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1 Natasha Ferreira ATM25 Inflamações INTRODUÇÃO Reação local de defesa do organismo contra um agente agressor (agente inflamatório), podendo se acompanhar de manifestação regional ou sistêmica Ex: Amigdalite (reação local de defesa) Paciente pode desenvolver um linfonodo sub-mandibular reativo (regional) – “íngua” Apresentar febre (38,9C) – sistêmica, leucocitose FISIOPATOLOGIA INFLAMAÇÃO Agente agressor encontra-se no interticio participação do sistema vascular pois vão trazer sangue pro local e, consequentemente, trarão leucócitos para fazer a linha de defesa • O produto dessa reação agressor X linha de defesa pode ser tanto regional (drenagem pelos vasos linfáticos linfonodos aumentados), quanto sistêmicos (febre, leucocitose...) Obs: em inflamações, sempre teremos mediadores químicos promovendo os eventos CAUSAS DE INFLAMAÇÃO Inflamação X infecção Muitas vezes a causa de uma inflamação pode ser uma infecção (por bactéria, fungo, vírus, protozoários), ou seja, a inflamação seria uma resposta a infecção Outras vezes a inflamação não terá relação com infecção, como em casos de trauma, reação auto- imune, etc • Físicas • Bactérias, Protozoários, Bacilos, Vermes (parasitas), Vírus, Fungos – infecções • Químicas • Corpos estranhos • Reações auto-imunes (doenças auto- imunes) ETAPAS DA INFLAMAÇÃO ① ENDOVASCULAR – HIPEREMIA ATIVA Ação a partir de mediadores • Vasoconstrição rápida (mediador endotelina -> agressão ao vaso) • Vasodilatação promovida por histamina, óxido nítrico (arteriolar, capilar, venular) para trazer mais sangue e leucócitos • Inversão do fluxo laminar (normal: elementos figurados centrais; plasma periférico) • Surge a “marginação leucocitária” (moléculas de adesão endotelial; quimiotaxia) • ↑ pressão hidrostática endovascular – favorece a saída de líquido do vaso ② EXSUDAÇÃO • Contração do citoesqueleto endotelial • Abertura dos poros interendoteliais (vênulas) • Exsudação plasmática (saída) − plasma − Na+ − Proteínas (albumina, globulina, fibrinogênio) − células (neutrófilos, monócitos, linfócitos, eosinófilos) • ↑ pressão osmótica (Na+) e oncótica no interstício – favorece mais a saída de líquido, fazendo mais inflamação ③ CONSEQUÊNCIA ENDOVASCULAR 1. Hemoconcentração – hemácias não saem 2. Estase circulatória local 3. Hipóxia 2 Natasha Ferreira ATM25 4. Tromboses venulares – ocasionados pela alteração de fluxo sanguíneo ④ CONSEQUÊNCIAS NO INTERSTÍCIO Local onde está situado o agente • Aumento de volume plasmático - Objetivo: (“diluir” o agente) • Aumento de Na+ e proteínas (↑ pressão osmótica e oncótica – mais volume plasmático) • Afluxo de células (quimiotaxia –gradiente de concentração do agente) • Cria-se o exsudato Exsudato É o produto da inflamação, resultante da luta dos fatores de defesa contra o agente Pode acabar ocorrendo também uma formação de edema no local da inflamação ⑤ CONSEQUENCIAS NA DRENAGEM O “edema” inflamatório (exsudato) escoa: 1. pelo sistema linfático, formando “ínguas”. 2. pela rota venosa que se mantém permeável CLASSIFICAÇÃO INFLAMATÓRIA ❶ Aguda, sub-aguda ❷ Crônica • inespecífica • especifica ❸ segundo o exsudato produzido (agudas e crônicas) AGUDA Tempo de evolução curto (horas - dias) Grandes fenômenos exsudativos Grandes fenômenos regressivos (necrose tecidual – destruição) pelo agressor e processo inflamatório Células base: bacterianas (neutrófilos), virais (linfócitos) em geral, a célula que vai predominar será o neutrófilo na inflamação aguda Sinais cardinais (rubor, calor, tumor, dor, ↓ função) calor, rubor = hiperemia ativa (aumento do metabolismo local, vasodilatação) Tumor (aumento do volume do local) = exsudato Dor = Lesão, compressão de nervos, ação de prostaglandinas Perda de função – dependendo do local, ex: articulação (diminui seu movimento) SUB-AGUDA Duração: semanas (em geral 2 –3) Mescla de fenômenos exsudativos e proliferativos Células: neutrófilos, macrófagos, linfócitos, eosinófilos, fibroblastos (fibrose), angioblastos (nova circulação) Quando tempos fibroblastos e angioblastos significa que estamos iniciando o processo de cicatrização e, que se intensifica, na fase crônica Clássica: colecistite sub-aguda EXSUDATO TRANSUDATO DEFINIÇÃO Produto da inflamação Líquido de edema PROTEÍNAS > 3g% < 1g% DENSIDADE > 1020 < 1012 BACTÉRIAS/CÉLULAS Muitas Raras TRANSPARÊNCIA Turvo/espesso Límpido COAGULAÇÃO Sim