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25/03/2022 21:07 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6753370/4150a9c8-59b1-11ea-9a3a-0242ac110039/ 1/7 Place: Sala 1 - Sala de aula / Andar / Polo Bangu / POLO BANGU - RJ Academic: EAD-IL80071-20214A Candidate: JULIANA DE OLIVEIRA AUGUSTO Assessment: A2- Registration: 20201301853 Date: 25 Nov 2021 - 8 a.m. Finalizado Correto Incorreto Anulada Discursiva Objetiva Total: 8.50/10.00 1 Código: 33107 - Enunciado: "A mensagem cristã de base, pela qual todos os homens são chamados filhos do mesmo Deus, logo, irmãos, contraria, em tese, as pseudo-razões do particularismo colonial: este fabrica uma linguagem utilitária, fatalista, no limite racista, cujos argumentos interesseiros calcam o discurso do opressor. Ou seja, as razões orgânicas da conquista, que, com poucas variantes, se reproporia em escala até a última fase do imperialismo colonial a partir dos fins do século XIX."(BOSI, A. Dialética da colonização. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1992, p. 36.) Com base na afirmação acima sobre a sermonística do Padre Antônio Vieira, realizada por Alfredo Bosi, pode-se generalizar como fundamento da Literatura Brasileira no século XVII: a) A existência de uma pedagogia relacionada à cristianização, orientando as práticas sociais de modo a organizar a sociabilidade dos povos indígenas para a empresa colonial. b) Indígenas e afrodescendentes eram representados de modo semelhante, com destaque para posição de questionamento das estruturas coloniais. c) As narrativas simbólicas apresentavam autonomia completa com relação à função econômica dos nativos, visto que eles tinham uma sociedade própria. d) Os escravizados eram estimulados a se rebelarem contra a estrutura colonial, a ponto de vislumbrarem a possibilidade de abolição da escravatura nos seiscentos. e) Povos, línguas e culturas não são representados na literatura do período, embora houvesse um conjunto epistolar fortemente ancorado na realidade da colônia. Alternativa marcada: a) A existência de uma pedagogia relacionada à cristianização, orientando as práticas sociais de modo a organizar a sociabilidade dos povos indígenas para a empresa colonial. Justificativa: Resposta correta: A existência de uma pedagogia relacionada à cristianização, orientando as práticas sociais de modo a organizar a sociabilidade dos povos indígenas para a empresa colonial.O termo “pedagogia religiosa” é empregado por estudiosos da Literatura Colonial para compreender aspectos da tessitura literária do período, articulando pedagogia e conversão religiosa. Distratores:Os escravizados eram estimulados a se rebelarem contra a estrutura colonial, a ponto de vislumbrarem a possibilidade de abolição da escravatura nos seiscentos. Incorreta, pois a escravidão colonial, quando trabalhada literariamente, visava sobretudo à integração do elemento autóctone ou afrodescendente aos desígnios da empresa colonial.As narrativas simbólicas apresentavam autonomia completa com relação à função econômica dos nativos, visto que eles tinham uma sociedade própria. Incorreta, pois as narrativas simbólicas, como peças ou sermões, procuravam efetuar uma espécie de tradução intercultural, com objetivo de integrar os excluídos como elemento produtivo.Indígenas e afrodescendentes eram representados de modo semelhante, com destaque para posição de questionamento das estruturas coloniais. Incorreta, pois não havia uma similaridade, muito menos questionamento; os indígenas eram vistos como passíveis de conversão, ao passado que africanos deveriam contribuir para o sistema produtivo.Povos, línguas e culturas não são representados na literatura do período, embora houvesse um conjunto epistolar fortemente ancorado na realidade da colônia. Incorreta, pois povos, línguas e culturas eram representados em peças teatrais e em sermões, ao menos de modo indireto. Destaque para o período deve-se dar aos sermões de Padre Antônio Vieira. 