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AMÁLGAMA DENTÁRIO (Materiais Dentários 1)

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1 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Materiais Dentários 1 
O amálgama foi o primeiro material restaurador 
de uso direto e é utilizado há quase 200 anos, inclusive 
atualmente. Ele era o principal material utilizado, 
principalmente em dentes posteriores e representava 
cerca de 2/3 das restaurações existentes. No entanto, 
apesar das restaurações de amálgama possuírem uma 
longa vida média de 10 a 20 anos, ele vem sendo cada 
vez mais substituído pela resina composta e tem, hoje, 
uma utilização mais direcionada ao serviço público, 
serviços populares de Odontologia ou em casos 
específicos em relação ao paciente. 
VANTAGENS 
⇾ Fácil manipulação e emprego, enquanto as outras 
técnicas possuem utilizações mais complexas; 
⇾ Auto-selamento marginal: ele é um material metálico 
e, com o tempo, devido à presença de umidade da 
cavidade bucal, vai ocorrer corrosão e, nesse processo, 
há a deposição de subprodutos do amálgama na 
interface dente-restauração, fazendo com que ele 
melhore o seu selamento marginal com o tempo. 
∙ Obs.: esse fator, aliado aos bons hábitos de higiene do 
paciente, atua de maneira preventiva e eficaz contra a 
cárie dentária; 
⇾ Material restaurador direto com maior resistência ao 
desgaste: isso se refere às próprias características do 
material, ou seja, por ser metálico, o amálgama 
apresenta uma boa resistência (maior, numericamente, 
que a da resina); 
⇾ Longevidade comprovada cientificamente; 
⇾ Custo relativo baixo: essa característica o torna um 
material muito importante para o serviço público. 
DESVANTAGENS 
⇾ Estética deficiente: o amálgama não é um material 
esteticamente agradável, o que diminui muito o seu 
uso, já que a maioria dos pacientes procuram 
procedimentos esteticamente favoráveis. 
⇾ Não se adere à estrutura dentária: fica retido no 
preparo cavitário por forças puramente mecânicas, 
como o atrito entre o material e as paredes dentárias e 
devido à configuração dada ao preparo dependendo 
da técnica utilizada. 
⇾ Preparo retentivo requer maior desgaste estrutural: 
pode sacrificar tecido dentário sadio, mas, atualmente, 
é possível utilizar materiais intermediários adesivos. 
⇾ Enfraquecimento da estrutura dentária: é um material 
muito rígido e tem um coeficiente de expansão térmico-
linear muito diferente do da estrutura dentária. Isso faz 
com que, em casos de paredes dentárias já fragilizadas, 
o material possa predispor o dente a fraturas em virtude 
do seu comportamento. 
⇾ Toxicidade do mercúrio: este é um dos componentes 
do amálgama. Essa toxicidade é mais relevante 
quando a consideramos em função do meio ambiente 
– é importante manipular e descartar os resíduos de 
maneira correta. A toxicidade sistêmica e/ou local para 
o paciente não é cientificamente comprovada. 
∙ Obs.: em 2013 ocorreu a Convenção de Minamata, na 
qual vários países se reuniram em busca de banir da 
indústria o mercúrio, incluindo o amálgama. Assim, em 
alguns países, 2020 era o ano limite para a utilização 
desse material restaurador. 
COMPOSIÇÃO 
O amálgama é um material que se apresenta 
inicialmente como um pó metálico e um líquido. O pó é 
uma liga metálica cujos componentes principais, ou 
seja, mais abundantes, são a prata (Ag) e o estanho 
(Sn). O pó metálico é misturado ao mercúrio (Hg) em 
temperatura ambiente – em estado líquido. A partir da 
manipulação do pó + líquido haverá a formação de 
uma massa plástica. O amálgama, então, é resultado 
de uma mistura perfeita entre a liga metálica e o 
mercúrio que possui uma plasticidade ideal para ser 
inserido e esculpido diretamente na cavidade oral. 
 
Existe uma especificação (n° 1), da Associação 
Dentária Americana (ADA), que prevê os percentuais 
mínimos e máximos de cada elemento químico que 
compõe o amalgama dentário. 
 
