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PMSUS - Transição demográfica, epidemiológica e DCNTs.

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Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
 PMSUS – Oficina 2 
Objetivos! 
1 – Diferenciar transição demográfica, epidemiológica e nutricional. 
2 – Entender as principais DCNTs e epidemiologia. 
3 – Explicar quais fatores de risco influencia no surgimento das DCNTs. 
4 – Compreender a ação da atenção básica no controle e presença das DCNTs. 
(principais diretrizes, estratégias de enfrentamento e rastreio). 
5 – Compreender o Vigital e a sua influência no programa de atenção integral à 
saúde do adulto. 
6 – Compreender o conceito de carga global de doenças relacionadas com transição 
epidemiológica da realidade brasileira considerando as doenças socioecônomicas. 
7 – Descrever o conceito de cálculos DALY, QUALY, HALE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferenciar transição demográfica, epidemiológica e nutricional. 
O Brasil está passando em termos demográficos por um período de 
grandes transformações que terão um peso importante para a situação 
econômica e social do país nas próximas décadas. Após sucessivos anos 
de crescimento populacional, o país vem registrando quedas acentuadas 
da natalidade, o que determina um ritmo cada vez menor de aumento do 
contingente populacional. 
A redução do número de nascimentos vem acompanhada pela queda da 
mortalidade, esses dois componentes juntos intensificam o processo de 
Envelhecimento Populacional. Com mais pessoas alcançando idades mais 
elevadas, uma série de mudanças são observadas como a Transição 
Epidemiológica, passando a mortalidade a predominar entre os mais 
velhos e as principais causas de morte passar a serem as doenças típicas 
do envelhecimento. 
A mudança do comportamento da população (Transição Demográfica) 
reduz a participação do grupo das crianças na população e amplia o 
peso do grupo dos idosos. O país passa a ter um número expressivo de 
pessoas com 60 anos ou mais que demandam cuidados e atenção 
especiais para que possam manter a sua autonomia e bem-estar. 
O Envelhecimento Populacional tem estreita ligação com os processos de 
Transição Demográfica e de Transição Epidemiológica. Com a mudança 
do comportamento demográfico da população, com a variação dos 
níveis de natalidade e de mortalidade além dos movimentos migratórios, a 
população modifica a participação dos três grupos etários, tornando-se 
mais envelhecida ou jovem. 
• a Transição Demográfica consiste na passagem de uma situação de 
baixo crescimento populacional, resultado de elevados níveis de 
natalidade e de mortalidade, a uma outra fase marcada pelo baixo 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
crescimento ou estabilização ou crescimento negativo, em que 
natalidade e mortalidade são baixas. 
 
A transição demográfica pode ser considerada o pano de 
fundo para as principais modificações e processos relacionados 
à população, uma vez que ele representa a oscilação das 
taxas de crescimento e variações populacionais. 
 
Esse conceito foi elaborado em 1929 por Warren Thompson para 
contestar a Teoria Malthusiana, definindo que não há um 
crescimento acelerado da população (crescimento em PG), 
mas sim oscilações periódicas, que alternam crescimentos e 
desacelerações demográficas, podendo envolver, inclusive, 
estágios de estabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo de transição demográfica.: 
A geração do Baby-boom (1946 – 1964). 
Após o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os Estados Unidos, 
como vencedores, conheceram uma elevada evolução político-financeira 
e conseguiram elevar as condições de vida de sua população. 
Com um período de guerra terminado, a população começou a produzir 
uma grande quantidade de filhos, sobretudo entre os anos de 1946 e 1964, 
fenômeno denominado de geração do baby-boom ou baby-
boomers. Muitos demógrafos consideraram esse período como uma forma 
espontânea da sociedade de repor as perdas das pessoas mortas durante 
os conflitos internacionais. 
Assim, da mesma forma que aconteceu nos estágios acima mencionados, 
esse rápido crescimento demográfico ocasionado pelo aumento da 
natalidade e pela baixa mortalidade foi seguido por um período de queda 
dos números de gravidez e a consequente redução das taxas de 
crescimento populacional nas gerações seguintes. Observa-se, desse 
modo, mais um exemplo de transição demográfica, em que um período de 
explosão no número de pessoas é sequenciado por um período de 
estabilização demográfica. 
 
A Transição Demográfica contribui para o Envelhecimento 
Populacional e estes dois processos são associados à Transição 
Epidemiológica, que consiste na mudança do perfil de mortalidade, 
que passa de uma situação onde as principais causas de mortes são 
as doenças infecciosas e parasitárias, características de locais com 
baixos níveis de desenvolvimento econômico e social, para uma 
nova fase, em que as doenças típicas da velhice começam a ocupar 
uma posição cada vez mais intensa entre as enfermidades mais 
comuns. 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
• Nesse sentido, entende-se por transição epidemiológica, as mudanças 
ocorridas no tempo nos padrões de morte, morbidade e invalidez que 
caracterizam uma população específica e que, em geral, ocorrem em 
conjunto com outras transformações demográficas, sociais e 
econômicas. 
O processo engloba três mudanças básicas: 
1) substituição das doenças transmissíveis por doenças não-
transmissíveis e causas externas; 
2) deslocamento da carga de morbimortalidade dos grupos mais 
jovens aos grupos mais idosos; 
3) transformação de uma situação em que predomina a mortalidade 
para outra na qual a morbidade é dominante. 
A definição da transição epidemiológica deve, assim, ser considerada 
componente de um conceito mais amplo chamado de transição da saúde, 
que inclui elementos das concepções e comportamentos sociais, 
correspondentes aos aspectos básicos da saúde nas populações humanas. 
Essa transição da saúde pode ser dividida em dois elementos principais: 
de um lado, tem-se a transição das condições de saúde (mudanças na 
frequência, magnitude e destruição das condições de saúde, expressas 
através das mortes, doenças e incapacidades) e de outro a resposta 
social organizada a estas condições que se instrumenta por meio dos 
sistemas de atenção à saúde, grande medida de desenvolvimento social, 
econômico e tecnológico mais amplo. 
A rede de assistência à saúde no Brasil ainda é muito voltada para o 
atendimento às crianças que durante muitas décadas representavam 
uma parcela considerável da população. O grupo dos idosos apresenta 
demandas de saúde e sociais totalmente diferentes dos outros segmentos 
da população e aumenta sua participação em um ritmo bastante intenso. 
 
