Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Conceito ato que tem o efeito de pôr fim ao processo no primeiro grau de jurisdição ou de extinguir a execução. • É o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos art. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. • Se em um processo com 3 réus, o juiz extingue em face de um deles, isso não é sentença porque não pôs fim ao procedimento. • Julgamento antecipado parcial do mérito também não põe fim ao procedimento em primeiro grau de jurisdição. Classificação das sentenças ❖ Quanto ao prolator: ➢ Monocráticas (ou individuais): São aquelas proferias por um único julgador. Ocorrem, em regra, no primeiro grau de jurisdição. ➢ Exceção: um relator pode decidir monocraticamente III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; IV - negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; ➢ Colegiadas (acórdãos): Acordão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais Nos tribunais, os relatores poderão julgar monocraticamente para negar provimento aos recursos ou para dar provimento aos recursos. ❖ Quanto aos efeitos ➢ Declaratórias ➢ Constitutivas e desconstitutivas ➢ Condenatória ➢ Executiva ➢ Mandamental ❖ Quanto ao conteúdo ➢ Art 485 põe fim sem resolver o mérito – não faz coisa julgada material. É possível a repropositura da ação. ➢ Art 487 com julgamento do mérito – fazem coisa julgada material, ou seja, levam à imutabilidade e à indiscutibilidade da decisão. Ex: Prescrição e decadência -> levam à improcedência do pedido. Elementos da Sentença → Relatório: é a narrativa das principais ocorrências e das principais teses do processo. A falta do relatório geraria a nulidade da decisão, se for comprovado o prejuízo. → Fundamentação: imperativo de ordem constitucional. Aplicação da norma jurídica ao caso concreto. → Dispositivo: é a conclusão. Decide o que foi pedido. O que faz coisa julgada é o dispositivo da sentença. As questões prejudiciais de mérito decididas com o preenchimento dos requisitos do artigo também fazem coisa julgada. Coisa Julgada ❖ Conceito: A coisa julgada não é um efeito da decisão. CPC, art. 502: “Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.” → Coisa julgada recai sobre a sentença e sobre decisão de mérito. → A qualidade ou a autoridade que tem a sentença transitada em julgada é a imutabilidade e a indiscutibilidade. Imutabilidade: é o efeito negativo da coisa julgada. Não se pode mais reabrir a discussão, seja nesse ou em outro processo. Indiscutibilidade: implica a vinculação de juízo de outras ações diferentes ao pronunciamento anterior. É o efeito positivo e consiste na afirmação de que nenhum juiz pode decidir contra aquilo que já ficou decidido no processo primitivo. ❖ Espécies ➢ Formal: preclusão máxima (eficácia endoprocessual) É o impedimento da rediscussão da questão no âmbito do mesmo processo Atinge as sentenças sem mérito e as sentenças com mérito. ➢ Material: eficácia extraprocessual Gera a indiscutibilidade e a imutabilidade no plano externo. Impede a discussão da questão em qualquer processo. Apenas sentenças DE MÉRITO. ➢ Soberana: seria a coisa julgada material agregada ao decurso do tempo para a ação rescisória. ❖ A coisa julgada recai sobre todos os pedidos feitos pela parte. As vezes mesmo que a parte não peça algo, se, para chegar à questão principal, for necessário superar uma questão prejudicial que subordine o julgamento do mérito, haverá coisa julgada excepcional ou coisa julgada sobre questão prejudicial de mérito. ➢ Requisitos para que a coisa julgada recaia sobre questão prejudicial de mérito: • Prejudicial de mérito: aquela que sem a qual não se consegue decidir o mérito. • Contraditório prévio e afetivo (incabível na revelia): tem que haver efetivo debate entre as partes a respeito do tema que prejudica o julgamento do mérito. • Competência absoluta do juízo • Inexistência de restrições probatórias ou cognitivas CPC, ART. 433: “A DECLARAÇÃO SOBRE A FALSIDADE DO DOCUMENTO, QUANDO SUSCITADA COMO QUESTÃO PRINCIPAL, CONSTARÁ DA PARTE DISPOSITIVA DA SENTENÇA E SOBRE