Buscar

Direito Penal - parte especial

Prévia do material em texto

ORGANIZADO POR CP IURIS 
ISBN 978-65-5701-036-5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL 
parte especial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2ª edição 
Brasília 
CP Iuris 
2022 
 
 
 
SOBRE A AUTORA 
MICHELLE TONON. Bacharel em Direito pela Universidade de Brasília - UnB (2005). Foi aprovada, ainda 
durante a faculdade, no concurso para técnico judiciário do Superior Tribunal de Justiça. Atuou, de 2005 a 
2007, como assessora de Subprocuradores-Gerais da República na PGR. Ingressou na Defensoria Pública do 
Distrito Federal em 2008, com atuação predominante na área criminal e Tribunal do Júri. Possui pós-
graduação lato sensu em Direito, Estado e Constituição pela Jurplac/Faciplac (2009). É coautora das obras 
"Série Defensoria Pública. Teses jurídicas dos Defensores Públicos do Distrito Federal. Direito Penal e 
Processual Penal. Coordenação da ADEP-DF", "Manual de mediação judicial", "Estudos de arbitragem, 
mediação e negociação. Volumes 2 e 3", "O novo Direito Administrativo brasileiro - o Estado, as agências e o 
terceiro setor" e "O novo Direito Administrativo - o público e o privado em debate." 
 
 
 
INTRODUÇÃO À OBRA 
O escopo da obra é explicar, de modo objetivo, em linguagem assertiva e de fácil compreensão, os 
principais pontos da Parte Especial do Código Penal mais cobrados em concursos da área jurídica 
(Magistratura, Ministério Público, Defensoria Pública, Delegado de Polícia, Procuradorias, dentre outros). Por 
essa razão, não há manifestação de entendimentos pessoais da autora da obra, mas, sim, a explanação das 
orientações jurisprudenciais e doutrinárias dominantes, sem prejuízo de, quando importante para fins de 
prova, haver a devida exposição dos fundamentos das correntes minoritárias ou vencidas. 
Esta edição foi redigida de forma a compatibilizar a obra com alterações legislativas de 2020 e 2021 
e novos julgados importantes do Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. O maior destaque 
dessa edição são as mudanças provocadas pela Lei n.º 13.964/2019, o Pacote Anticrime, que alterou diversos 
dispositivos da legislação penal, incluindo as análises aos acréscimos decorrentes da derrubada dos vetos 
presidenciais e que entraram em vigor em 30 de abril de 2021. Ademais, foram inseridos os comentários aos 
novos artigos 337-E a 337-O, introduzidos pela Lei n.º 14.133/2021, a nova Lei de Licitações e Contratos. O 
ebook também está atualizado em conformidade com as Leis n.º 14.110/2020 (nova redação ao tipo da 
denunciação caluniosa), 14.132/2021 (novo art. 147-A, crime de perseguição ou stalking), 14.155/2021 
(alterações nos crimes de violação de dispositivo informático, furto e estelionato), 14.188/2021 (novo art. 
147-B, crime de violência psicológica contra a mulher) e 14.197/2021 (acrescentou o Título XII na Parte 
Especial do Código Penal, relativo aos crimes contra o Estado Democrático de Direito, bem como revogou a 
Lei nº 7.170/83, a Lei de Segurança Nacional). 
Bons estudos! 
 
 
 
SUMÁRIO 
CAPÍTULO 1 - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A VIDA ........................................................14 
1. ARTIGO 121: HOMICÍDIO......................................................................................................................................15 
1.1. Homicídio Privilegiado ............................................................................................................................16 
1.2. Homicídio Privilegiado-Qualificado ou Híbrido ........................................................................................17 
1.3. Homicídio Qualificado ............................................................................................................................18 
1.4. Homicídio Culposo ..................................................................................................................................25 
2. ARTIGO 122: INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO OU A AUTOMUTILAÇÃO (REDAÇÃO DADA PELA LEI N.º 
13.968/2019) .....................................................................................................................................................27 
3. ARTIGO 123: INFANTICÍDIO ...................................................................................................................................29 
4. ARTIGOS 124 A 128: ABORTO ...............................................................................................................................29 
CAPÍTULO 2 - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DAS LESÕES CORPORAIS ................................................................33 
1. ARTIGO 129: LESÃO CORPORAL .............................................................................................................................34 
1.1. Considerações iniciais .............................................................................................................................34 
1.2. Substituição de pena ..............................................................................................................................38 
1.3. Aumento de pena (lesão corporal culposa majorada)..............................................................................38 
1.4. Perdão judicial .......................................................................................................................................38 
1.5. Violência doméstica ...............................................................................................................................38 
CAPÍTULO 3 - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE .......................................40 
1. ARTIGO 130: PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO ...........................................................................................................41 
2. ARTIGO 131: PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE ............................................................................................42 
3. ARTIGO 132: PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM............................................................................................42 
4. ARTIGO 133: ABANDONO DE INCAPAZ .....................................................................................................................43 
5. ARTIGO 134: EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO ......................................................................................44 
6. ARTIGO 135: OMISSÃO DE SOCORRO.......................................................................................................................44 
7. ARTIGO 135-A: CONDICIONAMENTO DE ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR EMERGENCIAL ...............................................45 
8. ARTIGO 136: MAUS-TRATOS .................................................................................................................................46 
CAPÍTULO 4 - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DA RIXA .........................................................................................48 
1. ARTIGO 137: RIXA ..............................................................................................................................................49 
1.1. Qualificadora .........................................................................................................................................49 
CAPÍTULO 5 - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A HONRA ....................................................51 
1. CLASSIFICAÇÃO DA HONRA .....................................................................................................................................52 
2. ARTIGO 138: CALÚNIA .........................................................................................................................................52 
3. ARTIGO 139: DIFAMAÇÃO ....................................................................................................................................53 
3.1. Exceção da notoriedade .........................................................................................................................534. ARTIGO 140: INJÚRIA ..........................................................................................................................................54 
5. DISPOSIÇÕES COMUNS AOS CRIMES CONTRA A HONRA ..................................................................................................55 
6. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES FINAIS ACERCA DOS CRIMES TRATADOS NESSE CAPÍTULO .............................................................56 
CAPÍTULO 6 - DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL ..................................58 
1. ARTIGO 146: CONSTRANGIMENTO ILEGAL.................................................................................................................59 
2. ARTIGO 147: AMEAÇA .........................................................................................................................................59 
3. ARTIGO 147-A: PERSEGUIÇÃO ...............................................................................................................................60 
4. ARTIGO 147-B: VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER .........................................................................................61 
5. ARTIGO 148: SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO ..........................................................................................................63 
6. ARTIGO 149: REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO ......................................................................................64 
7. ARTIGO 149-A: TRÁFICO DE PESSOAS ......................................................................................................................65 
 