∙ Obs.: a variação do cobre varia e classifica o tipo de 
liga metálica de acordo com a sua quantidade. Existem 
outros elementos químicos que podem ser acrescidos 
ao amálgama para melhorar alguma propriedade. 
FUNÇÃO DOS MATERIAIS 
⇾ Cobre: substitui, parcialmente, a prata, aumenta a 
dureza e a resistência do material e diminui o 
escoamento e a corrosão, aumentando a qualidade 
do amálgama; 
⇾ Zinco: é um agente desoxidante, diminui a incidência 
de fraturas marginais, mas pode causar expansão tardia 
frente à contaminação por umidade; 
⇾ Mercúrio (acrescido ao pó): proporciona um tempo 
de presa e trabalhos mais curtos, sendo incorporado ao 
pó de ligas pré-amalgamadas; 
⇾ Índio: aumenta a resistência à compressão, reduz o 
“creep” (escoamento), a quantidade necessária de 
mercúrio e o brilho pós-polimento e aumenta a 
resistência a fraturas e a rugosidade superficial. 
 
2 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Materiais Dentários 1 
 
FABRICAÇÃO DA LIGA 
A prata e o estanho são fundidos e depois 
solidificados novamente no formato de lingote, que é 
bastante heterogêneo e apresenta áreas com alta 
concentração de estanho e outras com alta 
concentração de prata. Para evitar que isso aconteça, 
o lingote/barra passa por um processo de 
homogeneização (aquecimento numa temperatura 
abaixo da de fusão do material), responsável por uma 
distribuição uniforme dos componentes no lingote. 
Depois disso, ele é cortado em formato de partículas, 
chamadas limalhas, que são pequenas agulhas 
irregulares. A liga já cortada, passa por um processo de 
envelhecimento, que é muito importante para que seja 
possível ter um tempo de trabalho ideal, passando pelas 
etapas de inserção na cavidade e escultura sem 
aceleração no tempo de presa. 
 
Além das partículas em formato de limalha, o 
amálgama também pode passar por um processo de 
atomização e ser transformado em partículas 
esferoidais. Neste caso, a liga líquida (prata e estanho 
no estado líquido) é aspergida como um spray no 
ambiente inerte da máquina. Esse spray passa por uma 
solidificação e o aerossol vai produzir as gotículas que 
são as partículas esféricas do amálgama esferoidal. 
TAMANHO E FORMATO DAS PÁRTICULAS 
Partículas finas ou microfinas apresentam 
melhores características de manipulação e maior lisura 
superficial das restaurações, além de conferir uma 
maior plasticidade ao amálgama para ele ser inserido 
na cavidade dentária. 
Quanto menor o tamanho das partículas, maior 
a quantidade de mercúrio será necessária para 
envolver as partículas e menor a resistência. Exemplo: 
abaixo há uma representação de uma partícula em 
formato de limalha do lado direito que, ao ser repartida 
ao meio, será transformada em duas partículas 
(esquerda). Neste caso, apesar das partículas menores 
conferirem uma melhor facilidade de se trabalhar com 
o material, elas precisarão de mais mercúrio as 
envolvendo e transformando essa liga num amálgama 
plástico, pois o mercúrio terá que envolver agora não 
mais a área de superfície de uma limalha, e sim de duas 
– tem-se mais faces. 
 
 
O ideal é ter a menor quantidade de mercúrio 
possível e, quando ela é aumentada, tem-se mais 
mercúrio dissolvendo a partícula da liga e diminuindo a 
resistência do amálgama. 
Além desse fator, a aérea de superfície da 
esfera é menor do que de uma limalha, dessa forma, as 
partículas esféricas necessitam de menos mercúrio para 
as envolver – a resistência dessas partículas será maior. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA LIGAS DE AMÁLGAMA 
A primeira classificação considera o conteúdo 
de cobre que existe no material. Assim, tem-se ligas 
convencionais, que possuem baixo teor de cobre, e 
ligas de alto teor de cobre. Atualmente, os amálgamas 
convencionas estão caindo em desuso, sendo mais 
comum as ligas metálicas com alto teor de cobre. 
Outra classificação, baseada naanterior, é em 
relação ao formato das partículas. Se o amálgama é 
convencional, ele pode ter suas partículas em formato 
de limalha ou esferoidais. Já os de alto teor de cobre, 
além das partículas poderem ser em formato de limalha 
ou de esfera, existe uma terceira classificação que é a 
chamada ligas metálicas em fase dispersa, que 
apresentam partículas esferoidais e em limalha. 
LIGAS COM ZINCO (>0,01%) 
O zinco é um agente desoxidante que confere 
uma melhor integridade marginal ao material, melhores 
propriedades mecânicas e maior durabilidade da 
restauração. No entanto, se ligas com zinco forem 
contaminadas precocemente pela umidade, vai haver 
a reação do zinco com a água produzindo hidrogênio. 
A liberação de H provoca um fenômeno chamado de 
expansão tardia. 
Zn + H2O → ZnO + H2 
A expansão tardia é mais comum nas ligas 
convencionais com zinco, inicia-se 3 a 4 dias após a 
reação de presa e continua por meses – o amálgama 
vai expandindo dentro da cavidade dentária. 
Esse fenômeno pode provocar sensibilidade 
pós-operatória e fraturas no dente, por isso é de suma 
importância realizar corretamente o isolamento para 
evitar que isso aconteça. 
REAÇÃO DE AMALGAMAÇÃO 
É a junção do mercúrio (líquido) com a prata e 
o estanho (pó), que formam uma massa plástica 
chamada amálgama dentário. Dessa reação haverá a 
formação de fases designadas por letras do alfabeto 
grego. 
LIGAS COM BAIXO TEOR DE COBRE 
 