Ampliamos o peso do grupo dos idosos em um espaço de tempo 
relativamente curto. Nos países desenvolvidos, primeiro houve à melhoria 
das condições de vida e só depois o envelhecimento da população. No 
Brasil, ocorre o envelhecimento sem o país ter apresentado grandes 
melhorias nas áreas de saúde e sociais. Assim, os desafios que se 
apresentam com a evolução do grupo dos idosos são imensos e precisam 
ser enfrentados visando colaborar para a manutenção do bem-estar da 
pessoa com 60 anos ou mais. 
Com o envelhecimento, as principais doenças que acometem a 
população e que levam a morte se modificam, saímos de um quadro em 
que predominavam as doenças infecciosas e parasitárias que atingiam 
em sua maioria os mais jovens e passamos a um cenário em que as 
doenças crônicas e degenerativas assumem um peso maior. As doenças 
crônicas e degenerativas exigem uma alteração completa da rede de 
assistência à saúde. É uma realidade nova, são doenças que necessitam 
de ações preventivas e de acompanhamento constante. 
As doenças típicas do envelhecimento já são as principais responsáveis 
pela maior parte das mortes observadas no Brasil e apresentam uma 
evoluçãoao longo dos tempos. De acordo com Castiglioni (2012), o grupo 
de doenças ligadas ao envelhecimento já era responsável por 68,4% das 
mortes no Brasil em 2010, sendo as doenças do aparelho circulatório as 
que mais matam no país. 
No Brasil, a transição epidemiológica não tem ocorrido de acordo com o 
modelo experimentado pela maioria dos países industrializados e mesmo 
por vizinhos latino-americanos como o Chile, Cuba e Costa-Rica. 
Há uma superposição entre as etapas nas quais predominam as doenças 
transmissíveis e crônico-degenerativas; a reintrodução de doenças como 
dengue e cólera ou o recrudescimento de outras como a malária, 
hanseníase e leishmanioses indicam uma natureza não-unidirecional 
denominada contra-transição; o processo não se resolve de maneira 
clara, criando uma situação em que a morbi-mortalidade persiste elevada 
para ambos os padrões, caracterizando uma transição prolongada; as 
situações epidemiológicas de diferentes regiões em um mesmo país 
tornam-se contrastantes (polarização epidemiológica). 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
• A transição nutricional, o qual se refere às mudanças sociais e 
econômicas que exercem influência no perfil nutricional de uma 
população. 
A concentração de pessoas em cidades e aumento do poder aquisitivo 
tende a mudar os hábitos alimentares, ou seja, ocorre um processo de 
transição nutricional. Porém, da maneira como está ocorrendo, leva ao 
aumento dos níveis de doenças relacionadas à obesidade e sedentarismo, 
como hipertensão e diabetes. 
O Brasil, assim como outros países em desenvolvimento, convive 
atualmente com a transição nutricional, determinada frequentemente 
pela má-alimentação. Os inquéritos populacionais mostraram a tendência 
contínua de redução da desnutrição no país, associada ao aumento do 
excesso de peso em diferentes fases da vida. 
O monitoramento do perfil nutricional permite a geração de uma atitude 
de vigilância e o direcionamento das ações de promoção de saúde. A 
Estratégia Saúde da Família, em conjunto com diversos aspectos 
conjunturais do país, mostrou resultados concretos para a redução da 
desnutrição; contudo, a má-alimentação contribuiu de forma expressiva 
para o aumento da prevalência de obesidade e de outras doenças 
crônicas não transmissíveis, que, além de ter grande impacto na 
qualidade de vida do indivíduo, oneram significativamente o Sistema 
Único de Saúde. 
5 padrões nutricionais: 
1. Busca por alimentos – Baixa expectativa de vida 
• Marcada pela caça ao alimento 
• Alimentação é rica em carboidratos e fibras e pobre em gordura 
• Pessoas mais ativas com reduzida ocorrência de excesso de peso. 
2. Escassez de alimentos – Fome 
• Alimentação em menor quantidade e menos variada 
• Período com escassez de alimentos 
• Déficit nutricional e redução na estatura. 
3. Remissão da fome – Redução lenta da mortalidade 
• Consumo de frutas, vegetais e proteína animal 
• Redução da fome 
• Predomínio da inatividade e do lazer 
4. Nutrição relacionada com doenças não transmissíveis – Aumento 
acelerado da expectativa de vida 
• Alimentação rica em gordura total, colesterol, açúcar e carboidratos 
refinados 
• Aumenta o sedentarismo 
• Prevalência de o besidade e doenças crônicas não transmissíveis 
5. Mudança de comportamento – Envelhecimento saudável 
• Redução da prevalência de obesidade e doenças crônicas não 
transmissíveis 
• Substituição do sedentarismo por atividades programadas e de lazer 
→ Esses 5 processos variam de uma esfera populacional para outra 
dentro de um só país, podendo apresentar diferentes padrões. 
No Brasil: verifica-se a transição do Padrão 3 (desnutrição) para o Padrão 4 
(excesso de peso). 
 