 
 
8. DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO ..............................................................................................66 
8.1. Artigo 150: Violação de Domicílio ...........................................................................................................66 
9. DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA ....................................................................................67 
9.1. Artigo 151: Violação de Correspondência................................................................................................67 
9.2. Artigo 152: Correspondência Comercial ..................................................................................................69 
10. DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS............................................................................................69 
10.1. Artigo 153: Divulgação de Segredos ......................................................................................................69 
10.2. Artigo 154: Violação de Segredo Profissional ........................................................................................70 
10.3. Artigo 154-A: Invasão de Dispositivo Informático ..................................................................................70 
CAPÍTULO 7 - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DO FURTO ............................................................................73 
1. ARTIGO 155: FURTO ...........................................................................................................................................74 
1.1. Princípio da insignificância ou bagatela (causa de exclusão da tipicidade) ...............................................74 
1.2. Requisitos para o reconhecimento da insignificância no caso concreto ....................................................75 
1.3. Teorias acerca da consumação dos crimes de furto e roubo ....................................................................76 
1.4. Repouso noturno ....................................................................................................................................76 
1.5. Furto privilegiado ...................................................................................................................................77 
1.6. Furto privilegiado-qualificado (híbrido) ...................................................................................................77 
1.7. Furto qualificado ....................................................................................................................................78 
1.8. Artigo 156: Furto de Coisa Comum .........................................................................................................83 
CAPÍTULO 8 - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DO ROUBO E DA EXTORSÃO .................................................85 
1. CONSUMAÇÃO DO ROUBO PRÓPRIO .........................................................................................................................87 
2. ROUBO CIRCUNSTANCIADO, AGRAVADO OU MAJORADO (ROUBO PRÓPRIO OU IMPRÓPRIO) ....................................................87 
3. PLURALIDADE DE CAUSAS DE AUMENTO DE PENA .........................................................................................................91 
4. ROUBO QUALIFICADO PELO RESULTADO ....................................................................................................................91 
4.1. Latrocínio (artigo 157, §3º, inciso II) .......................................................................................................92 
5. ARTIGO 158: EXTORSÃO .......................................................................................................................................93 
6. ARTIGO 159: EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO ........................................................................................................95 
7. ARTIGO 160: EXTORSÃO INDIRETA ..........................................................................................................................96 
CAPÍTULO 9 - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DA USURPAÇÃO ...................................................................97 
1. ARTIGO 161: ALTERAÇÃO DE LIMITES ......................................................................................................................98 
1.1. Artigo 161, § 1º, inciso I: Usurpação de águas ........................................................................................98 
1.2. Artigo 161, § 1º,inciso II: Esbulho possessório .........................................................................................98 
2. ARTIGO 162: SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE MARCA EM ANIMAIS .................................................................................99 
CAPÍTULO 10 - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DO DANO ......................................................................... 100 
1. DOCUMENTOS PÚBLICOS PODEM SER OBJETO MATERIAL DO CRIME DE DANO? .................................................................. 101 
2. FIGURAS QUALIFICADAS DO DANO. ARTIGO 163, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISOS I A IV .......................................................... 102 
2.1. Inciso I: com violência à pessoa ou grave ameaça ................................................................................. 102 
2.2. Inciso II: com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave 102 
2.3. Inciso III: contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, 
fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos 
(redação dada pela Lei n.º 13.531, de 2017). .................................................................................................... 102 
3. DANO À CELA OU INSTALAÇÃO DE PRESÍDIO COM FINALIDADE DE FUGA ............................................................................ 103 
4. ARTIGO 164: INTRODUÇÃO OU ABANDONO DE ANIMAIS EM PROPRIEDADE ALHEIA ........................................................... 103 
5. ARTIGO 165: DANO EM COISA DE VALOR ARTÍSTICO, ARQUEOLÓGICO OU HISTÓRICO ....................................................... 103 
6. ARTIGO 166: ALTERAÇÃO DE LOCALESPECIALMENTE PROTEGIDO ................................................................................. 104 
7. ARTIGO 167: AÇÃO PENAL .................................................................................................................................. 104 
CAPÍTULO 11 - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA ............................................ 105 
 