1.50/ 1.50 25/03/2022 21:07 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6753370/4150a9c8-59b1-11ea-9a3a-0242ac110039/ 2/7 2 Código: 33329 - Enunciado: Rubi, concha de perlas peregrina,Animado cristal, viva escarlata,Duas safiras sobre lisa prata,Ouro encrespado sobre prata fina. Este o rostinho é de Caterina;E porque docemente obriga, e mata,Não livra o ser divina em ser ingrata,E raio a raio os corações fulmina. Viu Fábio uma tarde transportadoBebendo admirações, e galhardias,A quem já tanto amor levantou aras: Disse igualmente amante, e magoado:Ah muchacha gentil, que tal serias,Se sendo tão formosa não cagaras! (Soneto de Gregório de Matos. In: HANSEN, J. A. Autoria, obra e público na poesia colonial luso-brasileira atribuída a Gregório de Matos e Guerra. Ellipsis – Journal of Lusophone Studies, n. 12, p. 107, 2014. Disponível em: <https://jls.apsa.us/index.php/jls/article/view/62/83>. Acesso em: 25 dez. 2018.) Diante disso, é possível afirmar que o Soneto a Caterina, de Gregório de Matos, se estrutura com base: a) Em linhas realistas e sóbrias da mulher. b) Na epopeia nacionalista e grandiloquente. c) Na convenção da poesia lírico-amorosa. d) Na idealização da mulher brasileira. e) Em efeitos cômicos característicos da sátira. Alternativa marcada: c) Na convenção da poesia lírico-amorosa. Justificativa: Resposta correta: Em efeitos cômicos característicos da sátira.Um movimento estrutural forte do soneto ocorre quando as linhas líricas dos quartetos são repentinamente substituídas pela degradação da figura feminina dos tercetos. Distratores:Na convenção da poesia lírico-amorosa. Errada, pois a convenção da poesia lírico-amorosa, de fato, apresenta-se nos quartetos, mas logo é substituída pelo movimento satírico seguinte.Na idealização da mulher brasileira. Errada, pois não há uma idealização da mulher dominante no poema, nem da “mulher brasileira”, o que implicaria uma visão da nacionalidade.Na epopeia nacionalista e grandiloquente. Errada, pois o soneto é uma forma específica de poema, estruturado em dois quartetos e dois tercetos; assim sendo, não é uma epopeia.Em linhas realistas e sóbrias da mulher. Errada, pois a sátira retoma elementos cotidianos, definindo a verossimilhança com comicidade; mas não realismo e sobriedade em sentido pós-romântico. 0.00/ 1.00 3 Código: 33327 - Enunciado: “Por isso foi tão bem recebida aquela breve e discreta definição de quem chamou a um engenho de açúcar doce inferno. E, verdadeiramente, quem vir na escuridade da noite aquelas fornalhas tremendas perpetuamente ardentes; as labaredas que estão saindo a borbotões de cada uma, pelas duas bocas ou ventas por onde respiram o incêndio; os etíopes ou ciclopes banhados em suor, tão negros como robustos, que soministram a grossa e dura matéria ao fogo, e os forcados com que o revolvem e atiçam; as caldeiras, ou lagos ferventes, com os tachões sempre batidos e rebatidos, já vomitando escumas, já exalando nuvens de vapores mais de calor que de fumo, e tornando-os a chover para outra vez os exalar; o ruído das rodas, das cadeias da gente toda da cor da mesma noite, trabalhando vivamente, e gemendo tudo ao mesmo tempo, sem momento de tréguas nem de descanso; quem vir, enfim, toda a máquina e aparato confuso e estrondoso daquela Babilônia, não poderá duvidar, ainda que tenha visto Etnas e Vesúvios, que é uma semelhança de Inferno. Mas se entre todo esse ruído, as vozes que se ouvirem, forem as do Rosário, orando e meditando os mistérios dolorosos, todo esse inferno se converterá em paraíso; o ruído em harmonia celestial; e os homens, postos que pretos, em anjos.”(VIEIRA, P. A. Sermão XIV. In: PÉCORA, A. [Org.] Sermões: Padre Antônio Vieira. São Paulo: Hedra, 2001. p. 655- 656.) O Sermão XIV, integrante do conjunto Maria Rosa Mística, de autoria do Padre Antônio Vieira, permite identificar a visão bíblica conforme a qual: a) Africanos e afrodescendentes eram vistos como seres amaldiçoados, condenados à eterna servidão. b) A natureza opressora daexploração colonial não inclui os afrodescendentes, pois estes estavam protegidos. c) Africanos e afrodescendentes participavam simbolicamente de um modelo fundado na igualdade divina. 