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LAÍS CAÇÃO NICOLAU
ARQUITETURA EFÊMERA PARA
MICROEMPREENDEDORES DECORRENTES DA PANDEMIA
UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO
ARQUITETURA E URBANISMO
CAMPO GRANDE-MS
2021
LAÍS CAÇÃO NICOLAU
ARQUITETURA EFÊMERA PARA
MICROEMPREENDEDORES DECORRENTES DA
PANDEMIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresen-
tado como exigência para a obtenção do título
de BACHAREL EM ARQUITETURA E UR-
BANISMO pela Universidade Católica Dom
Bosco (UCDB)
Orientador: Prof. Gustavo Kiotoshi Shiota
CAMPO GRANDE-MS
2021
2 
 
FOLHA DE APROVAÇÃO 
 
 
Autor(a): Laís Cação Nicolau 
Título: Arquitetura efêmera para microempreendedores decorrente da 
pandemia 
 
Monografia defendia em , pela comissão julgadora: 
 
___________________________________________________________________ 
Prof. (a) Gustavo Kiotoshi Shiota (orientador) 
Curso de Arquitetura e Urbanismo / Universidade Católica Dom Bosco 
 
 
___________________________________________________________________ 
Prof. (a) 
Curso de Arquitetura e Urbanismo / Universidade Católica Dom Bosco 
 
 
 
 
 
___________________________________________________________________ 
Convidado externo 
Titulação e se pertence a alguma universidade 
 
 
__________________________________________ 
Profa. Dra. Ana Claudia Marques Bacarji 
Coordenador(a) do Curso de Arquitetura e Urbanismo 
 
 
 
DEDICATÓRIA
À minha falecida avó Laura que sempre acreditou no meu potencial
Agradecimentos
AGRADECIMENTOS
À todos meus professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da UCDB
Ao meu excelente orientador Prof. Gustavo Shiota, por todos ensinamentos e com-
preensão
À coordenadora do curso Prof.Dra: Ana Claudia Marques Bacarji por todo suporte
ao decorrer dos anos
Aos meus amados pais por me darem todo apoio e ajuda
Ao meu namorado por não me deixar desistir dos meus sonhos
À toda minha amada família
À Madalena por me trazer imensa alegria em momentos difíceis
Ao meu Psiquiatra Dr. Fernando Mazer por cuidar de mim
“Acredito que as coisas podem ser feitas de
outra maneira e que vale a pena tentar.”
Zaha Hadid
Resumo
A presente pesquisa discorre sobre maneiras de ajudar pessoas que precisaram
trabalhar em casa durante a pandemia e não possuem um local adequado ou com estrutura
para o mesmo, seja para quem abriu um novo negócio ou quem precisou trabalhar em
Home Office por conta do distanciamento social. Tendo em vista essas situações, propõe-
se elaborar um estudo de uma arquitetura efêmera através da arquitetura modular com
o projeto de uma edificação temporária, sustentável e reciclável, onde a pessoa possa
ter o espaço que precisa de maneira rápida e sem muito investimento em comparação à
construção de um novo local. E caso futuramente não precise mais do espaço, ela poderá
vender ou adaptá-lo para a nova realidade.
Palavras-chave: Covid-19. Desemprego. Home Office. Arquitetura efêmera. Arquite-
tura Modular. Contêineres.
Abstract
The present research discusses ways to help people who needed to work at home
during the pandemic and do not have a suitable place or structure for it for whoever opened a
new business or who needed to work in the Home Office because of the social distancing. In
view of these situations, it is proposed to develop a study of ephemeral architecture through
modular architecture with the design of a temporary, sustainable and recyclable building,
where the person can have the space they need quickly and without much investment in
comparison to the construction of a new location. And if in the future it no longer needs the
space, it can sell or retrofit it for the new reality.
Keywords: Covid-19. Unemployment. Home Office. Ephemeral architecture. Modular
architecture. Containers.
Lista de ilustrações
Figura 1 – Tenda Beduína no deserto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Figura 2 – Hospital de Campanha em Porto Alegre . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 3 – Hospital de campanha no combate contra dengue em Campo Grande . 19
Figura 4 – Módulo da Wikkelhouse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 5 – Opção de layout da Wikkelhouse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 6 – Módulo completo da Wikkelhouse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 7 – Casa Chassi . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 8 – Sede Zanettini - SP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 9 – Estrutura de Sede Zanettini - SP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Figura 10 – Ateliê na Cidade - Romero Silva Arquitectos . . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 11 – Interior do Ateliê - Romero Silva Arquitectos . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Figura 12 – Ateliê sob a laje - Romero Silva Arquitectos . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 13 – Loja Garimpê - Numa Arquitetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 14 – Interior da Loja Garimpê - Numa Arquitetos . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Figura 15 – Mapa da Localização do terreno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Figura 16 – Volumetria do Módulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Lista de abreviaturas e siglas
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
COVID-19 Corona Vírus
FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LSF Light Steel Framing
MDF Medium Density Fiberboard
MEI MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL
MG Minas Gerais
MS Mato Grosso do Sul
OMS Organização Mundial da Saúde
OSB Oriented Strand Board
RCC Resíduos da Construção Civil
RCD Resíduos da Construção e Demolição
SP São Paulo
TV Televisão
Sumário
DEDICATÓRIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
AGRADECIMENTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.1 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.1.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.1.2 Objetivo Específico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.2 Procedimentos Metodológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2 Revisão da Literatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.1 Arquitetura Efêmera . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2 Arquitetura Modular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.3 Sustentabilidade na Arquitetura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.4 Materiais e Técnicas Construtivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.4.1 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.4.2 Bambu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.4.3 Contêiner . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.4.4 Madeira de Demolição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.4.5 Chapas OSB . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.4.6 Light Steel Frame . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.5 Contexto Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3 Precedentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.1 Sede Zanettini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.2 Workshop in the City . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.3 Loja Garimpê . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4 Proposta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.1 Estudo de Caso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.2Materiais Utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.3 Estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.4 Layout . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.5 Instalações Elétricas e Hidrossanitárias . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
4.5.1 Elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.5.2 Hidrossanitária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.6 Instalação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.7 Desinstalação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.8 Orçamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.9 Vantagens e Desvantagens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.10 Variações de Uso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
6 Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
7 Referências Consultadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
ANEXOS 50
14
1 Introdução
De acordo com Luran Guimarães, “o ser humano a tudo se adapta e a tudo supera, o
homem disciplina sua mente é o homem que domina a sociedade”. A pandemia do covid-19
não difere em termos de ser mais uma grande adversidade, já que durante toda a evolução
da sociedade o ser humano em frente às dificuldades procura maneiras de superá-las seja
por questão de sobrevivência, de praticidade ou de conforto. Com os novos desafios da
realidade pandêmica em que estamos vivendo, o presente trabalho propõe desenvolver
projetos de arquitetura efêmera para pessoas que não possuem um local adequado para
trabalharem dentro de suas casas.
De forma geral a arquitetura efêmera é um ambiente feito de forma passageira
para suprir a necessidade de maneira rápida. Com a pandemia, diversas pessoas ficaram
desempregadas ou precisaram começar a trabalhar em casa em um curto período, e quem
não possuía um local com estrutura adequada, precisou improvisar. Essa pesquisa foca em
estudar a arquitetura efêmera como meio de suprir as necessidades de quem não possui
um local para trabalhar em Home Office, ou para quem ficou desempregado e decidiu
empreender dentro de sua casa para achar outra forma de sustento.