 
 
1. ARTIGO 168: APROPRIAÇÃO INDÉBITA ................................................................................................................... 106 
2. ARTIGO 168-A: APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA .......................................................................................... 106 
3. ARTIGO 169: APROPRIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO FORTUITO OU FORÇA DA NATUREZA ................................... 108 
4. ARTIGO 170: APROPRIAÇÃO INDÉBITA PRIVILEGIADA ................................................................................................. 109 
CAPÍTULO 12 - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES ............................. 110 
1. ARTIGO 171: ESTELIONATO ................................................................................................................................. 111 
1.1. Reparação do dano de estelionato........................................................................................................ 113 
1.2. Fraude eletrônica ................................................................................................................................. 113 
2. ARTIGO 172: DUPLICATA SIMULADA ..................................................................................................................... 116 
3. ARTIGO 173: ABUSO DE INCAPAZES....................................................................................................................... 116 
4. ARTIGO 174: INDUZIMENTO À ESPECULAÇÃO........................................................................................................... 117 
5. ARTIGO 175: FRAUDE NO COMÉRCIO .................................................................................................................... 117 
6. ARTIGO 176: OUTRAS FRAUDES ........................................................................................................................... 117 
7. ARTIGO 177: FRAUDES E ABUSOS NA FUNDAÇÃO OU ADMINISTRAÇÃO DE SOCIEDADE POR AÇÕES ........................................ 118 
8. ARTIGO 178: EMISSÃO IRREGULAR DE CONHECIMENTO DE DEPÓSITO OU WARRANT ......................................................... 118 
9. ARTIGO 179: FRAUDE À EXECUÇÃO ....................................................................................................................... 119 
CAPÍTULO 13 - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DA RECEPTAÇÃO .............................................................. 120 
1. ARTIGO 180-A: RECEPTAÇÃO DE ANIMAL ............................................................................................................... 123 
CAPÍTULO 14 - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO: DISPOSIÇÕES GERAIS........................................................ 124 
CAPÍTULO 15 - DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL ....................................................................... 127 
1. ARTIGO 184: VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL ......................................................................................................... 128 
2. ARTIGO 185: USURPAÇÃO DE NOME OU PSEUDÔNIMO ALHEIO ................................................................................... 129 
3. ARTIGO 186: AÇÃO PENAL .................................................................................................................................. 129 
CAPÍTULO 16 - DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL: DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE 
INVENÇÃO ............................................................................................................................................................ 131 
CAPÍTULO 17 - DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL: DOS CRIMES CONTRA AS MARCAS DE 
INDÚSTRIA E COMÉRCIO ....................................................................................................................................... 131 
CAPÍTULO 18 - DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL: DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL .... 131 
CAPÍTULO 19 - DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................................................ 132 
1. ARTIGO 197: ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE TRABALHO ..................................................................................... 133 
2. ARTIGO 198: ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE CONTRATO DE TRABALHO E BOICOTAGEM VIOLENTA ................................ 133 
3. ARTIGO 199: ATENTADO CONTRA A LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO .................................................................................. 134 
4. ARTIGO 200: PARALISAÇÃO DE TRABALHO, SEGUIDA DE VIOLÊNCIA OU PERTURBAÇÃO DA ORDEM ....................................... 134 
5. ARTIGO 201: PARALISAÇÃO DE TRABALHO DE INTERESSE COLETIVO ............................................................................... 134 
6. ARTIGO 202: INVASÃO DE ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL, COMERCIAL OU AGRÍCOLA. SABOTAGEM ..................................... 135 
7. ARTIGO 203: FRUSTRAÇÃO DE DIREITO ASSEGURADO POR LEI TRABALHISTA .................................................................... 135 
8. ARTIGO 204: FRUSTRAÇÃO DE LEI SOBRE A NACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO................................................................... 136 
9. ARTIGO 205: EXERCÍCIO DE ATIVIDADE COM INFRAÇÃO DE DECISÃO ADMINISTRATIVA ....................................................... 136 
10. ARTIGO 206: ALICIAMENTO PARA O FIM DE EMIGRAÇÃO .......................................................................................... 136 
11. ARTIGO 207: ALICIAMENTO DE TRABALHADORES DE UM LOCAL PARA OUTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL ............................. 137 
CAPÍTULO 20 - DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS: DOS 
CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO ........................................................................................................ 138 
1. ARTIGO 208: ULTRAJE A CULTO E IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE ATO A ELE RELATIVO................................................. 139 
2. ARTIGO 209: IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE CERIMÔNIA FUNERÁRIA ..................................................................... 139 
3. ARTIGO 210: VIOLAÇÃO DE SEPULTURA .................................................................................................................. 139 
4. ARTIGO 211: DESTRUIÇÃO, SUBTRAÇÃO OU OCULTAÇÃO DE CADÁVER ............................................................................ 140 
 
 
 
