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Gabriela Medeiros – Pneumologia DOENÇAS PULMONARES INTERSTICIAIS (DPI) ➢ Termo genérico que abrange muitas doenças; ➢ São caracterizados por infiltrados celulares difusos; ➢ Doenças variam de processos inflamatórios autolimitados à fibrose pulmonar. Lobo Pulmonar Secundário: O lóbulo pulmonar secundário é a menor porção de pulmão circundada por septos de tecido conjuntivo (septos interlobulares). Cada lóbulo é suprido por um bronquíolo lobular e uma artéria pulmonar, que estão localizados em seu centro. As veias pulmonares estão localizadas nos septos interlobulares. O lóbulo tem forma poliédrica irregular e, em geral, mede 1 a 2,5 em de diâmetro. Interstício pulmonar: Rede de tecido conjuntivo que se espalha pelos pulmões. Anamnese e exame físico: • Idade e sexo; • Tabagismo → tempo de tabagismo, número de cigarros/dia, carga tabágica (anos-maço) e grau de dependência de nicotina. ⤷ 1 maço = 1 carteira = 20 cigarros 𝐶𝑇 = (𝑁º 𝑐𝑖𝑔𝑎𝑟𝑟𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑎) 20 × (𝐴𝑛𝑜𝑠 𝑓𝑢𝑚𝑜) • Refluxo gastroesofágico; • Uso de medicações (pneumotoxicidade) – site “Pneumotox” • História familiar (doenças genéticas); • História ocupacional. Avaliação inicial: • Testes hematológicos de rotina • Radiografia de tórax • Tomografia de tórax • Gasometria arterial • Testes de função pulmonar • Marcadores autoimunes Exame físico: Estertores do tipo “velcro”; grasnidos (sibilos na inspiração) e baqueteamento digital. Gabriela Medeiros – Pneumologia Radiografia de tórax: Avaliar: • Volume pulmonar • Distribuição • Outros achados radiológicos: adenomegalia mediastinais e hilares, derrame pleural e placas pleurais. PADRÕES INTERSTICIAIS FUNDAMENTAIS: A doença pulmonar intersticial pode resultar em alguns padrões radiológicos principais: • Septal • Reticular • Cístico • Nodular • Reticulonodular • Aumento da atenuação (“vidro fosco”) • Diminuição da atenuação pulmonar. Esses padrões são mais bem avaliados na TC. Obs.: Radiografia e Tomografia: A. Padrão Septal • O padrão septal resulta do espessamento dos septos interlobulares. • Os septos interlobulares espessados (linhas septais) são visualizados na radiografia como linhas curtas (de 1 a 2 em) perpendiculares e contínuas à pleura (linhas B de Kerley) ou como linhas alongadas (2 a 6 em) orientadas na direção dos hilos (linhas A de Kerley). • O espessamento dos septos interlobulares pode ser causado por edema, infiltração celular (p. ex., tumor, eosinófilos) ou fibrose. Pode ser do tipo liso, nodular ou irregular. B. Padrões Reticular e Reticulonodular • Na radiografia, o padrão reticular caracteriza- se por inúmeras opacidades lineares entrelaçadas (“rede”). • Na radiografia, o padrão reticular pode resultar do somatório de linhas intralobulares, de linhas septais (espessamento de septos interlobulares), ou de espaços císticos cujas paredes se apresentam como linhas na radiografia. • Além disso, opacidades lineares paralelas ao feixe de raios X causam um componente nodular adicional na radiografia, resultando em um padrão reticulonodular, no qual, na radiografia, também pode ser consequente a pequenas opacidades nodulares superpostas a um padrão reticular. • O padrão reticular frequentemente reflete a presença de fibrose pulmonar, mas também pode ser visto na ausência de fibrose. C. Padrão Cístico • Cisto é qualquer espaço arredondado e circundado por uma parede epitelizada ou fibrosa de espessura variável. • Na TC é identificado como área arredondada de baixo coeficiente de atenuação no