0.00/ 0.50 25/03/2022 21:07 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6753370/4150a9c8-59b1-11ea-9a3a-0242ac110039/ 3/7 d) Africanos e afrodescendentes eram representados de maneira equânime com relação ao branco europeu. e) Africanos e afrodescendentes eram biologicamente dotados para enfrentar a lavoura e a mineração. Alternativa marcada: c) Africanos e afrodescendentes participavam simbolicamente de um modelo fundado na igualdade divina. Justificativa: Resposta correta: Africanos e afrodescendentes eram vistos como seres amaldiçoados, condenados à eterna servidão.Segundo a visão de origem bíblica, africanos e afrodescendentes participavam da linhagem de Cam — filho de Noé —, estando condenados a servir aos demais povos por toda a eternidade. Distratores:Africanos e afrodescendentes eram representados de maneira equânime com relação ao branco europeu. Errada, pois africanos e afrodescendentes não eram, segundo a Bíblia, iguais ao branco europeu. Ademais, equanimidade, justiça ou imparcialidade não são princípios característicos do mundo cristão.Africanos e afrodescendentes eram biologicamente dotados para enfrentar a lavoura e a mineração. Errada, pois o Sermão XIV não defende a ideia de uma superioridade biológica, mas, sim, uma inferioridade bíblica, que justificaria a exploração do elemento negro por outros povos do planeta.Africanos e afrodescendentes participavam simbolicamente de um modelo fundado na igualdade divina. Errada, pois, do ponto de vista da divindade, os africanos e afrodescendentes seriam hierarquicamente inferiores, o que justificaria sua exploração pelos brancos supostamente civilizados.A natureza opressora da exploração colonial não inclui os afrodescendentes, pois estes estavam protegidos. Errada, pois a exploração colonial encontrou justificativa bíblica por meio da trajetória de queda de Caim, cujos descendentes — negros ou afrodescendentes — seriam eternamente subjugados pelos brancos. 4 Código: 33335 - Enunciado: “Como a grande maioria dos narradores do Romantismo, José de Alencar explorou o romance histórico e deu a essa forma particular do gênero uma função extremamente relevante para a formação da literatura brasileira. Para dimensionar o papel fundador de sua obra na nossa tradição literária, é preciso compreendê-la na trajetória deste intelectual cujos traços singulares podem contribuir para esboçar um modelo de pensamento conservador tão marcante nas elites ilustradas do Brasil ao longo de toda sua história.”(MARCO, V. de. O romance histórico de José de Alencar. Revista de Letras, n. 29, v. 1, jan.-jul. 2009. Disponível em: <http://www.revistadeletras.ufc.br/rl29(2)art17.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019.) A apreciação crítica acima, de autoria da estudiosa do período romântico Valéria de Marco, pode ser conectada à seguinte obra de José de Alencar: a) O Guarani (1857). b) O demônio familiar (1857). c) Ao correr da pena (1874). d) Cinco minutos (1856). e) A pata da gazela (1870). Alternativa marcada: a) O Guarani (1857). Justificativa: Resposta correta: O Guarani (1857).Para Valéria de Marco, O Guarani (1857) representa a busca de Alencar por construir a “História presente e passada do Brasil”, sendo uma “estória romanesca que caminha para o mito” (MARCO, V. de. O romance histórico de José de Alencar. Revista de Letras, n. 29, v. 1, p.107-8, jan.-jul. 2009.) O livro é tido como um dos principais representantes do Romance Histórico no Brasil. Distratores:Cinco minutos (1856). Errada, pois o romance de temática urbana é um dos primeiros da carreira de José de Alencar, sendo normalmente caracterizado como expressão de um romantismo ingênuo.A pata da gazela (1870). Errada, pois o livro assinala uma construção estética mais amadurecida; entretanto, enfoca 0.50/ 0.50 25/03/2022 21:07 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6753370/4150a9c8-59b1-11ea-9a3a-0242ac110039/ 4/7 relacionamentos burgueses e a dinâmica da vida das cidades.O demônio familiar (1857). Errada, pois trata-se de uma peça teatral de José Alencar, um dos primeiros textos teatrais brasileiros que conseguem projeção e reconhecimento crítico.Ao correr da pena (1874). Errada, pois a edição é composta com base em crônicas escritas pelo autor na imprensa periódica, o que demonstra a versatilidade do autor ao praticar diferentes gêneros. 