5. ARTIGO 212: VILIPÊNDIO A CADÁVER ..................................................................................................................... 140 
CAPÍTULO 21 - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL........... 141 
1. ARTIGO 213: ESTUPRO ...................................................................................................................................... 142 
2. ARTIGO 214: ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR......................................................................................................... 143 
3. ARTIGO 215: VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE .................................................................................................. 143 
4. ARTIGO 215-A: IMPORTUNAÇÃO SEXUAL................................................................................................................ 144 
5. ARTIGO 216: ATENTADO AO PUDOR MEDIANTE FRAUDE ............................................................................................. 145 
6. ARTIGO 216-A: ASSÉDIO SEXUAL ..........................................................................................................................145 
CAPÍTULO 22 - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL ................ 147 
1. ARTIGO 216-B: REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA INTIMIDADE SEXUAL ............................................................................ 148 
CAPÍTULO 23 - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL ......... 150 
1. ARTIGO 217: SEDUÇÃO ...................................................................................................................................... 151 
2. ARTIGO 217-A: ESTUPRO DE VULNERÁVEL .............................................................................................................. 151 
3. ARTIGO 218: CORRUPÇÃO DE MENORES ................................................................................................................. 152 
4. ARTIGO 218-A: SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE ............................................. 153 
5. ARTIGO 218-B: FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU 
DE VULNERÁVEL .................................................................................................................................................... 153 
6. ARTIGO 218-C: DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO E DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE SEXO OU PORNOGRAFIA ....................... 155 
CAPÍTULO 24 - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DO RAPTO .............................................................. 157 
CAPÍTULO 25 - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DISPOSIÇÕES GERAIS .............................................. 158 
1. ARTIGO 225: AÇÃO PENAL .................................................................................................................................. 159 
2. ARTIGO 226: AUMENTO DE PENA ......................................................................................................................... 159 
CAPÍTULO 26 - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA O FIM 
DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL ......................................................................... 162 
1. ARTIGO 227: MEDIAÇÃO PARA SERVIR A LASCÍVIA DE OUTREM ..................................................................................... 163 
2. ARTIGO 228: FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL ............................................. 163 
3. ARTIGO 229: CASA DE PROSTITUIÇÃO .................................................................................................................... 164 
4. ARTIGO 230: RUFIANISMO .................................................................................................................................. 166 
5. ARTIGOS 231 E 231-A: TRÁFICO INTERNACIONAL E INTERNO PARA FIM DE EXPLORAÇÃO SEXUAL .......................................... 167 
6. ARTIGO 232-A: PROMOÇÃO DE MIGRAÇÃO ILEGAL ................................................................................................... 167 
CAPÍTULO 27 - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR ........................... 168 
1. ARTIGO 233: ATO OBSCENO ................................................................................................................................ 169 
2. ARTIGO 234: ESCRITO OU OBJETO OBSCENO ............................................................................................................ 169 
CAPÍTULO 28 - DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: DISPOSIÇÕES GERAIS .............................................. 171 
1. ARTIGO 234-A: AUMENTO DE PENA ...................................................................................................................... 172 
2. ARTIGO 234-B: SEGREDO DE JUSTIÇA .................................................................................................................... 172 
CAPÍTULO 29 - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA: DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO ...................................... 173 
1. ARTIGO 235: BIGAMIA ....................................................................................................................................... 174 
2. ARTIGO 236: INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL E OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO ............................................................... 175 
2.1. Erro essencial ....................................................................................................................................... 175 
3. ARTIGO 237: CONHECIMENTO PRÉVIO DE IMPEDIMENTO ............................................................................................ 176 
4. ARTIGO 238: SIMULAÇÃO DE AUTORIDADE PARA CELEBRAÇÃO DE CASAMENTO ................................................................ 176 
5. ARTIGO 239: SIMULAÇÃO DE CASAMENTO .............................................................................................................. 176 
6. ARTIGO 240: ADULTÉRIO .................................................................................................................................... 177 
 
 
 