 
 
 
 
 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entender as principais DCNTs e epidemiologia. 
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são a principal causa de 
morte e incapacidade no mundo. Elas incluem cinco grupos de doença 
de maior magnitude: cardiovasculares, respiratórias crônicas, câncer, 
diabetes e condições mentais e neurológicas. Segundo a Organização 
Mundial da Saúde, as DCNTs causam 41 milhões de mortes por ano, o que 
equivale a 71% do total. Destas, 32 milhões acontecem em países em 
desenvolvimento. 
O cenário epidemiológico brasileiro é complexo. Em 1930, as doenças 
infecciosas respondiam por cerca de 46% das mortes em capitais 
brasileiras. A partir de então, verificou-se a redução progressiva, sendo que 
em 2003 essas doenças responderam apenas por cerca de 5% (Barbosa, 
2003). 
Por outro lado,(1) as doenças cardiovasculares, que representavam 
apenas 12% na década de 30, são, atualmente, as principais causas de 
morte em todas as regiões brasileiras, respondendo por quase um terço 
dos óbitos. Em segundo lugar, seguem-se (2) os cânceres e, em terceiro, 
(3) as mortes ocasionadas por acidentes e violência (Figura 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/noncommunicable-diseases
https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/noncommunicable-diseases
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
A cada ano, acrescentam-se 200 mil pessoas maiores de 60 anos à 
população brasileira, gerando uma demanda importante para o sistema 
de saúde. Entretanto, num país como o Brasil existem diferenças regionais 
importantes. A pirâmide que representa a região Norte ainda preserva as 
características de uma população jovem e na região Sul é marcada por 
um processo típico de transição demográfica. 
A magnitude de parte das DCNT pode ser avaliada pelas doenças 
cardiovasculares, responsáveis por 31% do total de óbitos por causas 
conhecidas. 
As neoplasias representam a segunda causa de óbitos, com cerca de 15% 
em 2003. No Brasil, as estimativas para o ano de 2005 apontam que 
ocorrerão 467.440 casos novos de câncer (INCA, 2005). Segundo projeções 
do Instituto Nacional do Câncer, os tipos de câncer com maior incidência, 
à exceção de pele não melanoma, serão os de próstata e pulmão no 
sexo masculino e mama e colo do útero para o sexo feminino, 
acompanhando a mesma tendência observada no mundo (INCA, 2005). 
Em relação a doenças por Acidente Vascular Cerebral – AVC, por Infarto 
Agudo do Miocárdio – IAM e pelo Diabetes, respectivamente, no período 
de 1996 a 2002, observa-se um declínio lento e gradual das taxas de AVC 
na região Sul, Sudeste e Centro Oeste, enquanto na região Nordeste 
observa-se tendência discreta de aumento das taxas. Para o IAM, a taxa 
do país se manteve estável com diminuição nas regiões Sul e Sudeste e 
aumento nas Regiões Centro Oeste e Nordeste. No caso do diabetes, as 
taxas de mortalidade estão em ritmo ascendente em toas regiões do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DE PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O ENFRENTAMENTO 
DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL 2011-2022 
Entre as doenças crônicas, tiveram destaque os transtornos 
neuropsiquiátricos (19%), as doenças do aparelho circulatório (13%), as 
doenças respiratórias crônicas (8%), os cânceres (6%), as doenças 
musculoesqueléticas (6%) e diabetes (5%) (SCHRAMM et al., 2004). 
Mortalidade por DCNT 
Segundo Schmidt et al., (2011), de todas as mortes ocorridas no Brasil em 
2007, 58% foram atribuídas às quatro DCNT priorizadas no Plano de Ação 
2008-2013 da OMS (doenças do aparelho circulatório, doenças 
respiratórias crônicas, diabetes e câncer). 
Embora a avaliação da mortalidade bruta por DCNT indique um aumento 
de 5% de 1996 para 2007, de 442 para 463 mortes por 100 mil habitantes, 
quando essas taxas são padronizadas por idade para a população-
padrão da OMSe corrigidas para subregistro com redistribuição das 
causas mal definidas de morte, a comparação ao longo do tempo mostra 
que a mortalidade por DCNT diminuiu em 20% de 1996 para 2007 (Figura 
2). 
Nesse período, a redução foi de 31% para as doenças do aparelho 
circulatório e de 38% para as respiratórias crônicas (28% doença pulmonar 
obstrutiva crônica e 34% asma); para o diabetes verificou-se aumento de 
2% e, para outras doenças crônicas, diminuição de 2% (SCHMIDT et al., 
2011). 
- O diabetes como causa básica de morte aumentou 11% entre 1996 e 
2000 e, em seguida, diminuiu 8% em 2007, resultando em aumento de 
aproximadamente 2% no período. 
Além das taxas crescentes de mortalidade, o diabetes preocupa pelo 
aumento na sua prevalência estimada em inquéritos e pelo número de 
atendimentos ambulatoriais e hospitalares provocados pela doença e suas 
complicações. 
 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
- Outra doença que merece atenção devido a mudanças nas taxas de 
mortalidade é o câncer. Análise de tendência da mortalidade entre 1980 
e 2006 indica que, entre homens, as taxas ajustadas por idade segundo a 
população-padrão mundial por câncer de pulmão, próstata e colorretal 
estão aumentando. 
Por outro lado, as de câncer de estômago estão diminuindo e as de 
câncer de esôfago mantêm-se estáveis. Nas mulheres, as taxas de 
mortalidade por câncer de mama, pulmão e colorretal aumentaram nesse 
mesmo período, enquanto as de câncer do colo do útero e do estômago 
diminuíram. 
Deve-se ressaltar que a tendência do câncer de pulmão em homens em 
idades mais jovens até 59 anos é declinante, ao passo que, para homens e 
mulheres com 60 anos e mais, a tendência é de aumento, o que já pode 
ser reflexo da diminuição do tabagismo em homens a partir das últimas 
décadas. 
Deve-se ressaltar que a queda da mortalidade por câncer do colo do 
útero ocorreu principalmente nas capitais brasileiras e nas regiões mais 
desenvolvidas, em função da ampliação do acesso e da melhoria de 
qualidade do exame citopatológico do colo do útero. Todavia, a 
incidência de câncer do colo do útero no Brasil ainda continua uma das 
mais altas do mundo. 
Já em relação ao câncer de mama, embora se observe recente aumento 
nas coberturas autorrelatadas de mamografias (IBGE, 2010a), as taxas de 
mortalidade são mais elevadas nas regiões Sudeste e Sul, mas mostram 
ascensão em todas as capitais e demais municípios do país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
Explicar quais fatores de risco influencia no surgimento das DCNTs. 
Os fatores de risco para o desenvolvimento das DCNTs vêm sendo 
classificados como modificáveis ou não modificáveis. Entre os fatores 
modificáveis, estão a hipertensão arterial, a ingestão de álcool em grandes 
quantidades, o diabetes mellitus, o tabagismo, o sedentarismo, o estresse, a 
obesidade e o colesterol elevado. Já entre os fatores não modificáveis, 
destaca-se a idade, havendo clara relação entre o envelhecimento e o 
risco de desenvolver DCNTs. Outros fatores não modificáveis são a 
hereditariedade, o sexo e a raça. 
As quatro doenças crônicas de maior impacto mundial (doenças do 
aparelho circulatório, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas) 
têm quatro fatores de risco em comum (tabagismo, inatividade física, 
alimentação não saudável e álcool). 
Em termos de mortes atribuíveis, os grandes fatores de risco globalmente 
conhecidos são: pressão arterial elevada (responsável por 13% das mortes 
no mundo), tabagismo (9%), altos níveis de glicose sanguínea (6%), 
inatividade física (6%) e sobrepeso e obesidade (5%). 
No Brasil, esses fatores de risco são monitorados por meio de diferentes 
inquéritos de saúde, com destaque para o monitoramento realizado pelo 
VIGITEL (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas 
por Inquérito Telefônico). 
 
