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Morfofuncional | UC XVI | SP5 Anemias Anemia - redução da massa eritrocitária circulante total abaixo dos limites normais → redução da capacidade de transporte de O2 → hipóxia tecidual Mensuração da massa eritrocitária - diminuição de hematócrito - diminuição da concentração de Hb Classificação de acordo com as características morfológicas - tamanho da hemácia - normocítica - microcítica - macrocítica - quantidade Hb - normocrômica - hipocrômica - forma → microcítica hipocrômica: distúrbios de síntese de Hb (ex: ferropriva, talassemia) → macrocíticas: prejuízos na maturação dos precursores de eritrócitos → normocíticas normocrômicas: etiologias diversas ● Anemias hemolíticas Características: - destruição prematura de eritrócitos e encurtamento do ciclo de vida dos eritrócitos abaixo de 120 dias (em alguns casos pode ser com 10/20 dias de vida) - elevação dos níveis de eritropoetina (devido à hipóxia) e aumento compensatório da eritropoiese → hiperplasia dos precursores eritróides - acúmulo de produtos de degradação da Hb liberados pela degradação de eritrócitos e derivados da Hb: bilirrubina indireta A destruição dos eritrócitos pode ocorrer por: - hemólise extravascular: anemia, esplenomegalia, icterícia; essa é a que predomina em anemia hemolítica porque é um mecanismo fisiológico; na polpa vermelha do baço temos sinusóides que ficam entre os cordões esplênicos, que é onde encontramos principalmente os macrófagos; podemos dizer que ocorre sequestro esplênico, devido a falta de maleabilidade da hemácia, ela não consegue se dobrar para sair, ela fica parada e presa no cordão esplênico, e aí o macrófago fagocita; nem sempre os macrófagos conseguem manter os metabólitos da destruição da hemácia, então podemos ter liberação de bilirrubina diretamente na corrente sanguínea, e isso causa icterícia; - hemólise intravascular: anemia, hemoglobinemia, hemoglobinúria, hemossiderinúria (aumento de ferro e metabólitos na urina, rim) e icterícia (é o que acontece na anemia falciforme) tenho mudanças na parede da célula e isso vai favorecer a adesão da célula à parede do vaso; não é o macrófago que faz lise aqui, ocorre lise das hemácias independente da presença dele, por isso tenho presença de Hb livre na corrente sanguínea, quando é mediada por macrófagos, ele consegue “conter” o conteúdo da lise Hb livre + haptoglobina (globina ligadora) = destruição por fagócitos → bilirrubina Na hemólise, temos diminuição da haptoglobina → Hb oxidada = metemoglobina (tem ferro na estrutura) → captação pelo TCP- túbulo contorcido proximal acúmulo de ferro no TCP = hemossiderose (depósito excessivo de ferro)→ pode levar a IRA Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 1 Morfofuncional | UC XVI | SP5 De maneira geral: ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA - EH - Distúrbio hereditário é causado por defeitos intrínsecos do esqueleto da membrana eritrocitária que tornam os eritrócitos esferóides menos deformáveis e vulneráveis ao sequestro esplênico e à destruição - Anemia microcítica normocrômica - O esqueleto de membrana,é o que dá maleabilidade: temos proteína filamentosa que é a espectrina, que na sua porção proximal vai sempre interagir com a dupla-hélice da próxima espectrina, e na porção distal se ancora à actina; - Posso ter mutação na anquirina, banda 3, espectrina; mutação na anquirina é a mais comum - Complexo Anquirina → se liga a banda 4,2 e a banda 3 que é um canal iônico, sódio-potássio; se tenho mutação, não ligo na espectrina - Complexo 2 →Banda 4,1 que se liga a actina e ao filamento distal da espectrina e liga ele ao complexo GP; - Com o passar do tempo, quando essa célula sai da medula e vai pra corrente sanguínea, ela começa a perder pedaços de membrana na forma de vesícula, e isso comprime a Hb lá dentro, condensa ela; para manter essa Hb lá, ela vai mudar de forma, para ancorar a Hb, ela muda para forma de esfera; - Essa hemácia esférica é captada pelo baço, e fagocitada pelo baço; - Ela é degradada em 10/20 dias; logo, minha medula fica hiperplásica; - EH: mutações nas proteínas de ancoragem ou espectrina provocam insuficiência