Não 3 Natasha Ferreira ATM25 CRÔNICA Processo inflamatório de longa evolução (acima de 3 meses) caracterizado por fenômenos proliferativos em predominância Fenômenos proliferaticos: surgimento de fibroblastos e angioblastos, ocorrendo o processo de cicatrização Células participantes Hemáticas • Neutrófilos, linfócitos (t e b), eosinófilos, monócitos, basófilos. Teciduais • Fibroblastos e angioblastos, linfócitos, macrófagos, plasmócitos, mastócitos, células gigantes (langhans e corpo estranho) Inespecífica Inflamação crônica comum a vários tipos de agentes, com resposta celular semelhante Componentes • Células (Linfócitos, Plasmócitos, Macrófagos) • Multiplicação de Fibroblastos e Angioblastos • Fibrose • Destruição tecidual Específica (granulomatosa) Processo inflamatório crônico caracterizado pela presença do granuloma ou reação granulomatosa Não é qualquer tipo de inflamação que causa granuloma (ex: tuberculose, sarcoidose, micose profunda...) Granuloma Macroscopia • Presença de pequenos grãos com cerca de 1mm presentes em superfícies serosas ou no interior de órgãos. Microscopia • Reação tecidual organizada circunscrita com ou sem necrose central Componentes • Células gigantes (langhans e corpo estranho) • Macrófagos • Linfócitos • Fibroblastos • Elementos alternativos − Necrose, neutrófilos, plasmócitos e eosinófilos Granuloma de corpo estranho Reação gigantocitária ou macrofágica a corpos estranhos ao organismo. • Exógenos - fios, madeira, vidro e espinhos • Endógenos – fragmentos de parasitas, de cálculos, de lipídios e de muco INFLAMAÇÕES SEGUNDO EXSUDATO Serosas (edematosas) Exsudato rico em líquido com células inflamatórias Exemplos: Herpes, bolhas de queimadura, laringite edematosa Fibrinosas Ricas em exsudato fibrinoso na forma de placas branco acinzentadas ou filamentosas Exemplos: placas da amigdalite, peritonites fibrinosas, pericardite em pão e manteiga (uremia) 4 Natasha Ferreira ATM25 Purulentas Também chamadas de Supurativas, são aquelas que formam pus Pus líquido espesso (exsudato), em geral amarelo, contendo lipídios, restos celulares necróticos, neutrófilos, piócitos, bactérias. Piócitos neutrófilos em desintegração com fragmentação nuclear e esteatose (degeneração grânulo-gordurosa) Abscesso • Coleção de pus em cavidade neoformada, ou seja, que não existia antes (pode ser aguda ou crônica) Empiema • Coleção de pus em cavidade natural, ou seja, já existente (pleural, pericárdica, articular, abdominal) Úlcera É uma escavação profunda em uma superfície epitelial (pele, mucosa digestiva, brônquica, oral...) Exemplos • úlcera gástrica, duodenal, varicosa, oral, brônquica, esofágica, intestinal. No tubo digestivo • Erosão é o defeito (em geral múltiplos) acima da muscularis mucosa. • Úlcera é a escavação profunda, além da muscularis mucosa. TIPOS ESPECIAIS DE INFLAMAÇÃO EOSINOFÍLICA Inflamação rica em eosinófilos Frequentemente, associada com processos (inflamações) alérgicos, parasitários e subagudas. Paciente com gastrites e enterites eosinofílica sem parasitas, sem alergia. Então, eventualmente, temos a explicação, outras vezes,ficamos sem a explicação e com apenas a morfologia. Eosinófilos surge concomitante a inflamação alérgica, parasitária e sub-aguda. XANTOGRANULOMATOSA Como tem a palavra granuloma, só pode ser uma inflamação crônica. Ocorrem ao redor de coleções crônicas de pus (empiemas, abscessos). Xanto quer dizer cor amarelada (na macroscopia). Granulomatosa (na microscopia), vemos o macrófago fagocitando o pus. Locais clássicos: colecistite xantogranulomatosa, pielonefrite xantogranulomatosa. Pode ocorrer, a princípio em qualquer tecido, mas acomete mais os tecidos citados logo acima. Orla amarelada peri empiema com fagocitose lipídica do pus por macrófagos e células gigantes. CRÔNICA FIBROSANTE Rica presença de tecido fibroso na inflamação Um exagero nos fenômenos proliferativos fez fibrose além do normal. Exemplos: colecistite crônica fibrosante, paquipleurite fibrosante (paquipleuris), peritonite crônica fibrosante (pós cirúrgica, pós perfuração de víscera oca). 5 Natasha Ferreira ATM25 HEMORRÁGICA Presença de hemácias, de sangue. Importante em ascites e derrames pleurais hemorrágicos. Exsudato em “lavado-de-carne”. As causas podem ser câncer disseminado abdominal (carcinomatose peritoneal) e pleural - tuberculose (pleural, peritoneal).
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