 
 
 
 
 
 
Dados da última pesquisa Vigitel, realizada pela Secretaria de Vigilância em 
Saúde (SVS) do Ministério da Saúde ao longo de 2019, no entanto, mostram 
um cenário preocupante: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O tabagismo é considerado o principal fator de risco prevenível na 
epidemia global das doenças crônicas. 
Os bons resultados na redução da prevalência do tabagismo pelos países 
que vêm adotando as medidas preconizadas na Convenção Quadro 
para o Controle do Tabaco têm mostrado a importância da 
implementação de políticas eficazes de controle e prevenção dos fatores 
de risco para as DCNTs contando com o apoio da sociedade civil. 
 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) Tabagismo: é um importante fator de risco para o desenvolvimento de 
uma série de doenças crônicas, como câncer, doenças pulmonares e 
doenças cardiovasculares. Desse modo, o hábito de fumar permanece 
como líder global entre as causas de mortes evitáveis; 
2) Consumo Nocivo de álcool: A Organização Mundial da Saúde (OMS) 
estima que o consumo nocivo do álcool foi responsável por 3,3 milhões de 
mortes em 2012, ou seja, 5,9% do total de óbitos no mundo. Além de 
relacionado à mortalidade, o consumo de bebidas alcoólicas também é 
classificado entre os cinco principais fatores de risco para incapacidades, 
principalmente entre jovens, e está relacionado como fator causal de mais 
de 200 doenças e lesões como cirrose hepática, câncer, distúrbios 
neurológicos e maior exposição a acidentes e violências 
3) Sedentarismo: A prática de atividade física de forma regular é 
considerada um fator de proteção à saúde das pessoas, enquanto que o 
sedentarismo é o quarto maior fator de risco de mortalidade global. 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 3,2 milhões de mortes 
por ano em todo o mundo são atribuídas à atividade física insuficiente. A 
OMS recomenda a prática de, no mínimo, 150 minutos de atividade física 
semanal de intensidade leve a moderada ou 75 minutos de atividade de 
intensidade vigorosa, entre adultos. 
4) Alimentação inadequada: No Brasil, houve uma redução na compra de 
alimentos tradicionais básicos, como arroz, feijão e hortaliças, e aumentos 
notáveis na compra de alimentos processados, acarretando aumento no 
consumo de gorduras saturadas, sódio e açúcares livres. A Organização 
Mundial de Saúde recomenda a ingestão diária de pelo menos 400 
gramas de frutas e hortaliças, o que equivale, aproximadamente, ao 
consumo diário de cinco porções desses alimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
Compreender a ação da atenção básica no controle e presença das DCNTs. 
(principais diretrizes, estratégias de enfrentamento e rastreio). 
– Organização da Vigilância de DCNT: O Brasil vem organizando, nos 
últimos anos, ações no sentido de estruturar e operacionalizar um sistema 
de vigilância específico para as doenças crônicas não transmissíveis, de 
modo a conhecer a distribuição, a magnitude e a tendência das doenças 
crônicas e seus fatores de risco e apoiar as políticas públicas de 
promoção da saúde. 
• Em 2003, realizou-se o primeiro inquérito domiciliar sobre 
comportamento de risco e morbidade referida de agravos não 
transmissíveis, que constituiu a linha de base do país no monitoramento 
dos principais fatores de risco. 
 
• Em 2006, foi implantado o VIGITEL, inquérito por telefone que, com 54 
mil entrevistas anuais, investiga a frequência de fatores de risco e 
proteção para doenças crônicas e morbidade referida em adultos (≥18 
anos) residentes em domicílios com linha fixa de telefone nas capitais 
do Brasil. 
 
• Em 2008, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) incluiu, 
como parte da iniciativa do Global Adult Tobacco Survey (GATS), 
informações sobre morbidade e alguns fatores de risco e, ainda, a 
Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab). 
 
• Em 2009,foi realizada a I Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 
(PeNSE), inquérito com cerca de 63 mil alunos do 9º ano das escolas 
públicas e privadas das capitais do Brasil e do Distrito Federal, feito em 
parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os 
Ministério da Saúde e da Educação, que acontecerá a cada três anos 
 
O monitoramento da morbimortalidade em DCNT, componente essencial 
para a vigilância, é realizado por meio dos sistemas de informações do SUS 
e outros. 
 