dos componentes do esqueleto da membrana; a mais comum é na anquirina → distúrbio no esqueleto de membrana que vai levar a diminuição da maleabilidade da célula - além do aprisionamento, que por si só induz fagocitose; - outras alterações que favorecem fagocitose: eritroestase: se ela ficou para no cordão esplênico, o nível de glicose dela diminui, e o pH diminui também - baço é vilão: porque ele elimina a hemácia, mesmo que ela consiga fazer sua função um pouco; logo, um dos tratamentos seria esplenectomia - não tenho mais aprisionamento e inibe a hemólise ; Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 2 Morfofuncional | UC XVI | SP5 Morfologia - esferocitose não é patognomônica! (esferocitose também está presente em pacientes desidratados- a hemoglobina se condensa e gera uma hemácia esférica) - reticulocitose - hiperplasia eritróide da medula óssea (hipóxia → + eritropoetina → estimula eritropoiese) - hemossiderose - icterícia leve - colelitíase (40-50% pacientes) - aumento esplênico moderado é característico (500-1000g) - se pensarmos na anemia falciforme, o baço pode estar normal ou até mesmo diminuído; por causa da obstrução da microvasculatura temos a autoesplenectomia; obstruídos, ele infarta e podemos ter até diminuição do volume Aspectos clínicos Diagnóstico é baseado: - história familiar - achados hematológicos: anemia microcítica normocrômica, com presença de esferócitos no esfregaço - evidências laboratoriais - curva de lise osmótica/curva de fragilidade osmótica- sangue do paciente controle é comparado com o do paciente; tenho lise de hemácia mesmo em ambiente hipertônica, porque minha membrana não é resistente, então qualquer quantidade de água que entrar, vai causar lise; ela é resistente a meios hipotônicos, quanto mais hipotônico, menor a chance de lise; se não houver alteração da curva, não é esferocitose - 2/3 dos pacientes apresentam eritrócitos sensíveis à lise osmótica - ↑ CHCM Severidade da EH varia: • Em poucos casos: EH pode se apresentar ao nascimento com icterícia acentuada e requer transfusões. • 20% a 30% dos casos: assintomática. • Maioria dos casos: anemia hemolítica crônica leve a moderada. • Crises aplásicas: em geral desencadeadas por infecção aguda por parvovírus B19; parvovirus é um vírus com tropismo por eritroblasto, quando ele infecta, causa lise de eritroblasto; como é um vírus, preciso de resposta imune adaptativa humoral, e essa resposta demora 2 semanas +/-, então vou perdendo mais células nessas 2 semanas; tecnicamente, eu teria uma hiperplasia medular para repor os eritroblastos lesados, mas como tenho essa infecção viral, eles vão sendo lisados também → ausência de produção; paciente pode morrer por choque hipovolêmico; não se trata de uma condição específica de esferocitose, pode ser de qualquer uma das anemias hemolíticas DOENÇA FALCIFORME • Distúrbio na Hb • Hemoglobinopatia hereditária comum • Indivíduos com ascendência africana • Hemácias em indivíduos normais: HbA (α2β2) - tem maior afinidade por oxigênio Pequenas quantidades de HbA2 (α2δ2) Pequenas quantidades de hemoglobina fetal HbF(α2γ2) • Hemácias na doença falciforme: HbS (α2βs2) - troca de um glutamato por uma valina é o que origina a HbS - diminui a estabilidade da Hb 8% a 10% dos afro-americanos (2 milhões de indivíduos): heterozigotos para HbS → traço falciforme Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 3 Morfofuncional | UC XVI | SP5 - polimeração: uma HbS se associa a outra HbS→ condensa o meio e torna o citoplasma mais viscoso, e isso favorece a polimeração → podemos levar a formação de fibra, devido a tanta Hb associada - com oxigenação, a hemácia volta para sua conformação normal por um tempo; - a partir de um momento a falcização é irreversível; - o influxo de cálcio, leva a o efluxo de potássio mais água; se a hipóxia é muito intensa, posso ter acontecendo mais rápido a falcização irreversível; - nem sempre o paciente com anemia falciforme vaiter uma hemácia em forma de foice ao exame, em anemias leves, não vemos isso no esfregaço, só serão vistas quando a falcização for irreversível - a desoxigenação é natural da hemácia; em vasos de grande calibre a