CAPÍTULO 30 - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA: DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO ......................... 178 
1. ARTIGO 241: REGISTRO DE NASCIMENTO INEXISTENTE ............................................................................................... 179 
2. ARTIGO 242: PARTO SUPOSTO. SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE DIREITO INERENTE AO ESTADO CIVIL DE RECÉM-NASCIDO ............. 179 
3. ARTIGO 243: SONEGAÇÃO DE ESTADO DE FILIAÇÃO ................................................................................................... 180 
CAPÍTULO 31 - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA: DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR....................... 181 
1. ARTIGO 244: ABANDONO MATERIAL...................................................................................................................... 182 
2. ARTIGO 245: ENTREGA DE FILHO MENOR A PESSOA INIDÔNEA ...................................................................................... 182 
3. ARTIGO 246: ABANDONO INTELECTUAL .................................................................................................................. 183 
4. ARTIGO 247: ABANDONO MORAL ......................................................................................................................... 184 
CAPÍTULO 32 - DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA: DOS CRIMES CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELA OU CURATELA
 ............................................................................................................................................................................. 186 
1. ARTIGO 248: INDUZIMENTO A FUGA, ENTREGA ARBITRÁRIA OU SONEGAÇÃO DE INCAPAZES ................................................. 187 
2. ARTIGO 249: SUBTRAÇÃO DE INCAPAZES ................................................................................................................ 187 
CAPÍTULO 33 - DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA: DOS CRIMES DE PERIGO COMUM .................. 189 
1. ARTIGO 250: INCÊNDIO ...................................................................................................................................... 190 
2. ARTIGO 251: EXPLOSÃO ..................................................................................................................................... 191 
3. ARTIGO 252: USO DE GÁS TÓXICO OU ASFIXIANTE ..................................................................................................... 192 
4. ARTIGO 253: FABRICO, FORNECIMENTO, AQUISIÇÃO POSSE OU TRANSPORTE DE EXPLOSIVOS OU GÁS TÓXICO, OU ASFIXIANTE ...... 192 
5. ARTIGO 254: INUNDAÇÃO................................................................................................................................... 193 
6. ARTIGO 255: PERIGO DE INUNDAÇÃO .................................................................................................................... 1937. ARTIGO 256: DESABAMENTO OU DESMORONAMENTO ............................................................................................... 194 
8. ARTIGO 257: SUBTRAÇÃO, OCULTAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE MATERIAL DE SALVAMENTO ................................................... 194 
9. ARTIGO 258: FORMAS QUALIFICADAS DE CRIME DE PERIGO COMUM .............................................................................. 195 
10. ARTIGO 259: DIFUSÃO DE DOENÇA OU PRAGA ....................................................................................................... 195 
CAPÍTULO 34 - DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA: DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS 
DE COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS ..................................................................... 196 
1. ARTIGO 260: PERIGO DE DESASTRE FERROVIÁRIO ...................................................................................................... 197 
2. ARTIGO 261: ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE TRANSPORTE MARÍTIMO, FLUVIAL OU AÉREO .......................................... 198 
3. ARTIGO 262: ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE OUTRO MEIO DE TRANSPORTE ............................................................ 199 
4. ARTIGO 263: FORMA QUALIFICADA ....................................................................................................................... 199 
5. ARTIGO 264: ARREMESSO DE PROJÉTIL ................................................................................................................... 199 
6. ARTIGO 265: ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA .......................................................... 200 
7. ARTIGO 266: INTERRUPÇÃO OU PERTURBAÇÃO DE SERVIÇO TELEGRÁFICO, TELEFÔNICO, INFORMÁTICO, TELEMÁTICO OU DE 
INFORMAÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA ......................................................................................................................... 201 
CAPÍTULO 35 - DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA: DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA ....... 202 
1. ARTIGO 267: EPIDEMIA ...................................................................................................................................... 203 
2. ARTIGO 268: INFRAÇÃO DE MEDIDA SANITÁRIA PREVENTIVA ........................................................................................ 203 
3. ARTIGO 269: OMISSÃO DE NOTIFICAÇÃO DE DOENÇA ................................................................................................. 204 
4. ARTIGO 270: ENVENENAMENTO DE ÁGUA POTÁVEL OU DE SUBSTÂNCIA ALIMENTÍCIA OU MEDICINAL ..................................... 204 
5. ARTIGO 271: CORRUPÇÃO OU POLUIÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL ........................................................................................ 205 
6. ARTIGO 272: FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE SUBSTÂNCIA OU PRODUTOS ALIMENTÍCIOS ............. 206 
7. ARTIGO 273: FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO DESTINADO A FINS TERAPÊUTICOS OU 
MEDICINAIS ......................................................................................................................................................... 207 
8. ARTIGO 274: EMPREGO DE PROCESSO PROIBIDO OU DE SUBSTÂNCIA NÃO PERMITIDA ........................................................ 209 
9. ARTIGO 275: INVÓLUCRO OU RECIPIENTE COM FALSA INDICAÇÃO .................................................................................. 209 
10. ARTIGO 276: PRODUTO OU SUBSTÂNCIA NAS CONDIÇÕES DOS DOIS ARTIGOS ANTERIORES ................................................. 210 
11. ARTIGO 277: SUBSTÂNCIA DESTINADA À FALSIFICAÇÃO ............................................................................................. 210 
 
 
 
12. ARTIGO 278: OUTRAS SUBSTÂNCIAS NOCIVAS À SAÚDE PÚBLICA ................................................................................. 211 
13. ARTIGO 279: SUBSTÂNCIA AVARIADA ................................................................................................................... 211 
14. ARTIGO 280: MEDICAMENTO EM DESACORDO COM RECEITA MÉDICA........................................................................... 212 
15. ARTIGO 281: COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA
 ........................................................................................................................................................................ 212 
16. ARTIGO 282: EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA, ARTE DENTÁRIA OU FARMACÊUTICA .......................................................... 212 
17. ARTIGO 283: CHARLATANISMO .......................................................................................................................... 213 
18. ARTIGO 284: CURANDEIRISMO........................................................................................................................... 214 
19. ARTIGO 285: FORMA QUALIFICADA ..................................................................................................................... 215 
CAPÍTULO 36 - DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA............................................................................................ 216 
1. ARTIGO 286: INCITAÇÃO AO CRIME ....................................................................................................................... 217 
2. ARTIGO 287: APOLOGIA DE CRIME OU CRIMINOSO .................................................................................................... 218 
3. ARTIGO 288: ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ................................................................................................................... 218 
4. ARTIGO 288-A: CONSTITUIÇÃO DE MILÍCIA PRIVADA .................................................................................................. 220 
CAPÍTULO 37 - DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA .............................................................................................. 222 
1. ARTIGO 289: MOEDA FALSA ................................................................................................................................ 223 
2. ARTIGO 290: CRIMES ASSIMILADOS AO DE MOEDA FALSA ............................................................................................ 224 
3. ARTIGO 291: PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA ........................................................................................... 225 
4. ARTIGO 292: EMISSÃO DE TÍTULO AO PORTADOR SEM PERMISSÃO LEGAL ........................................................................ 225 
5. ARTIGO 293: FALSIFICAÇÃO DE PAPÉIS PÚBLICOS ...................................................................................................... 226 
6. ARTIGO 294: PETRECHOS DE FALSIFICAÇÃO ............................................................................................................. 227 
7. ARTIGO 295: FORMA MAJORADA.......................................................................................................................... 228 
CAPÍTULO 38 - DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA: DA FALSIDADE DOCUMENTAL.............................................. 229 
1. ARTIGO 296: FALSIFICAÇÃO DO SELO OU SINAL PÚBLICO ............................................................................................. 230 
2. ARTIGO 297: FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO ............................................................................................... 230 
3. ARTIGO 298: FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR ........................................................................................... 231 
4. ARTIGO 299: FALSIDADE IDEOLÓGICA .................................................................................................................... 232 
5. ARTIGO 300: FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA ........................................................................................ 233 
6. ARTIGO 301:CERTIDÃO OU ATESTADO IDEOLOGICAMENTE FALSO ................................................................................. 233 
7. ARTIGO 302: FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO........................................................................................................ 234 
8. ARTIGO 303: REPRODUÇÃO OU ADULTERAÇÃO DE SELO OU PEÇA FILATÉLICA .................................................................... 235 
9. ARTIGO 304: USO DE DOCUMENTO FALSO .............................................................................................................. 235 
10. ARTIGO 305: SUPRESSÃO DE DOCUMENTO ............................................................................................................ 237 
CAPÍTULO 39 - DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA: DE OUTRAS FALSIDADES ...................................................... 238 
1. ARTIGO 306: FALSIFICAÇÃO DO SINAL EMPREGADO NO CONTRASTE DE METAL PRECIOSO OU NA FISCALIZAÇÃO ALFANDEGÁRIA, OU 
PARA OUTROS FINS ................................................................................................................................................ 239 
2. FALSA IDENTIDADE ............................................................................................................................................ 239 
2.1. Artigo 307 ............................................................................................................................................ 239 
2.2. Artigo 308 ............................................................................................................................................ 240 
3. FRAUDE DE LEI SOBRE ESTRANGEIRO ....................................................................................................................... 240 
3.1. Artigo 309 ............................................................................................................................................ 240 
3.2. Artigo 310 ............................................................................................................................................ 241 
4. ARTIGO 311: ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR .............................................................. 241 
5. ARTIGO 311-A: FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO ................................................................................... 242 
CAPÍTULO 40 - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...................................................................... 244 
CAPÍTULO 41 - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL ................................................................................................. 247 
 
