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A cirurgia em odontopediatria segue os mesmos princípios técnicos usados para adultos, com modificações determinadas pela própria natureza do paciente que esta em fase de crescimento e desenvolvimento - necessidade e oportunidade (tentar manter ao máximo aquele dente deciduo, afinal o melhor mantedor de espaço é o próprio dente) - Assepsia e antisepsia (muito cuidado com a biossegurança) - Tecnica cirurgica atraumatica - Instrumentais adequados Assepsia e anti-sepsia Controle dos microorganismos bucais e da possibilidade de infecção por operatória - Esterilidade dos materiais cirúrgicos (instrumental e material de consumo) - Anti-sepsia das mãos e do campo operatório e EPI Equipamento: álcool a 70% nas superfícies e uso de campo Dentista: lavagem de mãos e anti-sepsia com detergentes antimicrobianos Paciente: região extrabucal (clorexidina a 2% ou povidine), intrabucal (bochecho- clorexidina a 0,12%) Obs: o bochecho só pode ser feito em crianças maiores, pois ha risco de deglutir Considerações anatomofisiologicos da criança Os maxilares estão em processo de crescimento: - Maxila: suturas frontonasal, zigomatico-maxilar e pterigomaxilar - Mandibula: condilo e angulo da mandibula - Possibilidade de injurias traumáticas Alem disso, a dentição esta em continuo estado de modificação, o germe do dente permanente esta ali presente, deve-se ter cuidado para não causar injurias a ele A estrutura óssea da criança apresenta maior quantidade de substancia orgânica (o osso é mais esponjoso, tanto na maxila quanto na mandíbula, em caso de processo infeccioso, ele pode se difundir para outros tecidos com maior facilidade) E também apresenta espaços medulares mais amplos, com maior porosidade e menos calcificação Adiar a cirurgia em caso de: - Estomatite infecciosa aguda - Enfermidades infecciosas (parotidite, sarampo, coqueluche) - Discrasia sanguine ou diabetes descompensados - Doenças cardiacas, congénitas ou adquiridas - Doenças renais agudas ou crônicas - Presença de tumores - Radioterapia Considerações psicológicas Medo: - do desconhecido - Objetivo: decorrente de experiencias anteriores - Subjetivo: decorrente dos pais ansiosos, ou terceiros Dicas para o condicionamento da criança em cirurgia: - evitar a paramentação imediata - Evitar a visualização do campo operatório (cobrir o instrumental com o campo) - so chamar a criança quando ja tiver com o campo pronto - Prestar atenção na reação do paciente - Ficar atento as manifestações de dor - Evitar a visão do sangue - Tomar cuidado com a pronuncia de palavras como: sangue, dor, medo, agulha, injeção Anamnese: - Historia medica e bucodental - Doenças sistêmicas Cirurgia oral menor em odontopediatria @amandaherculano odontopediatria Princípios básicos Considerações Avaliação do paciente - Uso de medicamentos - Exame clinico e radiografico - Necessidade de antibioticopterapia (no dia a dia não é necessário, so em casos de infecções) Planejamento cirúrgico - oportunidade e necessidade da cirurgia - Idade e condicionamento da criança - Comunicação e autorização dos pais e/ou responsáveis - Exodontia de dentes deciduos - Exodontia de dentes deciduos em infraoclusao: diagnóstico de anquilose dentaria - Dentes supranumerários - Tumores odontogencos (odontoma) Indicação para exodontia de dentes deciduos - grandes destruições coronárias - Raizes residuais - Retenção prolongada no arco - Rizolise irregular - Lesão de carie na área de bifurcação radicular (bem no assoalho) - Lesão periapical e envolvimento do germe permanente (rompimento da cripta) - Fratura radicular - Alveolite - Anquilose dentoalveolar - Indicação ortodontica - Rarefação óssea persistente após tratamento endodôntico (se meses após o tratamento ainda houver radiograficamente sinais de infecção) Aspectos radiograficos - grau de integridade das raizes