Um levantamento feito pela empresa de consultoria BTA (Consultoria em Desenvolvi-
mento Empresarial, Saúde e
Vitalidade Organizacional, foco em Cultura e Liderança) mostrou que, por conta da pan-
demia, o modelo de trabalho home office se tornou o padrão para ao menos 43% das
empresas brasileiras. Além disso, com o alto índice de desemprego, diversos brasileiros
tentam ganhar a vida com outra fonte de renda, um termômetro disso é o número de
pessoas que viraram MEI (microempreendedor individual), conforme o IBGE, entre março e
julho 600 mil trabalhadores tornaram MEIs, com um crescimento de 20% em comparação
ao ano passado.
O objetivo da presente pesquisa consiste em encontrar maneiras de ajudar esses
brasileiros que precisaram começar a trabalhar em suas casas, mas não possuem um local
adequado, seja por falta de espaço, estrutura, ou conforto. Através da arquitetura efêmera
será proposto um ambiente versátil, que seja construído de forma rápida, moldado conforme
a necessidade de cada pessoa, sustentável, e com um menor custo e facilidade do que
a tradicional construção de alvenaria. E caso o local não seja mais necessário, pode ser
desfeito, vendido ou transformado em outro ambiente de maneira fácil. aneira fácil.
1.1 Justificativa
Pesquisas apontam que o ambiente influencia diretamente na produtividade do
trabalho, funcionários que possuem um espaço planejado, bem iluminado, com ergonomia
têm um maior rendimento que os outros. Com o coronavírus, diversos funcionários foram
Capítulo 1. Introdução 15
pegos de surpresa com o home office, sem poderem planejar um ambiente adequado para
trabalhar, seja com a falta de espaço, ruídos externos ou de outras pessoas transitando
1.1.1 Objetivo Geral
Elaborar um estudo da arquitetura efêmera, para atender uma demanda emergen-
cial, para uso comercial ou serviço, através de um projeto de uma edificação temporária,
sustentável e reciclável, elaborada por meio da arquitetura modular.
1.1.2 Objetivo Específico
1) Determinar quais as principais necessidades de espaço que os microempreendedo-
res e pessoas em teletrabalho precisam.
2) Verificar quais os melhores e mais viáveis materiais para arquitetura modular
3) Propor um espaço que possa ser um investimento
4) Desenvolver diversas categorias de layout para um mesmo módulo
1.2 Procedimentos Metodológicos
Essa pesquisa tem caráter quantitativo e exploratório. Com o intuito de atingir os
objetivos, serão propostos os seguintes procedimentos metodológicos:
Para o objetivo específico 1 será feita pesquisas através de diversos materiais,
artigos, gráficos e reportagens das novas necessidades demandadas pela pandemia.
Para o objetivo específico 2 será feita pesquisas através de sites, artigos e livros
sobre materiais para construção modular para avaliar qual será o mais viável.
Para o objetivo específico 3 será proposto um projeto que quando não for mais útil,
poderá ser moldado para atender outra necessidade existente, ou vendido, tornando-o um
investimento.
Para o objetivo específico 4 será aplicado um questionário online para entender
quais espaços as pessoas mais necessitam atualmente, sejam novos empreendedores, ou
quem trabalha à distância, e desenvolver através do mesmo módulo diversos layouts com
funções distintas.
16
2 Revisão da Literatura
2.1 Arquitetura Efêmera
A arquitetura efêmera, ou emergencial, é definida pelo seu tempo de vida, tendo
como base obras que sejam passageiras, que durem pouco. Seguindo essa linha de
raciocínio, o local construído pela arquitetura efêmera pode ser desmanchado rapidamente,
ou até transferido para outro espaço, tudo depende da situação e necessidade do porquê
foi feita.
Construir algo efêmero é uma das necessidades mais antigas do Homem. Em
qualquer ponto do mundo, o Homem sempre utilizou arquiteturas efêmeras. No início,
utilizou-se principalmente para abrigos do tipo tenda. Pouco depois, começou-se a utilizar
em situações militares, como estruturas de guerras, sendo que, ainda hoje em dia, é das
arquiteturas temporárias mais comuns (Jodidio, 2011).
De um modo geral, dá-se o nome de arquitetura efêmera “quando se pretende
melhorar a performance de um lugar para um fim igualmente temporário” (Paz, 2008). São
usadas para resolver problemas imediatos, tais como, sociais, marketing, culturais, etc . . .
Do mesmo modo que tais problemas podem aparecer, também podem desaparecer, e a
arquitetura que nela foi utilizada desaparece também. Esta particularidade pode ser uma
vantagem, pois como são temporárias podem ser “extravagantes”. (Kronenburg, 2016)
A princípio toda a arquitetura é efémera. A efemeridade é um conceito que depende
da ideia de tempo. Sendo que este é uma criação do Homem, que sentiu a necessidade da
organização e controle. Neste sentido, se for comparado o tempo de vida do planeta com o
tempo de vida de um edifício arquitetônico, este torna-se efêmero. No entanto, o conceito
de efemeridade está maioritariamente relacionado com o tempo de vida do ser humano. E
é a partir dessa comparação que se nomeia algo como efêmero. Porém, “quanto menor o
tempo de estadia de uma construção no espaço, maior a sensação da sua efemeridade.”
(Paz, 2008)
A arquitetura de emergência tem sido útil em diversas situações ao decorrer dos anos,
seja por necessidade de um local que seja rapidamente erguido, seja pela necessidade de
uma estrutura que possa ser montada e desmontada, ou transferida para outro lugar, ou até
mesmo pela cultura de um povo.
Um exemplo cultural onde utiliza-se a arquitetura efêmera é o exemplo dos povosBeduínos, que habitam os desertos do Oriente Médio e do Norte da África, em locais como
a Arábia Saudita, Síria, Iraque e Egito. Eles fazem parte de cerca de 10% da população do
Oriente Médio. De acordo com o árabe, o termo “Beduíno” deriva do plural de badaw ı, que
significa nômade, bem como das palavras albedu (habitantes das terras abertas) e albeit
(povo da tenda). De toda forma, é uma palavra usada para designar os habitantes nômades
do deserto desde tempos muito antigos. (TODA MATÉRIA, 2015)
Capítulo 2. Revisão da Literatura 17
Quando se estabelecem num determinado local, geralmente um oásis, os beduínos
armam suas tendas com estruturas de madeira, pele de cabras, tecidos e fibras vegetais.
Essas tendas chegam a medir mais de 6 metros de comprimento e 3 metros de altura, como
mostra a figura 1. Devido ao clima desértico em que vivem, precisam se deslocar entre os
oásis existentes no deserto para sobreviverem. Os beduínos aproveitam essas viagens para
praticar o pastoreio e o comércio, que são as principais atividades realizadas pelos beduínos.
Depois de montada, a tenda recebe um tapete sobre a areia e está pronta para habitação.
Por outro lado, alguns beduínos possuem um estilo de vida mais sedentário, principalmente
na África, onde chegam a praticar agricultura e a criação extensiva de animais. (TODA
MATÉRIA, 2015).
