Buscar

Reparo tecidual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Hilário Oliveira – T29 @hilarioof 
REPARO TECIDUAL 
Introdução: 
O reparo tecidual pode ocorrer por duas vias, 
a via da regeneração e a via da cicatrização. 
Regeneração: o processo de regeneração 
consiste na troca de células lesadas pelas 
mesmas células (ex. fígado, intestino). É 
essencial que em alguns órgãos tenham essa 
continuidade no tipo de célula para que 
possam continuar a exercer suas funções de 
maneira devida → ex. a troca de células do 
epitélio intestinal deve ser por células iguais 
para que a absorção de nutrientes possa 
ocorrer corretamente. 
Cicatrização: o processo de cicatrização 
troca as células lesadas por tecido conjuntivo 
(Ex. coração). A cicatrização ocorre em 
órgãos com baixa (ou nenhuma) capacidade 
regenerativa ou em órgãos lesados por longos 
períodos. A depender do órgão, o processo 
será chamado de cicatrização ou de fibrose 
→ ex. pele e coração (cicatrização), pulmão 
(fibrose). 
O que influencia o que irá ocorrer na hora do 
reparo (regeneração ou cicatrização) é a 
intensidade da lesão; 
Em lesões acentuadas ocorre o maior 
recrutamento de células inflamatórias → isso 
ocorre porque a lesão abriu bastante a 
entrada para bactérias ou em casos de 
queimadura, por exemplo existem muitas 
células mortas, então em ambos os casos, são 
necessárias mais células de defesa para 
fagocitar as bactérias ou células 
mortas/lesadas. → com a resposta 
inflamatória mais intensa ocorre mais 
agressão → as células viáveis são menos e não 
conseguem fazer uma reprodução → logo 
ocorre a deposição de tecido conjuntivo 
(cicatrização/fibrose). 
Em alguns casos é até possível que ocorra o 
processo de regeneração juntamente com a 
cicatrização, algo que irá depender da 
intensidade da lesão. 
Em lesões leves, a resposta inflamatória é mais 
amena, logo ocorre menos destruição e mais 
células viáveis são disponíveis para 
reproduzirem novas células idênticas no 
processo de regeneração. 
Ademais, outro fator que irá contribuir para o 
tipo de reparo tecidual é o tempo → em 
lesões com maior tempo de duração ou com 
alta recorrência é comum que ocorra a 
cicatrização. 
Capacidade de proliferação dos 
tecidos: 
Existem 3 tipos de tecido divididos pela sua 
capacidade de proliferação: 
Tecidos lábeis ou instáveis → São perdidos 
continuamente e substituídos pela maturação 
de células-tronco e pela proliferação de 
células maduras. Ex. epitélios e mucosas. 
Tecidos estáveis → São quiescentes (células 
estáveis, que ativam sua capacidade 
proliferativa apenas em resposta a lesão) e 
tem atividade proliferativa mínima em seu 
estado normal, mas são capazes de se dividir 
após lesão. Ex. fígado em maior parte; órgãos 
em geral também tem alguma atividade 
regenerativa. 
Tecidos permanentes → Não proliferativos na 
vida pós-natal. Ex. cérebro e coração. 
Regeneração do fígado: 
No caso da entrada de microrganismos → 
macrófagos liberam o TNF → o TNF aumenta 
selectinas, aumenta a afinidade de integrinas, 
além disso, estimula as células de Kupffer 
(macrófagos residentes do fígado) a 
produzirem IL-6 → o IL-6 vai aos hepatócitos 
Hilário Oliveira – T29 @hilarioof 
(células típicas do tecido hepático) e ‘avisa’ 
ao órgão que antes estava na fase G0 
(estável) que há necessidade de transição 
para G1 (isso significa que eles estão sendo 
bioquimicamente preparados para o ciclo 
celular) → fazendo assim com que uma célula 
se transforme em outra. 
Algumas coisas que mudam são a presença 
de fatores de crescimento (tais como HGF, 
EGF, TGF-alfa), além da expressão para os 
receptores dos fatores de crescimento 
(promovidos pelo IL-6). 
As células de Kupffer também servem como 
agentes fagocitários. 
Resumindo → em um estado propício (como 
lesão), as células de Kupffer são ativadas 
fazendo a liberação de IL-6 → IL-6 estimula 
tanto a liberação de fatores de crescimento 
(HGF, EGF, TGF-alfa) como a expressão de 
receptores para esses fatores de crescimento 
nos hepatócitos → uma vez conectados, é 
iniciada a proliferação das células. 
Logo, entende-se que → o fígado só se 
regenera na presença de TNF e IL-6 → TNF e IL-
6 só se fazem presentes em casos de lesão, 
logo, o fígado não se regenera em situações 
fisiológicas normais. 
HGF → Fator de crescimento do hepatócito. 
EGF → Fator de crescimento epidérmico. 
TGF-alfa → Fator de crescimento 
transformante alfa. 
Esses 3 fatores de crescimento diferentes 
servem para otimizar e potencializar a 
proliferação. 
Existem também vários outros fatores de 
crescimento. 
 