dos dentes deciduos - Intimidade ou relação com o dente permanente - Estagio de rizogenese do dentes permanente (se estiver no estagio 8 de Nolla é perfeito para exodontia) - Presença de lesão ou tumores Estágios de Nola Tecnica de exodontia 1. Montagem da mesa clinica 2. Anestesia local 3. Sindesmotomia (na dentição decidua nao se utiliza bisturi previamente a sindesmotomia) 4. Luxação (uso de alavancas) 5. Exérese (forceps) 6. Curetagem e @amandaherculano odontopediatria Cirurgias de tecido duro Extração via alveolar irrigação 7. Hemostasia 8. Sutura 9. Informações pos-operatorias Caso clinico FSB de 7 anos de idade apresenta elemento 75 com grande destruição coronária, terapia pulpar conservadora previa sem sucesso. O mesmo paciente, de acordo com a panorâmica, não apresenta o germe dentário do dente subsequente permanente (45) e a indicação seria manter o dente deciduo, mas não foi possível devido a extensão da lesão e por estar atrapalhando o germe vizinho. Optou-se como conduta pela remoção do 74 e 75 e um mantenedor de espaço no local que deveria ser erupcionado o 45, para quando adulto ser colocado um implante. 1. Montagem da mesa clinica - Montar antes de chamar o paciente - Deve estar atras da cabeça do paciente - Evitar fazer barulho com os instrumentais - A mesa deve apresentar todo material necessário e dividir por uma sequencia lógica 2. Anestesia local - controle da dor - Conhecimento das técnicas anestésicas - Escolha do anestésico local (requer conhecimento em farmacologia) - Toxicidade sistemica e alergias - Escolha do anestésico local e calculo da dose - Anestesia topica (essencial) - Anestesia infiltrativa - Bloqueio do nervo alveolar inferior - Técnicas complemnetares 3. Sindesmotomia - rompimento das fibras do ligamento periodontal que mantem o dente ligado ao osso alveolar - Facilita o uso de alavancas e do forceps - Sindemóstomo, descolador de molt, espatula hollemback, espatula 7, descolador molt 4. Luxação - auxilia no rompimento das fibras periodontais e na movimentação do dente para fora do alvéolo - Expandir a cortical vestibular - Remover as raizes residuais fraturadas - Alavancas/extratores: seldin (bandeira, reto) e apical 5. Exérese Forceps infants: - unirradiculares (101 ou 1): movimentos de lateralidade e rotação - Multirradiculares (150 e 151): movimento de lateralidade - Restos radiculares (69 e 65) - Grande destruição coronaria (16S) 6. Curetagem e irrigação - depois que você faz a exodontia do deciduo, existe ali o germe do permanente, então a curetagem deve ser muito cautelosa - Indicada apenas em casos de lesão periapical - Nao realizar se o dente estiver próximo e sem a proteção da cripta - Utiliza-se a cureta de Lucas - Apos a exodontia observar o sucessor permanente 7. Hemostasia - fazer de forma bem delicada a manobra de Champret 8. Sutura - fios de seda - Feito paar reter o coagulo @amandaherculano odontopediatria - Necessita da presença de tecido gengival suficiente - Evitar a dilaceração tecidual e/ou germe - Na maioria das vezes nao sutura Não indicada: - deciduo com rizolise avancada - Permanente com rizogenes avançada (estagio 8 de Nolla) 9. Informações pos operatorias - dieta fria e liquida - Prescrição de analgesico- 24h - Uso de antibiotico em caso de abcesso dentoalveolar ou manipulação de tecido ósseo Algumas complicações: - fraturas coronárias ou radiculares - hemorragias - Aspiração e deglutição de dentes - Deslocamento ou extração do germe permanente (reposicionar o germe na posição correta e imobiliza-lo com sutura e cimento cirúrgico, prescrição antiinflamatória por 3 dias e antibiótico por 7 a 10 dias) - Traumas trans ou pos cirúrgicos - Nessas situações de raiz convergindo para o permanente optar pela via não alveolar (fazendo retalho) Incisão vestibular, deslocamento de um retalho, osteotomia e remoção do dente com ou sem odontosecção