parênquima pulmonar e interface bem definida com o pulmão normal adjacente. • Geralmente contém ar, mas, às vezes, pode abrigar líquido (ex.: cisto broncogênico, cisto hidático) ou mesmo algum material sólido. Reduzir atenuação = mais negativo (ar) Aumentar atenuação = mais positivo (osso) Gabriela Medeiros – Pneumologia D. Padrão Nodular • Corresponde à presença de múltiplos pequenos nódulos pulmonares com menos de 1 cm de diâmetro. • Na TC, os nódulos originados de inalação de poeira inorgânica ou orgânica mostram distribuição predominantemente centrolobular, enquanto os de causa hematogênica têm distribuição aleatória (randômica) em relação às estruturas do lóbulo pulmonar secundário. E. Aumento da opacidade (Atenuação) em Vidro Fosco • Na TC corresponde ao aumento da densidade do parênquima pulmonar, em que permanecem visíveis os contornados vasos e brônquios no interior da área acometida por um processo patológico. • O número e o calibre dos vasos pulmonares encontram-se preservados tanto nas áreas de opacidade em vidro fosco quanto naquelas com atenuação normal. • Esse padrão de imagem comumente reflete a presença de espessamento do interstício pulmonar ou preenchimento parcial do espaço aéreo. F. Diminuição da atenuação pulmonar • Enfisema (dilatação dos espaços aéreos → destruição da parede alveolar, ocasionando a perda da superfície respiratória, diminuição do recolhimento elástico e hiperinsuflação pulmonar) Gabriela Medeiros – Pneumologia PNEUMONIA POR HIPERSENSIBILIDADE o A doença parece representar reação de hipersensibilidade do tipo IV, em que a exposição repetida ao antígeno em indivíduos geneticamente suscetíveis causa alveolite neutrofílica e mononuclear, seguida de infiltração linfocítica intersticial e reação granulomatosa. Com a exposição contínua, ocorre fibrose e obliteração bronquiolar. o Exposição a fungos e aves, alérgenos. o Prevalencia mais alta (>65 anos). o Pode haver recorrencia dos episódios. o Sintomas: Dispneia e tosse. o Lavado broncoalveolar: Linfocitose o Tratamento: corticoide o Areas de vidro fosco, consolidação e parenquima normal. SILICOSE o Doença ocupacional pela inalação de sílica o Mineração, jateamento de areia, rochas o Nódulos silicóticos em camadas ou espiral LINFANGIOLEIOMIOMATOSE o Doença rara caracterizada por proliferação anormal de células de musculo liso atípicas nos pulmões, rins, vasos linfáticos. o Esporadicamnte ou associada ao complexo de esclerose tuberosa. ⤷ doença genética rara caracterizada pelo crescimento anormal de tumores benignos em diversos órgãos do corpo. ⤷ Angiofibromas faciais (Patognômonico) o Mulher adulta em idade fértil o Cistos de paredes finas, pneumotórax, linfonodomegalia, derrame pleural. Gabriela Medeiros – Pneumologia FIBROSE PULMONAR IDIOPÁTICA o Formas + comuns entre as DPIs. o Identificada histologicamente como Pneumonia Intersticial Usual (PIU), é responsável pela maioria dos casos de pneumonia intersticial idiopática. o É uma doença crônica não infecciosa, de causa desconhecida e limitada aos pulmões, em que vai ocorrendo substituição do pulmão normal por fibrose, prejudicando a sua capacidade para realização das trocas gasosas. o Homem, 60-70 anos o Tabagismo atual ou pregresso o Dispneia insidiosa, tosse cronica, estertores basais e baqueteamento. → Padrão radiologico de reticulações e cistos de faveolamento. Referência: Aula da prof. Dra. Miriã Silva – pneumologista; SILVA, C. I. S. et al. Tórax. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CRB).
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