hemácia passa carregando o oxigênio; quando chega no leito microvascular, onde temos os capilares, temos redução da velocidade de fluxo, para a hemácia soltar o oxigênio, devido a diferença de concentração de oxigênio no tecido e no capilar →isso é fisiológico - na anemia falciforme: soltou o2, hemácia polimeriza, continua seguindo o leito, cai de novo na grande vasculatura → onde esperamos aumento de oxigênio, ela retorna a sua conformação natural; - em situação normal: a hemácia mantém sua forma, ela não polimeriza/sofre falcização; - devemos evitar inflamação em pacientes com anemia falciforme, porque a falcização acontece também em locais de leito inflamado, e não apenas no leito do microcapilar; - falcização acontece de maneira natural na microvasculatura do baço, fígado e medula óssea; - na inflamação, tenho que aumentar a permeabilidade vascular, reduz o fluxo sanguíneo, aumenta liberação de O2 no local, favorece a falcização no local que está inflamado - na inflamação, a hemácia pode nem ter a chance de retornar a sua conformação anterior, ela pode sofrer hemólise mais fácil Oclusões microvasculares: - se eu tenho um inflamação a velocidade de fluxo fica diminuída, falcizei, favoreço a interação da membrana da hemácia com receptores do endotélio vascular → hemácia para no local; plaquetas também estão passando; com isso podemos formar trombos, pela ativação da cascata de inflação → interrompo o fluxo do local → vou ter isquemia do local • ↑ moléculas de adesão • Mediadores aumentam a expressão de moléculas de adesão por cel endotelial → favorece adesão • Estagnação de eritrócitos → baixa tensão de O2 , falcização e obstrução vascular. • ↓ óxido nítrico (ele é um dos fatores anti-trombóticos) → vasoconstrição, agregação plaquetária, falcização e trombose. Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 4 Morfofuncional | UC XVI | SP5 Sangue periférico: • Número variável de células irreversivelmente falciformes (depende da taxa de falcização) • Reticulocitose - se eu falcizo, isso favorece o sequestro esplênico e com isso morre hemácia mais cedo • Células em alvo (desidratação eritrocitária) - ela indica que tive falcização reversível; podemos ter apenas ela no hemograma; Medula: hiperplásica - estimula reabsorção óssea principalmente em ossos esponjosos → causa alterações no RX Presença de: • Maxilares proeminentes • Alterações do crânio que lembram um corte de cabelo militar ao raio-X - trabéculas ósseas novas, recém formadas • Hematopoiese extramedular - mais comum no fígado, mas posso ter baço e linfonodos participando; isso é da vida intrauterina, já que nesse período é o fígado o produtor de células hematológicas; temos células troncos residuais nesses locais que podem ser ativadas em situações de necessidade de hematopoiese; LEMBRANDO: minha medula está hiperplásica, e mesmo assim ela não está dando conta da produção; por isso é necessária essa produção extra; posso ter hepatoesplenomegalia e linfadenomegalia • Cálculos biliares • Hiperbilirrubinemia - BI • Autoesplenectomia: no início da vida adulta temos isso, pela obstrução da vascularização do baço tenho infarto do cordão esplênico; a forma de reparo é fibrose; substitui aos poucos o parênquima do baço por tecido fibroso, até que não tenha mais massa funcional, o baço reduz de volume; fazer esplenectomia aumenta o risco de infecções, principalmente por bactérias encapsuladas; • Infartos podem ocorrer em: ossos, cérebro, rins, fígado, retina e vasos pulmonares. obstrui → infarto → necrose → fibrose • Úlceras na pele (adultos) Aspectos clínicos • Crises vaso-oclusivas (crises dolorosas): causas mais comuns de morbidade e mortalidade na doença falciforme - Hipóxia e infarto que causam dor intensa na região afetada. - Locais mais envolvidos: ossos, pulmões, fígado, cérebro, baço e pênis Síndrome torácica aguda: tipo grave de crise vaso-oclusiva envolvendo os pulmões. (tenho um paciente que tem, ex uma pneumonia). Apresenta febre, tosse, dor torácica e infiltrados pulmonares. • Crises sequestro (baço intacto) → aprisionamento maciço de células falciformes → esplenomegalia → hipovolemia → choque • Crises aplásicas → parvovírus B19 • Hipóxia crônica → prejuízo generalizado do crescimento e desenvolvimento; quanto maior taxa de falcização, menor é a taxa de distribuição de O2 • Hipertonicidade da medula renal → hipostenúria - dificuldade de concentração da urina; a medula renal é hipertônica por natureza; isso favorece a falcização das hemácias dos vasos que passam nessa região, então não consigo liberar o soluto no filtrado → não consigo concentrar a urina • Alteração da função esplênica → susceptibilidade a infecções → Exame mais importante para diagnóstico: eletroforese! Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 5 Morfofuncional | UC XVI | SP5 CHIARA Relembrando Hematopoiese Na anemia temos diminuição da hemácia; Para produzir hemácia preciso de vit b12, ferro, ácido fólico; Eritropoiese - Reticulócito não tem mais núcleo, mas sim retículo endoplasmático rugoso; e a hemácia não tem nenhum dos dois - Quando a hemácia perde o núcleo, sobra Hb → hemácia serve para fazer transporte de Hb - Reticulócito fica 12-24h na corrente sanguínea, e após perder o RER, vira hemácia; - Essa hemácia tem capacidade de passar nos sinusóides, capilares e conforme vai ficando mais velha, ela perde um pouco essa capacidade de passar nesses capilares, pois vai perdendo sua mobilidade; - No baço temos muitas células de defesa; quando ele vê a hemácia mais velha e com dificuldade → ele faz hemocaterese (destrói hemácia) → diminui [O2] no sangue, no rim liberamos eritropoetina, que induz a produção de mais hemácias pela medula óssea; - Quando quebro hemácia, libero Hb, que precisa passar por um processo de metabolização também; Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 6 Morfofuncional | UC XVI | SP5 - Se eu estiver em um estado anemia hemolítica, vou estar fazendo muita hemólise, faço hipóxia → estímulo eritropoetina, medula trabalha mais → muito reticulócito na circulação - Com isso dividimos as anemias em hipoproliferativas e hiperproliferativas - Na anemia hipoproliferativa: acabo estimulando a medula, mas tenho carência de algo, ou diminuição de algum substrato, eu até tenho o estímulo, mas não consigo produzir - Logo, anemia carencial → anemia hipoproliferativa Para produzir hemácia preciso de vit b12, ferro, ácido fólico; 1 molécula de Hb consegue carregar 4 átomos de oxigênio heme = protoporfirina + ferro - se diminui protoporfirina → diminui heme → diminui Hb - se diminui ferro → diminui heme → diminui Hb - paciente com diminuição de protoporfirina → tem anemia microcítica - paciente com deficiência de ferro → tem anemia microcítica • 3 tipos de hemoglobina: – Hb A ( 2 cadeias alfa e 2 beta) – Hb A2 ( 2 cadeias alfa e 2 delta) – Hb fetal ( 2 cadeias alfa e 2 gama) - sideroblástica é microcítica pq eu tenho dificuldade de formar o grupo heme; se falta protoporfirina, não formo direito o grupo heme → também não consigo ligar o ferro, ele aumenta em casos de deficiência de protoporfirina - deficiência de ferro - anemia ferropriva - diminui grupo heme, diminui Hb → anemia microcítica - problemas em cadeias de globina: talassemia (problema de quantidade de Hb) e falciforme (problema de qualidade) Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 7 Morfofuncional | UC XVI | SP5 Valores normais • Hemoglobina ( 12 – 17g/dl) – Mulher: 12 – 15 – Homem: 13.5 – 17 • Hematócrito ( 36 – 50%) - geralmente é 3x o valor da hemoglobina – Mulher: 36 – 44% – Homem: 39 – 50% • Hemácias – 4 – 6 milhões • Hemograma - índices hematimétricos – Hm: 4 – 6 milhões – Hg: 12- 17g/dl – Ht: 36 – 50% – VCM: 80 – 100fL (tamanho da hemácia) – HCM: 28 – 32 pg (“cor”) – CHCM: 32-35/dL – RDW: 10- 14% (índice de anisocitose; diferentes formas/tamanhos;estão elevados principalmente em distúrbios carenciais; anemias hemolíticas geralmente o RDW é normal) – Reticulócitos: 0,5 – 2% ANEMIAS HIPOPROLIFERATIVAS • Anemia Ferropriva – Anemia carencial mais comum Precisamos entender: - Como é o ciclo do ferro? - Como faço o diagnóstico? - Me alimento → adquiro ferro por meio de carne ou folhas verdes escuras; - Ferro precisa de um carreador para sair do enterócito; fígado produz a transferrina, que é o carreador do ferro → vai para o enterócito (duodeno, jejuno