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Anatomia do fígado O fígado normal situa-se profundamente às costelas VII a XI no lado direito e cruza a linha mediana em direção à papila mamária esquerda. O fígado ocupa a maior parte do hipocôndrio direito e do epigástrio superior e estende-se até o hipocôndrio esquerdo. a posição do fígado é dependente da respiração, devido à sua fixação ao diafragma. Projeções: margem superior do lobo direito – m. diafragma sobre o quarto espaço intercostal. Lobo esquerdo a frente do estomago e sobre a quinta costela Topografia do fígado: O fígado apresenta relações anatômicas diretas com os seguintes órgãos: • Lobo hepático direito: rim, glândula suprarrenal, duodeno, intestino grosso • Lobo hepático esquerdo: esôfago, estômago Estrutura anatômica (o fígado é divido em lobos) • Lobo direito e esquerdo • Lobo quadrado (inferior) • Lobo caudado (inferior) • Face diafragmática • Área nua • Face visceral (inferior) OBS: o fígado não é recoberto pelo peritônio na área nua, porta do fígado, fossa da vesícula biliar e sulco da veia cava inferior O fígado apresenta duas faces: uma facie convexa (ou diafragmática) e uma facie plana (visceral) Recessos do fígado Os recessos subfrênicos são extensões superiores da cavidade peritoneal – entre o diafragma e as faces anterior e superior da face diafragmática do fígado. Os recessos subfrênicos são separados em recessos direito e esquerdo pelo ligamento falciforme. É um espaço virtual preenchidos por uma fina membrana de líquido que impede o colabamento dessas estruturas Ligamentos do fígado Por meio de uma série de duplicações peritoneais – ligamentos, o fígado está ligado superiormente ao diafragma, na região da área nua; anteriormente à parede abdominal e inferiormente aos órgãos adjacentes Em direção cranial, o ligamento venoso continua o trajeto do ligamento redondo do fígado. A veia cava inferior se posiciona na parte superior (sulco da veia cava), e a vesícula biliar na parte inferior, na fossa da vesícula biliar O ligamento falciforme do fígado se continua cranialmente no ligamento coronário. Este ligamento envolve a área nua e se continua, de cada lado, com um ligamento triangular direito e um ligamento triangular esquerdo. O ligamento triangular esquerdo estabiliza o lobo hepático esquerdo quando a metade direita (funcional) do fígado deve ser removida, impedindo, assim, uma rotação do lobo com distúrbios do fluxo venoso O ligamento triangular esquerdo vai formar o apêndice hepático esquerdo e ele é importante por estabilizar o lobo hepático esquerdo, impedindo a torção, isquemia e consequente necrose Irrigação do fígado O fígado possui irrigação dupla (vasos aferentes) uma venosa dominante e uma arterial menor. A veia porta traz 75 a 80% do sangue para o fígado. O sangue porta contém aproximadamente 40% mais oxigênio do que o sangue que retorna ao coração pela circulação sistêmica. Após a origem da a. gástrica direita, a a. hepática própria se estende no ligamento hepatoduodenal, juntamente com a veia porta do fígado e o ducto colédoco, em direção à porta do fígado Drenagem do fígado A veia porta do fígado conduz o sangue rico em nutrientes, oriundo dos órgãos abdominais não pares (estômago, intestinos, pâncreas, baço) para o fígado, para que o sangue possa ser metabolizado. A veia porta do fígado possui cerca de 7 cm de comprimento e recebe 3 troncos principais (veia mesentérica superior, veia esplênica e veia mesentérica inferior) Anastomoses portossistêmicas (4 sistemas) Essas anastomoses proporcionam uma circulação colateral em casos de obstrução no fígado ou da veia porta. A primeira anastomose é da veia gástrica direita e da veia gástrica esquerda, com as veias esofágicas e das veias esofágicas confluem para a veia áziga e depois se juntam à veia cava inferior. Isso pode levar à dilatação das veias da submucosa do estômago (varizes esofágicas) Uma outra anastomose importante ocorre entre as veias retais inferior e média, drenando para a veia cava inferior (sistêmica) e para a veia retal superior, continuando como a veia mesentérica inferior (portal). As veias submucosas envolvidas normalmente apresentam-se dilatadas (varicosas – podem acabar se desfazendo com o tempo), mesmo em recém-nascidos. Quando a túnica mucosa que as contém sofre prolapso, elas formam hemorroidas. As veias periumbilicais (portais) que se anastomosam com pequenas veias epigástricas da parede anterior do abdome (sistêmicas) podem produzir a cabeça de medusa. Essa anastomose é um fenômeno raro para garantir que ocorra a circulação mesmo em condições de aumento de pressões da veia porta. As anastomoses retroperitoneais fazem a comunização da veia mesentérica inferior para a veia testicular/ovárica, com conexão à veia cava inferior. As mais importantes, sob o ponto de vista clínico, são as conexões com as veias esofágicas, já que o sangramento de varizes esofágicas rompidas é fatal e é a principal causa de morte na cirrose hepática. As conexões com a parede anterior do tronco, no entanto, são apenas de relevância diagnóstica (é mais visual). Embora a “cabeça de medusa” ocorra apenas raramente, a imagem é tão característica que uma cirrose hepática não pode ser ignorada. Segmentos do fígado O fígado pode ser subdividido em oito segmentos funcionais. Neste caso, as três veias hepáticas, de trajeto aproximadamente vertical, dividem o fígado em quatro áreas adjacentes umas às outras, com o tecido conjuntivo circunjacente. Então uma área vai ser vascularmente independente uma da outra e por isso cada segmento desse pode ser removido com segurança, não comprometendo o funcionamento dos demais. • A divisão lateral esquerda (II e III) ao lobo esquerdo anatômico • A divisão medial esquerda está localizada entre o ligamento falciforme e a vesícula biliar (IVa e IVb) • As divisões medial direita e lateral direita são separadas pela veia hepática direita. Essa separação não pode ser identificada na superfície externa por quaisquer pontos de referência anatômicos Essas quatro divisões verticais são subdivididas pelos ramos vasculares e ductos da tríade portal do fígado (veia porta do fígado, artéria hepática própria e ducto hepático comum), em oito segmentos hepáticos Sob o ponto de vista funcional, é importante que os segmentos I-IV sejam supridos pelos ramos esquerdos da tríade portal, enquanto os segmentos V-VIII são dependentes dos ramos direitos da tríade portal. Somente o segmento I é suprido regularmente por ramos de ambos os lados. Desse modo, os limites entre as partes direita e esquerda do fígado, sob o ponto de vista funcional, situam- se no plano sagital entre a veia cava inferior e a vesícula biliar (“plano cava-vesícula biliar”) e não no nível do ligamento falciforme do fígado Sob o ponto de vista clínico, os segmentos do fígado são de grande significado na cirurgia abdominal, uma vez que eles permitem – desde que os limites dos segmentos sejam respeitados – uma ressecção menos hemorrágica de componentes individuais do fígado. Vesícula biliar A vesícula biliar (7 a 10 cm de comprimento) situa-se na fossa da vesícula biliar na face visceral do fígado. Essa fossa rasa está situada na junção das partes direita e esquerda do fígado. A vesícula biliar piriforme consegue armazenar até 50ml de bile. O peritônio circunda completamente o fundo da vesícula biliar e uno seu corpo e colo ao fígado. O fundo se projeta a partir da margem inferior do fígado. O corpo toca a face visceral do fígado, o colo transverso e a parte superior do duodeno. O colo é a parte voltada a porta do fígado; normalmente faz uma curva em forma de S e se une ao ducto cístico
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