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@medsurtoo NIvya Moraes P4/UC12 UNIT – AL 1 tutoria PARASITOSES AMEBÍASE EPIDEMIOLOGIA As espécies de Entamoeba existem em duas formas: Um parasita ativo (trofozoíto) Um parasita dormente (cisto) A amebíase é uma a infecção causada pelo protozoário Entamoeba histolytica, da família Endamoebidae, do filo Sarcomastigophora e classe Sarcodina. Os protozoários desta classe são organismos que se movem e incorporam alimentos por meio de pseudópodes. A E. histolytica possui distribuição cosmopolita e representa um risco à saúde nos países onde as barreiras sanitárias são inadequadas Estima-se que mais de 10% da população mundial estão infectados por E. dispar e E. histolytica, que são espécies morfologicamente idênticas, mas só a última é patogênica, sendo sua ocorrência estimada em 50 milhões de casos invasivos/ano. Em países em desenvolvimento, a prevalência da infecção é alta, sendo que 90% dos infectados podem eliminar o parasito durante 12 meses. Infecções são transmitidas por cistos através da via fecal-oral. Os cistos, no interior do hospedeiro humano, liberam os trofozoítos. A transmissão é mantida pela eliminação de cistos no ambiente, que podem contaminar a água e alimentos. Eles permanecem viáveis no meio ambiente, ao abrigo de luz solar e em condições de umidade favoráveis, durante cerca de 20 dias. Sua ocorrência está associada com condições inadequadas de saneamento básico, deficiência de higiene pessoal/ambiental e determinadas práticas sexuais. O parasita está presente no mundo todo, mas maioria das infecções ocorre em áreas da África, do subcontinente indiano e em partes da América Central e do Sul. Nos Estados Unidos, é mais provável ocorrer em imigrantes e, com menos frequência, em pessoas que tenham viajado para países em desenvolvimento. Todos os anos, mundialmente, cerca de 50 milhões de pessoas desenvolvem amebíase e, destas, 100 mil morrem. Estima-se que 500 milhões de indivíduos em todo o mundo estejam infectados pela E. histolytica, havendo 40 mil a 100 mil óbitos anuais, o que torna essa infecção a segunda causa de morte entre as doenças parasitárias, perdendo somente para a malária. No Brasil, a amebíase também constitui um sério problema de saúde pública, apresentando maior prevalência em populações de nível socioeconômico mais baixo e condições precárias de saneamento básico, resultando em altos índices de morbidade. Em vários estados brasileiros tem sido demonstrada elevada prevalência da E. histolytica. Em Manaus (Amazonas), a infecção atinge 6,8% da população; em Fortaleza (Ceará), 14,9% da população de baixa renda, e, em Belém (Pará), 29,5% dos indivíduos residentes na região metropolitana. No estado de Pernambuco, na cidade de Belo Horizonte (Minas Gerais) e em Salvador (Bahia) a ocorrência da E. histolytica é rara, tendo sido identificada somente a E. dispar, organismo não-patogênico morfologicamente semelhante à E. histolytica. Nas demais regiões brasileiras não há estudos que retratem a prevalência da E. histolytica. FISIOPATOGENIA O processo de invasão tecidual é iniciado pelo reconhecimento de moléculas do epitélio intestinal pelo parasito. Em seguida, no processo de adesão celular há formação de um espaço intercelular denominado foco de adesão, no qual ocorre a secreção de proteínas necessárias ao processo de invasão tecidual. Além das proteínas mais importantes relacionadas com o processo de invasão, como as cisteína-proteinases e as lectinas específicas, a proteína quinase C exerce importante função, tanto no processo de citólise quanto na adesão trofozoítica à superfície celular, favorecendo a liberação de maior quantidade de cisteína-proteinase no foco de adesão e maior dano à célula-alvo, onde desenvolve uma rápida resposta inflamatória aguda, com presença de leucócitos