Indicações: - Extração de dentesfraturados - Dentes anquilosados - Dentes nao irrompidos - Raizes divergentes Exodontia de dentes anquilosados Anquilose: fusão anatomica entre o cemento e/ou dentina e o osso alveolar, podendo ocorrer em qualquer momento da erupção dentaria ou mesmo após o estabelecimento dos contatos oclusais - normalmente acomete segundo molar deciduo, clinicamente o dente vai estar em infraoclusao, quando dente esta no período de esfoliar e ha ausência de mobilidade, som nítido a percussão e ausência do ligamento periodontal radiograficamente Classificação Indicação: exodontia + manutenção ou recuperação do espaço Exodontia por via não alveolar técnica 1. Radiografia 2. Montagem da mesa cirúrgica 3. Anti-sepsia extra e intrabucal 4. Anestesia topica e local 5. Incisões vestibulares (deslocar o retalho) 6. Desinsercao de fibras musculares 7. Osteotomia vestibular (uso de brocas esféricas) 8. Remoção do dente (com ou sem odontoseccao) 9. Irrigação com soro fisiologico 10. Hemostasia com gaze embebida em soro 11. Realização de sutura Recomendações pos operatorias - dieta fria e liquida por 24h @amandaherculano odontopediatria Extração via não alveolar - Evitar esforços físicos - Medicação: analgésico e antinflamatorio, se necessario antibiotico - Acompanhamento clinico e radiografico - Ulectomia - Frenectomia labial - Frenectomia lingual Ulectomia - Remoção de tecidos gengival que revestem a face insocial ou oclusal da coroa dentaria de um dente decíduo ou permanente não irrompido - Procedimento mais simples - Indicado em caso de fibrose e cisto de erupção Fibrose: - Área edemaciada e de coloração mais pálida (decorrente da formação de queratina do epitélio) - Marcas contornadas (presença iminente do dente não irrompido) Hematoma de erupção (cisto) - processo inflamatorio traumatico - Aparência azulada e translúcida - Características sintomáticas - Pode apresentar resolução espontânea Indicações: - irrupção retardada sem motivo aparente - Fibrose da gengiva (traumas constantes, medicamentos, perda precoce dente deciduo) - Cistos/hematoma de erupção Contraindicações: - camada de osso recobrindo o dente - Malformação dentaria - Presença de supranumerários - Cistos ou odontomas - Falta de espaço - Grau de rizogenese menor que 2/3 da raiz formada Tecnica 1. Radiografia 2. Montagem da mesa cirúrgica 3. Anti-sepsia 4. Anestesia topica e local 5. Incisão em forma de elipse 6. Osteotomia (se houver uma camada de osso presente) 7. Irrigação 8. Hemostasia Recomendações pos operatorias - analgesico em caso de dor - Nao ingerir comidas e bebidas quentes nos dois primeiros dias Frenectomia labial Recem nascido: - freio labial algo e espesso - Inserção na papila palatina e na mucosa labial - Freio teto labial Ao longo do desenvolvimento: - a inserção passa a ser na margem gengival e vira um freio labial fino e estreito - Entretanto em algumas crianças isso não acontece, passando a ser um freio teto labial persistente @amandaherculano odontopediatria Cirurgias de tecido mole Frenotomia labial - erupção dos dentes descidos - Desenvolvimento dos seios maxilares - Crescimento vertical do processo dentoalveolar Freio labial teto persistente - maior acúmulo de biofilme dental - Probabilidade de traumatismo (decorrente da própria alimentação ou higienização) - Alteração a atividade muscular - Diastemas interincisivos Diastema: - Fisiologico - Aumento da distancia intercaninos - Inlcinacao distal das coroas dos incisivos Indicações: - inserção baixa do freio (na margem gengival ou papila platina) - Isquemia da papila palatina quando o freio é tracionado - Presença de diademas interincisivos após a erupção dos caninos - Formação de sistemas de mais de 3mm Técnica 1. Montagem de mesa clinica 2. Anti-sepsia 3. Anestesia topica local e infiltrativa: o ideal é fazer na altura dos incisivos bilateralmente para