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Freud e Reich A Sexualidade Humana em Debate

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA- UNISUL 
Disciplina: Sexualidade e Orientação Sexual: Cultura e Transformação Social 
Professora: 
Acadêmica: 
Data: 04/06/2019 
 
Freud e Reich: A Sexualidade Humana em Debate 
 
O resumo a seguir aborda, segundo os autores Freud e Reich, os assuntos voltados 
à sexualidade, suas fases, repressões causadas pela sociedade e as consequências 
que acontecem em virtude daquilo que é proibido culturalmente. 
Freud busca entender o comportamento sexual adulto, que para tal utiliza- se de 
dois movimentos: a vivência do prazer infantil e o movimento da linguagem (seu 
objeto de estudo, por incrível que pareça, não foram crianças, mas sim, adultos com 
sintomas neuróticos que revelavam atitudes infantis). 
Dentre as concepções criadas por Freud temos o conceito de perversa polimorfa, 
que de acordo com o texto de Cruz, Tânia Mara “[...] significa dizer que ela pode 
sem barreiras (isso é a perversão) experimentar várias formas para realizar o seu 
prazer, em qualquer parte de seu corpo e com diferentes meios (polimorfismo).” 
Já as pulsões sexuais estão ligadas à construção da sexualidade humana, 
podendo ser realizada como recalcamento (guardar internamente; ponto de 
referencia para o sujeito, aquilo imposto, pela sociedade, como proibido) ou como 
sublimação (expressar externamente, porem não é visível sexualmente; quando o 
sujeito satisfaz seus desejos sexuais). 
Em seus estudos, quando trata- se do funcionamento da psique, Freud trás três 
instâncias: 
 ID- que seria a libido (energia que mobiliza à busca do prazer), buscando o 
prazer através da redução da tensão, exemplo disso é a fase oral, manifesta, 
mais ou menos, no oitavo mês da criança, associado ao processo de 
alimentação. 
 EGO, é a razão, o equilíbrio entre o Id e o Super-ego, está ligado ao controle 
do esfíncteres (estimulação e produção de fezes), acontece entre o primeiro 
e o terceiro ano de vida da criança. 
 SUPER-EGO, são as limitações impostas pela sociedade, o autocontrole das 
atitudes/comportamentos aceitos socialmente. Neste momento acontece a 
descoberta dos órgãos sexuais, surgindo o desejo por um dos genitores, e 
entrando em conflito com o outro, também chamada de fase edípica. Quando 
esse desejo é interrompido, Freud chama de “resolução bem sucedida”, 
neste momento a criança troca o desejo pelo cuidado e afetividade sem sexo. 
Depois disso pode acontecer o desejo para um terceiro sujeito, e quando isso 
também lhe é proibido, acontece o “recalcamento” (ação de internalizar seus 
desejos) da sexualidade infantil, aceitando as barreiras propostas 
culturalmente pela sociedade. 
De acordo com Freud, quando a primeira instância (Ego) é pressionada pela 
segunda (Super-ego), acontece o que chamamos de ansiedade (aflição, agonia, 
impaciência, mal-estar físico e psíquico). Segundo ele, passadas as três fases (oral, 
anal e fálica) haveria um período chamado “latência”, quando voltaria na fase genital 
na adolescência. 
Segundo o autor, a psique é construída na infância baseada nos conceitos culturais, 
como o recalcamento, que quando o desejo é redirecionado à outras vivências, a 
criança terá maiores chances de alcançar o sucesso futuro (trabalho, cultura, 
estudos). 
Com relação ao gênero, ele defende que o ser humano é um ser de desejo. 
Indiferente para quem se direciona o seu desejo, pois esse pode ser múltiplo, 
independente do que a sociedade impõe, como o sexo oposto. Porém, em contra 
partida, atribuía como “invertido” a pessoa que se relacionava com outra do mesmo 
sexo, e que isso invertia o direcionamento “normal” da sexualidade, no caso, a 
heterossexualidade (esta teria seu conceito definido se o complexo de Édipo fosse 
resolvido). 
Sobre Reich, ele utiliza-se do conceito sobre pulsão sexual de Freud para estudar o 
bloqueio do prazer, chegando à educação como prevenção das neuroses. 
Segundo ele, este bloqueio é consequência da cultura, “isso pode, isso não pode”; e 
quando a criança cresce no meio dessa sociedade limitadora que impõe barreiras 
às suas manifestações sexuais, ela absorve essas regras, produz a neurose que 
futuramente impedirá a realização do orgasmo e quando adulta reproduzirá tais 
vivencias com seus filhos. 
Para romper com o bloqueio Reich propõe um exercício de respiração e 
desbloqueio muscular, aliviando as tensões respiratórias e produzindo um bem-
estar geral, o qual chama de psicoterapia corporal. 
A diferença entre os autores é que Freud defendia a repressão cultural da 
sexualidade como necessária e normal, pois produzia a cultura, tendo a família 
nuclear como modelo universal, embora admitisse que tal ação produzisse a 
neurose. 
Para Reich, a liberdade sexual se faz necessária, pois significa o equilíbrio e o 
desenvolvimento de cultura, e ainda defendia a importância de haver uma educação 
voltada à sexualidade, criticando àquelas relações que produziam neuroses e 
violências; no caso, a família nuclear burguesa, pois dela decorriam os exemplos 
onde se separa amor e sexo, amor e propriedade, etc. 
Analisando os autores, podemos observar que Freud apoia a repressão da 
liberdade sexual, mesmo sabendo que desta deocorre a neurose, defendendo ser 
produtora da cultura. Diante deste quadro, podemos dizer que Freud também foi um 
adulto neurótico? Pois mesmo sabendo das consequências defendia a repressão, 
ou seja, REICH, 1990, p. 172 apud CRUZ, Tânia Mara, 2014, p. 44 
Os pais reprimem a sexualidade das crianças pequenas e dos 
adolescentes, sem saber que o fazem obedecendo às injunções 
de uma sociedade mecanizada e autoritária. Com sua expressão 
natural bloqueada pelo ascetismo forçado, e em parte pela 
falta de uma atividade fecunda, as crianças desenvolvem pelos 
pais uma fixação pegajosa, marcada pelo desamparo e por 
sentimentos de culpa. Isso, por sua vez, impede que se libertem 
da situação de infância, com todas as suas inibições e angústias 
sexuais concomitantes. As crianças educadas assim tornam-se 
adultos com neuroses de caráter, e depois transmitem suas 
neuroses a seus próprios filhos. Assim de geração em geração. 
Dessa forma é que se perpetua a tradição conservadora 
que teme a vida. Como, apesar disso, podem as pessoas se 
tornar — e permanecer — sãs?

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