polimorfonucleares e macrófagos, podendo ocasionar ulcerações profundas em forma de frasco com pescoço estreito e uma base ampla. À medida que a lesão progride, a superfície mucosa sobrejacente é privada de fluxo sangüíneo, sendo, por fim, necrosada, com perfuração da parede intestinal e infecção sistêmica. Enterócitos reconhecem moléculas antigênicas de padrões moleculares associados ao patógeno (PAMPs) Após o reconhecimento dos PAMPs pelos TLRs ocorrem ativação intracelular e liberação de citocinas pró-inflamatórias e fatores solúveis, como as interleucinas 1 , 6 e 8 (IL-1, IL-6 e IL-8), o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), o fator estimulador de granulócitos e macrófago (GMCF), entre outras(62). Neutrófilos e monócitos são rapidamente @medsurtoo NIvya Moraes P4/UC12 UNIT – AL 2 recrutados, ativados em resposta a estes fatores e lisados pelos trofozoítos, ocorrendo então a liberação de mediadores químicos provenientes de seus grânulos citoplasmáticos, resultando em dano tecidual e necrose. Por meio da microscopia ótica visualiza-se, no tecido necrosado, um exsudato composto por material protéico amorfo, células vermelhas e faixas de fibrina, formando uma zona profundamente rosada de necrose liquefativa. Também pode ser observado intenso infiltrado neutrofílico com presença de alguns linfócitos e macrófagos e raros eosinófilos. Mediadores químicos como histamina, prostaglandinas, leucotrienos, quininas e citocinas pró-inflamatórias induzem alteração intestinal, dificultando a absorção alimentar. Mesmo quando não existem danos macro ou microscópicos, há evidências de que a presença de células inflamatórias possa prejudicar o processo de absorção intestinal, levando o hospedeiro a crises diarréicas. A histamina ativa as vias secretórias agindo diretamente nos receptores H1, presentes na superfície dos enterócitos. As bradicininas atuam de modo indireto mediante o estímulo à secreção dos metabólitos do ácido araquidônico, como as prostaglandinas e os leucotrienos de linfócitos e outras células do sistema imune localizadas nas adjacências da lesão. As prostaglandinas E2 e F2 atuam em receptores presentes na membrana basolateral dos enterócitos, resultando na ativação da enzima adenilato-ciclase e, conseqüentemente, aumentando o influxo de eletrólitos para o lúmen intestinal, provocando diarréia. O bloqueio da síntese de prostaglandinas por inibidores da ciclooxigenase (indometacina) restabelece a absorção intestinal, diminuindo ou cessando as crises diarreicas. Ao final da doença, pode ocorrer a formação de tecido granulomatoso, caracterizado pela formação de novos vasos (angiogênese), indicando a cura da lesão. Não se sabe se esse processo de reparo ocorre espontaneamente ou é secundário à quimioterapia antiamebiana. Tratamento adequado, nos casos de amebíase invasiva, cura a lesão sem a formação de tecido de cicatrização. Os mecanismos desse processo de reparo ainda não são complemente entendidos. QUADRO CLÍNICO Os sintomas de amebíase normalmente se desenvolvem ao longo de uma a três semanas e podem incluir Diarreia, às vezes com sangue visível nas fezes Dor abdominal acompanhada de cólicas Perda de peso e febre Em casos graves, o abdômen fica dolorido ao toque, e as pessoas podem desenvolver diarreia grave com fezes que contêm muco e sangue (chamado disenteria). Algumas pessoas sofrem cólicas abdominais intensas acompanhadas de febre alta. A diarreia pode levar à desidratação. Pode haver debilitação progressiva do organismo (emaciação) e anemia em pessoas com infecção crônica. Às vezes, grandes protuberâncias (amebomas) podem se formar no interior do intestino grosso (cólon). Em algumas pessoas, as amebas são transmitidas para o fígado, onde podem causar um abscesso. Os sintomasincluem febre, suores, calafrios, fraqueza, enjoo, vômito, perda de peso e dor