Outras atividades neste processo são as capacitações das equipes de 
saúde de estados e municípios, com o estabelecimento de atividades e 
estratégias de prevenção, promoção e assistência e com a definição de 
indicadores para monitoramento e de metodologias apropriadas às 
realidades regionais e locais. 
Síntese do Plano de Enfrentamento de DCNT 
O 'Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças 
Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022' define e prioriza as 
ações e os investimentos necessários no sentido de preparar o país para 
enfrentar e deter as DCNT nos próximos dez anos. 
O objetivo do Plano de DCNT é promover o desenvolvimento e a 
implementação de políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e 
baseadas em evidências para a prevenção e o controle das DCNT e de 
seus fatores de risco, e fortalecer os serviços de saúde voltados para a 
atenção aos portadores de doenças crônicas. 
O Plano fundamenta-se no delineamento de três principais diretrizes ou 
eixos: a) vigilância, informação, avaliação e monitoramento; b) promoção 
da saúde; e c) cuidado integral. 
Vigilância, informação, avaliação e monitoramento 
Os três componentes essenciais da vigilância de DCNT são: monitoramento 
dos fatores de risco; monitoramento da morbidade e mortalidade 
específicas das doenças; e respostas dos sistemas de saúde, que também 
incluem gestão, políticas, planos, infraestrutura, recursos humanos e acesso 
a serviços de saúde essenciais, inclusive a medicamentos. O eixo da 
Vigilância dará sequência às ações de monitoramento de DCNT e seus 
fatores de risco e ampliará novas ações em termos de inquéritos 
populacionais mais amplos, pesquisas de monitoramento de 
desigualdades, entre outros. As principais ações são: a) realização da 
Pesquisa Nacional de Saúde em 2013, em parceria com a Fundação 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), gerando informações e 
conhecimentos sobre o processo saúde-doença e seus determinantes 
sociais, para formulação de políticas de saúde no Brasil. Serão pesquisados 
temas como: acesso aos serviços e sua utilização; morbidade; fatores de 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
risco e proteção a doenças crônicas; e saúde dos idosos, das mulheres e 
das crianças. Também serão feitas medições antropométricas e de 
pressão arterial, além de coleta de material biológico; b) realização de 
inquéritos populacionais, telefônicos e em populações especiais, como 
adolescentes; c) realização de estudos sobre DCNT, como análises de 
morbimortalidade, avaliação de intervenções em saúde, estudos sobre 
desigualdades em saúde, identificação de populações vulneráveis 
(indígenas, quilombolas, outras), avaliação de custos de DCNT, entre 
outros; e d) criação de um portal na internet, para monitorar e avaliar a 
implantação do Plano Nacional de Enfrentamento das DCNT, bem como 
a evolução das DCNT no país. 
Promoção da saúde 
Compreendendo a importância das parcerias para superar os fatores 
determinantes do processo saúde-doença, foram definidas diferentes 
ações envolvendo diversos ministérios (Educação, Cidades, Esporte, 
Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social, Meio Ambiente, 
Agricultura/Embrapa, Trabalho e Planejamento), a Secretaria Especial de 
Direitos Humanos, a Secretaria de Segurança Pública, órgãos de Trânsito e 
outros, além de organizações não governamentais, empresas e sociedade 
civil, com o objetivo de viabilizar as intervenções que impactem 
positivamente na redução dessas doenças e seus fatores de risco, 
especialmente para as populações em situação de vulnerabilidade. 
Principais ações: 
Atividade física 
a) Programa Academia da Saúde: construção de espaços saudáveis que 
promovam ações de promoção da saúde e estimulem a atividade físicas-
práticas corporais, em articulação com a Atenção Primária à Saúde. 
b) Programa 'Saúde na Escola': implantação em todos os municípios, 
incentivando ações de promoção da saúde e de hábitos saudáveis nas 
escolas (como as cantinas saudáveis); reformulação de espaços físicos, 
visando à prática de aulas regulares de educação física e à prática de 
atividade física no contraturno. 
c) Praças do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): 
fortalecimento da construção das praças do PAC dentro do Eixo 
Comunidade Cidadã, além de busca pela cobertura de todas as faixas 
etárias; as praças do PAC integram atividades e serviços culturais, práticas 
esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de 
trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção à violência e 
de inclusão digital. 
d) Espaços urbanos saudáveis: criação do 'Programa Nacional de 
Calçadas Saudáveis' e construção e reativação de ciclovias, parques, 
praças e pistas de caminhadas. 
e) Campanhas de comunicação: criação de campanhas que incentivem 
a prática de atividade física e hábitos saudáveis, articuladas com grandes 
eventos como a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 
2016 no Rio de Janeiro-RJ. 
Alimentação saudável 
a) Escolas: promoção de ações de alimentação saudável, pelo Programa 
Nacional de Alimentação Escolar. 
b) Oferta de alimentos saudáveis: estabelecimento de parcerias e acordos 
com a sociedade civil (agricultores familiares, pequenas associações e 
outros), para o aumento da produção e da oferta de alimentos in natura, 
visando ao acesso à alimentação adequada e saudável. 
c) Apoio a iniciativas intersetoriais, para o aumento da oferta de alimentos 
básicos e minimamente processados, no contexto da produção, do 
abastecimento e do consumo alimentar. 
d) Acordos com a indústria para redução do sal e do açúcar: 
estabelecimento de acordo com o setor produtivo e parceria com a 
sociedade civil, para redução do sal e do açúcar nos alimentos, buscando 
avançar em uma alimentação mais saudável. 
e) Redução dos preços dos alimentos saudáveis: fomento à adoção de 
medidas fiscais, tais como redução de impostos, taxas e subsídios, visando 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
à redução dos preços dos alimentos saudáveis (frutas, hortaliças) e o 
estímulo a seu consumo. 
f) Implantação do 'Plano Intersetorial de Obesidade', com vistas à redução 
da obesidade na infância e na adolescência. 
Tabagismo e álcool 
a) Adequação da legislação nacional que regula o ato de fumar em 
recintos coletivos: ampliação das ações de prevenção e de cessação do 
tabagismo, com atenção especial aos grupos mais vulneráveis (jovens, 
mulheres, população de menor renda e escolaridade, indígenas, 
quilombolas). 
b) Fortalecimento da implementação da política de preços e de aumento 
de impostos dos produtos derivados do tabaco e álcool, com o objetivo 
de reduzir o consumo. 
c) Apoio à intensificação de ações fiscalizatórias em relação à venda de 
bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. 
d) Fortalecimento das ações educativas voltadas à prevenção e à 
redução do uso de álcool e tabaco, pelo programa 'Saúde na Escola'. 
e) Apoio a iniciativas locais de legislação específica, no sentido do 
controle de pontos de venda de álcool e do horário noturno de 
fechamento de bares e outros pontos correlatos de comércio. 
Envelhecimento ativo 
a) Implantação de um modelo de atenção integral ao envelhecimento 
ativo, favorecendo ações de promoção da saúde, prevenção e atenção 
integral. 
b) Promoção de envelhecimento ativo e de ações que envolvam a Saúde 
Suplementar.c) Incentivo aos idosos para a prática da atividade física regular no 
programa 'Academia da Saúde'. 
d) Capacitação das equipes de profissionais da Atenção Primária em 
Saúde para o atendimento, acolhimento e cuidado da pessoa idosa e de 
pessoas com condições crônicas. 
e) Incentivo à ampliação da autonomia e independência para o 
autocuidado e o uso racional de medicamentos. 
e) Criação de programas para formação do cuidador da pessoa idosa e 
com condições crônicas. 
Cuidado integral 
Serão realizadas ações visando ao fortalecimento da capacidade de 
resposta do Sistema Único de Saúde e à ampliação das ações de cuidado 
integrado para a prevenção e o controle das DCNT. Principais ações: 
a) Linha de cuidado de DCNT: definição e implementação de protocolos 
e diretrizes clínicas das DCNT com base em evidências de custo-
efetividade, vinculando os portadores ao cuidador e à equipe da 
Atenção Primária, garantindo a referência e contrar-referência para a 
rede de especialidades e hospitalar, e favorecendo a continuidade do 
cuidado e a integralidade na atenção. 
b) Capacitação e telemedicina: capacitação das equipes da Atenção 
Primária em Saúde, expandindo recursos de telemedicina, segunda 
opinião e cursos à distância, para qualificação da resposta às DCNT. 
c) Medicamentos gratuitos: ampliação do acesso gratuito aos 
medicamentos e insumos estratégicos previstos nos protocolos clínicos e 
diretrizes terapêuticas das DCNT e tabagismo. 
d) Câncer do colo do útero e de mama: aperfeiçoamento do 
rastreamento do câncer do colo do útero e de mama: universalização 
desses exames a todas as mulheres, independentemente de renda e 
raça/cor, reduzindo desigualdades; e garantia de 100% de acesso ao 
tratamento de lesões precursoras de câncer. 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
e) Implantação do programa 'Saúde Toda Hora': 
i. Atendimento de urgência: fortalecimento do cuidado integrado ao 
portador de doenças do aparelho circulatório na rede de urgência, entre 
unidades de promoção, prevenção e atendimento à saúde, com o 
objetivo de tornar esse atendimento mais rápido e eficaz. 
ii. Atenção domiciliar: ampliação do atendimento em domicílio a pessoas 
com dificuldades de locomoção ou que precisem de cuidados regulares 
ou intensivos e não de hospitalização, como idosos, acamados, 
portadores de sequelas de acidente vascular encefálico - AVE -, entre 
outros; cuidados ambulatoriais e hospitalares em casa, ampliando o 
campo de trabalho dos profissionais de saúde que atuam na atenção 
básica. 
iii. Unidades coronarianas e de AVE: qualificação das estruturas 
hospitalares para o atendimento em urgência e emergência, sem restringir 
as portas de entrada aos prontos-socorros; priorização dos atendimentos a 
traumas, problemas cardíacos e acidente vascular encefálico por meio da 
criação, dentro dos hospitais, de unidades especializadas - unidades 
coronarianas e unidades de AVE -, visando qualificar a resposta a esses 
agravos e possibilitar a criação de novas vagas hospitalares e de leitos de 
retaguarda, evitando espera nas portas dos hospitais. 
 