5 Código: 32918 - Enunciado: “[...] A ʻalteridadeʼ pretendida pelo escritor, através da publicação de termos indígenas, da veiculação de modos culturais atribuídos aos índios, faria o papel de alavanca do prestígio nativo até aquele momento. Para além disso, podemos dizer que a preocupação de Alencar estaria à serviço daquela supracomissão (classes mandatárias), do estabelecimento de uma identidade satisfatória – cores nacionais diversas – e de fixação de uma hierarquia conquistada desde os tempos da Colônia – prosseguimento dos mesmos nomes e posses advindos da herança da coroa portuguesa.”(PINHO, A. M. Instrumento, R. Es. Pesq. Educ., Juiz de Fora, v. 10, p. 42, jan.- dez. 2008. Disponível em: <http://www2.uefs.br/dla/romantismoliteratura/files/a_margem_e_o_outro_retratos_de_indio_ no_romantismo.pdf>. Acesso em: 17 out. 2018). Percorrendo sentido aberto pela apreciação crítica descrita, é possível distinguir as seguintes características presentes na obra de José Alencar: a) As classes mandatárias passaram a ter representação literária somente no Romantismo. b) Alencar oferece uma justificativa literária e ideológica para as diferenças sociais no Brasil da época. c) Alencar descreve a ausência de qualquer hierarquia entre as diferentes classes sociais no Brasil. d) Encontro definitivo e harmonioso da alteridade, que perduraria inconteste até o século XXI. e) Alencar não publicou qualquer termo indígena que já não fosse conhecido nacionalmente. Alternativa marcada: b) Alencar oferece uma justificativa literária e ideológica para as diferenças sociais no Brasil da época. Justificativa: Resposta correta:Alencar oferece uma justificativa literária e ideológica para as diferenças sociais no Brasil da época.Alencar, segundo o professor universitário Adeítalo Manoel Pinto, é exemplo de como a perspectiva de construção literária do elemento indígena ou autóctone no Romantismo reforçou os elementos da identidade nacional como uma espécie de descoberta do “Brasil selvagem”. Distratores:Encontro definitivo e harmonioso da alteridade, que perduraria inconteste até o século XXI. Incorreta, pois, embora o Romantismo tenda ao apagamento das diferenças ao compor um retrato idílico do encontro do branco com o indígena – embora resultado de uma violência –, essa leitura continuou a ser revisitada e questionada depois, pelo Modernismo e pelas perspectivas críticas presentes desde fins do século XX.As classes mandatárias passaram a ter representação literária somente no Romantismo. Incorreta, pois as classes mandatárias eram frequentemente abordadas pela literatura, mesmo antes do Romantismo. Podemos notar essa perspectiva, por exemplo, por meio dos poemas satíricos atribuídos a Gregório de Matos de Guerra. Os poemas atribuídos a Gregório, aliás, abordam muitos elementos locais.Alencar não publicou qualquer termo indígena que já não fosse conhecido nacionalmente. Incorreta, pois Alencar fez um intenso trabalho de pesquisa e compilação de termos indígenas. Ao escrever Iracema, reforçou o veio mítico da sua criação literária e sua, paradoxalmente, sua concretude, focando elementos pouco conhecidos, presentes sobretudo em livros especializados.Alencar descreve a ausência de qualquer hierarquia entre as diferentes classes sociais no Brasil. Incorreta, pois Alencar reconhece as diferenças entre classes sociais e, sobretudo, nos livros que abordam os movimentos da burguesa, comoLucíola e Senhora, deixa claro que a nação brasileira se dividia entre apego a valores mundanos e ética, entre valorização do capital e da humanidade. 