ou desconforto na região superior direita do abdômen sobre o fígado. Raramente, as amebas são transmitidas para outros órgãos (incluindo os pulmões ou o cérebro). A pele pode ficar igualmente infectada, especialmente ao redor das nádegas (infecção que se disseminou de fezes contaminadas), genitais (por exemplo, úlceras no pênis decorrentes de relação sexual anal com uma pessoa infectada) ou feridas causadas por lesão ou cirurgia abdominal DIAGNÓSTICO Exames de fezes Às vezes, exames de sangue para detectar anticorpos contra as amebas Às vezes, exame de uma amostra de tecido do intestino grosso O diagnóstico laboratorial do complexo E. histolytica/E. dispar é realizado rotineiramente pela demonstração microscópica de cistos e/ou trofozoítos no sedimento fecal. No entanto, para a identificação espécie-específica, é necessária a realização de exames que se baseiem na detecção de coproantígenos e/ou da pesquisa de DNA por reação em cadeia da polimerase (PCR), utilizando sondas espécie-específicas Para diagnosticar a amebíase, um médico coleta amostras para análise. A melhor abordagem é testar as fezes para detectar uma proteína liberada pelas amebas (teste de antígeno) ou usar uma técnica de reação em cadeia de polimerase (polymerase chain reaction, PCR) para analisar as fezes para detectar material genético da ameba. A técnica de PCR produz muitas cópias do material genético da ameba e, assim, facilita a identificação da ameba. Esses @medsurtoo NIvya Moraes P4/UC12 UNIT – AL 3 testes são mais úteis do que o exame microscópico de amostras de fezes, o qual muitas vezes é inconclusivo. Além disso, o exame microscópico pode requerer três a seis amostras de fezes para encontrar as amebas e, mesmo quando elas são vistas, não é possível distinguir a Entamoeba histolytica de algumas outras amebas relacionadas. Por exemplo, a Entamoeba dispar, que parece igual, mas é geneticamente diferente, não causa doença. Um tubo de visualização flexível (endoscópio) pode ser usado para examinar o interior do intestino grosso. Se forem encontradas úlceras ou outros sinais de infecção, o endoscópio é usado para obter uma amostra de líquido ou tecido da área anormal. Quando as amebas são transmitidas para fora do intestino (como o fígado), elas podem não estar mais presentes nas fezes. Para confirmar um abscesso no fígado, podem fazer- se exames como a ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC) ou imagem por ressonância magnética (RM), mas estes testes não indicam a causa. Os exames de sangue são então realizados para detectar anticorpos contra as amebas. Se os médicos suspeitarem que um abscesso no fígado é devido a amebas, eles podem iniciar um medicamento que mate as amebas (amebicida). Se a pessoa melhorar, o diagnóstico é provavelmente amebíase. TRATAMENTO Um amebicida e/ou um medicamento para matar os cistos Se houver suspeita de amebíase e a pessoa manifestar sintomas, é usado um amebicida (um medicamento que mata amebas) que pode ser o metronidazol ou tinidazol. O metronidazol precisa ser tomado por sete a dez dias. O tinidazol precisa ser tomado por três a cinco dias. O tinidazol tem menos efeitos colaterais que o metronidazol. As pessoas não devem consumir álcool enquanto estiverem tomando qualquer um desses medicamentos ou por vários dias depois de interrompê-los, pois isso poderá causar enjoos, vômitos, rubores e dores de cabeça. A nitazoxanida tem sido proposta como uma alternativa para o tratamento de amebíase. Administra-se metronidazol, tinidazol ou nitazoxanida a gestantes somente se os benefícios superarem os riscos. Metronidazol, tinidazol ou nitazoxanida não matam todos os cistos que estão no intestino grosso. Um segundo medicamento (como paromomicina, di-iodoidroxiquinolina ou furoato de diloxanida) é usado para matar esses cistos e, assim, prevenir uma