 
 
1. ARTIGO 312: PECULATO ..................................................................................................................................... 248 
1.1. Modalidades de peculato ..................................................................................................................... 248 
2. ARTIGO 313: PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM ............................................................................................... 250 
3. ARTIGO 313-A: INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES ................................................................... 250 
4. ARTIGO 313-B: MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES .......................................... 251 
5. ARTIGO 314: EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO ........................................................... 251 
6. ARTIGO 315: EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS ............................................................................ 251 
7. ARTIGO 316: CONCUSSÃO .................................................................................................................................. 252 
8. ARTIGO 316, § 1º: EXCESSO DE EXAÇÃO ................................................................................................................. 253 
9. ARTIGO 317: CORRUPÇÃO PASSIVA ....................................................................................................................... 253 
9.1. Classificação da corrupção passiva ....................................................................................................... 254 
10. ARTIGO 318: FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO ................................................................................. 255 
11. ARTIGO 319: PREVARICAÇÃO ............................................................................................................................. 255 
12. ARTIGO 319-A: PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA OU NOS PRESÍDIOS .................................................................................. 256 
13. ARTIGO 320: CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA ........................................................................................................ 256 
14. ARTIGO 321: ADVOCACIA ADMINISTRATIVA ........................................................................................................... 257 
15. ARTIGO 322: VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA ................................................................................................................... 257 
16. ARTIGO 323: ABANDONO DE FUNÇÃO .................................................................................................................. 257 
17. ARTIGO 324: EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO ......................................................... 258 
18. ARTIGO 325: VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL ....................................................................................................... 259 
19. ARTIGO 326: VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA ........................................................................... 259 
20. ARTIGO 327: FUNCIONÁRIO PÚBLICO ................................................................................................................... 259 
CAPÍTULO 42 - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL ............................................................................................................... 261 
1. ARTIGO 328: USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA........................................................................................................ 262 
2. ARTIGO 329: RESISTÊNCIA .................................................................................................................................. 262 
3. ARTIGO 330: DESOBEDIÊNCIA .............................................................................................................................. 263 
4. ARTIGO 331: DESACATO .................................................................................................................................... 263 
5. ARTIGO 332: TRÁFICO DE INFLUÊNCIA .................................................................................................................... 264 
6. ARTIGO 333: CORRUPÇÃO ATIVA .......................................................................................................................... 264 
7. ARTIGO 334: DESCAMINHO................................................................................................................................. 266 
8. ARTIGO 334-A: CONTRABANDO ........................................................................................................................... 267 
9. ARTIGO 335: IMPEDIMENTO, PERTURBAÇÃO OU FRAUDE DE CONCORRÊNCIA ................................................................... 268 
10. ARTIGO 336: INUTILIZAÇÃO DE EDITAL OU DE SINAL ................................................................................................. 269 
11. ARTIGO 337: SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO ........................................................................269 
12. ARTIGO 337-A: SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA ............................................................................... 269 
CAPÍTULO 43 - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA ........................................................................................... 271 
1. ARTIGO 337-B: CORRUPÇÃO ATIVA EM TRANSAÇÃO COMERCIAL INTERNACIONAL ............................................................. 272 
2. ARTIGO 337-C: TRÁFICO DE INFLUÊNCIA EM TRANSAÇÃO COMERCIAL INTERNACIONAL ....................................................... 272 
CAPÍTULO 44 - DOS CRIMES EM LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ................................................... 274 
1. ARTIGO 337- E: CONTRATAÇÃO DIRETA ILEGAL ........................................................................................................ 275 
2. ARTIGO 337-F: FRUSTRAÇÃO DO CARÁTER COMPETITIVO DE LICITAÇÃO .......................................................................... 276 
3. ARTIGO 337-G: PATROCÍNIO DE CONTRATAÇÃO INDEVIDA .......................................................................................... 277 
4. ARTIGO 337-H: MODIFICAÇÃO OU PAGAMENTO IRREGULAR EM CONTRATO ADMINISTRATIVO.............................................. 277 
5. ARTIGO 337-I: PERTURBAÇÃO DE PROCESSO LICITATÓRIO ........................................................................................... 278 
6. ARTIGO 337-J: VIOLAÇÃO DE SIGILO EM LICITAÇÃO ................................................................................................... 278 
7. ARTIGO 337-K: AFASTAMENTO DE LICITANTE .......................................................................................................... 279 
8. ARTIGO 337-L: FRAUDE EM LICITAÇÃO OU CONTRATO ............................................................................................... 279 
 