 
3 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Materiais Dentários 1 
A liga de Ag3Sn é misturada ao mercúrio na 
fase gama, formando as seguintes fazes: gama 1, que é 
a reação do mercúrio com a prata, gama 2, que é a 
reação do mercúrio com o estanho, e vai ficar no final 
na massa do material, um percentual da fase gama não 
reagida. 
 
Na medida em que o mercúrio entra em 
contato com a fase gama, que é a liga metálica, vai 
haver o crescimento na borda dessa liga de grânulos 
(fase gama 1), que é a reação do mercúrio com a 
prata. Em alguns momentos, vai haver a formação da 
fase gama 2, mas numa quantidade muito menor, pois 
o mercúrio tem muito mais afinidade com a prata do 
que com o estanho. No final, todo o mercúrio líquido 
participa da reação, fazendo com que se obtenha 
também a fase gama não reagida. 
Se houver uma quantidade muito grande de 
mercúrio, vai haver uma exacerbação na formação 
das fases gama 1 e 2 e a liga vai desaparecer, 
diminuindo a resistência do material. Quanto mais fase 
gama não reagida, maior a resistência da restauração. 
A proporção relativa das fases microestuturais 
determinam as propriedades mecânicas do material. 
Sendo assim, a fase gama é a de maior resistência e a 
gama 2 possui menor resistência, menor dureza e maior 
escoamento e corrosão, então é uma fase indesejável. 
 
LIGAS COM ALTO TEOR DE COBRE 
Nessas ligas, tem-se no mesmo material liga 
metálica formada por limalha (2/3) e liga metálica 
formada por partículas esferoidais (1/3, com a presença 
do cobre como adicional), caracterizando uma liga de 
fase dispersa. 
O melhor comportamento desta liga se dá em 
relação à redução ou eliminação da fase gama 2. 
 
Na reação de amalgamação dessas ligas, 
inicialmente, tem-se bastante semelhança com as ligas 
de maior teor de cobre: liga misturada ao mercúrio e 
formação das fases gama 1, gama 2 e gama. No 
entanto, essa fase gama 2 vai ser consumida pelo cobre 
presente nessa liga em altas quantidades e 
transformada numa outra fase, que é a fase eta, que 
apresenta propriedades bem melhores do que a fase 
gama 2. Então, essas ligas com alto teor de cobre são 
chamadas de ligas não gama 2, porque não ou há 
pouquíssima formação da fase gama 2 – amálgama 
com propriedades mecânicas bem superiores. 
 
 
SIGNIFICADO CLÍNICO 
A reação de amalgamação é o que vai definir 
a plasticidade do amálgama, ou seja, a forma com que 
o mercúrio age na liga é que vai dizer como esse 
material vai se tornar plástico para ser inserido na 
cavidade e qual vai ser o tempo de trabalho para 
confeccionar a restauração. Então, essa proporção de 
mercúrio com a liga é bastante importante na 
modulação desses fatores. 
É importante ressaltar que o término da reação 
de amalgamação pode levar vários dias e várias 
semanas, o que reflete em mudanças nas propriedades 
mecânicas com o passar do tempo, ou seja, quando a 
restauração é encerrada e o paciente sai do 
consultório, essa reação continua acontecendo. Por 
isso, é importante orientar o paciente sobre a função 
daquele dente - não mastigar alimentos diretamente 
em cima deles. 
PROPRIEDADES 
 
