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Atendimento de Broncoespasmo no Pronto Socorro Habilidades médicas VIII- Thaynara Silva 2021/2 Definição: Hiperreatividade aguda das vias aéreas com obstrução ao fluxo aéreo. Insuficiência respiratória: Situação em que há prejuízo na ventilação e nas trocas gasosas; Tipo I: PaO2< 60mmHg e PaCO2 <50mmHg (quadros agudos, hipoxemia) Tipo I: PaO2< 60mmHg e PaCO2 >50mmHg (hipercapnia) Quadro clínico do broncoespasmo: Dispneia Tosse Sibilância Taquidispneia Hipoxemia Queda da função pulmonar MANEJO DAS EXACERBAÇÕES AGUDAS DE ASMA O diagnóstico de Asma no Pronto-socorro é CLÍNICO! - Coletar história rapidamente - Exame físico direcionado (FR, FC, TºC, SpO2, estado geral, nível de consciência, hidratação, palidez, cianose, esforço respiratório, ausculta cardíaca e pulmonar) Classificar a gravidade da crise aguda de asma Tratamento imediato Investigar as causas da exacerbação - Exposição à ag. Infeccioso (ptte vírus) - Poluição - Mudança climática - Exercício físico - Odores fortes - Aeroalérgenos Fatores que aumentam o risco de morte na Asma: -IOT e VM prévia - Descompensação no ultimo ano - Uso de corticoide oral recente - Usar mais de um frasco de SABA no mês - Não aderência ao tto - Doenças psiquiátricas - Questões sociais - Comorbidades: PNM, DM, arritmias. Relembrando o diagnóstico de asma espirométrico: Variação de VEF1 pré e pós BD 12% e 200mL VEF1 <60% Relação FEV1/FVC abaixo do limite de normalidade RECURSO DIAGNÓSTICO CRITÉRIOS PARA FAZER DIAGNÓSTICO DE ASMA - Documentar variação na função pulmonar E limitação do fluxo aéreo Quanto maior variação mais confiável o diagnóstico VEF1/CVF reduzido - Reversibilidade com broncodilador Aumento de VEF1 > 12% E >200ml - Variação PFE 2x/dia mais de 2 semanas Variabilidade média diurna >10% - Aumento da função pulmonar depois de 4 semanas de CI Aumento de VEF1> 12% E >200ml - Mudança com exercício Queda VEF1> 10% E 200ml - Teste broncoprovocativo positivo Queda VEF1> 20% com metacolina - Variação da função pulmonar entre as consultas Variação VEF1>12% E 200ml Classificação da gravidade da crise aguda de Asma LEVE MODERADA GRAVE IMINÊNCIA DE PCR Dispneia Com atividade física Ao falar Ao repouso Ao repouso Capacidade de falar Sentenças Frases Palavras Incapaz Posição corpórea Capaz de deitar Preferência por ficar sentado Incapaz de deitar Incapaz de deitar FR (irpm) Aumentada Aumentada >30 >30 Musculatura acessória Uso incomum Uso comum Uso da mm acessória Respiração paradoxal Ausculta Sibilos expiratórios moderados Sibilos expiratórios difusos Sibilos difusos ins e expiratórios Tórax silencioso FC (bpm) >100 100-120 >120 Bradicardia relativa Pulso paradoxal (mmHg) <10 10-25 >25 Ausente Estado mental Agitado ou normal Agitado Agitado Confuso ou sonolento VEF1- predito para idade sexo e altura >80% 50-80% <50% ou resposta à terapia <2h <50% SatO2 (%) >95% 90-95% <90% <90% PaO2 (mmHg) Normal >60 <60 <60 PaCO2 (mmHg) <42 <42 ≥42 ≥42 Pulso paradoxal na crise de asma= queda superior a 10mmHg na PAS durante a inspiração Exames complementares em contexto de emergência (guiados pela hipótese) Raio-X de tórax Não precisa pedir de rotina na emergência Raramente muda tto Solicitar em suspeita de PNM, pneumotórax e Derrame pleural Saturação arterial de O2 Verificar em TODOS pctes O2 suplementar se <90% Gasometria arterial Colher em pcte com hipoventilação, desconforto respiratório importante, VEF1 ou PFE <30% do predito. Colher antes de ofertar Oxigenioterapia ao pcte PaCO2 ≥45mmHg é indicação de internação em UTI (insuficiência