recaída. Um desses medicamentos pode ser usado isoladamente para tratar pessoas que não estão doentes, mas que apresentam Entamoeba histolytica em suas fezes. As pessoas desidratadas recebem fluidos. COMPLICAÇÕES Em casos graves, as formas trofozoíticas se disseminam pela corrente sanguínea, provocando abcesso no fígado (com maior frequência), nos pulmões ou cérebro. Quando não diagnosticadas a tempo, podem levar o paciente a óbito Complicações: Granulomas amebianos (amebomas) na parede do intestino grosso, abscesso hepático, pulmonar ou cerebral, empiema, pericardite, colite fulminante com perfuração. PREVENÇÃO Prevenir a contaminação de alimentos e água com fezes humanas é essencial para prevenir a amebíase. Aprimorar os sistemas de saneamento em áreas em que a infecção é comum pode ajudar. Ao viajar para áreas em que a infecção é comum, as pessoas devem evitar comer alimentos não cozidos, incluindo saladas, legumes e verduras, e devem evitar consumir água e gelo potencialmente contaminados. Cozinhar a água mata os cistos. É importante lavar as mãos com água e sabonete. Filtrar a água através de um filtro de 0,1 ou 0,4 mícron pode remover a Entamoeba histolytica e outros parasitas, bem como bactérias que causam doenças. Dissolver iodo ou cloro na água pode ajudar. Porém, a eficácia do iodo ou do cloro contra a Entamoeba @medsurtoo NIvya Moraes P4/UC12 UNIT – AL 4 histolytica depende de muitos fatores, como o quanto a água está turva ou barrenta (turvação) e a sua temperatura. GIARDÍASE EPIDEMIOLOGIA Giardia duodenales/lamblia, responsável por causar uma patologia conhecida como Giardíase, é um parasita eurixeno, ou seja, que infecta vários tipos de espécies, porém é monoxeno pois só desenvolve o ciclo biológico completo em um hospedeiro, os humanos. É muito comum entre crianças de 8 meses a 12 anos (geralmente que frequentam creche), nas regiões tropicais e subtropicais, sendo uma parasitose que acomete as populações mais pobres, com péssimas condições de saneamento são conhecidas 6 espécies, porém somente a Giardia lamblia infecta humanos. Protozoário flagelado que acomete principalmente pré- escolares e escolares e que tem distribuição cosmopolita. Parece ser o parasita mais prevalente no mundo (4 a 8%) mesmo em famílias com renda familiar média ou alta. Estima- se em 200 milhões os portadores de giardíase sintomática em todo o mundo. FISIOPATOGENIA FORMA EVOLUTIVA Trofozoíto: Forma ativa, ou seja, está no nível do ID realizando parasitismo. O formato lembra uma pera com axônemas que dão estrutura a célula e ausência de mitocôndrias. Conta ainda com a presença de um ducto sectorial adesivo que permite a fixação do parasita na parede do intestino delgado. Cistos: Forma de resistência e disseminação, com o formato ovoide contendo até 4 núcleos (forma infectante) A transmissão pode acontecer de Pessoa-Pessoa, principalmente em locais fechados. Porém, a forma de transmissão mais comum é através de alimentos e fontes de água contaminados. Eles são parasitas que ocupam o Intestino delgado, duodeno, jejuno, ductos ou até vesícula biliar. Obs.: eles têm preferência por essas áreas devido à alta concentração de fosfolipídio que são importantíssimos para o desenvolvimento do parasita. O ser humano ingere água ou alimento contaminado por cistos de giárdia que, quando chegam ao nível do estomago começam o processo de desincistamento devido ao pH, temperatura e suco pancreático. Ao nível do Intestino Delgado (duodeno) o desincistamento está completo formando o trofozoíto que começa então a se reproduzirassexuadamente por meio da divisão binária longitudinal. Após um tempo ocorre um encistamento novamente. Ocorre produção de quitina que dá estruturação da parede cística formando um novo cisto, sem mecanismos de adesão a parede do intestino delgado. O motivo para o novo encistamento