ALTERAÇÃO DIMENSIONAL DO AMÁLGAMA 
• Há uma contração inicial por redução do volume das 
partículas; 
• Expansão inicial através da cristalização; 
Primeiro o mercúrio dissolve a liga, mas na 
medida em que a fase gama 1 vai ocorrendo vai haver 
a expansão inicial. 
• Quanto mais mercúrio (consome muita partícula), 
maior a contração do amalgama; 
• Expansão tardia da liga com zinco na presença de 
umidade. 
CREEP OU ESCOAMENTO 
É uma propriedade indesejável definida como 
a deformação progressiva medida após o completo 
endurecimento do amálgama ao longo do tempo sob 
a aplicação de forças estáticas ou dinâmicas. Se o 
 
4 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Materiais Dentários 1 
amálgama não tem como escoar para dentro da 
cavidade, ele acaba aflorando para a superfície e na 
medida em que ele aflora, pode haver um maior 
aumento na ocorrência de fraturas e uma falha 
precoce da restauração 
 
 
PROPRIEDADES MECÂNICAS DO MÁLGAMA 
• Baixa resistência à compressão inicialmente; 
• Baixa resistência à tração e à flexão – muito rígido; 
• Módulo de elasticidade semelhante ao esmalte; 
• Quanto mais mercúrio, menor a resistência. 
CORROSÃO 
É a degradação progressiva de um metal por 
reação química ou eletroquímica – principalmente esta, 
devido a presença da saliva. Esse processo possui as 
seguintes desvantagens: 
• Propriedades mecânicas reduzidas; 
• Fratura marginal – amálgama menos resistente; 
• Aumento da porosidade da superfície – facilita o 
acúmulo de biofilme e a ocorrência de cáries 
recorrentes; 
• Liberação de produtos metálicos. 
Esse fenômeno apresenta uma vantagem, que 
é o selamento da interface dente-restauração por 
produtos da corrosão, evitando infiltração marginal. 
∙ Obs.: o amálgama com baixo teor de cobre vai possuir 
uma maior formação da fase gama 2 e uma maior 
corrosão, ou seja, os amálgamas atuais corroem menos, 
mas possuem um auto-selamento marginal em menor 
proporção. 
PROPRIEDADES TÉRMICAS 
• Alto valor de condutividade e difusidade térmica – 
importante ter uma maior atenção na proteção da 
dentina e uma maior observação da profundidade da 
cavidade em função dessas características. 
PROPRIEDADES BIOLÓGICAS 
• Efeito toxico do mercúrio – sobretudo vapores, que 
ocorrem durante a manipulação do material ou 
remoção de restaurações antigas; 
• Potencial de causa danos ambientais – conduta 
incorreta do profissional no gerenciamento e descarte 
dos resíduos. 
MANIPULAÇÃO CLÍNICA 
Ocorre através de etapas que são 
extremamente importantes, necessitando de atenção e 
de uma realização criteriosa de cada uma dessas fases 
– proporção liga-mercúrio, trituração, brunidura, 
escultura e acabamento e polimento. 
FORMAS DE APRESENTAÇÃO DO AMÁLGAMA 
⇾ À granel: um pote com a liga metálica em pó e outro 
pote com o mercúrio líquido. Porém, em função da 
Conferência de Minamata e do banimento do 
mercúrio, o uso deste elemento na forma não 
encapsulada – dentro de frascos de vídeo, o que eleva 
a ocorrência de acidentes e derreamento do produto 
no meio ambiente – foi proibido desde 1ºde janeiro de 
2019 pela ANVISA. 
⇾ Cápsulas pré-dosadas: apresentam maior segurança 
de uso e podem ser encontradas de vários tipos, com 
mecanismos diferentes. 
 
PROPORÇÃO LIGA-MERCÚRIO 
Nas ligas convencionas de limalha, utiliza-se 5 
partes de liga para 7 do mercúrio. No final, representa 
uma quantidade equivalente de aproximadamente 
50% de cada. Já nas esferoidais, há uma menor 
necessidade de mercúrio, sendo então 45%. 
Nas ligas com alto teor de cobre, as partículas 
de limalha permanecem com a proporção de 1:1 (50% 
de mercúrio), mas nas esferoidais há uma diminuição 
ainda maior, possuindo uma proporção de 1:0,84, ou 
seja, 42% de mercúrio. 
Atualmente, quem determina essa proporção 
são os fabricantes das capsulas pré-dosadas, mas é 
importante entender essa proporção para identificar 
possíveis erros de dosagem e contactar o fabricante. 
 