Figura 1 – Tenda Beduína no deserto
Simona - site Flickr
Outro exemplo da utilização desta categoria de arquitetura, é em crises na saúde
com as construções dos famosos hospitais de campanha (Fig. 2). A figura abaixo é de
uma das centenas de tendas erguidas para luta contra Covid-19, no mundo todo onde os
hospitais não comportaram a quantidade de pessoas doentes foram erguidas para dar apoio
e atender o máximo de pacientes possíveis. Os chamados “hospitais de campanha” se
apresentam como uma alternativa e um socorro na ampliação do atendimento à pandemia,
Capítulo 2. Revisão da Literatura 18
com o aumento de leitos, de equipamentos e de profissionais, caracterizando-se como mais
um equipamento urbano de atenção à saúde, num momento que evidencia as crises sociais,
sanitárias e políticas do Brasil. ( FLORES, Ednezer. CAU/RS, 2020)
Figura 2 – Hospital de Campanha em Porto Alegre
Félix Zucco / Agencia RBS
Em 2015 foram montados pelo Exército hospitais de campanha em frente a duas
unidades de pronto atendimento, para apoiar no atendimento de pacientes de dengue, zika
e chikungunya em Campo Grande, com tendas com cerca de 40 m² acolhendo em torno de
23 leitos (Fig. 3). As tendas foram de suma importância no tratamento de pacientes com
dengue, pois os hospitais ficaram superlotados, e com esses espaços extras de atendimento,
várias pessoas conseguiram se tratar. A figura 4 abaixo mostra o layout da tenda.
Capítulo 2. Revisão da Literatura 19
Figura 3 – Hospital de campanha no combate contra dengue em Campo Grande
Autoral
2.2 Arquitetura Modular
Com o surgimento de novas tecnologias, a construção civil também teve necessida-
des de mudanças, e a arquitetura modular foi uma alternativa eficiente, rápida, mais barata
e de boa qualidade e aceitação.
A construção modular é um processo industrializado da construção que é realizado
Capítulo 2. Revisão da Literatura 20
através da junção de seções ou módulos fabricados em um determinado local e posteri-
ormente transferidos e montados na sua obra. São diversos os tipos de materiais usados
na construção modular, tais como, madeira, aço, paredes de concreto pré-fabricados, etc.
(FUTURENG, 2016).
Uma das principais características da arquitetura modular é a versatilidade, além da
utilização de espaços pequenos, os projetos podem ser executados mais rapidamente, com
um custo menor e atender todos os contextos sociais. Podendo também ser adaptado em
qualquer lugar, aproveitando o terreno e a paisagem e proporcionando uma conexão direta
com o entorno e se for necessário pode ser transportada de uma área para outra.
Com a arquitetura modular é possível obter resultados diversos, tanto no tempo de
produção, no custo e na variedade de produtos oferecidos pelas empresas aos seus clientes
e serve para diversos usos. Outra estratégia dessa arquitetura é voltada para a questão
ambiental pois reduz desperdícios, até porque os painéis modulares vêm prontos com a
parte elétrica e hidráulica, podendo até armazenar águas da chuva. E se tiver que aumentar
ou retirar algumas partes da construção, a estrutura não fica comprometida.
Outras vantagens da arquitetura modular são a redução de resíduos de materiais
em canteiros de obra, o que em si é uma grande preocupação arquitetônica, a redução
de sobras de materiais, pois na arquitetura modular diminui a chance de perda, e também
a segurança dos trabalhadores, pois estarão em um ambiente mais controlados livres de
alturas e precariedade, reduzindo a interferência de intempéries climáticas, tais como sol
forte ou chuva excessiva.
A arquitetura modular pode ser usada para diversos fins, como em projetos de
instituições de ensino, quiosques, banheiros, escritórios, lojas e até mesmo para residências.
Como já foi colocado esse tipo de construção pode adequar-se a qualquer tipo de situação,
principalmente para aproveitar o tempo e espaço.
Um exemplo de tecnologia e arquitetura modular é a Wikkelhouse, fabricada pela
empresa holandesa Fiction Factory, projetou um módulo de 5m² (fig 4) onde o cliente pode
escolher a quantidade de acordo com sua necessidade de espaço. Como mostra a figura 5
a quantidade de módulos é totalmente personalizável de acordo com o pedido do cliente,
com a quantidade mínima de 3 módulos.
Capítulo 2. Revisão da Literatura 21
Figura 4 – Módulo da Wikkelhouse
Fiction Factory
Capítulo 2. Revisão da Literatura 22
Figura 5 – Opção de layout da Wikkelhouse
Fiction Factory
Os módulos são feitor de papelão, É considerada 3 vezes mais eco-eficiente que
uma casa construída com o sistema convencional do mesmo tamanho, além disso os
materiais podem ser reutilizados pois são 100% recicláveis. (NUNES, Cristiane, 2016). Esta
técnica é feita a partir de 90% na utilização do papelão, o que a torna uma construção leve,
dispensando fundações e evitando gastos extras.
A parede de cada módulo é composta por 24 placas de papelão reciclado, unidos
por uma cola ecológica, e coberto com um revestimento à prova de água e painéis de
madeira interno que garantem uma vedação adequada, com excelente isolante térmico.
(NUNES, Cristiane, 2016). A casa (Fig 6) possui diversas vantagens como: Não precisar
de fundação, possui um alto desempenho acústico, um excelente isolamento térmico, é
3 vezes mais ecológica do que uma casa tradicional, pode ter a durabilidade de até 100
anos, os materiais são 100% recicláveis, sua montagem é feita em apenas 1 dia, e a sua
versalidade pois a casa pode ser transferidade de local facilmente.
Capítulo 2. Revisão da Literatura 23
Figura 6 – Módulo completo da Wikkelhouse
Fiction Factory
2.3 Sustentabilidade na Arquitetura
A primeira definição de desenvolvimento sustentável foi dita por Brundtland Report
em 1987 (BRUNDTLAND, 1987), afirmando que desenvolvimento sustentável é aquele que
atende às necessidades do presente, sem comprometer o atendimento às necessidades
das gerações futuras. A partir daí ficou cada vez mais recorrente o assunto sustentabilidade,
com grandes conferências mundiais sendo realizadas como a Rio’92, Rio+10, Rio+20 e
diversas outras onde foram firmados metas internacionais para promover o desenvolvimento
sustentável, impacto ambiental e pegada ecológica. No início de 1990 começou a ser
comentado sobre uma arquitetura e urbanismo sustentável.
Fazendo-se um balanço dos resultados, essas reuniões foram marcadas por disputas
ideológicas e econômicas, as ações subseqüentes ficaram aquém das expectativas e muitos
problemas ambientais não foram resolvidos. Um importante indicador foi revelado em 1997,
quando o Earth Council divulgou que o uso de recursos da humanidadejá superava em
20% a capacidade de suporte global e que o planeta foi sustentável até a década de 80
(MEADOWS, 2004).
Segundo ADAM (2001), a construção sustentável é composta por um conjunto de
estratégias projetuais que visam a qualidade de vida, proteção dos ecossistemas e a
redução do impacto ambiental e do consumo de energia. Outra definição do termo pode ser
estabelecida a partir de YUDELSON (2013), a qual considera o termo em concordância com
a ideia de “edificação de alto desempenho”, e dessa maneira, tendo uma visão conjunta a
Capítulo 2. Revisão da Literatura 24
eficiência energética, define o edifício como sustentável através de considerável diminuição
no consumo de água e energia, e ainda, a preocupação parcial com o impacto no ciclo de
vida que os materiais de construção ocasiona no meio ambiente.