ainda não é conhecido. Esse cisto não consegue se aderir e acaba se desprendendo da mucosa intestinal, saindo junto com o bolo fecal pronto para infectar novas pessoas. O disco adesivo fixa o trofozoíto na mucosa intestinal, formando um atapetamento da mucosa duodenal com formação de barreira mecânica de parasitas que impedem a absorção de nutrientes. Associado a isto temos uma reação inflamatória que causa lesão celular com decorrente atrofia das vilosidades, hiperplasia das criptas. O corpo, tentando recuperar essas células perdidas começa a aumentar a produção de enterócitos que são formados imaturos. Essa imaturidade do enterócito gera uma deficiência das dissacarídases (enzimas que se encarregam de romper os dissacarídeos nos monossacarídeos auxiliando na digestão e absorção de alimentos). Sem as dissacaridases, é estabelecido um quadro de Síndrome de Má Absorção, que é muito grave, principalmente em crianças, que desenvolvem má absorção de açúcares, gorduras, vitaminas A, D, E, K, B12, ácido fólico e ferro, entre outros nutrientes. QUADRO CLÍNICO Sanar: Cerca de 5 a 15 % dos pacientes são assintomáticos, com resolução espontânea até 6 meses. Outros, principalmente desnutridos, fisicamente debilitados por doenças primárias ou expostas a contaminação intensa, podem apresentar sintomas que são divididos em duas fases: Fase aguda: Presente em indivíduos não imunes, ou seja, primoinfectado por giárdia. E também naqueles indivíduos com carga parasitaria muito alta. Nesses casos os principais sintomas são: Diarreia aquosa, explosiva, fétida e com gases; Distenção e cólicas abdominal; Mal-estar, fraqueza, perda de peso e Esteatorreia (clássica da infecção por Giardia) @medsurtoo NIvya Moraes P4/UC12 UNIT – AL 5 Fase Crônica: Só é observada em pacientes imunocomprometidas (obs lembrar que criança tem imunodeficiência fisiológica, então essa fase é sim comum em crianças). Nessa fase os principais sintomas são: Diarreia persistente; Má absorção de gordura e vitaminas keda, b12, ferro, xilose e lactose; Dor abdominal ou abdome distendido; Anorexia e perda de peso e Crescimento físico e cognitivo comprometido. Clínica médica: quadro clínico caracterizado com freqüência por diarréia líquida, volumosa, com três a cinco episódios ao dia, com muco, sem sangue, às vezes acompanhada de desconforto abdominal ou dor abdominal em cólica, raramente com náuseas, vômitos e febrícula. A infecção parece ser, com freqüência, mais sintomática quando acomete crianças. Os sintomas podem regredir sem tratamento específico após algumas semanas ou persistir sob a forma de diarréia crônica com síndrome de má absorção e emagrecimento. Quadros atípicos podem manifestar-se com dor epigástrica simulando úlcera péptica ou quadro de cólica biliar. Peculiarmente, o período de incubação oscila entre 7 e 14 dias. Classicamente, os pacientes sintomáticos apresentam diarreia, dor abdominal em cólica e perda ponderal. Ocasionalmente, há fenômenos de esteatorreia, assim como manifestações sistêmicas, tais como hipertermia, eosinofilia, artrite, exantema ou urticária. Há relatos de artralgia correlacionados a giardíase, os quais foram subsequentemente resolvidos após o tratamento do patógeno. Na infância, a giardíase crônica pode debilitar tanto o desenvolvimento físico quanto cognitivo. Assim, um diagnóstico precoce é imprescindível. DIAGNÓSTICO Estudo laboratorial de trofozoítos ou cistos de G. lamblia no material fecal. Três amostras de fezes são coletadas em dias alternados. Atualmente, dispõe-se de ferramentas diagnósticas que permitem a detecção de antígenos nas fezes, apresentando considerável sensibilidade e especificidade. O exame de fezes pode utilizar dois métodos: o método de faust ou método direto (lembrar que essas amostras podem ser negativas por até 20 dias, por isso devem os exames devem ser