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Resumo TGP Assuntos: 1- Direito e sociedade; 2- Lide; 3- Formas extrajudiciais de resolução de conflitos; 4- Aplicação da lei processual; 5- Justiça, segurança jurídica e devido processo legal. 1- Direito e Sociedade O entendimento majoritário dos doutrinadores é que não há sociedade sem direito; A função que o direito exerce na sociedade é ordenadora; ➢ Definição: Coordenar os interesses que se manifestam na vida social, de forma que haja compreensão entre pessoas e compor conflitos se verificarem entre seus membros. Busca harmonizar as relações sociais intersubjetivas, a fim de ensejar a máxima realização dos calores humanos com o mínimo de sacrifício e desgaste. O que deve ordenar e orientar essa coordenação é o critério do justo e equitativo, de acordo com os valores prevalentes em determinado momento ou lugar. 2- Lide Em termos simplificados a lide é o conflito de interesses na relação da necessidade e do bem da vida. Em outros termos, significa que o autor, acreditando ter tido um direito violando, ou na ameaça de ter esse direito violado, passa a fazer jus à pretensão que é exercida por meio da ação, instrumentalizada em um processo, que se inicia com uma petição inicial. A ação é o poder de dar início a um processo e dele participar, com o intuito de obter do Poder Judiciário uma resposta ao pleito formulado. O processo, é o meio ou instrumento de solução da lide. Forma-se a lide: pretensão do autor versus resistência do réu. ➢ Definição: É a pretensão resistida (quando há uma resistência da outra parte sobre determinado objeto). Para que o Estado exerça a atividade jurisdicional é preciso que alguém o provoque por meio do direito de ação, uma vez que o estado é provocado, ele exercerá a atividade jurisdicional por meio do processo. Função Jurisdicional (É o poder do Estado de dizer e aplicar o direito ao caso concreto). Trata-se de monopólio do Estado. Tipos de Lide: ❖ Pretensão resistida: Duas ou mais pessoas se intitulam, simultaneamente, titular do mesmo bem da vida; - Usa-se o processo de conhecimento: é a fase em que ocorre toda a produção de provas, a oitiva das partes e testemunhas, dando conhecimento dos fatos ao juiz responsável, a fim de que este possa aplicar corretamente o direito ao caso concreto, com o proferimento da sentença. ❖ Pretensão Insatisfeita: Quando não há satisfação dos direitos e é necessário invocar o estado para que a parte que perdeu a ação cumpra a obrigação de fazer/pagar; - Usa-se o processo de execução: cumprimento da sentença. Execução por título executivo extrajudicial. ❖ Prevenção à Lide (Pré) Venire: Quando não há conflito, mas o estado força a entrada da justiça para evitar um conflito no futuro. Prevenção de conflitos, visando problemas com proporções maiores - É comum em casos que envolvam menores impúberes ou relativamente incapazes. 3- Formas extrajudiciais de resolução de conflitos ➢ Autodefesa ou autotutela: Uso da força; O mais forte impõe sua vontade sobre o mais fraco. Não há envolvimento de outrem. ➢ Autocomposição: Pode ser parcial ou consensual. Há três formas: - Renúncia: Ocorre quando o titular do direito abdica dele, acabando com o conflito; - Submissão: Ocorre quando o sujeito se submete à pretensão contrária, ainda que entenda ter o direito; - Transação ou acordo: Consiste na troca equilibrada e recíprocas entre as partes. (concessões recíprocas) Nesse método de resolução é permitido que haja a presença de terceiros intermediando o conflito desde que ele seja imparcial. A decisão tomada para solucionar a lide precisa ser de das partes envolvidas. ❖ Conciliação: É empregada quando o conflito nasce com o problema; ❖ Mediação: É empregada quando o conflito precede o problema, o fato ocorrido seria apenas o estopim. ➢ Heterocomposição: É o procedimento mediante o qual as partes contam com a presença de um Terceiro para decidir a lide. Esse Terceiro imparcial não auxilia e não representa os conflitantes. A arbitragem e a jurisdição podem ser apontadas como os principais procedimentos heterocompositivos. O Terceiro envolvido na Heterocomposição pode ser escolhido (arbitragem) ou não (jurisdição) pelas partes. Esse Terceiro detém o poder/dever de decidir/julgar o conflito, e sua decisão é vinculativa em relação aos conflitantes. Os meios heterocompositivos são também conhecidos como adversariais, e, neles, as partes podem sair vitoriosas ou não (ganhador x perdedor). Esse é um dos pontos que diferem a Heterocomposição da autocomposição ❖ Arbitragem: Regulada pela Lei 9.307/1996, as pessoas maiores e capazes poderão escolher terceiro imparcial para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. A autoridade do árbitro não deriva de poder superior às partes, mas da própria autonomia volitiva das pessoas envolvidas na questão conflituosa. Após regular o procedimento, o árbitro deverá analisar as alegações apresentadas pelas partes, decidindo de maneira impositiva o litígio. A sentença proferida pelo árbitro não fica sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário (artigo 18), produzindo entre as partes os mesmos efeitos da sentença prolatada pelos órgãos jurisdicionais (artigo 31). Inclusive, o artigo 515, VII do novo CPC confere à sentença arbitral eficácia de título executivo judicial, o que significa afirmar que a Defensoria Pública estaria no pleno exercício de atividade jurisdicional. 4- Aplicação da lei processual A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. 