“É a arquitetura que quer criar prédios objetivando o aumento da qualidade de
vida do ser humano no ambiente construído e no seu entorno, integrado com
as características da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade de
energia compatível com o conforto ambiental, para legar um mundo menos poluído
para as futuras gerações” (CORBELLA, 2003, p. 19).
Para uma arquitetura ser sustentável é preciso observar diversos aspectos, dentre
eles, a relação com o entorno, gerenciamento de água, eficiência energética, qualidade
interna do ar, conforto acústico, canteiro racional, gestão de resíduos e o atendimento à
legislação.
A indústria da construção civil provoca impactos ambientais, por ser um grande
consumidor de recursos naturais e por contribuir com a geração de resíduos sólidos de
construção civil (RCC). A preocupação com desperdícios de materiais, custos, prazos e
o meio ambiente tem ganho espaço no modelo de gestão das construtoras que buscam
a manutenção de posição competitiva e a sustentabilidade das construções. Nas duas
últimas décadas, a indústria da construção civil atentou para significativas mudanças de
postura no que se refere a sua relação com o meio ambiente, impulsionando a busca
de novos conceitos e soluções técnicas que visem à sustentabilidade de suas atividades
(RODRIGUES, 2008).
Segundo Figueiró (2009), a alvenaria é considerada como uma etapa da construção
responsável pelos maiores índices de desperdício de materiais de uma obra. Souza (2005)
traz uma definição clara e objetiva para perdas, que é quando se utiliza uma quantidade de
material maior que a necessária. No caso da alvenaria em blocos cerâmicos, têm-se perdas
quando se utiliza uma quantidade de blocos superior à necessária, e quando são evitáveis
são denominadas de desperdício.
Pedaços e sobras de madeira, aço, telhas, tijolos, cimento e areia são exemplos de
perdas materiais. Em termos gerais, entulho ou Resíduos de Construção e Demolição (RCD)
são os desperdícios na construção civil mais fáceis de detectar. (MOBUSS CONSTRUÇÃO,
2018). Os resíduos da construção e demolição representam mais de 50% da massa de
resíduos sólidos urbanos. ( ALBERTIN, VIOTTO ,SANTOS , TABONI , SHOJI. 2018)
2.4 Materiais e Técnicas Construtivas
2.4.1 Materiais
As formas de construir vem se modificando ao longo dos tempos, desde o surgimento
do homem se tem registros de construções que foram sendo aperfeiçoadas com o passar
dos anos. A ideia de se proteger de intempéries, de animais perigosos, ter conforto e um
Capítulo 2. Revisão da Literatura 25
lugar para voltar está no DNA do homem desde o seu surgimento. Sendo assim, sabe-se
então, que há a necessidade de adaptação e mudança no jeito de morar. (MARCO, Gerson.
BALDIM, Luiz. p. 2. 2018)
As novas tecnologias construtivas surgem para adaptar as necessidades das
pessoas em relação ao estilo de moradia ou até mesmo ao estilo de trabalho. Com
a constante mudança da forma de pensar do homem e estilo, essas tecnologias
vem a frente para atender as necessidades e trazer novidades ao mundo da
construção, que está em constante modificação. Aliado à essas mudanças, os
homens estão mudando o jeito de pensar e tendo a consciência de que é preciso
proteger o meio ambiente, o lugar em que se vive e utilizar os recursos fornecidos
pela natureza causando menor impacto negativo possível. Nesse contexto surge
então, as chamadas construções verdes ou ecológicas, ou seja, sustentáveis.
(MARCO, Gerson. BALDIM, Luiz. p. 2. 2018)
2.4.2 Bambu
O bambu sempre foi muito utilizado em lugares como Japão e China. Há algum
tempo, esse material vem ganhando destaque em construções sustentáveis devido ao seu
baixo impacto no meio ambiente. Hoje é usado em vários lugares ao redor do mundo. O
bambu é um material sustentável e eficiente em termos de energia. É de rápido crescimento,
algumas espécies de bambu obtendo alturas de até 25 metros dentro de 5 anos. Ele é leve,
sendo apenas necessário 2 homens para carregar, sendo assim, é ótimo para construções
manuais. É um recurso natural rapidamente renovável e abundante no planeta, tendo
inúmeras finalidades. (UGREEN, 2019).
O bambo é bastante utilizado no Brasil em casas para férias, com espaços amplos e
com diversas aberturas para ter bastante vendo e luz natural. Pode ser usado para estrutura,
vedação, cobertura, tecidos, móveis, decoração. É resistente ao vento por ter uma estrutura
oca, e pode ser comparado ao aço no quesito de resistência.
2.4.3 Contêiner
Desde o surgimento da humanidade, as formas de viver foram sendo aperfeiçoadas e
com o passar dos anos e as mudanças tecnológicas e a preocupação com o meio ambiente
surgem a cada dia mais novidades ao mundo da construção civil, o “desenvolvimento
sustentável é o que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade
das futuras gerações de atenderem às suas próprias necessidades” (TAVARES, 2010).
Muitos elementos podem ser reaproveitados na arquitetura, e pensando em reduzir
os impactos ambientais, um que está tendo bastante aceitação e vantagens é o container,
que geralmente são usados para transporte de cargas marítimas, começou sendo usado
para escritórios e hoje tornou-se uma opção de moradia. O container, composto de metais
não biodegradáveis, tem vida útil de aproximadamente 10 anos, após este período é
descartado, gerando lixo nas cidades portuárias (MILANEZE et al., 2012).
Capítulo 2. Revisão da Literatura 26
Antes de ser reutilizado na construção civil, o container deve passar por um tra-
tamento e neste processo inclui limpeza para descontaminações, serviço de serralheria
e funilaria, pintura e o acabamento conforme sua finalidade, e tudo isso pode ser feito
em fábrica ou no próprio local, utilizando caminhões com guindastes para transportá-los.
Também é necessário realizar o isolamento acústico e térmico, até porque o metal não tem
essas propriedades.
Se comparado com outros tipos de construções, o uso de container tem um custo
baixo, pouco tempo para execução e o cliente conta com um espaço sofisticado e moderno.
A criatividade dos arquitetos para elaborar esses projetos está cada vez mais dinâmica,
diferente e sustentável. Os containers podem ser empilhados, combinados com vários
materiais e qualquer fachada, explorando novos elementos e design, mudando um pouco a
ideia de construção tradicional.
O container é um tipo de construção prático e versátil, gera o mínimo de resíduos,
pode ser ampliado adicionando novos módulos de acordo com a necessidade, se for moradia
ou uso comercial, não necessita de fundação, materiais como areia, tijolo, pedra e cimento,
sem falar que pode ser reutilizado e levado para outro espaço.
Segundo Calory (2015), os contêineres são aplicáveis em várias formas na indús-
tria da construção civil, como edificações temporárias ou permanentes, podem se tornar
edifícios residenciais ou comerciais, áreas de apoio em canteiros de obra como vestiá-
rios, escritórios, administrativos, banheiros entre outros. De acordo com Kotnik (2013), há
duas maneiras através das quais as construções em contêiner podem ser estruturadas,
dependendo da posição e relação entre as unidades.Os módulos podem ser empilhados uns junto aos outros, sem nenhuma separação;
ou podem ser combinados com espaçamento entre eles. Ele ainda diz que os
contêineres são compatíveis com uma ampla variedade de materiais que se tem
atualmente, o que possibilita a escolha de praticamente qualquer fachada que se
queira. Gerando o desafio de quebrar o paradigma da construção convencional e
explorar novos parâmetros estéticos e elementos de arquitetura e design. (SOUZA,
Camila. ANDRADE, Talita. 2015)
2.4.4 Madeira de Demolição
O assunto dos últimos anos é sustentabilidade, devemos nos conscientizar em
relação aos problemas ambientais que nos cercam, e na construção civil não é diferente,
um material que ganhou bastante destaque e interesse pela reutilização foi a madeira de
demolição, que vem conquistando espaço em criativos projetos de arquitetos renomados
que prezam pela questão ambiental em seus trabalhos.