periódicos e ter 3 amostras TRATAMENTO Atualmente, os compostos imidazólicos são as drogas de primeira escolha no tratamento da giardíase. Emprega-se o tinidazol na dose de 2,0 g por via oral, dose única para adultos, e 50 mg/kg, também dose única via oral, para crianças. Convém lembrar de que a suspensão oral de tinidazol tem sabor desagradável, sendo pouco tolerada pelas crianças. O metronidazol deve ser utilizado na posologia de 250 mg, três vezes ao dia por via oral, durante 7 a 10 dias, para adultos e na dose de 15 mg/kg/dia, divididos em três doses por via oral, durante igual período, para crianças. Outros compostos imidazólicos são disponíveis com a mesma eficácia dos demais, podendo ser administrados na mesma dose do tinidazol, como nimozarol, secnidazol e ornidazol. O controle de cura deve ser realizado por exames coproparasitológicos colhidos 7, 14 e 21 dias após o tratamento. O emprego do albendazol, na dose de 400 mg por dia, durante 5 dias, também mostrou-se eficaz. COMPLICAÇÕES A giardíase quase nunca é fatal nos países industrializados, mas pode causar sintomas persistentes e graves complicações, especialmente em lactentes e crianças. As complicações mais comuns incluem: Desidratação: muitas vezes surge como um resultado de diarreia, a desidratação ocorre quando o corpo não tem água suficiente para realizar suas funções normais Falha de crescimento: diarreia crônica causada por giardíase pode levar à desnutrição e deficiência no desenvolvimento físico e mental das crianças Intolerância à lactose: muitas pessoas com infecção por giárdia desenvolver a incapacidade de digerir o açúcar do leite. O problema pode persistir por muito tempo após a infecção ser eliminada. PREVENÇÃO Saneamento básico Tratamento adequado de água pública Preparação higiênica de alimentos Higiene fecal-oral adequada Lavagem minuciosa das mãos após contato com fezes A água pode ser descontaminada por meio de fervura. Cistos de Giardia resistem a níveis rotineiros de cloração. A eficácia da antissepsia com compostos contendo iodo é variável e depende da turvação e da temperatura da água e da duração do tratamento. Alguns dispositivos portáteis de https://www.minhavida.com.br/saude/temas/intolerancia-a-lactose @medsurtoo NIvya Moraes P4/UC12 UNIT – AL 6 filtração podem remover cistos de Giardia da água contaminada, mas a eficácia de vários sistemas de filtragem não foi avaliada completamente. A filtração da água por areia remove quase todos os cistos de ameba. Filtros com diatomáceas removem-nos completamente. O cloro não mata os cistos. Para desinfecção de pequenas quantidades de água prescreve-se a tintura de iodo. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA AMEBÍASE Medidas de controle Notificação de surtos - a ocorrência de surtos (2 ou mais casos) requer a notificação imediata às autoridades de vigilância epidemiológica municipal, regional ou central, para que se desencadeie a investigação das fontes comuns e o controle da transmissão através de medidas preventivas, principalmente, medidas educativas. a) isolamento - é necessário o isolamento no casos de pacientes hospitalizados, adotando-se as precauções em relação à manipulação de fezes, roupas contaminadas e lençóis. É necessário a exclusão de manipuladores de alimentos infectados com E. histolytica bem como de funcionários infectadosque trabalham em serviços de saúde. O retorno ao trabalho deve ser feito após o tratamento específico, conforme recomendado no item. b) desinfecção concorrente - disposição sanitária adequada de fezes e desinfecção concorrente. c) imunização de contatos - não aplicável; Medidas em epidemias a) a investigação epidemiológica parte da notificação do caso e deve ser imediatamente realizada pela equipe de vigilância epidemiológica local buscando identificar a fonte e o modo de transmissão; b) detecção da fonte comum de transmissão - se a fonte comum é a água ou alimentos, desencadear as medidas que corrigem a situação. Referências Clínica médica – USP. