientariam sua gestão como juiz. Tais editos só regiam por um ano, pois o novo pretor poderia aceitá-lo ou não. Na prática, porém, os pretores man- tinham os editos dos seus predecessores, fazendo, apenas de vez em quando, modificações ou acréscimos, julgados imprescindíveis. O pretor urbano era o juiz da cidade, que julgava os casos dos cidadãos romanos; a estes aplicava-se o Ius civile. No século III a.C., criou-se o cargo de pretor peregrino, que julgava questões envolvendo pessoas estrangeiras; aqui, vigorava o Direito das Gentes (Ius gentium). O Direito Romano dividia-se em três partes: 1. Ius Civile (Direito Civil) – era a lei de Roma e de seus cidadãos, incluindo os costumes e as leis escritas. 2. Ius Gentium (Direito dos Povos) – era a lei comum a todos os homens, sem levar em consideração a sua naciona- lidade; essa legislação autorizava a escravidão, a propriedade privada, os contratos e as transações de compra e venda. 3. Ius Naturale (Direito Natural) – segundo esse direito, todos os homens têm, por natureza, certos direitos que os governos não têm autoridade para negar. Após a invasão de Roma pelos bárbaros, foram conservadas as principais leis romanas, muitas transmitidas pela tradição. No século VI, o imperador de Constantinopla mandou codificar o Direito Romano. Os juristas de Justiniano organizaram o Corpo de Direito Civil (Corpus Iuris Civilis) cuja influência na legislação dos países ocidentais dura até hoje. É o famoso Código de Justiniano. Religião Antes da popularização do cristianismo em Roma, os romanos cultuavam diversos deuses (politeísmo). A reli- gião romana abrangia o culto familiar e o culto público. A família romana cultuava seus antepassados e os deuses protetores da família eram chamados Lares. Todos os bens da família e todos os alimentos estavam sob a guarda de deuses especiais, os Penates. Esses deuses eram cultuados pela pater, perto da lareira, onde o fogo sagrado da família permanecia sempre aceso. Nos túmulos dos mortos eram colocados alimentos para agradar os deuses e atrair sua proteção. Os romanos eram politeístas, acreditando numa multidão de deuses. Os deuses romanos são emprestados dos gregos, sendo o principal Júpiter, senhor dos deuses. Havia muitas divindades: Juno, deusa da família; Marte, deus da guerra; Vênus, deusa da beleza; Baco, deus do vinho; Minerva, deusa da sabedoria; Vesta, deusa do Estado, etc. Arquitetura Inicialmente, foi marcada pela influência etrusca, com linhas curvas, arco redondo, cúpula, abóbada, cloaca máxima (esgoto). Mais tarde, apesar de manter os seus traços originais, recebeu grande influência gre- ga, o que caracterizou o seu estilo nas suas obras mais significativas. Suas principais construções foram: pontes, aquedutos, estradas, muralhas, termas, teatros, anfitea- tros, circos, Arco do Triunfo de Tito, Coluna de Trajano. A basílica romana inspirou a arquitetura das futuras igrejas cristãs. Literatura A literatura latina, segundo os especialistas, apresen- ta três características: origem helênica, cunho romano e alcance universal. Devido à impossibilidade de um estudo mais aprofundado, mencionaremos apenas alguns nomes mais significativos, seguidos de algumas informações sobre suas obras. Virgílio com “Eneida” (sobre as origens de Roma), Ovídio com a “Arte de Amar” e Horácio com “Odes” destacaram-se sobremaneira. Na Oratória, o destaque foi Cícero. Na História: Suetônio e Tácito. Aula 11 19História 3A A divisão do império romano No ano de 330, o imperador Constantino fundou, no lugar de uma antiga colônia grega (Bizâncio), a cidade de Constantinopla (hoje Istambul). A localização era privilegiada. Construída numa encruzilhada de importantes rotas marítimas (entre o mar Negro e o mar Mediterrâneo) e vias terrestres, Constantinopla estava fadada a se tornar, ao mesmo tempo, potência marítima e continental. Cercada de água e protegida por suas altas muralhas, Constantinopla resistiu às invasões bárbaras do século V. Na verdade, o Império do Oriente, criado por Teodósio em 395, só caiu em 1453, conquistado pelos turcos. Durante o século V, os governantes do Império Romano do Oriente lutaram contra povos “bárbaros”. Graças à solidez de suas muralhas, à força militar e a uma diplomacia sofisticada, não tiveram o mesmo fim da parte ocidental que sucumbira diante das invasões germânicas. Em 527 tornou-se imperador o culto e ambicioso Justiniano, que teve como esposa a imperatriz Teodora. Ela o ajudou a sufocar a Revolta de Niké, que Justiniano teve que enfrentar logo no início do seu reinado. Aos gritos de “nika”, que significa vitória, os rebeldes tentavam destituir o imperador. Por meio desse movimento de rebelião, boa parte da população manifestou seu descontentamento contra a excessiva cobrança de impostos realizada pelo Estado e contra o despotismo de Justiniano. Inicialmente os rebeldes alcançaram êxito, derrotaram a guarda real e dominaram quase toda a cidade, proclamando um novo imperador. Justiniano pensou em fugir, mas, demovido por Teodora, persistiu e esmagou a revolta. A Revolta de Nika foi violentamente reprimida pelo exército e mais de 30 mil pessoas foram mortas em combate. Embora inicialmente o poder do imperador fosse seriamente ameaçado pela eclosão da revolta, após a eficaz re- pressão imposta aos rebeldes, Justiniano reafirmou ainda mais sua condição de imperador absoluto e comandou a teocracia bizantina até o ano de 565. Outra grande marca do reinado de Justiniano foi a ousada tentativa militar de reconstruir os domínios territo- riais do Império Romano. Ou seja, reconquistando antigos territórios romanos invadidos pelos povos bárbaros, seu maior objetivo era unir o Oriente com o Ocidente. Seu programa político pode ser sintetizado numa breve fórmula: Fonte: ATLAS Histórico escolar. Rio de Janeiro: Fenome, 1983. Adaptação. M ar ilu d e So uz a A divisão do Império Romano 20 Extensivo Terceirão Justiniano também se destacou como construtor: fortificações em torno de todas as fronteiras, estradas, pontes, templos (Igreja de Santa Sofia) e edifícios públicos foram algumas de suas obras. O autoritarismo e os altos impostos fizeram com que a população respirasse aliviada com a notícia do falecimento do imperador. Após a morte de Justinia- no, as dificuldades aumentaram e invasores árabes e búlgaros passaram a cobiçar as fronteiras do Império.
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