Com os avanços tecnológicos, todas as madeiras retiradas das obras, passam por
um processo de tratamento para ser reutilizadas. A maioria dessas madeiras são nobres,
Capítulo 2. Revisão da Literatura 27
tornando assim maior a importância de reutilizá-las, evitando que novas árvores sejam
retiradas da natureza e causem ainda mais danos ambientais.
Com o tempo a madeira deixa de ressecar e empenar e por isso, as mais velhas são
melhores para serem reutilizadas, mas é importante alguns cuidados na hora da escolha,
por serem peças antigas podem ter danos, como rachaduras, furos e outros. Algumas
empresas vendem esse tipo de material depois de uma seleção e preparação prévia, sendo
assim uma aquisição mais segura.
Quando todos parecem ter olhos para o novo, a madeira de demolição surge na
contrapartida, proveniente de casarões e galpões antigos, encanta pelos vestígios
impressos na superfície – riscos, veios profundos, restos de tinta. Percebe-se no
mercado a inserção de materiais novos que tentam recriar esses benefícios como
a textura, cores e padrões estéticos em geral do material antigo. Entretanto, o
conforto ambiental que proporcionam, bem como o aspecto rústico e a versatilidade
que agrada a tantos decoradores e arquitetos, dificilmente podem ser recriados.
Recuperada de casarões, igrejas ou outras construções antigas que a utilizaram,
além da estética, a madeira de demolição agrega valor histórico ao objeto, e
algumas peças podem ter até 200 anos de história. Portanto, arquitetos cada
vez mais optam pelo material “madeira de demolição” em seus projetos que se
tornaram sinônimo de bom gosto e sustentabilidade na construção civil brasileira.
( MAGALHÃES, Luciana. 2019).
2.4.5 Chapas OSB
Do inglês “Oriented Strand Board”, a sigla OSB significa painel de tiras de madeiras
orientadas. Estes painéis são utilizados na construção civil tanto em situações estrutu-
rais quanto não estruturais. As placas OSB apresentam um vasto leque de aplicações
possíveis e diversas vantagens com relação a outros sistemas de madeira. Os painéis
OSB apresentam grande estabilidade e resistência, são econômicos e de fácil instalação.
Além disto, respeitam os conceitos de sustentabilidade e ecoeficiência, pois possuem em
sua composição apenas madeiras de reflorestamento e exigem menos energia em sua
fabricação do que outros materiais de construção, além de serem 100% recicláveis. (R.
Bassani, 2019)
O OSB é feito a partir da madeira de reflorestamento, apresentando um menor
impacto ambiental, sua confecção se da a partir de tiras de madeira colocadas na mesma
direção e prensadas em camadas ( a quantidade de camadas varia de acordo com a
espessura desejada da chapa) onde são coladas com resina em alta temperatura e pressão,
ficando bastante rígido. O custo em relação à outros derivados de madeira é reduzido,
variando em torno de R$111, enquanto um MDF varia a partir de R$150, a chapa de
OSB tem um bom isolamento termoacústico além de ser resistente ao fogo, uma de suas
desvantagens é não ser a prova d’água, porem pode ser impermeabilizada com alguns
produtos.
Capítulo 2. Revisão da Literatura 28
Um ponto interessante a destacar no processo de confecção do OSB é que ele
garante um elevado rendimento da madeira utilizada como matéria -prima; cerca de 90% do
tronco de uma árvore pode ser convertido em OSB. Esse é um dos vários pontos positivos
do material. (CAIRES, Ana. 2016)
Um projeto famoso feito de OSB é a Casa Chassi (Fig. 7), projetada pelo arquiteto
Maurício Lage, onde venceu o prêmio a 4ª edição do antigo Prêmio bim.bon (agora Prêmio
Hometeka) de Arquitetura, em 2015. A casa foi erguida em apenas 10 dias e seu projeto é
totalmente personalizável de acordo com a necessidade do cliente, seus materiais foram
pensados para poderem ser transportados em qualquer lugar do Brasil.
A inspiração veio da indústria automobilística e de grandes nomes da arquitetura
como Le Corbusier e Jean Prouvé. Como o chassi de um carro, o projeto tem uma estrutura
básica feita em módulos, que podem ser escolhidos, personalizados e montados com
facilidade. Estes módulos são compostos por peças feitas em indústrias, prontas para se
encaixarem umas nas outras. Isso reduz as complicações com mão de obra, entulho e
despesas. (Bin Bom, 2015)
Figura 7 – Casa Chassi
Hometeka
Para além da relação do produto da Casa Chassi diretamente com cliente, o
sistema estrutural permite outros tipos de possibilidades e escala. Um profissional
pode usar o chassi para qualquer solução arquitetônica, um condomínio residencial,
clube, etc, pode comprar um módulo de cozinha para instalar um gazebo em suas
dependências e um investidor pode encomendar um grande projeto utilizando
os módulos. Essa flexibilidade, além da que chamamos programada, amplia a
usabilidade do módulo, tornando-o mais viável como produto. Esses novos projetos
ainda podem ser incorporados as tipologias pré-estabelecidas, tornando o sistema
da casa chassi ainda mais dinâmico. Atento a proposta da plataforma Bimbon, a
Capítulo 2. Revisão da Literatura 29
flexibilidade no uso dos componentes permite que o sistema da casa Chassi seja
aprimorado sempre que se criar novas parcerias entre o BimBon e fornecedores.
Dessa maneira o produto cresce junto com a plataforma, diversificando cada vez
mais os projetos pré-estabelecidos. (HORTA, Bernardo. 2015
2.4.6 Light Steel Frame
O Light Steel Frame (Construção de Aço Leve) é uma técnica construtiva industria-
lizada à base de aço galvanizado, sendo capaz de substituir construções tradicionais de
concreto e tijolo. Ela possui uma economia expressiva por conta da redução dos materiais
necessários na montagem. Embora o LSF (Light Steel Frame) tenha sido comumente
empregado em países como Estados Unidos, Inglaterra, Japão e Austrália há quase 30
anos, foi no início da década de 90 que seu uso foi intensificado com o desenvolvimento da
cadeia produtiva, preços mais competitivos e formação de associações (Trebilcock, 1994).
2.5 Contexto Histórico
Em 2020 o mundo todo sofreu mudanças drásticas por conta da pandemia do
COVID-19, foram empresas falindo, outras alavancando, o trabalho à distância, mudança no
mercado de consumo e a alta taxa de desemprego, principalmente no Brasil. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 11 de março de 2020, a existência de pandemia
denominada COVID-19 na qual o vírus rapidamente se disseminou pelo mundo, com
impactos significativos na saúde pública, economia e mercado de trabalho. Sendo um
evento crítico, expõe ainda mais a desigualdade, sofrimento e injustiça, desenhando novas
políticas de coexistência (KECK, 2019; PIMENTA, 2019).