FATORES DE CRESCIMENTO: 
Importante → o fator de crescimento TGF-alfa 
é responsável pela regeneração (por 
estimular a proliferação de hepatócitos e 
outras células epiteliais) e o fator de 
crescimento TGF-beta a cicatrização (por 
estimular a síntese de proteínas da matriz 
extracelular, quimiotaxia para leucócitos e 
fibroblastos e suprimir a inflamação aguda). 
Mecanismo de reparo tecidual: 
A 1ª imagem representa um tecido normal → 
a 2ª imagem é uma ampliação que destaca 
tríade portal, sinusóide, hepatócitos (tudo 
normal) → a 3ª imagem demonstra uma lesão 
celular mais leve → a 4ª imagem mostra uma 
lesão mais severa, onde os hepatócitos e a 
MEC foi atacada → a 5ª foto demonstra um 
tecido que conseguiu se regenerar devido a 
lesão não ter tido grande intensidade → a 6ª 
foto demonstra tecido cicatrizado. 
1 
2
 1 
3 4 
5 6 
Hilário Oliveira – T29 @hilarioof 
Assim, entende-se que até o fígado pode 
cicatrizar, tudo depende da intensidade com 
a qual ele será lesado. 
Reparo por deposição de tecido 
conjuntivo: 
A cicatrização (ou em alguns casos chamada 
de fibrose) ocorre através da substituição das 
células lesadas por tecido conjuntivo, levando 
a formação de uma cicatriz. 
O reparo por deposição de tecido conjuntivo 
consiste em processos sequenciais que se 
seguem a lesão dos tecidos e a resposta 
inflamatória. 
A imagem demonstra as etapas: o tecido que 
sofreu inflamação ou injúria → deve dar início 
ao processo inflamatório → a inflamação 
deve ocorrer antes da cicatrização para 
‘limpar’ a área → ocorre a formação do 
tecido de granulação (o processo inflamatório 
destrói vasos sanguíneos, assim, novos vasos 
sanguíneos devem ser construídos, processo 
denominado de angiogênese, além disso, 
nesta fase tem-se a presença de fibroblastos, 
células de macrófagos, um pouco de 
colágeno...) → por fim ocorre a formação da 
cicatriz (com maior presença de colágeno e 
deposição de tecido conjuntivo). 
Importante → o processo de cicatrização é 
mais potente na inflamação crônica, porém 
também é presente na inflamação aguda. 
Angiogênese: 
A formação de novos vasos sanguíneos a 
partir do brotamento em outros vasos 
sanguíneos. 
A estimulação da angiogênese ocorre a partir 
da dilatação do vaso (A partir do fator de 
angiogênese – VEGF, que libera NO, o que 
explica a vasodilatação)→ a vasodilatação 
serve para que com o fluxo aumentado, o 
sangue consiga trazer O2 e nutrientes 
necessários para as células partirem do broto 
e se replicarem. 
Importante → a angiogênese está presente no 
processo de hepatocicatrização e que ocorre 
a partir do fator de crescimento denominado 
VEGF. 
Curiosidade. Em locais feridos, a angiogênese 
provocada pelo VEGF que está acontecendo 
deixa o local ‘molhado’ porque este fator de 
crescimento também estimula a 
permeabilidade dos vasos, levando asaída 
de líquido. 
Deposição de tecido conjuntivo: 
A deposição de tecido conjuntivo ocorre em 
duas etapas: 