principalmente) → pega o ferro e transporta para a medula ósseas, para poder fazer a produção das hemácias; - Essa hemácia cai na corrente sanguínea como reticulócito, vira hemácia, por 120 dias fica no sangue, ela envelhece passa no baço e sofre hemocaterese; - Na hemocaterese, ela é quebrada em grupo heme + grupo globina O grupo heme é: protoporfirina + ferro A protoporfirina vira biliverdina → é transformada em bilirrubina indireta→ vai pra via biliar → vira bilirrubina direta → para ser excretada - Por isso paciente que tem anemia hemolítica começa a fazer icterícia; por quebrar tanta Hb; Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 8 Morfofuncional | UC XVI | SP5 - Eu parado, sentado, meu corpo está em um basal - Quando tô entrando em um balanço de ferro negativo; uso minha reserva; - Em casos de queda de ferro → uso a ferritina (que é minha reserva de ferro) - Em um balanço negativo, a primeira coisa que diminui é a ferritina; se estou perdendo ferritina → fígado começa a liberar transferrina para pegar mais ferro no enterócito → para armazenar o que estamos perdendo - Começa a fazer um aumento de transferrina para a circulação - Consumo ferro do estoque → diminui ferritina → aumento liberação de transferrina - Transferrina vai no enterócito → pega o ferro → leva o ferro para medula óssea ou para estocar; em balanço negativo - usa para fazer a produção de hemácia - Inicialmente, consigo captar ferro do enterócito → Por que na fase inicial de anemia é normo normo? Porque estou usando meu estoque, ainda não entrou propriamente dito em um quadro de anemia. • Quadro clínico – Sd anêmica: • Cefaleia, astenia, insônia, pálido, angina- paciente que faz dor precordial por conta da anemia – Anemia Ferropriva (outras também podem dar) • Glossite • Queilite angular - rachadura/inflamação no canto da boca • Perversão do apetite ( PICA) • Coiloníquia - unha em forma de colher • Disfagia - por síndrome de Plummer vinson- relacionado com pacientes que têm anemia ferropriva, associada a uma membrana esofágica • Diagnóstico – Hemograma • Série vermelha – Hm – baixo – HB – baixo – Ht – baixo • Índices Hematimétricos – VCM – normo/microcícita (pode estar normal inicialmente, mas espero ele baixo; pq não tenho ferro, não formo Hb → logo hemácia menor) – HCM – normo (inicialmente), hipocrômica – RDW anisocitose alto • Leucócitos – normal • Plaquetas - aumentada • Padrões do ferro: – Ferro sérico baixo – Ferritina baixo – TIBIC ALTO – Índice de saturação de transferrina - Baixo Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 9 Morfofuncional | UC XVI | SP5 OBS: → TIBIC- capacidade total de ligação do ferro; cada transferrina tem capacidade de se ligar com 2 ferros; TIBIC alto: bastante transferrina TIBIC baixo: pouca transferrina se eu aumento transferrina → aumento TIBIC na anemia ferropriva, meu fígado libera mais transferrina → espero o tibic alto → índice de saturação da transferrina: tenho pouco ferro, então mesmo as transferrinas estando aumentadas, tenho pouco ferro para se ligar nelas → logo o índice é baixo • Conduta – INVESTIGAR A CAUSA – Tratamento - Paciente com gastrectomia faz hipocloridria, porque tira a as células que fazem a produção de ácido; o ferro é muito mais absorvido em meios ácidos; - A perda crônica de sangue faz uma anemia ferropriva • Tratamento – Sulfato ferroso • Como avaliar a resposta ao tratamento? – Contagem de Reticulócitos → Quando eu tenho resposta boa, tenho reticulócitos aumentados • Qual o tempo ? – Elevação da contagem 2-4 dias • pico – 10º dia (adulto) – 5º na criança • Anemia de doença crônica – Condição infecciosa → CITOCINAS → HEPCIDINA - As citocinas diminuem a meia vida das hemácias, - Diminui a resposta medular a eritropoetina - A citocina mais liberada é a hepcidina → aprisiona o ferro nos estoque - deixa o ferro aprisionado dentro da ferritina, ninguém consegue mais mexer → tenho aumento de ferritina - Se o fígado vê o estoque cheio, ele não produz transferrina Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 10 Morfofuncional | UC XVI | SP5 - Além disso, a hepcidina reduz a absorção intestinal do ferro - Então eu tenho: aumento de ferritina, diminuição