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Atividade avaliativa - códigos de ética 1

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Atividade avaliativa – Ética Profissional I 
Assunto: Códigos de ética do Serviço Social 
Aluno(a): Letícia Ferreira de Almeida 
 
Questão 1. Faça uma relação entre os Códigos de Ética do Serviço Social (1947, 
1965, 1975, 1986) identificando as questões éticas que eles suscitam e, quais as 
suas implicações para o trabalho do assistente social. 
A ética foi definida várias vezes ao longo da história e tem importância nas 
relações sociais por sua essência como a ponderação do comportamento humano na 
sociedade. A ética que se aplica a determinado grupo profissional é chamada de 
deontologia, e concentra os princípios e valores a serem utilizados pela categoria, 
juntados em seu código de ética. 
O código de ética de 1947, em sua visão moral é a ética de "gerar a bondade e 
impedir a maldade". Suas ações estão intrinsecamente relacionadas à lei divina e 
consistem apenas nos seguintes deveres: cumprimento dos compromissos 
assumidos, estrito sigilo e honestidade. 
O primeiro documento a requerer o reconhecimento da profissão e sua 
identidade por meio da formação ética foi o Código de Ética de 1947. Afirma que o 
trabalho social não cobre apenas fatores materiais, nem se limita ao término do mal 
físico, nem envolve comércio e transações monetárias, mas sim os desajustados. 
O código encarna a estreita relação entre a Secretaria de Assistência Social e a 
Igreja Católica e alinha as práticas morais dos “beneficiários”, como eram chamados 
na época. É ressaltado neste Código que os assistentes sociais e beneficiários atuam 
pelo respeito à dignidade humana e que os agentes sociais devem pautar suas ações 
de acordo com as leis sagradas e juramentos para garantir o bem comum, dedicando-
se à atividade e não os interrompendo sem motivo válido. 
A segunda edição do Código de Ética, reeditado em 1965, baseou-se no 
positivismo devido à ampliação da atribuição de assistentes sociais após a aprovação 
da Lei de Regulamentação Ocupacional nº 3.252 de 1950, que incluiu o trabalho social 
como autônomo profissão, bem como o surgimento do serviço social. A mudança 
social traz novas formas de atuação profissional, como ditaduras, ideais liberais 
aplicados por meio de políticas de desenvolvimento comunitário durante a 
industrialização e a consolidação do capitalismo brasileiro. 
Nesse caso, o Serviço Social foi utilizado como instrumento do Estado, vinculado 
ao movimento internacional, tendo interesses na expansão do modo de produção 
capitalista e sua ideologia, como complemento do Serviço Social, implementando uma 
espécie de educação social, motivando a participação de todos nas atividades 
propostas pelo Estado, com o discurso de conquistar melhores condições de vida e 
cooperar com o desenvolvimento do país. 
Sendo assim, este Código mantém o respeito à dignidade humana, acrescentando 
que os indivíduos são seres inerentemente livres e inteligentes e, portanto, capazes 
de autodeterminação. Reconheceu pela primeira vez que a família é um importante 
grupo natural para o desenvolvimento pessoal e a base da sociedade. 
O código de 1975 também se baseia no pressuposto positivista de que um 
renascimento do conservadorismo complementa os ideais liberais da CE antecessora, 
utilizando assistentes sociais como ferramenta de apoio na implementação de 
políticas de desenvolvimento. 
A atuação profissional “aparentemente” tem uma postura moral neutra, que é 
facilmente refutada pela reação das ditaduras inseridas entre as CE em 1975. 
O chamado bem comum valorizado pelo Estado está expresso no Código de 
Ética como: “o conjunto de condições materiais e morais específicas sob as quais todo 
cidadão poderá viver humana e livremente”, porém os valores de liberdade e a justiça 
da liberdade também são refutadas pelos ditadores. Apesar desse período, é um 
momento de retomada da mobilização popular enfraquecida pela pressão política. 
Como resultado, a indústria entrou em um período de reconceituação, que Iamamoto 
(2013) definiu como “uma expressão da luta por legitimidade e identidade 
profissional”; dessa forma, a Secretaria de Assistência Social começou a andar rumo 
a construção de um novo modelo ético e postura política, propondo a ruptura com o 
neutro e o conservadorismo. 
Essa reformulação é fruto do trabalho coletivo das entidades representativas do 
Serviço Social e traz maturidade à profissão, vinculando sua engenharia ético-política 
à engenharia de transformação social, e aderindo a uma nova fundamentação teórica, 
a saber, o marxismo. 
A prática profissional pautada por esse código se divide em duas formas: 
princípios e diretrizes, que orientam sobre direitos, obrigações e proibições, conforme 
o próprio código (CFAS, 1986, p. 8), enfatizando "claro exercício profissional na luta 
da classe trabalhadora". Assim, este Código representa uma mudança significativa 
para os profissionais, refletindo categorias que foram reformuladas diante das 
mudanças históricas da sociedade. 
Por meio da Constituição Cidadã (1988), as conquistas dessa categoria perante 
os usuários foram potencializadas, ampliadas e consolidadas. É nesse contexto que 
o Brasil estabelecerá constitucionalmente seu sistema previdenciário em 1988, 
“contrário” à transformação que está ocorrendo na ordem econômica internacional 
globalizada. 
No entanto, as conquistas do progresso social e do trabalho social foram 
ameaçadas pelo neoliberalismo que chegou ao Brasil no início da década de 1990, 
trazendo consigo propostas para o país retroceder na ausência de políticas públicas 
e direitos sociais. 
Em suma resumo, observamos que o primeiro CE de 1947 estava 
essencialmente relacionado com a lei sagrada do neotomismo. A segunda em 1965 
foi baseada nos direitos humanos e no bem comum, por meio de conceitos 
positivistas. A terceira, em 1975, também era positivista, mas diretamente preocupada 
com a interferência estatal em sua regulação. A quarta reformulação do Código de 
Ética em 1986 rompeu com posições de conservadorismo e do neutro, e alinhou-se 
com a classe trabalhadora e apresentou-se mais como uma carta política do que a 
própria CE. 
Durante os 46 anos de história, desde a promulgação do primeiro Código de 
Ética até sua reedição em 1986, a sociedade passou por diversas mudanças 
materiais, pessoais e subjetivas. Também vemos a moral, os costumes, as leis, as 
formas de governo, a sociedade, tudo muda ao longo da história, e temos a 
oportunidade de observar através da CE que a Secretaria de Assistência Social 
acompanhou essas mudanças, as quais ajudaram no avanço do trabalho social. 
Referências Bibliográficas 
Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais. Associação Brasileira de 
Assistentes Sociais - ABAS. São Paulo: 1947. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1988. 
Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm> 
Acesso em: 02/03/2022. 
IAMAMOTO, Marilda Vilela e CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social 
no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 38. Ed. São Paulo: 
Cortez, 2013. 
Código de Ética Profissional do Assistente Social Conselho Federal de Assistentes 
Sociais – CFAS. Rio de Janeiro: 1986.

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