 
 
 
 
 
 
Compreender o Vigital e a sua influência no programa de atenção integral à 
saúde do adulto. 
O sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças 
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) foi implantado em 2006 pelo 
Ministério da Saúde e desde então vem cumprindo, com grande 
eficiência, seu objetivo de monitorar a frequência e a distribuição dos 
principais determinantes das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) 
em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. 
O Vigitel compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco de DCNT do 
Ministério da Saúde, com outros inquéritos domiciliares, em populações 
escolares, ampliando assim o conhecimento sobre as DCNT, seus 
determinantes e condicionantes e fatores de risco no País. 
Os resultados deste sistema subsidiam o monitoramento das metas 
propostas no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das 
Doenças Crônicas no Brasil 2011-2022 (BRASIL, 2011; MALTA et al., 2011; 
MALTA; SILVA JÚNIOR, 2013) e também no Plano Regional (OPAS, 2014) e 
no Plano Global para o Enfrentamento das DCNT (WHO, 2013), 
contribuindo na formulação de políticas públicas que promovam a 
melhoria da qualidade de vida da população brasileira. 
Os procedimentos de amostragem empregados pelo Vigitel visam obter, 
em cada uma das capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, 
amostras probabilísticas da população de adultos (≥18 anos de idade) que 
residem em domicílios servidos por ao menos uma linha telefônica fixa. 
O sistema estabelece um tamanho amostral mínimo de aproximadamente 
2 mil indivíduos em cada cidade para estimar com coeficiente de 
confiança de 95% e erro máximo de cerca de três pontos percentuais a 
frequência de qualquer fator de risco na população adulta (≥18 anos). 
Erros máximos de cerca de quatro pontos percentuais são esperados para 
estimativas específicas, segundo sexo, assumindo-se proporções 
semelhantes de homens e mulheres na amostra (WHO, 1991) 
A primeira etapa da amostragem do Vigitel consiste no sorteio de cerca 
de 5 mil linhas telefônicas por cidade. Este sorteio, sistemático e 
estratificado por código de endereçamento postal (CEP), é realizado a 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
partir do cadastro eletrônico de linhas residenciais fixas das empresas 
telefônicas que cobrem as cidades estudadas. 
A seguir, as linhas sorteadas em cada cidade são ressorteadas e divididas 
em réplicas de 200 linhas, cada réplica reproduzindo a mesma proporção 
de linhas por CEP do cadastro original. A divisão da amostra integral em 
réplicas é feita, essencialmente, em função da dificuldade em estimar 
previamente a proporção das linhas do cadastro que serão elegíveis para 
o sistema (linhas residenciais ativas). Em geral, a partir dos cadastros 
telefônicos das quatro empresas (Telefônica, OI, GVT e Embratel) que 
servem as 26 capitais e o Distrito Federal, são sorteadas 135 mil linhas 
telefônicas (5 mil por cidade) e são utilizadas, em média, 21 réplicas por 
cidade. 
A segunda etapa da amostragem do Vigitel consiste no sorteio de um dos 
adultos (≥18 anos) residentes no domicílio sorteado. Essa etapa é 
executada após a identificação, entre as linhas sorteadas, daquelas que 
são elegíveis para o sistema, ou seja: linhas efetivamente residenciais e 
ativas. 
Não são elegíveis para o sistema as linhas que: correspondem a empresas, 
não mais existem ou se encontram fora de serviço, além das linhas que 
não respondem a seis tentativas de chamadas feitas em dias e horários 
variados, incluindo sábados e domingos e períodos noturnos, e que, 
provavelmente, correspondem a domicílios fechados. No período 
analisado, a elegibilidade das linhas variou de 56% a 66% e foram 
realizadas mais de 100 mil ligações telefônicas, sendo completas mais de 
45 mil entrevistas a cada ano. 
 