1.00/ 1.00 25/03/2022 21:07 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6753370/4150a9c8-59b1-11ea-9a3a-0242ac110039/ 5/7 6 Código: 32921 - Enunciado: “Nesse sentido, o catolicismo lusitano amplifica seu caráter popularesco, imagético e distancia-se do cristianismo puritano castelhano e, muito mais, do anglicano. A dramaturgia de Anchieta lança-se como primeiro movimento em direção a uma pluralidade religiosa, cultural e discursiva que culminará dialogicamente no catolicismo carnavalizado que permeia o imaginário e a prática social brasileira.” (SILVA JÚNIOR, A. R. da; MEDEIROS, A. C. M. de. Microhistória do teatro colonial brasileiro: Padre Anchieta e a Festa de São Lourenço. Cena, UFRGS, n. 12, p. 3, 2012. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/cena/article/view/24083/24315>. Acesso em: 10 out. 2018). No que tange a possíveis interpretações no campo da historiografia literária brasileira, conclui-se que: a) O processo de aculturação ocorrido desde a colonização reverbera até a modernidade e a contemporaneidade. b) O processo de tradução de culturas só seria realizado, de modo vantajoso para o colonialismo, no século XX. c) Foi incipiente a participação do gênero dramatúrgico no interior dos grandes movimentos literários do período colonial. d) Conquistadores e conquistados não partilhavam espaços na performance, embora simbolicamente fossem considerados iguais. e) A dramaturgia (com destaque para a produção de Padre Anchieta) era vista como autônoma em relação à política e à economia. Alternativa marcada: a) O processo de aculturação ocorrido desde a colonização reverbera até a modernidade e a contemporaneidade. Justificativa: Resposta correta: O processo de aculturação ocorrido desde a colonização reverbera até a modernidade e a contemporaneidade.Segundo os autores Augusto Rodrigues da Silva Júnior e Ana Clara Magalhães de Medeiros: “[...] a performance e a dramaturgia coloniais constituem retrato único de um processo de aculturação de mão dupla, em que as reverberações ecoam na nossa cultura até a contemporaneidade” (SILVA JÚNIOR; MEDEIROS, 2012, p. 11). Distratores:Foi incipiente a participação do gênero dramatúrgico no interior dos grandes movimentos literários do período colonial. Incorreta, pois o gênero dramatúrgico foi uma das principais manifestações literárias do período, com destaque para a produção de Padre José de Anchieta.O processo de tradução de culturas só seria realizado, de modo vantajoso para o colonialismo, no século XX. Incorreta, pois o processo de tradução de culturas começou, segundo os autores supramencionados, desde a chegada dos portugueses na costa brasileira.Conquistadores e conquistados não partilhavam espaços na performance, embora simbolicamente fossem considerados iguais. Incorreta, pois conquistados e conquistadores partilhavam espaços em movimento de tradução intercultural, jamais sendo considerados iguais.A dramaturgia (com destaque para a produção de Padre Anchieta) era vista como autônoma em relação à política e à economia. Incorreta, pois a dramaturgia era fortemente atrelada aos desígnios religiosos, pedagógicos e políticos, não podendo separar-se destes. 1.50/ 1.50 7 Código: 33152 - Enunciado: Canção do exílio(Gonçalves Dias) Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;As aves que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas,Nossas várzeas têm mais flores,Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite,Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá. (DIAS, G. Canção do exílio. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000100.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2018.) Com base na leitura de um excerto do poema Canção do exílio (1843), cite os elementos que permitem afirmar que a representação da nação e de seu território, realizada por Gonçalves Dias, tende a reforçar a identificação positiva com o Novo Mundo em contraposição aos valores da metrópole, de modo a fortalecer um projeto de nacionalidade em construção. 