A pandemia atinge com maior intensidade a população que vive na informalidade
e reside em áreas precárias, ou seja, que têm rendimentos baixos e irregulares, sem
acesso à água potável, moradia digna, sistemas privados de saúde e sistema de proteção
social vinculado à carteira de trabalho assinada, como férias, salário mínimo, 13.º salário,
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) licença-maternidade, licença médica eseguro-desemprego (COSTA, Simone. p.971 2020).
Uma das consequências da pandemia é o aumento do desemprego e, portanto,
a elevação da informalização do trabalho, dos terceirizados, dos subcontratados, dos
flexibilizados, dos trabalhadores em tempo parcial e do subproletariado (COSTA, Simone.
p.972 2020). Tendo em vista a nova realidade de vida e trabalho, parte dos brasileiros
decidiram empreender durante a pandemia para garantir o sustento de suas famílias ou
como uma fonte de renda extra.
O Brasil caminha, em 2020, para registrar o maior número de empreendedores de
sua história. Não exatamente por vocação, mas principalmente por necessidade. Nos nove
Capítulo 2. Revisão da Literatura 30
primeiros meses deste ano, o número de microempreendedores individuais (MEIs) no país
cresceu 14,8%, na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a 10,9
milhões de registros (VILELA, Pedro. 2020).
Por conta da crise gerada pelo novo coronavírus, de acordo com o Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostrou que 25% da população adulta
estarão envolvidos até final do ano de 2020 com a abertura de novos negócios ou com uma
empresa com duração de até 3,5 anos. Supõe-se que pela população mais afetada ser a
de baixa renda, esses novos empreendedores são possuem um grande capital inicial para
investimento nos novos negócios.
31
3 Precedentes
3.1 Sede Zanettini
Figura 8 – Sede Zanettini - SP
Zanettini Arquitetura
O arquiteto e professor Siegbert Zanettini projetou em estruturas de aço seu atelier,
levando cerca de 6 meses de trabalho. O projeto (Fig. 8) é marcado pela versatilidade de
um espaço que abriga simultaneamente o escritório de arquitetura com suas demandas por
arquivo, biblioteca, apoio de produção de maquetes, fotos e a condição de show-room de
pisos e revestimentos. A opção pelo sistema industrial com aço proporcionou uma economia
de tempo avaliada pelo arquiteto em cerca de 6 a 7 meses, o que em era de inflação
galopante - e mesmo fora dela - representa uma redução brutal de custos. (ZANETTINI
Arquitetura, 1987).
Espaço em constante mutação, funcionando ainda como “show-room” de técnicas,
sistemas de montagens e de materiais, foi concebido utilizando elementos intercambiáveis,
a partir dos quais, pode ser alterado não só o espaço original como também pode ser
substituída a grande maioria dos componentes utilizados: desde a estrutura formada de
perfis de aço “I” seccionadas junto aos nós e a eles aparafusados, passando pelas vedações
externas, neste caso, utilizando painéis “WALL” compostos de duas chapas de fibrocimento
que encapam o sarrafeamento interno de madeira de 5,5cm de espessura, com dimensões
de 1,20x2,50 e encaxilhadas em perfis de aço galvanizado e que acompanham toda a
modulação de 1,25cm da estrutura, pintados externamente nas cores branca, cinza e
vermelho e envernizados internamente. (ZANETTINI Arquitetura, 1987).
Estruturalmente, o edifício é formado por duas grandes treliças laterais, enquanto as
lajes, feitas em duas etapas, dão contraventamento e amarração ao edifício. “Obras como
essa são diretas, mostram a estrutura como ela é, revelam as vedações, as instalações. Daí
a necessidade de um planejamento impecável, já que o disfarce se torna impossível”. Como
Capítulo 3. Precedentes 32
as lajes são responsáveis pela estabilidade do edifício, o arquiteto descreve o processo:
“as transversais metálicas são apoiadas primeiro sobre uma pré-laje de concreto do tipo
“tangran” que serve de fôrma e se apoia sobre o travejamento metálico. Por cima, funde-se
uma capa de concreto e o conjunto se solidariza com a viga “I” suporte, formando um ‘T’
estrutural, cujo sistema dá a estabilidade final á obra. (ZANETTINI Arquitetura, 1987).
A montagem da obra foi feita através de parafusamento, economizando tempo
comparado às sondagens, dessa forma, todas as peças foram produzidas na indústria.
Depois de pronta, ela foi desmontada e remontada no local do terreno, e o mais interessante
dessa arquitetura é sua versalidade, podendo “mudar de endereço”, já que o atelier pode
ser erguido em outro local com sua estrutura de aço (Fig 9)
Figura 9 – Estrutura de Sede Zanettini - SP
Zanettini Arquitetura
Quatro pilotis em “V” constituem parte das treliças. No segundo andar, o projeto
previu a criação de um mezanino para o qual foi deixado o vigamento resultando
daí o efeito de pergolado. “A idéia é criar um espaço em mutação, afirma Zanettini.
E o aço se presta perfeitamente a projetos integrados, já que se trabalha com
perfis intercambiaveis a partir dos quais se altera inclusive o sistema de ilumina-
ção através de parafusos de pressão ou ganchos”, explica. Essa versatilidade
proporcionou ao arquiteto a instalação de um espaço original pelas funções e
acabamentos. O escritório funciona como um “show-room de materiais e além da
exposição se presta a testar a resistência e durabilidade dos componentes pelo
uso real a que estão submetidos.(ZANETTINI Arquitetura, 1987).
Capítulo 3. Precedentes 33
3.2 Workshop in the City
O escritório de arquitetura Romero Silva Arquitetos projetou em 2015 no Chile, na
cidade de Las Condes, um módulo que um escritório la laje da casa (Fig.10). Ele possui
um total de 11m² e é feito de metal e madeira de pinho seco. A obra durou cerca de um
mês para ficar pronta, e seu interior é todo revestido de quadro negro, para que o estudante
possa escrever.
Figura 10 – Ateliê na Cidade - Romero Silva Arquitectos
Bruno Gilberto
Este projeto explora as diferentes possibilidades e repercussões do desenvolvimento
de um novo espaço, que neste caso é um dispositivo arquitetônico que não só atende a
uma necessidade - uma oficina para um estudante de arquitetura - mas também modifica a
imagem de um espaço com pouco interesse arquitetônico: a cobertura de um quarto de
serviço. ( Romero Silva Arquitetos, 2015).
Para este projeto, as decisões de design foram restringidas pela necessidade de
desenvolver um interior de quadro negro (Fig 11), ou uma superfície que pudesse ser
gravada completamente e seria feita de ardósia de fórmica, incluindo as paredes e portas de
móveis. As decisões de construção foram restringidas por materiais e padrões de mercado.
( Romero Silva Arquitetos, 2015).
Capítulo 3. Precedentes 34
Figura 11 – Interior do Ateliê - Romero Silva Arquitectos
Bruno Gilberto
Capítulo 3. Precedentes 35
Trabalhar no topo de uma casa totalmente operacional durante a construção do pro-
jeto nos fez usar apenas o telhado plano existente para garantir que não fossem necessárias
obras de demolição ou outra intervenção na casa. Também garantiu vistas interessantes do
workshop. Permitiu-se apenas um mês de construção, portanto todas as decisões estavam
associadas às operações de construção a seco, acelerando consideravelmente o processo,
junto com o trabalho com modulações de compensado estrutural para minimizar a perda de
material e diminuir a quantidade de trabalho a ser feito no local. O piso é feito de metal e
todo o resto de madeira de pinho seca cortada em grandes seções de um padrão comercial.