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as- infecciosas/protozo%C3%A1rios-e-microspor%C3%ADdios- intestinais/giard%C3%ADase https://www.msdmanuals.com/pt- br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es- parasit%C3%A1rias-protozo%C3%A1rios-intestinais-e- microspor%C3%ADdios/ameb%C3%ADase https://www.scielo.br/j/jbpml/a/czNpXkHj7zrWdrdrxk8GfMh/?lang= pt https://www.scielo.br/j/jbpml/a/czNpXkHj7zrWdrdrxk8GfMh/?lang= pt https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1722/amebias e.htm https://www.sanarmed.com/resumo-de-giardiase-epidemiologia- fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento https://www.minhavida.com.br/saude/temas/giardiase#:~:text=Com plica%C3%A7%C3%B5es%20poss%C3%ADveis&text=Falha%20 de%20crescimento%3A%20diarreia%20cr%C3%B4nica,digerir%2 0o%20a%C3%A7%C3%BAcar%20do%20leite. http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia- epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por- agua-e-alimentos/doc/parasitas/entamoebah.pdf https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-e-microspor%C3%ADdios-intestinais/giard%C3%ADase https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-e-microspor%C3%ADdios-intestinais/giard%C3%ADase https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-e-microspor%C3%ADdios-intestinais/giard%C3%ADase https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-parasit%C3%A1rias-protozo%C3%A1rios-intestinais-e-microspor%C3%ADdios/ameb%C3%ADase https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-parasit%C3%A1rias-protozo%C3%A1rios-intestinais-e-microspor%C3%ADdios/ameb%C3%ADase https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-parasit%C3%A1rias-protozo%C3%A1rios-intestinais-e-microspor%C3%ADdios/ameb%C3%ADase https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/infec%C3%A7%C3%B5es/infec%C3%A7%C3%B5es-parasit%C3%A1rias-protozo%C3%A1rios-intestinais-e-microspor%C3%ADdios/ameb%C3%ADase https://www.scielo.br/j/jbpml/a/czNpXkHj7zrWdrdrxk8GfMh/?lang=pt https://www.scielo.br/j/jbpml/a/czNpXkHj7zrWdrdrxk8GfMh/?lang=pt https://www.scielo.br/j/jbpml/a/czNpXkHj7zrWdrdrxk8GfMh/?lang=pt https://www.scielo.br/j/jbpml/a/czNpXkHj7zrWdrdrxk8GfMh/?lang=pt https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1722/amebiase.htm https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1722/amebiase.htm https://www.sanarmed.com/resumo-de-giardiase-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento https://www.sanarmed.com/resumo-de-giardiase-epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento https://www.minhavida.com.br/saude/temas/giardiase#:~:text=Complica%C3%A7%C3%B5es%20poss%C3%ADveis&text=Falha%20de%20crescimento%3A%20diarreia%20cr%C3%B4nica,digerir%20o%20a%C3%A7%C3%BAcar%20do%20leite https://www.minhavida.com.br/saude/temas/giardiase#:~:text=Complica%C3%A7%C3%B5es%20poss%C3%ADveis&text=Falha%20de%20crescimento%3A%20diarreia%20cr%C3%B4nica,digerir%20o%20a%C3%A7%C3%BAcar%20do%20leite https://www.minhavida.com.br/saude/temas/giardiase#:~:text=Complica%C3%A7%C3%B5es%20poss%C3%ADveis&text=Falha%20de%20crescimento%3A%20diarreia%20cr%C3%B4nica,digerir%20o%20a%C3%A7%C3%BAcar%20do%20leite https://www.minhavida.com.br/saude/temas/giardiase#:~:text=Complica%C3%A7%C3%B5es%20poss%C3%ADveis&text=Falha%20de%20crescimento%3A%20diarreia%20cr%C3%B4nica,digerir%20o%20a%C3%A7%C3%BAcar%20do%20leite http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/parasitas/entamoebah.pdf http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/parasitas/entamoebah.pdf http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/parasitas/entamoebah.pdf
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