1.50/ 1.50 25/03/2022 21:07 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6753370/4150a9c8-59b1-11ea-9a3a-0242ac110039/ 6/7 Resposta: O poema Canção do exílio aborda a diferença entre o subjetivo e o objetivo, a perspectiva nacional e a estrangeira. O poeta contrasta o local de exílio onde está e o Brasil, de onde está afastado, estabelecendo uma valorização do Brasil e corroborando para a construção de um sentimento de pertença nacional. Podemos identificar esses elementos no poema: Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Justificativa: Expectativa de resposta:A Canção do exílio, de Gonçalves Dias, é um dos poemas mais conhecidos e parodiados da literatura brasileira. Reforça o sentimento da pátria, da natureza, da nação, exaltado por justamente reconhecê-lo a partir do impacto dele na subjetividade lírica dividida entre dois mundos, nostálgica com relação à nação presentificada na memória formativa, que permanece distante fisicamente. Desse modo, o poema divide-se entre o lá e o cá, entre Brasil e Portugal, entre presença e ausência, com forte dualidade, que ressalta, por fim, os valores criados e construídos na nova nação brasileira. 8 Código: 37082 - Enunciado: “O Novo Mundo não poderá passar sem tradições respeitáveis; dentro de alguns séculos, a época presente, na qual se fundou a sua independência, nele despertará nobres e comovedoras evocações. A sua idade das fábulas misteriosas e poéticas serão os séculos em que viveram os povos que exterminamos e que nos surpreendem por sua coragem, e que retemperaram talvez as nações saídas do Velho Mundo: a recordação de sua grandeza selvagem cumulará a alma de orgulho, suas crenças religiosas animarão os desertos; os cantos poéticos, conservados por algumas nações, embelezarão as florestas. O maravilhoso, tão necessário à poesia, encontrar-se-á nos antigos costumes desses povos, como na força incompreensível de uma natureza constantemente mutável em seus fenômenos [...]. Seus combates, seus sacrifícios, nossas conquistas, tudo apresenta aspecto esplendoroso.”(Fonte: DENIS, F. Considerações sobre o caráter que a poesia deve assumir no novo mundo. In: DENIS, F. Resumo da história literária do Brasil. Tradução e notas de Guilhermino César. Porto Alegre: Lima, 1968. p. 29-39. Disponível em: http://www.ufrgs.br/cdrom/denis/denis.pdf. Acesso em: 2 dez. 2018.) Com base no excerto apresentado, de Ferdinand Denis, seria possível concluir que a literatura brasileira do Romantismo modernizou-se compartilhando exclusivamente valores europeus vigentes à época, sem considerar as formas e os sentidos presentes nos trópicos? Justifique sua resposta. Resposta: Não, pois devido à identidade singular do povo brasileiro, apenas ele poderia produzir uma literatura que o expressasse de dentro. A literatura brasileira do Romantismo não se refere apenas ao local de produção dos textos ou à nacionalidade de seus autores, mas sim à uma "cor local" que fosse responsável por expressar o Brasil e o brasileiro. A literatura brasileira não poderia ser escrita por um não brasileiro, visto que nela estivesse o caráter, a identidade do povo. Justificativa: Expectativa de resposta:Não. O livro de Ferdinand Denis (1798-1890), publicado em 1826 sob o título O Resumo da História Literária do Brasil, é considerado um dos principais textos do século XIX que procuram defender a importância de se constituir ou fundar uma literatura nacional brasileira. Embora em diálogo com os valores e as formas europeias, Denis defendia a necessidade de se encontrar uma “voz própria”, que traduzisse o esplendor da nova nação. Segundo Maria Helena Rouanet: “Ora, através da associação com a proposta programática de VictorHugo (1827) ou da simples menção à palavra 'manifesto', esta obra de Ferdinand Denis fica devidamente instalada na linha de frente daqueles que teriam trabalhado no sentido de construir uma realidade que, daí por diante, passou a ser designada como a Literatura Brasileira.”(Fonte: Cf. Comentários de Maria Helena Rouanet à edição: DENIS, F. Considerações 2.50/ 2.50 25/03/2022 21:07 Ilumno ilumno.sgp.starlinetecnologia.com.br/ilumno/schedule/resultcandidatedetailprint/6753370/4150a9c8-59b1-11ea-9a3a-0242ac110039/ 7/7 sobre o caráter que a poesia deve assumir no novo mundo. In: DENIS, F. Resumo da história literária do Brasil. Tradução e notas de Guilhermino César. Porto Alegre: Lima, 1968. p. 29-39. Comentários disponíveis em: http://www.ufrgs.br/cdrom/denis/comentarios.htm. Acesso em: 2 dez. 2018.)
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