de ferro - Nas 2 situações eu tenho ferro baixo (tanto na ferropriva quanto na de doença crônica) - Anemia de doença crônica geralmente é normo normo, mas pode ser hipo micro - Se eu der ferro, vai tudo pro estoque Laboratório • HEMOGRAMA e Perfil do ferro : – VCM – Normal BAIXO normalmente normal – Morfologia – normo/ normo → hipo/ micro – Ferro sérico – diminuído – TIBIC – diminuído – Ferritina – alta – Saturação de transferrina baixa • Tratamento – Doença de base ● Anemia megaloblástica - É uma anemia macrocítica - Dentro da célula temos DNA, que precisa passar por maturação → precisamos de ácido fólico e vit B12 Ácido fólico e ingerido na forma de metiltetra hidrofolato, ele é transformado em ativo por meio da B12, em tetrahidrofolato Esse THF ajuda na atuação do DNA - Fisiologicamente tenho uma célula que cresce; o cit cresce, núcleo cresce, a célula se divide em 2 filhas - Em deficiência de B12 ou ácido fólico, o núcleo não consegue dividir, a célula cresce mas o núcleo não → célula não se diferencia → isso acontece com todas cel do corpo, mas na medula vemos isso melhor porque tem alto turnover celular - Temos prejuízo na formação celular, temos prejuízo en todo hemograma - pancitopenia - A hemácia sai como uma célula macrocítica - Cit cresce, é onde tem a Hb, então a célula pode ter cor normal - Estou fazendo uma formação celular errada, na medula temos as células de defesa, elas decidem matar essas células, hemólise é o nome dado fora da medula, na medula é eritropoiese ineficaz - Destruo as células → quebro Hb → libero grupo heme, globina, protoporfirina e ferro, que vira biliverdina, BI e BD → paciente tem icterícia - Temos um padrão de hemólise no hemograma - Paciente que tem anemia megaloblástica pode apresentar neutrófilo hipersegmentado → Ele se segmenta para se dividir uma hora, mas ele não se divide Hemograma • Macrocítica • Normocrômica • RDW alto • Leucócitos baixo • Plaquetas baixo • BI ALTO • LDH ALTO Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 11 Morfofuncional | UC XVI | SP5 - Ácido fólico é adquirido pela ingestão de folhas, na forma de metil tetrahidrofolato; a absorção feita no duodeno e jejuno, - MTHF + B12 → THF (tetrahidrofolato) → vai ser usado na formação do DNA - Depois de utilizar THF no DNA, ele se transforma em DHF que sofre ação de diidrofolato redutase que faz ele voltar a ser THF; - Medicamentos agem na diidrofolato redutase; então devemos dar ácido folínico junto - O metil que saiu do radical se junta a homocisteína → metionina - Sem b12 ou ácido fólico não tenho radical metil e não tenho ninguém para consumir minha homocisteína • Causas de def. ácido fólico: – Ingestão deficiente :criança não come salada, alcoolismo – Gestante – Hemólise crônica – Medicações - Ingere carne, que é onde tenho proteína e B12; na boca temos ligante R da saliva que se junta à B12 e vai pro estômago, lá acabo liberando pepsina e fator intrínseco; - B12 não fica sozinha; pepsina quebra proteína → B12 vai e se liga com o ligante R e ao FI, essa ligação vai até o duodeno - Protease quebra ligação do B12 e R → B12 vai para o íleo terminal, que é onde ela é absorvida • Causas de Def. Vit B12 – Não ingere carne – Anemia perniciosa – Gastrectomia – Pancreatite crônica – Doença ileal • Tb íleo • Linfoma de íleo • Doença Crohn – Diphyllobothriumlatum • Quadro clínico – Carencial • glossite • Queilite angular • Diarreia – DEF B12 • Síndrome neurológica • Doenças auto imune associada (Perniciosa) Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 12 Morfofuncional | UC XVI | SP5 OBS: muitas vezes em provas o vitiligo é colocado como resposta autoimune e esse paciente fazendo deficiência de B12 - Ácido é tóxico para neurônios - Paciente pode fazer síndrome cordonal posterior com alterações de sensibilidade • Laboratório – Hb baixo – Hg baixo – Ht baixo – VCM alto – Hcm normo – Rdw alto – Plaquetas e leucócitos baixo • LDH bem AUMENTADO • BI aumentada ( pouco) • Como saber se é carência de B12 ou folato?? – Ácido metilmalônico → alto → b12 – Homocisteína → alta → ac. Fólico ou b12 Gabriela de Oliveira | T3 | 6º período 13
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