 
 
 
 
 
Compreender o conceito de carga global de doenças relacionadas com 
transição epidemiológica da realidade brasileira considerando as doenças 
socioeconômicas. 
As informações e os indicadores de saúde têm sido descritos como os olhos 
dos responsáveis pela formulação das políticas de saúde. Observar e 
descrever a ocorrência de doenças, incapacidades e mortes na 
população, com uso de dados que alimentam as estatísticas de saúde, 
possibilita medir, tornando visível o problema de saúde e os resultados da 
política de saúde. 
Entretanto, com frequência os gestores são incapazes de ver através da 
névoa provocada pela ausência do dado ou por dados de má qualidade, 
que dificultam a elaboração de indicadores, válidos e confiáveis, que 
expressem a situação de saúde e avaliem o desempenho de políticas e 
programas. 
Para impulsionar o uso do dado e a utilização de novas métricas em saúde, 
o Ministério daSaúde tomou a decisão de aderir à rede de estudos da 
Carga Global de Doenças (Global Burden of Disease – GBD), a fim de inserir 
o Brasil nas estimativas e análises da carga de doença em nível 
subnacional. 
A informação em saúde é prioridade da gestão do Sistema Único de 
Saúde (SUS), especialmente com a introdução dos processos de 
pactuação de indicadores de saúde e estratégias que fortalecem a 
informação e a análise da situação de saúde e valorizam os sistemas de 
informações com a ampliação do seu uso. 
Apesar das dificuldades na produção do dado ainda existentes, como falta 
de estrutura (recursos materiais e humanos, por exemplo), que, muitas vezes, 
tornam precária a informação, muito se tem avançado no Brasil com a 
melhora importante na cobertura e na qualidade das informações em 
saúde. 
O Brasil tem vivenciado um processo de mudança do perfil de 
adoecimento e morte da população, com queda acentuada da 
mortalidade por doenças transmissíveis, da mortalidade de menores de 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
cinco anos e redução significativa das causas evitáveis de morte, o que 
impactou positivamente no aumento da expectativa de vida. 
Também vem ocorrendo aumento das doenças crônicas não 
transmissíveis, como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer, entre 
outras, e das mortes por violência, como os acidentes de trânsito. 
Esse novo perfil de saúde-doença necessita de uma renovada atenção à 
saúde e uma política nacional de saúde que busque utilizar novas 
métricas do nível de saúde da população, informando e avaliando o 
cuidado em saúde, testando, construindo e agregando conceitos e 
métricas ainda não aplicados na gestão da saúde no SUS nos mais 
diversos níveis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descrever o conceito de cálculos DALY, QUALY, HALE. 
Disability Adjusted Life Years (DALY) – ano de vida saudável perdido - é um 
indicador que contempla as medidas de impacto das doenças, tanto em 
relação à morbidade, quanto em relação à mortalidade. 
O DALY considera o total de anos de vida saudáveis perdidos devido à 
uma doença (ou a um fator de risco) e seu cálculo inclui tanto a idade do 
óbito, quanto a duração e a gravidade de qualquer incapacidade 
presente. 
Por exemplo, sua aplicação pode demonstrar as patologias com potencial 
de cronificação, retratando as expectativas de um estado não saudável 
em uma população. 
Um estudo de carga global de 306 doenças em 188 países apontou que 
as cinco principais causas de DALYs foram doença isquêmica do 
coração, infecções respiratórias inferiores, doenças cerebrovasculares, 
patologias lombares, dores de garganta e acidentes de trânsito. 
Quality Adjusted Life Years (QALY) – anos de vida ajustados pela qualidade 
de vida - capta em uma única medida os ganhos em quantidade e em 
qualidade de vida. Trata-se de um instrumento genérico para avaliar os 
estados de saúde, oferecendo medidas objetivas da qualidade de vida e 
das intervenções. 
Por exemplo, esta medida pode ser utilizada para verificação de 
resultados em intervenções. Em estudo12 para avaliação da eficácia de 
intervenções para gerenciamento de riscos cardiovasculares, a 
comparabilidade das mensurações de custo-efetividade foi realizada a 
partir deste indicador, sendo que os achados apontaram que o custo 
benefício foi maior para as ações realizadas com mulheres (quando 
comparadas em ações com o público masculino), com um ganho maior 
de QALYs versus libras investidas no público feminino. 
Years Lived with Disability (YLD) – anos de vida perdidos por doença e/ou 
incapacidade - é a quantificação dos anos vividos com a incapacidade 
proveniente de um agravo. Por exemplo, este indicador pode ser usado 
para demonstração de sobrevida. No aumento de status 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
sociodemográfico foi associado com uma mudança na carga de Years of 
Life Lost (YLL) - anos de vida perdidos - para YLD, impulsionado por quedas 
nos YLLs e aumentos de YLD de lesões músculo-esqueléticas , doenças 
neurológicas e transtornos mentais por uso de substâncias químicas. 
 