( Romero Silva Arquitetos, 2015).
O ambiente projetado pode ser adaptado em outros lugares com tamanhos diferentes,
no teto possui uma abertura zenital para iluminação natural e é uma obra com o espaço
funcional. Pela falta de espaço no terreno da casa a solução foi montá-la na laje ( Fig. 12),
aproveitando um lugar que antes não era utilizado.
Capítulo 3. Precedentes 36
Figura 12 – Ateliê sob a laje - Romero Silva Arquitectos
Bruno Gilberto
Capítulo 3. Precedentes 37
3.3 Loja Garimpê
A loja de produtos infantis Garimpê (Fig. 13) feita de contêiner e com marcenaria
de compensado naval fica localizada em São Francisco - MG, Brasil. Foi projetada pelo
escritório Numa arquitetos em 2016, e possui um total de 28m²
Figura 13 – Loja Garimpê - Numa Arquitetos
Cortesia de Numa Arquitetos
Por se tratar da primeira loja física da marca, os arquitetos tinham a responsabili-dade de criar identidade e buscar uma solução expositora, que tornasse possível
o recebimento da grande diversidade de produtos que ali seriam ofertados. Sendo
assim, determinou-se a liberação de um eixo central de circulação e contemplação
dos produtos que ficariam expostos nas duas paredes laterais de maior dimensão.
De um lado, uma faixa de mobiliário com profundidade de 30 centímetros para
exposição e depósito - uma vez que não havia espaço para estoque de produtos.
Do outro, um sistema de painel perfurado que possibilita a modificação de posi-
ção e quantidade das prateleiras e nichos expositores. O painel perfurado é um
sistema aberto, tornando possível a criação de diversas formas de expor. (NUMA
Arquitetos, 2016)
Pensando na experiência de todos os usuários, uma faixa inferior de 40 centímetros,
de cor semelhante a do piso cinza, delimita a escala das crianças, que normalmente visitam
a loja acompanhadas dos pais. Dentro dessa faixa horizontal, seis módulos retangulares
e dois módulos de escada são movidos para transformar o espaço, podendo servir de
espaço recreativo com brinquedos para entretenimento das crianças ou nichos expositores,
Capítulo 3. Precedentes 38
dependendo da sua disposição (Fig. 14). Essa dinâmica proporciona um maior número de
experiências para todos os usuários da loja: a lojista, que modifica o espaço de acordo com
a necessidade de exposição; os pais, que percebem a mudança espacial cada vez que a
visitam; as crianças, que tem um universo lúdico ao seu alcance.(NUMA Arquitetos, 2016)
Capítulo 3. Precedentes 39
Figura 14 – Interior da Loja Garimpê - Numa Arquitetos
Cortesia de Numa Arquitetos
Capítulo 3. Precedentes 40
O compensado naval é o material mais presente no projeto e foi escolhido por seu
aspecto natural. Desde o puxador até a luminária, todo o mobiliário teve de ser detalhado já
no desenho – em sua maioria com sistemas de encaixe com a própria madeira – pois seriam
cortados em uma Router CNC e montados no local por mão de obra não especializada e
com poucas ferramentas. A pré-fabricação e o sistema de encaixes tornaram possível a
montagem da marcenaria em apenas 5 dias – categoria essa que corresponde a quase
todo o projeto, com exceção do forro e do piso.O envolvimento de poucos agentes e a
eliminação de sistemas e ferragens complexas tornou possível a execução da obra dentro
do orçamento disponível.(NUMA Arquitetos, 2016)
41
4 Proposta
A proposta de projeto consiste na construção de um módulo feito de estrutura de
aço e chapas de OSB, com as dimensões variando de acordo com a necessidade de cada
pessoa. Os materiais forem escolhidos levando em conta as vantagens e custo benefício a
fim de baratear o valor do módulo.
O bambu não foi escolhido, apesar de ser um material viável, mas por questões
estéticas, levando em consideração que o módulo atenderá diversos tipos de público e a
arquitetura com bambu possui um estilo bem específico que é mais difícil de agradar um
público grande.
O contêiner apesar de ser esteticamente mais “aceito” ainda possui um custo mais
elevado em algumas regiões, onde seu transporte e tratamento podem inviabilizar alguns
projetos. Já a madeira de demolição, mesmo sendo uma alternativa bem sustentável por
reutilizar a madeira, possuí um custo elevado em comparação a outros materiais para
vedação do módulo, podendo encarecer bastante seu valor.
4.1 Estudo de Caso
O local escolhido para o estudo da pesquisa foi a casa de um autônomo que precisou
fechar as portas de seu comércio por conta da pandemia. O terreno fica localizado no Bairro
Indubrasil, Rua Indaiatuba, 13 em Campo Grande - MS (Fig. 15)
Capítulo 4. Proposta 42
Figura 15 – Mapa da Localização do terreno
Autoral
Antes da pandemia o local era uma conveniência, mas por questões de saúde para
prevenção do COVID-19 ela foi fechada, e para reabrir as portas será necessário um alto
investimento em reforma, pois, o salão está com problemas estruturais, e por questões
estéticas e de conforto precisará trocar o piso, pintar as paredes, melhorar a iluminação e
comprar novo mobiliário. Por estar desempregado, o autônomo não possui capital inicial para
reformar todo estabelecimento para conseguir reabrir, por isso é interessante a proposta do
módulo.
Por conta de toda essa situação será proposto a construção do módulo na área
externa do terreno, onde será feito um espaço com estrutura para armazenar os produtos
da conveniência, e, ao mesmo tempo, poder atender os clientes. O módulo ficará localizado
entre as duas árvores de 7 Copas existentes (Fig. 16).
Capítulo 4. Proposta 43
Figura 16 – Volumetria do Módulo
Autoral
4.2 Materiais Utilizados
Os materiais escolhidos foram a estrutura de Steel Frame, fechamanto com isola-
mento termoacústico e chapas de OSB, cobertura em telha sanduíche, forro em PVC, piso
vinílico ( pois pode ser reaproveitado, - desmontado e montado junto com o módulo), janela
de enrolar para o atendimento e porta de alumínio.
4.3 Estrutura
A estrutura escolhida foi de Steel frame, pois é um mateiral leve, de fácil montagem,
que pode ser desmontado ou transferido para outro local, e pela metragem quadrada não
necessitará de fundação
4.4 Layout
Planta baixa e detalhamento dos módulo
4.5 Instalações Elétricas e Hidrossanitárias
Como o módulo foi pensado para diversos tipos de uso, temos várias opção para
suas instalações, sendo elas mais baratas, mais rápidas, ou para deixar o módulo mais
“independente” de instalações fixas, tudo vai depender do objetivo de uso, e o orçamento
disónível.
Capítulo 4. Proposta 44
4.5.1 Elétrica
Para a parte elétrica, temos a opção de puxar um ponto de energia para o módulo,
pois o quadro de distribuição é localizado bem atrás do módulo, mas caso o módulo fosse
ser independente, colocaríamos placas solares com bateria para o armazenamento de
energia.