ELA INCIDIRÁ TAMBÉM A AUTORIDADE DA COISA JULGADA.” ❖ Elementos da decisão (não) acobertados pela coisa julgada Questões principais e questão prejudicial → Existem alguns temas que são decididos na sentença que não são alcançados pela indiscutibilidade e pela imutabilidade. São eles: Fundamentação; I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; Verdade dos fatos; II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. ❖ Limites da coisa julgada ➢ Objetivos: (O QUÊ?) São abrangidas pela coisa julgada as questões principais decididas na parte dispositiva da sentença e as questões prejudiciais decididas na forma e com os requisitos. Princípio do deduzível/dedutivo: eficácia preclusiva: todas as alegações que seriam possíveis de serem feitas e não foram consideram-se deduzidas (feitas) e repelidas com a coisa julgada. Mitigação dos limites objetivos: será permitida a revisão da decisão. ➔ Hipóteses • Relações continuativas ( cj rebus sic stantibus): os juízes poderão voltar a decidir questões que suspostamente já teria sido atingida pela imutabilidade e pela indiscutibilidade. A questão está decidida até que se altere o fato ou o direito. Relações de trato sucessivo em que as partes continuam se relacionando de alguma forma, mas o fato ou o direito podem ser alterados no tempo. Súmula 239, STF: “Decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores.” • Coisa julgada inconstitucional: só há coisa julgada inconstitucional se, ao tempo da decisão que gerou o título executivo, já havia o pronunciamento do STF afirmando a inconstitucionalidade do entendimento aplicado. • Relativização da coisa julgada: toda vez que houver um avanço tecnológico que permita um novo meio de prova ou a comprovação de fraude processual, ainda que decorrido o prazo de 2 anos da ação rescisória, deve-se permitir a revisão do julgado transitado em julgado. ➢ Subjetivos (QUEM?): as partes do processo são abrangidas pela coisa julgada. Não prejudicando terceiros. A coisa julgada pode beneficiar terceiros, desde que a lei autorize expressamente tal conduta. Reexame Necessário → Quando determinadas decisões não têm eficácia enquanto não confirmadas por instância superior. → É um sucedâneo recursal: não é recurso, apenas para rever decisão. → É uma CONDIÇÃO DE EFICÁCIA DA SENTENÇA: a sentença não tem efeitos enquanto não for revista pela instância superior. Cabimento: • Regime geral: Todas as vezesem que pessoa jurídica de direito público for sucumbente. Administração Direta (União, Estados, DF e municípios) e suas autarquias e fundações de direito público. • Regime especial: Mandado de segurança determina que haja reexame necessário em qualquer sentença que conceder a ordem. Ação popular e ACP: a favor da coletividade. Desapropriação: a sentença que condenar a Fazenda Pública em quantia superior ao dobro da oferecida fica sujeita ao duplo grau de jurisdição. ➢ Hipóteses de Não Cabimento Não existe em ação originária, apenas 1° e 2° instância. As empresas públicas e S.E.M não são abrangidas pelo reexame necessário, pois são pessoas jurídicas regidas pelo direito privado. Não se aplica o reexame necessário quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido INFERIOR a: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. ➢ Não há reexame necessário quando a sentença estiver fundamentada em: I - súmula de tribunal superior; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. ➢ Impossibilidade de “reformatio in pejus” ❖ Defeitos da sentença à luz da correlação → EXTRA PETITA: Fora do pedido Recurso: Apelação Consequência: Anulação → ULTRA PETITA: Além do pedido Recurso: Apelação Consequência: adequação da sentença aos limites do pedido. → CITRA OU INFRA PETITA: Não aprecia os pedidos e/ou causa de pedir Recurso: embargos de declaração Consequência: integração da sentença omissa Decisão não fundamentada e Nulidade A decisão não fundamentada é nula. Fundamentação suscita não se confunde com ausência de fundamentação Não basta reproduzir a lei. É ilícita a mera repetição do que foi decidido em primeiro grau.
Compartilhar