O melhor indicador para expressar a carga de doença é o DALY (Disability 
Adjusted Life Years) que apresenta uma ampliação do conceito de anos 
perdidos em decorrência de eventos não fatais. Dessa forma, o DALY, para 
uma doença ou agravo, é constituído pela soma dos anos perdidos por 
morte prematura (YLLYears of Life Lost) e os anos de vida perdidos por 
incapacidade (YLD- Years Lost due Disability), resultando na fórmula de 
carga de doença DALY= YLL + YLD. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QALYs (Quality-Adjusted Life Year) e DALYs (Disability-Adjusted Life Year) 
são termos comuns usados nesta estrutura. 
- QALYs são uma medida de anos vividos em perfeita saúde ganhos 
enquanto DALYs são uma medida de anos em perfeita saúde 
perdidos. São as métricas mais citadas para avaliação de risco-benefício. 
Como é calculado o QALY e o Daly? 
DALYs estão relacionados à medida de ano de vida ajustado pela 
qualidade (QALY); no entanto, os QALYs apenas medem o benefício com 
e sem intervenção médica e, portanto, não medem a carga total. 
... 
DALY = YLL + YLD 
O que é QALY na economia da saúde? 
O ano de vida ajustado pela qualidade (QALY) é uma medida do valor 
dos resultados de saúde. Como a saúde é função do tempo de vida e da 
qualidade de vida, o QALY foi desenvolvido como uma tentativa de 
combinar o valor desses atributos em um único número índice. 
O que mede um Daly? 
Um DALY representa a perda do equivalente a um ano de saúde plena. Os 
DALYs para uma doença ou condição de saúde são a soma dos anos de 
vida perdidos por mortalidade prematura (YLLs) e os anos vividos com 
incapacidade (YLDs) devido a casos prevalentes da doença ou condição 
de saúde em uma população. 
O que é um Haly? 
1 : parar de marchar ou viajar. 2 : descontinuar, encerrar o projeto 
interrompido por falta de fundos. verbo transitivo. 1 : para parar a greve 
parou metrôs e ônibus. 2 : causar a descontinuação de : encerrar as 
hostilidades. 
Quais são os benefícios de usar o Daly? 
O interesse em quantificar não somente morbidade, mas também 
qualidade de vida pode ser atribuído ao aumento da expectativa de 
vida, o que leva as pessoas acometidas por doenças a permanecerem 
mais tempo expostas a elas e, consequentemente, a utilizarem por 
mais tempo os serviços de saúde, conduzindo à necessidade de 
elaboração de políticas e programas de saúde mais específicos e 
eficazes, de forma que os custos sejam racionalizados e minimizados. 
Gabrielle Nogueira- MED 5° Período UniFG 
 
A principal vantagem é que os DALYs fornecem uma medida composta e 
internamente consistente da saúde da população que pode ser usada 
para avaliar a carga relativa de diferentes doenças e lesões e comparar a 
saúde da população por região geográfica e ao longo do tempo. 
Como é calculada a qualidade de vida? 
As 8+1 dimensões da qualidade de vida 
1. Condições materiais de vida (renda, consumo e 
condições materiais) 
2. Atividade produtiva ou principal. 
3. Saúde. 
4. Educação. 
5. Lazer e interações sociais. 
6. Segurança econômica e segurança física. 
7. Governança e direitos básicos. 
8. Ambiente natural e vivo. 
Como é calculado o custo do QALY? 
A ideia básica de um QALY é direta, com a quantidade de tempo gasto 
em um determinado estado de saúde ponderado pela pontuação de 
utilidade dada a esse estado de saúde. Assim, 1 ano passado em 'saúde 
perfeita' equivale a um QALY, enquanto 1 ano passado em estado de 
saúde avaliado em 0,25 equivale a um quarto de um QALY. 
Por que usamos QALY? 
O QALY é usado na análise de custo-utilidade como medida dos 
benefícios para a saúde de intervenções médicas e para comparar o 
valor de diferentes medicamentos. Os QALYs avaliam o efeito de um 
determinado tratamento sobre quanto tempo um paciente viverá 
multiplicado por sua qualidade de vida nosanos restantes com esse 
tratamento. 
Como calcular o custo por QALY? 
Estimativa do custo por QALY para diferentes grupos de diagnóstico 
 
O CER do tratamento com PMV para cada grupo de diagnóstico foi 
calculado usando a seguinte fórmula: Custo total estimado da vida útil do 
tratamento com PMV por paciente/QALE estimado com tratamento com 
PMV por paciente = custo por QALY. 
Como calcular o YLDS? 
As intervenções de saúde procuram evitar DALYs e, ao fazê-lo, aumentar o 
número de anos que uma pessoa vive com boa 
saúde. Matematicamente, um DALY é representado pela equação DALY = 
YLL + YLD. YLL é calculado como o número de mortes (n) x a expectativa 
de vida padrão na idade da morte (L1). 
Como calcular a carga de doenças? 
Para cada doença, um DALY é calculado como: DALYs = número de 
pessoas com a doença × duração da doença (ou perda de expectativa 
de vida em caso de mortalidade) × gravidade (variando de 0 para saúde 
perfeita a 1 para morte) 
O que se entende por carga de doença? 
Definição. O termo carga de doença geralmente descreve as 
consequências totais e cumulativas de uma doença definida ou uma série 
de doenças prejudiciais em relação às deficiências em uma 
comunidade. Essas consequências incluem saúde, aspectos sociais e 
custos para a sociedade.

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