4.5.2 Hidrossanitária
Para a parte hidrossanitário temos duas propostas, a de um projeto que está sendo
desenvolvido de um vaso sanitário chamado VASSA, que funciona a partir de um sistema
semelhando á de um midro ondas, ou um vaso sanitário semelhante há de banheiros
químicos, para nao precisar de instalações de esgoto, deixando o módulo menos “fixo”
possível no local.
Para a parte de água, foi escolhida uma caixa d’água vertical com um pressurizador
para bombear a água para o módulo. a pessoa tem a opção de lugar um ponto de água, ou
então encher por fora a caixa para não ter uma ligação fixa.
4.6 Instalação
Para a instalação foi feito um manual de montagem
4.7 Desinstalação
Para sua remoção do local, o módulo pode ser desmontado e remontado em outro
lugar, ou removido através de um guincho, e transportado por inteiro.
4.8 Orçamento
valor de todo mateiral utilizado, um com pontos fixos de água e esgoto, e outro com
o módulo autossuficiente
4.9 Vantagens e Desvantagens
4.10 Variações de Uso
Diferentes layouts para o módulo
45
5 Considerações Finais
A pandemia do coronavírus causou grande impacto na vida de todos. Varias pes-
soas tiveram que se adaptar a novas realidades de trabalho. Este projeto visou analisar
exemplos já realizados, estudar diversos materiais e definir os principais desafios na im-
plementação de arquitetura efêmera com utilização de arquitetura modular como forma de
atender uma crescente demanda por espaços eficientes, ecologicamente sustentáveis e
passiveis de modificação espacial e temporal. Vários projetos executados foram apresen-
tados como exemplos de inspiração e materiais diversos foram discutidos. Um projeto de
execução para o estudo foi proposto bem como foram definidos os principais desafios de
sua implementação.
Por fim, este trabalho se insere na perspectiva de adaptação que a arquitetura
e construção civil vem passando nos ultimos anos, tanto em termos ambientais quanto
socioeconômicos. O crescimento das cidades requer estruturas mais eficientes e a vasta
utilização de recursos não renováveis aumenta a necessidade de propostas ecologicamenteviáveis. O projeto, visa permitir a construção de ambientes que atendam as demandas de
tempo e espaço, de forma sustentável, eficiente e de baixo custo,.
46
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03/03/2021.
Covid-19: Brasil completa 1 ano de pandemia com empresas fechadas e desemprego
em alta. Disponível em <https://www.contabeis.com.br/noticias/46234/covid-19-brasil-c
ompleta-1-ano-de-pandemia-com-empresas-fechadas-e-desemprego-em-alta/>. Acesso
03/03/2021.
Home office foi adotado por 46% das empresas durante a pandemia. Disponível
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por-46-das-empresas-durante-pandemia>. Acesso 12/04/2020.
Pandemia faz Brasil ter record de novos empreendedores. Disponível em <https://agenci
abrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-10/pandemia-faz-brasil-ter-recorde-de-novos-em
preendedores>. Acesso 15/04/2021.
7 Estatísticas sobre Home Office em 2021. Disponível em <https://www.oberlo.com.br/bl
og/estatisticas-home-office>. Acesso 08/05//2021.
Brasil ganha 600 mil microempreendedores durante a quarentena. Disponível em <https
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nte-a-quarentena.shtml>. Acesso 16/05/2021.
Como o ambiente de trabalho influencia a produtividade. Disponível em <https://blog.
conexasaude.com.br/como-o-ambiente-de-trabalho-influencia-a-produtividade/>. Acesso
17/05/2021.
Desperdícios na construção civil e seus impactos. Disponível em <https://www.mobuss
construcao.com.br/blog/desperdicios-na-construcao-civil/>. Acesso 02/06/2021.
Resíduos da Construção Civil: construindo valores de sustentabilidade. Disponível
em <https://www.vgresiduos.com.br/blog/residuos-da-construcao-civil-construindo-valore
s-de-sustentabilidade/>. Acesso 02/06/2021.
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fia (Especialização) - Curso de Engenharia Civil, Engenharia Civil, Universidade Federal de
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Capítulo 7. Referências Consultadas 49
0585991/DISSERTACAO_ArquiteturaTecnologiaSistemas20190913-45234-15i2uy9-with-c
over-page-v2.pdf?Expires=1635296542&Signature=Ckq7jdvYD33ypj6ShWaNmcgsnIn3rW75COdPfHFg0XatIbbooNot∼ZufVQDhwLXBJKg-
NsPDwmksRPSUGGgeMpnO4Ui6bUaQetRv∼DJEl-9WOnxF-K4PgsvH8GSEdRmQpC1x5u4X0AFNhIUOJJdevaRQpRxCyQ0Axukz4d0XPvmJsR2PcBnTqMridXGGHfIlSKBduhjT9-Y∼zm7BSp∼OoNIONVOc5eGwrLZG7cDJfnw2yEBqr6QcQNJHQmJ1fnqJftNg∼zo08NqaJl3N6KWXlwVOEkUJoW6tPAq4mlT1J∼gwFj6MiXFeBYLz4b9EA9SrOtYmv1QwD11UZQBsxbLEMA__&Key-
Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA. Acesso em: 26 out. 2021.
Anexos
Capítulo 7. Referências Consultadas 51
PESQUISA SOBRE DESEMPREGO E EMPREENDEDORISMO DURANTE A PANDEMIA
Questionário Online com 90 entrevistados
1. Você ficou desempregado durante a pandemia?
Em média 27,50% das pessoas ficaram desempregadas ou perderam sua principal fonte de
renda durante à pandemia.
2. Você abriu/começou um novo negócio na pandemia ?
25% dos entrevistados responderam que sim.
3. Você esta trabalhando ou ja trabalhou em Home Office durante a pandemia ?
25,54% responderam que estão apenas em Home Office, 56,41% estão trabalhando de
forma híbrida, e 17,95% estão trabalhando presencialmente.
4. Caso tenha aberto um novo negócio ou trabalhe em Home Office, você possui um
local adequado para isso em sua casa ?
60,63% responderam que não possuem um local adequado.
5. Caso não tenha um local adequado para trabalhar em casa, o que seria necessário
para isso ? (Ex: um escritório, uma cozinha, local para gravações)
Houveram diversas respostas, as que mais se repetiram foram: escritório, local para grava-
ções, atelier, cozinha.
	Folha de rosto
	Folha de aprovação
	Dedicatória
	DEDICATÓRIA
	Agradecimentos
	AGRADECIMENTOS
	Epígrafe
	Resumo
	Abstract
	Lista de ilustrações
	Lista de abreviaturas e siglas
	Sumário
	Introdução
	Justificativa
	Objetivo Geral
	Objetivo Específico
	Procedimentos Metodológicos
	Revisão da Literatura
	Arquitetura Efêmera
	Arquitetura Modular
	Sustentabilidade na Arquitetura
	Materiais e Técnicas Construtivas
	Materiais
	Bambu
	Contêiner
	Madeira de Demolição
	Chapas OSB
	Light Steel Frame
	Contexto Histórico
	Precedentes
	Sede Zanettini
	Workshop in the City
	Loja Garimpê
	Proposta
	Estudo de Caso
	Materiais Utilizados
	Estrutura
	Layout
	Instalações Elétricas e Hidrossanitárias
	Elétrica
	Hidrossanitária
	Instalação
	Desinstalação
	Orçamento
	Vantagens e Desvantagens
	Variações de Uso
	Considerações Finais
	Referências Bibliográficas
	Referências Consultadas
	Anexos

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