respiratória) Alcalose respiratória (distúrbio mais comumente observado) Hemograma Eletrólitos (hipercalemia?) ECG (não é de rotina, mas é útil para pctes com doença cardíaca, DPOC e >50 anos) Prova de Função Pulmonar ou aferição do pico de fluxo expiratório- peak flow (recomendação grau A- Notável benefício na crise aguda de asma na emergência) Determina o VEF1 ou PFE no pronto-socorro, pois classifica melhor a gravidade da doença. Diagnósticos diferenciais da crise asmática: DPOC exacerbada ICC descompensada TEP Bronquiolite Pneumonite de hipersensibilidade aguda Disfunção de pregas vocais Aspiração de corpo estranho (sibilo localizado) Obstrução de Via aérea superior Doenças cardíacas Tratamento da exacerbação de Asma Objetivo: rápido alívio da obstrução ao fluxo aéreo e hipoxemia e prevenção de recaídas Beta-2 agonistas (SABA: broncodilatador de curta ação) - Terapêutica imediata mais importante/1ºlinha no manejo de broncoespasmo no pronto-socorro - Prescrever assim q o pcte chega a emergência - Preferência pela inalatória (via sistêmica tem mais efeitos adversos) - Via sistêmica (SC ou IM) em asma grave refratária aos fármacos inalatórios - Adm intermitente (preferencial) ou nebulização contínua Inalações a cada 15 ou 20 minutos (3 inalações na 1º hora de chegada ao pronto-socorro) Após isso, deixar a frequência de novas inalações de acordo com o pcte. - Salbutamol 2,5 a 5mg (10 a 20 gts) em nebulização com 3 a 5 mL de SF PREFERENCIAL - Fenoterol (Berotec®) 10 a 20 mL diluídas em 3 a 5 mL de SF Anticolinérgicos de curta ação (SAMA) Brometro de Ipratrópio (Atrovent®) 5mg (40 gotas) add ao Beta-2-agonista - Início de efeito tardio (90 min após inalação) - Usar em caso de falha à primeira oferta de beta-2-agonista ou em crises muito graves Corticoide inalatório em altas doses (2x a dose habitual) na primeira hora Beta-2 agonista mais disponível no Brasil, embora tenha mais efeitos adversos. Nebulizador Nebulímetro (prender respiração por 10 segundos) Pode usar a medicação de uso contínuo. Corticoide sistêmico - Prednisona 1 a 2mg/Kg/d (40 a 60 mg) VO por 5 a 10 dias - Hidrocortisona IV 200 a 300 mg (dose de ataque IV) - Metilprednisolona 40 a 60 mg (ou IV só converter a dose) - Prednisolona 50 mg - Início de ação tardio (6-8h após uso) Sulfato de Magnésio - Uso restrito aos casos refratários ao tto inicial - Diminui a taxa de internação hospitalar em pctes grave - 2g diluídos em 50 mL de SF - Efeito adverso: rubor cutâneo e náuseas Adrenalina em caso de Anafilaxia O2 Suplementar (cateter nasal 1L. Na menor quantidade possível) -Ofertar sempre que SatO2< 88% -Objetivo: manter SpO2 entre 93-95% IOT e VM -Pcte com crise aguda de asma com alteração do nível de consciência, bradicardia e iminência de PCR -Pcte asmático que já precisou de Ventilação Mecânica aumenta 19x a chance de precisar novamente - Medicação de escolha= Cetamina (pelo efeito broncodilatador) - Cuidado com Benzodiazepínico! Pode levar a apneia - Intubar rápido (evitar q evolua para PCR) - Tubo endotraqueal mais largo possível (8 a 9mm)-> para diminuir a resistência das vias aéreas -Ajustar os parâmetros: FR baixa (para aumentar o tempo expiratório e impedir hiperinsuflação dinâmica) PEEP (pressão positiva ao final da expiração) mais baixa possível no início - Avaliar desintubação precoce (dentro de 24h) Avaliação após a 1º hora e conduta M. liso relaxa quando há hipermagnesemia Padrão de resposta após tto inicial e conduta sugerida Indicações de transferência do pcte com exacerbação de Asma para UTI PCR com necessidade de Ventilação