não deformar o freio, transpapilar complementada por palatino 4. Labio tracionado de forma a tensionar o freio 5. Incisão com tesoura rente ao rebordo, ate o limite entre a gengiva inserida e a mucosa alveolar 6. Remoção triangular do freio na região de mucosa gengiva com lamina de bisturi 15 ate atingir o periósteo 7. Desinfeção das fibras do tecido conjuntivo ate o limite da inserção platina e na região do rebordo remanescente com a cureta cirúrgica 8. Sutura da mucosa labial Colocação de cimento cirúrgico na ferida cruenta, na região da mucosa gengival Recomendações pos operatorias: - dieta fria e liquida/pastosa nos primeiros dias - Evitar a escovação da area cirúrgica - Uso de antisssepticos - Remoção da sutura com 5- 7 dias após a cirurgia - Analgesico nos primeiros dias Frenectomia lingual Anquiloglossia: Alteração do desenvolvimento anormal do frio lingual caracterizada por um freio lingual curto, de origem congênita, que resulta em um movimento restrito da língua - o freio curto é verdadeiro quando o paciente tenta projetar a língua para cima e forma essa especie de coração @amandaherculano odontopediatria Repercussões: - desordens articulares (linguodentais fonemas) e respiratorias - Interferir no crescimento maxilomandibular - Prejudicar a deglutição, mastigação, sucção e higiene oral Teste da linguinha - No recém nascido é realizado o teste da linguinha a fim de diagnosticar logo esse problema - Art 1: é obrigatória a realização do protocolo de avaliação do frenulo da língua em bebes, em todos os hospitais e maternidades, nas crianças nascidas em suas dependências - leva em considerar a historia clinica - Avaliação anatomorfofuncional - Avaliação da sucção nutritiva e não nutritiva do bebe (avaliar se a frenotomia esta atrapalhando a amamnetacao) - Critérios clínicos e questionario para gerar um score - um freio com inserção errada ou muito espesso pode repercutir na sua alimentação, atrapalhando todo o seu desenvolvimento - Existe um protocolo elaborado por alguns autores que avalia o clinico, através de testes, juntamente com um questionário para diagnostico dessa anquiloglossia - atentar para se o bebe constantemente esta pedindo para mamar, é um sinal de anquiloglossia - Cansaço ao mamar, mama um pouco e dorme, não tem a pega do mamilo, morde - Pior resultado: 8 - quando de acordo com todos os critérios e scores é diagnosticada a anquiloglossia, a criança tem indicação de frenectomia Técnica da frenectomia lingual em bebes 1. Anestesia topica sublingual (benzotop ou lidocaina) 2. Imobilização e racionamento da lingua 3. Incisão na porção central do freio lingual com tesoura de ponta reta 4. Nao se faz sutura 5. Recomenda-se colocar o bebe direto no seio da ame para amamentação Tecnica frenectomia lingual - nos casos em que a anquiloglossia é diagnosticado mais tardiamente, a conduta é diferente 1. Montagem da mesa 2. Anti-sepsia 3. Anestesia topica e infiltrativa ou regional 4. Imobilização da lingua com fio de sutura transfixado no ápice lingual ou com a tentacanula 5. Incisão na porção central do freio lingual com a tesoura de ponta reta @amandaherculano odontopediatria 6. Divulsão do tecido submucoso 7. Sutura em pontos isolados 8. Informações pos operatorias Informações pos-operatorias - dieta fria e liquidaa/pastosa nos primeiros dias - Evitar movimentos bruscos com a língua - Cuidado com a escovação no arco inferior - Remoção da sutura com 7 dias após a cirurgia - Analgesico nos primeiros dias - Encaminhamento para o fonoaudiólogo @amandaherculano odontopediatria @amandaherculano odontopediatria @amandaherculano odontopediatria @amandaherculano odontopediatria @amandaherculano odontopediatria @amandaherculano odontopediatria @amandaherculano odontopediatria @amandaherculano odontopediatria @amandaherculano odontopediatria
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