 
 
9. ARTIGO 337-M: CONTRATAÇÃO INIDÔNEA ............................................................................................................. 280 
10. ARTIGO 337-N: IMPEDIMENTO INDEVIDO ............................................................................................................. 280 
11. ARTIGO 337-O: OMISSÃO GRAVE DE DADO OU DE INFORMAÇÃO POR PROJETISTA ........................................................... 281 
12. ARTIGO 337-P: PENA DE MULTA ........................................................................................................................ 281 
CAPÍTULO 45 - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA 
JUSTIÇA ................................................................................................................................................................. 283 
1. ARTIGO 338: REINGRESSO DE ESTRANGEIRO EXPULSO ................................................................................................ 284 
2. ARTIGO 339: DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA ................................................................................................................ 284 
3. ARTIGO 340: COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE CONTRAVENÇÃO ........................................................................... 286 
4. ARTIGO 341: AUTOACUSAÇÃO FALSA ..................................................................................................................... 286 
5. ARTIGO 342: FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA ................................................................................................. 287 
6. ARTIGO 343: CORRUPÇÃO ATIVA DE TESTEMUNHA, PERITO, CONTADOR, TRADUTOR OU INTÉRPRETE...................................... 288 
7. ARTIGO 344: COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO ....................................................................................................... 288 
8. ARTIGO 345: EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES ........................................................................................ 289 
9. ARTIGO 346: SUBTRAÇÃO, SUPRESSÃO OU DANIFICAÇÃO DE COISA PRÓPRIA NO LEGÍTIMO PODER DE TERCEIRO ........................ 289 
10. ARTIGO 347: FRAUDE PROCESSUAL ..................................................................................................................... 290 
11. ARTIGO 348: FAVORECIMENTO PESSOAL ............................................................................................................... 290 
12. ARTIGO 349: FAVORECIMENTO REAL ................................................................................................................... 290 
12.1. Artigo 349-A ....................................................................................................................................... 291 
13. ARTIGO 350: EXERCÍCIO ARBITRÁRIO OU ABUSO DE PODER ........................................................................................ 292 
14. ARTIGO 351: FUGA DE PESSOA PRESA OU SUBMETIDA A MEDIDA DE SEGURANÇA ............................................................ 292 
15. ARTIGO 352: EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA .................................................................................. 292 
16. ARTIGO 353: ARREBATAMENTO DE PRESO ............................................................................................................ 293 
17. ARTIGO 354: MOTIM DE PRESOS ........................................................................................................................ 293 
18. ARTIGO 355: PATROCÍNIO INFIEL ........................................................................................................................ 293 
18.1. Patrocínio Simultâneo ou Tergiversação ............................................................................................. 293 
19. ARTIGO 356: SONEGAÇÃO DE PAPEL OU OBJETO DE VALOR PROBATÓRIO....................................................................... 294 
20. ARTIGO 357: EXPLORAÇÃO DE PRESTÍGIO .............................................................................................................. 294 
21. ARTIGO 358: VIOLÊNCIA OU FRAUDE EM ARREMATAÇÃO JUDICIAL ............................................................................... 294 
22. ARTIGO 359: DESOBEDIÊNCIA A DECISÃO JUDICIAL SOBRE PERDA OU SUSPENSÃO DE DIREITO ............................................. 294 
CAPÍTULO 46 - DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
 ............................................................................................................................................................................. 296 
1. ARTIGO 359-A: CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO ......................................................................................... 297 
2. ARTIGO 359-B: INSCRIÇÃO DE DESPESAS NÃO EMPENHADAS EM RESTOS A PAGAR ............................................................. 297 
3. ARTIGO 359-C: ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÃO NO ÚLTIMO ANO DO MANDATO OU LEGISLATURA ............................................... 297 
4. ARTIGO 359-D: ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA ....................................................................................... 298 
5. ARTIGO 359-E: PRESTAÇÃO DE GARANTIA GRACIOSA ................................................................................................. 298 
6. ARTIGO 359-F: NÃO CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR .......................................................................................... 299 
7. ARTIGO 359-G: AUMENTO DE DESPESA TOTAL COM PESSOAL NO ÚLTIMO ANO DO MANDATO OU LEGISLATURA ........................ 299 
8. ARTIGO 359-H: OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO MERCADO ................................................................... 299 
CAPÍTULO 47 - DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO ....................................................... 300 
1. ARTIGO 359-I: ATENTADO À SOBERANIA .................................................................................................................302 
2. ARTIGO 359-J: ATENTADO À INTEGRIDADE NACIONAL ................................................................................................ 303 
3. ARTIGO 359-K: ESPIONAGEM .............................................................................................................................. 303 
4. ARTIGO 359-L: ABOLIÇÃO VIOLENTA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO .................................................................... 303 
5. ARTIGO 359-M: GOLPE DE ESTADO ........................................................................................................................ 304 
6. ARTIGO 359-N: INTERRUPÇÃO DO PROCESSO ELEITORAL ............................................................................................. 304 
7. ARTIGO 359-P: VIOLÊNCIA POLÍTICA ...................................................................................................................... 304 
8. ARTIGO 359-R: SABOTAGEM ............................................................................................................................... 305 
 