5- Justiça, segurança jurídica e devido processo legal São os pilares da dogmática processual A justiça é a vontade constante e perpetua de dar a cada um o que é seu de direito. Justiça formal: Trata de modo igual quem se encontra na mesma categoria essencial; Equidade: Aequo: Adequar – Régua de Lesbos (indicativa do conceito de flexibilidade e adaptação das normas aos contextos) Justiça como valor: Atributiva/Qualitativa: Qualificada em condutas – Boa/Ruim ou Justa/Injusta Justiça como princípio: Preocupa-se na distribuição dos bens da vida de maneira igualitária. A Segurança jurídica preocupa-se com a estabilidade das ações nos fatos jurídicos concretos. Fato jurídico: Acontecimento de determinada matéria prevista em lei. O suporte fático é o conjunto de condições previstas pela norma que, quando verificadas, geram determinada consequência jurídica. Pode ser hipotético (cria uma hipótese) ou concreto (fato ocorrido). Quanto ao tempo: Passado: Estabilização: A lei não pode atingir o ato jurídico perfeito, o direito adquirido ou a coisa julgada; Futuro: Previsibilidade: Coerência na aplicação das leis garantindo maior segurança. (ver com antecedência). Ato Jurídico Perfeito: é o ato validamente realizado sob a vigência de uma lei que depois foi revogada ou modificada. Fato jurídico: Lícito Ilícito Classificação dos fatos lícitos: 1. Fato jurídico Stricto-Sensu ou de senso estrito: é toda ação humana, voluntária e consciente que acarreta consequências jurídicas pré-determinadas por lei. O efeito jurídico, pois, é automático e inevitável, não podendo o indivíduo evadir- se dele. 2. Ato-Fato Jurídico: Conduta humana que ocorre sem a vontade da mesma e por fim, gera um fato natural. Para o ato-fato, a vontade pouco importa. 3. Lato-Sensu: Sentido amplo ou amplo sentido 3.1 Ato-fato stricto sensu: A lei não lhe oferece escolha 3.2 Negócio jurídico: Há possibilidade de escolhas FATO ATO = AÇÃO NATURAL / AÇÃO HUMANA Devido processo legal É do referido preceito constitucional que se extrai o princípio do devido processo legal, uma garantia constitucional ampla, que conferea todo indivíduo, o direito fundamental a um processo justo, devido. O devido processo legal combinado com o direito de acesso à justiça (artigo 5º, XXXV), o contraditório e a ampla defesa (art. 5º, LV), fecha o ciclo das garantias processuais. Assim, garante-se o processo, com as formas instrumentais adequadas, de forma que a prestação jurisdicional, quando entregue pelo Estado, dê a cada um, o que é seu. https://jus.com.br/tudo/acesso-a-justica ❖ Garantia do direito adquirido: “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada'' ❖ Garantia da coisa julgada: Fenômeno que torna indiscutível decisão judicial que não cabe mais recurso. ❖ Trânsito em julgado: Momento (dia) em que surge a coisa julgada; ❖ Coisa julgada formal: Decisão transitada em julgado se refere ao processo; ❖ Coisa julgada material: A decisão se refere ao processo e ao direito objeto do litígio. (Em regra a matéria não retorna em outro processo) Quando poder voltar a ser avaliada? Em casos pontuais: • Ação rescisória: Cível (tudo que não é penal); • Ação revisional: Penal (Só o réu para provar sua inocência); • Coisa julga inconstitucionalmente. - Contraditório ➢ Definição: Opinião contrária daquela manifestada pela parte oposta da lide. O princípio do Contraditório pode ser decomposto em duas garantias: participação (audiência; comunicação; ciência) e possibilidade de influência na decisão. A garantia da participação é a dimensão formal do princípio do contraditório. Trata-se do poder de ser ouvido, de participar do processo, de ser comunicado, poder falar no processo. Há, porém, ainda, a dimensão substancial do princípio do contraditório. Trata-se do “poder de influência”. “Do contraditório resultam duas exigências: a de se dar ciência aos réus da existência do processo, e aos litigantes de tudo o que nele se passa; e a de permitir-lhes que se manifestem, que apresentem suas razões, que se oponham à pretensão do adversário. O juiz tem que ouvir aquilo que os participantes do processo têm a dizer, e, para tanto, é preciso dar-lhes oportunidade de se manifestar, e ciência do que se passa, pois que sem tal conhecimento, não terão condições adequadas para se manifestar”. Caracteriza-se, portanto, a garantia do contraditório no momento em que são ouvidas todas as partes envolvidas no litígio processual, de forma que cada uma tem a possibilidade de argumentar na defesa de seus interesses. “No processo civil, o contraditório contenta-se com a concessão, às partes, de oportunidade de resistir à pretensão formulada pelo adversário. Mas fica-lhes ressalvada a possibilidade de não resistir. Neste, o contraditório há de ser efetivo sempre. Mesmo que o acusado não queira se defender, haverá nomeação de um advogado dativo, que oferecerá defesa técnica em seu favor.” Tipos de contraditórios: Do réu: - Defesa; - Demais possibilidades de atuação do réu. Do autor: Direito constitucional à prova: - Proibição do uso de prova obtida por meio ilícito; - Prova e seu uso no processo. Conceitos rápidos pra não esquecer: Pretensão O que leva alguém a ajuizar uma ação? Obter o bem da vida Sempre está relacionado ao comportamento de uma outra parte Lide + Conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida Jurisdição Poder do estado em resolver a lide O estado detém o monopólio da justiça. Ação Direito de provocar o judiciário protegido constitucionalmente Processo Instrumento pelo qual se exerce esse direito de ação. É uma ficção jurídica. AÇÃO PROCESSO
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