CAUSAS DE PROPORCIONAMENTO INCORRETO 
• Adaptação deficiente (pouco Hg) – o que prejudica a 
plasticidade e dificulta a deposição do material na 
cavidade 
• Diminuição da resistência mecânica (excesso ou falta 
de Hg); 
• Menor resistência à corrosão (excesso de Hg); 
• Maior escoamento (excesso de Hg). 
TRITURAÇÃO 
 
5 Brenda Araújo (@brendaraujo____) – Odontologia, UFPE Materiais Dentários 1 
Fase realizada por um amalgamador (ex.: 
Vibramat), que é um triturador mecânico do amálgama 
e consiste, de início, na remoção da camada de óxidos 
que recobrem as partículas da liga com o movimento 
de agitação – numa frequência conhecida e ideal – 
possibilitando o íntimo contato com o mercúrio e o início 
das reações químicas de cristalização do amálgama. 
Antigamente, o amalgama à granel era 
triturado manualmente. Posteriormente, evolui para o 
triturador mecânico para recipientes à granel e, 
atualmente, tem-se os trituradores mecânicos para 
capsulas pré-dosadas. 
 
Cada fabricante determina um tempo ideal de 
trituração e, depois do amálgama ser triturado, temos 
como resultado a massa que vai sair da cápsula. É 
importante conhecer a forma ideal para, se necessário, 
ajustar o tempo de trituração ou chegar á conclusão de 
que a dosagem da cápsula estava incorreta. 
⇾ Subtrituração: diminuição de tempo de trituração, 
fazendo com que pouco mercúrio interaja com as 
partículas. Neste caso, o amálgama apresenta uma 
textura arenosa, que se desprende facilmente. É 
necessário desprezar corretamente o material e triturar 
uma nova cápsula. 
⇾ Consistência ideal: o amálgama apresenta aspecto 
uniforma, brilho acetinado e cai inteiro no pote dappen 
de vidro. 
⇾ Sobretrituração: excesso de tempo de trituração, 
fazendo com que muito mercúrio interaja com as 
partículas. Neste caso, o amálgama apresenta um 
brilho exagerado. A sobretituração confere menor 
resistência e tempo de trabalho muito reduzido, 
prejudicando a restauração. 
 
CONDENSAÇÃO 
O amálgama do pote dappen de vidro vai ser 
capturado pelo porta amálgama, que leva a massa 
plástica para a cavidade. Preenche-se, 
gradativamente, a cavidade com o material em 
questão, adaptando-o às paredes e compactando-o. 
Nessa fase, são utilizados os calcadores Ward de número 
1, 2 e 3. Quanto menor a ponta ativa, maior a pressão 
exercida. Assim, inicia-se com os condensadores de 
menor diâmetro – para uma maior pressão e melhor 
adaptação do amalgama dentro da cavidade – e vai, 
gradativamente, passando para os maiores. 
A força necessária é modificada de acordo 
com o formato das partículas: a pressão necessária 
para a condensação de partículas esferoidais é bem 
menor do que as de limalha. 
BRUNIDURA 
É dividida em dois momentos: a pré e pós-
escultura. No primeiro brunimento (pré) se utiliza a 
porção mais arredondada do brunidor ovoide com 
movimentos do centro para a periferia da restauração. 
Essa etapa é responsável pelo aumento da 
densidade de núcleos de partículas, remoção do 
excesso de mercúrio, redução da porosidade 
superficial – aumenta a lisura – e melhor adaptação 
marginal. 
O brunimento pós escultura, como o próprio 
nome sugere, é realizado depois da etapa de escultura, 
sendo feito com a porção mais afilada do brunidor 
ovoide e é importante para melhorar os aspectos 
anatômicos do dente, como a profundidade dos sulcos. 
ESCULTURA 
Fase realizada depois do primeiro brunimento e 
antes do segundo. O momento certo para o início da 
escultura é após a o início da cristalização. Nessa fase 
as cúspides ficam definidas, mas rasas devido a 
suavidade dos sulcos. Nela, é utilizado o esculpidor 
Hollemback 3S nessa fase e, após o ajuste oclusal, o 
paciente deve retornar numa outra semana para a 
realização do acabamento e polimento. 
MANIPULAÇÃO CLÍNICA 
UFPE, Dentística. Amálgama MD1. Youtube. Disponível: 
https://www.youtube.com/watch?v=xVzNZZnnEfs. 
Acesso em: 25 mar 2022. 
REIS, A.; LOGUERCIO, A. D.. Materiais Dentários Diretos: 
dos Fundamentos à Aplicação Clínica. Santos, 2007.

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