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Morte Celular: Necrose e Apoptose Respostas celulares ao estresse: adaptação, lesão e morte Necrose Definição: Morte celular ocorrida em organismo vivo e seguida de autólise OBS: É sempre patológica OBS: se define o tipo de necrose apenas na microscopia MORFOLOGIA . Alterações citoplasmáticas: massa amorfa pelo rompimento de membrana e mistura do material autolisado; aumento de eosinofilia Alterações nucleares: degradação da cromatina e do DNA em três possíveis padrões 1. Picnose: degeneração do núcleo da célula pela sua retração (retração) e aumento de basofilia 2. Cariorrexe: fragmentação do núcleo 3. Cariólise: desaparecimento da cromatina (perda da visibilidade do núcleo) TIPOS DE NECROSE . Necrose coagulativa: causada por isquemia, ocorre em órgãos de circulação terminal por obstrução arterial; na macro é comum apresentar um formato de cunha (triângulo) e área esbranquiçada, além de ser comumente circundada por um halo, avermelhado (sinal de hiperemia compensatória à isquemia). Na microscopia: cariólise (células com citoplasma em aspecto coagulado com posterior perda da arquitetura tecidual; citoplasma homogêneo e muito acidófilo IAM: células inflamatórias entre os cardiomiócitos necróticos + perda de núcleo pelos cardiomiócitos (cariólise) IE (infarto esplênico) IR (infarto renal): sua forma depende do padrão vascular local, em que o ramo de artéria afetado irá definir a área e a respectiva gravidade do caso Necrose por liquefação: (coliquação/ coliquativa), região necrosada adquire consistência mole, semifluida ou liquefeita. Comum após anoxia no tecido nervoso, suprarrenal e mucosa gástrica. Ocasionada por uma grande liberação de enzimas lisossômicas. Possível em infecções purulentas e abscessos Necrose caseosa: macroscopia de massa de queijo. Lesão por ação imune envolvendo macrófagos e linfócitos T; presença de detritos amarelo-esbranquiçado caseoso. Microscopia: transformação de células necróticas em massa homogênea, acidófila, contendo núcleos picnóticos e, na periferia, núcleos fragmentados Necrose gordurosa/ esteatonecrose: necrose enzimática do tecido adiposo, comprometendo os próprios adipócitos. Extravasamento de enzimas de ácinos pancreáticos destruídos. Saponificação da gordura gerando depósitos esbranquiçados e manchas com aspecto de pingo de vela, material gredoso. Muito comum em mama pós traumatismo cirúrgico, em pancreatite aguda necro-hemorrágica. Microscopia: intenso infiltrado inflamatório com aspecto basofílico pela presença do cálcio Necrose lítica: necrose de hepatócitos em hepatites virais; necrose por esfacelo Necrose gomosa: variação de necrose de coagulação em que o tecido necrosado assume aspecto compacto e elástico como borracha. Característico em casos de sífilis tardia (goma sifilítica) Necrose Gangrenosa: processo pós necrótico; forma de evolução da necrose resultante da ação de agentes externos sobre o tecido necrosado. Desidratação da região atingida; gangrena seca: área lesada com aspecto de pergaminho semelhante ao aspecto das múmias, comum extremidades como ponta dos dedos e nariz; recorrentemente como consequência de lesões vasculares. Cor escura devido À impregnação de pigmentos derivados da hemoglobina. IDENTIFICAÇÃO DA NECROSE . O extravasamento de proteínas intracelulares através da membrana celular rompida e, por fim, para a circulação fornece meios de detectar a necrose tecido-específica, usando-se amostras de sangue ou de soro Níveis séricos aumentados das enzimas envolvidas na morte celular em tecidos necrosados -> seu nível exato consegue medir o grau de dano ao tecido Apoptose Definição: Morte celular programada, lesão em que a célula é estimulada a acionar mecanismos que culminam com a sua morte Modalidade de morte celular muito frequente, tanto em estados fisiológicos quanto quando patológicos (morte acidental) Mecanismo importante de remodelação e órgãos durante a embriogênese, morte de células que já tenham cumprido a função, eliminação de linfócitos autorreativos Aspecto morfológicos: retração celular + condensação da cromatina + formação de bolhas citoplasmáticas e corpos apoptóticos + fagocitose das células apoptóticas por macrófagos CASOS QUE DESENCADEIAM APOPTOSE . 1. Destruição programada de células durante a embriogênese: morte de tipos celulares específicos diante do desenvolvimento de um organismo 2. involução de tecidos hormônios- dependentes sob a privação do hormônio (ex: células de endométrio e células mamárias) 3. perda celular em populações celulares proliferativas para manutenção de número total constante (ex: epitélio da cripta intestinal) 4. morte de células que já cumpriram com a função designada (ex: neutrófilos na resposta inflamatória aguda) 5. eliminação de linfócitos autorreativos potencialmente nocivos: impedir reação contra os próprios tecidos 6. morte celular induzida por linfócitos T citotóxicos: eliminação de células neoplásicas e infectadas por vírus, além de viroses e tumores APOPTOSE EM CONDIÇÕES PATOLÓGICAS Eliminação de células geneticamente alteradas ou lesadas de modo irreparável, sem reação severa para mínima lesão tecidual no processo. Estados patológicos que envolvem apoptose: 1. lesão de DNA 2. acúmulo de proteínas anormalmente dobradas 3. lesão celular por infecção 4. atrofia patológica no parênquima de órgãos após obstrução de ducto de passagem VIAS DA APOPTOSE: EXTRINSECA E INTRÍNSECA Intrínseca: mitocôndria (agressão à membrana mitocondrial) Escolha entre sobrevivência e morte celular é determinada pela permeabilidade da mitocôndria (controlada pelas proteínas do protótipo Bcl-2) As células privadas dos fatores de crescimento ativaram toda uma cascata para induzir apoptose a partir do escape das proteínas mitocondriais pró-apoptóticas. Extrínseca: Receptor de morte (estímulos em receptores que têm domínios de morte) Receptores de morte: presença de fator “domínio de morte” na sua região citoplasmática que irá mediar a interação com outras proteínas envolvidas na morte celular Está envolvida na eliminação de linfócitos autorreativos e de células-alvo por linfócitos T tóxicos OBS: ambos processos de apoptose convergem para a ativação de caspases executoras que levarão à apoptose, as etapas iniciais que se diferenciarão CASPASES: ativação e função “As vias mitocondrial e de receptor de morte levam à ativação de caspases desencadeantes (tipo 8 e 9, respectivamente). As formas ativas dessas enzimas são produzidas e clivam outra série de caspases chamadas de caspases executoras. Essas caspases ativadas clivam numerosos alvos, culminando na ativação das nucleases, que degradam as nucleoproteínas e o DNA. As caspases degradam também os componentes da matriz nuclear e do citoesqueleto, promovendo a fragmentação das células” Apoptose saúde X doença Deve ser realizada de forma balanceada, portanto, ambos o caso de insuficiência e excesso ocasionarão estado de doença Apoptose Insuficiente: pode ocasionar câncer e doenças autoimunes Apoptose Excessiva: pode ocasionar doenças eurodegenerativas, lesão isquêmica, infecções virais ➔ Outros tipos de morte celular: Autofagia: digestão lisossômica dos próprios componentes da célula Piroptose: morte celular dependente da caspases (assim como a apoptose), mas com formação de inflamassomos e inflamação mediada por citocinas Necroptose: morte celular regulada; ativada na ausência de caspases 8 Caspases desencadeantes -> caspases executoras -> ativação das nucleases e degradaçãoda matriz nuclear e citoesqueleto
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