1- Migração e proliferação de fibroblastos 
para o local da lesão → os fibroblastos são os 
produtores de TC. (isso ocorre na etapa de 
granulação). 
2- Deposição de proteínas da MEC produzidas 
por essas células → na granulação, tem-se 
células mononucleares, tais como 
macrófagos, linfócitos, fibroblastos... células 
estas que chegam ao local, se proliferam e 
realizam a deposição de proteínas produzidas 
na MEC. 
Obs. O (TGF-beta) é a citocina mais 
importante para a síntese e deposição de 
proteínas do tecido conjuntivo. Ela está 
envolvida com a vinda dos fibroblastos e com 
o estímulo de fatores que iniciam os trabalhos. 
Hilário Oliveira – T29 @hilarioof 
Remodelamento do tecido conjuntivo: 
O resultado do processo de reparo é 
influenciado pelo equilíbrio entre síntese e 
degradação de proteínas da MEC. 
A degradação dos colágenos e de outros 
componentes da MEC é necessária para o 
equilíbrio da formação cicatricial e é 
realizada por metaloproteinases de matriz 
(MMP). Essas substâncias consomem o 
colágeno → um exemplo de MMP é a 
colagenase (que quebra colágeno). 
Uma falta de equilíbrio entre síntese e 
degradação pode levar a queloide por 
exemplo. 
As colagenases ativadas podem ser 
rapidamente inibidas pelos inibidores de 
metaloproteinases de tecidos específicos 
(TIMPs). 
Assim, entende-se que o freio do colágeno 
são as colagenases (metaloproteinases) e o 
freio das colagenases são as TIMPs. 
Uso de esteroides ou corticoides desligam o 
processo inflamatório → diminuição de 
macrófagos M2 → diminuição de TGF-beta → 
sem cicatrização. 
Fatores que influenciam o reparo 
tecidual: 
Fatores que dificultam são por exemplo → 
infecção, diabetes, estado nutricional, 
glicocorticoides, fatores mecânicos e corpos 
estranhos. Na presença desses fatores o 
reparo tecidual é afetado e muitas vezes não 
tem continuidade. 
Cura de feridas cutâneas: 
Quando a lesão envolve apenas a camada 
epitelial, o principal mecanismo de reparo é a 
regeneração epitelial, também chamada de 
união primária ou cura por 1ª intenção. 
 
 
 
 
 
 
A cicatrização de primeira intenção é bem 
sutil. 
Quando a perda de células ou tecidos é mais 
extensa, como ocorre em grandes feridas, 
abcessos, ulcerações e na necrose isquêmica 
(infarto) de órgãos parenquimatosos, o 
processo de reparo envolve uma 
combinação de reparo e cicatrização. 
 
 
 
 
 
 
 
O reparo de segunda intenção não é tão sutil. 
Cicatrização por segunda intenção: 
A formação inadequada do tecido de 
granulação ou a formação de uma cicatriz 
podem levar a dois tipos de complicações → 
deiscência da ferida e ulceração. 
A formação excessiva dos componentes do 
processo de reparo pode dar origem a 
cicatrizes hipertróficas e queloides. 
Queloide: 
 
Hilário Oliveira – T29 @hilarioof 
Classificação: 
Dependendo do tamanho e da ocorrência 
ou não de infecção: 
1- Primeira intenção ou primária. 
2- Segunda intenção ou secundária.

Outros materiais