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Grupos terapêuticos Grupo social X Grupo terapêutico O grupo terapêutico tem um aspecto social envolvido, porém é entendido pelos usuários como um lugar onde ocorre o debate sobre a necessidade de ajuda de todos. Esse grupo potencializa as trocas dialógicas, o compartilhamento de experiências e a melhoria na adaptação ao modo de vida individual e coletivo. Grupo social designa conjuntos de seres humanos que interagem de modo sistemático entre si. É uma coletividade identificável, estruturada e contínua de pessoas que desempenham papéis recíprocos em conformidade com normas, interesses e valores com vista à prossecução de objetivos comuns. Grupo terapêutico: Promove o contato entre diferentes sujeitos e possibilita novos movimentos e experiências a partir do encontro com o outro, configurando, desse modo, “tanto um espaço de conjunção de singularidades, instância que remete à diversidade de sujeitos, quanto do compartilhado, ligação da pluralidade”. Zanella e Perreira, 2001 Início de tudo: Back School Mariane Zachrisson-Forssell (1969): é uma fisioterapeuta que propôs o tratamento de dores na coluna vertebral e reunir pessoas em grupos de 4. Pontos chaves de um grupo: → Informações teórico-educativas → Prática de exercícios terapêuticos Back School/ escola de coluna/ escola de postura • Público: pessoas com dor na coluna vertebral • Nº de encontros: quatro • Ministrante: Fisioterapeuta • Frequência: duas vezes por semanas • Duração: quarenta e cinco minutos • Nº de participantes: 6 a 8 • Programa: → Aula 1: coluna vertebral, causas da dor e posturas de relaxamento. → Aula 2: orientações sobre AVDs e exercícios para casa. → Aula 3: transporte/levantamento de objetos e exercícios para MMII. → Aula 4: incentivo à prática de exercício físico. Revisão dos conteúdos. Informações teórico-educativas: • Noções de anatomia e biomecânica da coluna; • Informações sobre o quadro: causas e tratamentos; • Orientações posturais; • Noções de ergonomia; • Benefícios da atividade física; • Aspectos emocionais; • Exercícios domiciliares; Prática de exercícios terapêuticos: • Posicionamento; • Exercícios de relaxamento; • Exercícios de alongamento; • Manejo do estresse; • Exercícios respiratórios; • Exercícios aeróbicos; • Movimentos ativos/ativo-assistidos; • Automassagem; • Estabilização lombar; Back School Fisioterapia em grupo A back school foi ficando menos biomédica e foi percebendo os aspectos biopsicossociais, a questão do estar em grupo. E com isso foi adaptada para a fisioterapia em grupo. Fisioterapia em grupo Alguns exemplos: • Mastectomizadas (tem o benefício de promover a socialização, identificação, saber que não está sozinha, compartilhar experiências); • Empresa (deve ter cuidado com o tipo de prática que vai oferecer para não gerar desconfortos); • Consciência corporal (reunir pessoas com a proposta de trabalhar o corpo); • Idosos (pensar na realidade do idoso, realizar trabalho de equilíbrio e propriocepção, ter cuidado para não expor a risco de quedas); • Gestantes (compartilham experiencias, medos, ansiedades); • Músicos; • Escola; • Incontinência urinária; • Pacientes hospitalizados; • Hemiplégicos; • Parkinsonianos; • Artrite reumatoide; • Gonartrose; • Fibromialgia; • Dor crônica; Benefícios • Apoio mútuo (convive com pessoas que tem o mesmo problema).; • Diminuição de ansiedade; • Autoeficácia; • Estímulo à prática de exercícios; • Consciência corporal; • Melhora da qualidade de vida; • Socialização; • Corresponsabilidade; • Protagonismo; • Menor custo; • Maio adesão; Desafios Para o paciente: • Assiduidade; • Independência; • Necessidade de atenção; • Adaptação ao grupo; • Adesão (comprar a ideia e vestir a camisa); Para o profissional: • Formação assistencialista; • Grupos heterogêneos; • Flexibilidade - planejamento e execução dos exercícios; • Papel de facilitador; • Atitude; • Interação do grupo; • Criatividade; • Equipe interdisciplinar; Perguntas a se fazer • Quais os benefícios? • Quais as limitações? • Quando indicar? Indicações ASPECTOS A CONSIDERAR: • Condição geral de saúde; • Independência (se o paciente é independente); • Discernimento; • Necessidade/curiosidade de compreensão do seu problema; • Engajamento/motivação; • Transição para a alta; Concepção • Estado de presença; • Cada um é único; • Capacidade de alto-regulação; • Empoderamento; • O que queremos mudar/propor? • O que nos une? “A prática da educação em saúde não deve e não pode ser entendida como ação vertical e unidirecional, do profissional que sabe para a população que não sabe” Bispo Jr, JP, 2010 Planejamento • Público-alvo → Perfil → Nº de participantes → Critério de exclusão • Avaliação • Equipe • Objetivos terapêuticos • Encontros → Quantidade → Duração → Planejamento de cada encontro Ambiente: • Tatame ou colchonetes; • Música; • Iluminação; • Cuidados especiais com a limpeza; • Projeção; Estratégias: 1. Combinados - rotina → Competição/cooperação → Respeito ao tempo de cada um 2. Orientação → Verbal → Tátil → Demonstração: se necessário 3. Sequência: → Exercícios simples -> complexos → Exercícios localizados -> globais 4. Auto-percepção - toques/automassagem 5. Pausas → Para se perceber → Para respirar 6 - Atividades lúdicas → Para adultos tem que ter sentido 7 - Exercícios em duplas, trios, todos 8- Orientações/atividades para casa 9- Troca de experiências Recursos • Bolas de diversos tipos e tamanhos • Bastões, bambus • Escovas • Espaguetes • Toalhas • Peças ósseas • Argila, massa de modelar • Prancha de equilíbrio • Cartilha • Outros Pedagogia: • Postura do profissional; • Linguagem; • Atitude de escuta, acolhimento, observação; • Não há modelo a ser copiado; “Olhemos uns aos outros. Cuidemos uns dos outros. Respeitemo-nos uns aos outros. Sejamos apoio e suporte uns dos outros” Eugênio Paes Campos Referências BISPO JUNIOR, José Patrício. Fisioterapia e saúde coletiva: desafios e novas responsabilidades profissionais. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, supl. 1, p. 1627-1636, June 2010 CARDIA MCG, Duarte MDB, Almeida RM: Manual de Escola de Posturas da UFPB. In: Universitária, editor, 2 a ed, João Pessoa, 1999. MANZANARES, M. D., SUNYER, M., TORNERO, D., MEDINA, N., PLOU, M. P., LIMÓN, R., RIPOLL, M. A., ESPINAR J. Estudio de la eficacia de un programa de Escuela de Espalda aplicado en un Centro de Salud. Revista Mexicana de Medicina Física y Rehabilitación, 18, 81-88, 2006 PAUL, N.M. The eficacy of the back school intervention Program. The Indian Journal of Occupational Therapy, vol XXXVII, nº3, Dec. 2003. SPONCHIADO P, carvalho AR. Descrição dos efeitos do protocolo “escola de coluna moderna” em portadores de lombalgia crônica. Fit Perf J. 2007, 6(5): 283-8. TAVAFIAN, S. S., JAMSHIDI, A., MOHAMMAD, K., MONTAZERI, A. Low back pain education and short term quality of life: a randomized trial. BMC Musculoskeletal Disorders, 8(21), 2007. TSUKIMOTO, G. R., RIBERTO, M., BRITO, C. A., BATTISTELLA, L. R. Avaliação longitudinal da Escola de Postura para dor lombar crônica através da aplicação dos questionários Roland Morris e Short Form Health Survey (SF-36). Acta Fisiátrica, 13(2), 63- 69, 2006.
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