Mecânica Níveis elevados de lactato sérico Hipercapnia, acidose (pH<7,30) ou hipoxemia Hipotensão arterial Arritmias cardíacas graves Presença de sinais e sintomas de gravidade: sonolência, confusão mental, exaustão, cianose... Necessidade de monitorização acurada DPOC exacerbada - Conceito exacerbação: Limitação do fluxo aéreo, não totalmente reversível. Conceito: Piora aguda dos sintomas(dispneia, tosse, expectoração purulenta) respiratórios além da variação circadiana esperada e que requer mudança aguda no esquema terapêutico. Diag é clínico - Identificar a causa de exacerbação - Definir local de tto - Indicações de admissão hospitalar e internação na UTI Fazer essas 3 perguntas ( 3 critérios cardinais do GOLD) 1- Teve piora da falta de ar? (piora da dispneia basal) 2- Mudou o cheiro do catarro? (escarro que se torna purulento) 3- Aumentou a quantidade de expectoração? (aumento da produção de escarro) Classificar a exacerbação: Leve: um dos critérios cardinais + um achado adicional, como IVAS, febre sem causa aparente, sibilos, aumento da tosse, aumento na FR ou FC em mais de 20% daquela de base; Moderada: dois dos três critérios cardinais; Grave: presença dos três critérios cardinais. Desencadeantes: Infecções respiratórias (bacterianas e virais) Haemophilus influenzae 20-30% S. pneumoniae 10-15% Moraxella catarrhalis 10-15% Exposição a elevados níveis de poluição. Diagnóstico DPOC Para a confirmação diagnóstica, a realização da espirometria é mandatória: relação VEF1/CVF (ou VEF1/CV) < de 0,7 após o uso de broncodilatador. Fatores de risco para Exacerbação: Exacerbação prévia (PRINCIPAL); Inatividade física; DRGE; Bronquítico; Obstrução grave-> VEF1 <35% Cardiopatia grave Tratamento Oxigenioterapia Indicação= PO2 <65mmHg ou SatO2 <88% Meta: 88-92% VNI máscara de Venturi ou cateter nasal de alto fluxo Cuidado! Alteração no nível de consciência é contraindicação na maioria das situações para uso de VNI Ventilação Mecânica: falha da VNI, instabilidade hemodinâmica, rebaixamento do nível de consciência, vômitos ou aspiração, secreção abundante, arritmia cardíaca grave Ajustes: FR entre 8-12irpm Volume corrente baixo: 6mL/Kg Fluxo inspiratório alto Fisioterapia respiratória Broncodilatadores SABA+SAMA Salbutamol ou fenoterol de 10ª 20 gts (2,5 a 5mg) em 3 a 5mL de SF. 3 inalações a cada 20 min. Depois aumentar o intervalo entre as doses a cada hora, a cada 2h... Brometo de Ipratrópio 20 a 40 gts na mesma solução Metilxantinas NÃO DEVEM SER USADAS Corticoide sistêmico (em alguns casos) Prednisona 40 mg/d 7-10 dias Metilprednisona 0,5-1 mg/Kg/dose Hidrocortisona 3 a 5 mg/Kg/dose Índice de Tiffenau: VEF1/CVF pós BD <0,7 VEF1= Volume expirado forçado no primeiro segundo. CVF= Capacidade Vital Forçada Com necessidade de internação Sem necessidade de internação Antibióticos VEF1 Bactéria ATB >50% e ausência de Fatores de Risco (>65 anos, comorbidade, ATB nos últimos 15 dias prévios) H. influenzae M. catarrhalis S. pneumoniae Amoxicilina+ Clavulanato Cefureoxima Azitromicina Claritromicina >50% e Fatores de Risco H. influenzae M. catarrhalis Os anteriores Quinolonas <50% H. influenzae M. catarrhalis Enterobactérias Pseudomonas Quinolonas Amoxicilina+ Clavulanato Quando internar? IRA grave Piora da hipoxemia ou hipercapnia com acidose respiratória aguda Complicações como embolia pulmonar, pneumonia ou pneumotórax Impossibilidade de realizar corretamente o tto ambulatorial, por ausência de condição socioeconômica. Dúvida diagnóstica. Quando internar em UTI?
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