 
 
9. DISPOSIÇÕES COMUNS ........................................................................................................................................ 305 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................................. 306 
 
MICHELLE TONON DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A VIDA • 1 
14 
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES 
CONTRA A VIDA 
 
 4 1 
 
MICHELLE TONON DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A VIDA • 1 
15 
A Parte Especial do Código Penal contempla a maior parte das figuras definidas como crime no 
ordenamento jurídico brasileiro. Todavia, a abordagem não é exaustiva, vez que a legislação extravagante 
também tipifica importantes condutas delituosas. 
Conforme se observa, a preocupação inicial do legislador está voltada à tipificação dos crimes contra 
a pessoa, colocando o ser humano em posição de destaque na tutela penal. Nota-se, ainda, que a pessoa é 
protegida desde a concepção, isto é, antes mesmo do nascimento. 
O direito à vida é formal e materialmente constitucional (art. 5º, caput, CF/88). Porém, é relativo, 
podendo sofrer restrições, visto que nenhum direito ou garantia individual possui caráter absoluto. Alguns 
exemplos de mitigação ao direito à vida previstos no ordenamento são a pena de morte em período de guerra 
declarada (5º, inciso XLVII, CF/88), a excludente de ilicitude da legítima defesa (art. 23, inciso II do CP), as 
hipóteses de aborto legal ou permitido (art. 128 do CP), dentre outros. 
Importa ressaltar a competência constitucional do Tribunal do Júri para julgar os crimes dolosos 
contra a vida, consumados ou tentados (art. 5º, inciso XXXVIII, “d”, da CF/88). 
Eis o rol dos crimes contra a vida previstos no Código Penal: 
• Homicídio (art. 121); 
• Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (art. 122); 
• Infanticídio (art. 123); 
• Aborto (artigos 124 a 128). 
Devemos ainda destacar que, dos quatro crimes acima mencionados, apenas o homicídio apresenta 
as formas dolosa e culposa. Os demais somente são praticados com dolo (direto ou eventual). No caso do 
homicídio culposo, a competência para julgar é do juízo singular. 
1. ARTIGO 121: HOMICÍDIO 
Figura central dos crimes contra a vida, trata-se da conduta de matar alguém. Crime bicomum, já que 
não se exige qualidade especial, quer do agente, quer da vítima e material, isto é, tem um resultado 
naturalístico, o qual precisa ser alcançado para a consumação. É crime de forma livre, pois pode ser praticado 
por qualquer meio. Em regra, comissivo, mas poderá também ocorrer por omissão. Pode ser classificado 
ainda como instantâneo, já que se esgota com a ocorrência do resultado, porém de efeito permanente. É um 
crime de dano, pois o elemento subjetivo busca ofender o bem jurídico tutelado (a vida) e não somente 
colocá-lo em perigo. 
O homicídio é conceituado como a eliminação da vida humana extrauterina. Se a supressão da vida 
for intrauterina, haverá aborto. Iniciado o trabalho de parto, a hipótese será de homicídio ou infanticídio, a 
depender do caso. Considera-se iniciado o trabalho de parto com a dilatação do colo do útero e as contrações 
expulsórias, nos partos naturais, e com a incisão no abdômen feita pelo médico, nos casos de parto cirúrgico 
(cesariana). 
Tradicionalmente, considera-se o início da vida extrauterina com a verificação de processo 
respiratório autônomo, passível de constatação por prova pericial (docimasias respiratórias). Todavia, há 
quem entenda de modo diverso. Certo é que a respiração é a prova por excelência da existência de vida, mas 
não é a única, já que a vida pode se manifestar por movimentos circulatórios e pulsações do coração, por 
exemplo.1 
Vale ressaltar que o genocídio, tipificado pela Lei n.º 2.889/1956, consiste na conduta de matar 
indivíduos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Assim, 
não é crime contra a vida, mas, sim, contra a humanidade. 
 
1 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. Parte Especial. Volume 2. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 54. 
MICHELLE TONON DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A VIDA • 1 
16 
No homicídio doloso, o agente atua imbuído do denominado animus necandi ou occidendi. Admite-
se o dolo eventual quando o agente não quer o resultado morte, mas assume o risco de produzi-lo. 
Questão sempre debatida diz respeito ao homicídio praticado na direção de veículo automotor após 
a ingestão de bebida alcoólica. Nessa situação, pode se caracterizar dolo eventual ou culpa consciente, a 
depender do caso concreto. A tendência jurisprudencial tem sido afastar qualquer consideração apriorística 
sobre dolo eventual no caso de homicídios praticados por indivíduos que ingeriram bebida alcoólica. Há que 
se ponderar as circunstâncias da hipótese em análise, uma vez que podem haver sensíveis diferenças quanto 
à substância ingerida, a quantidade, e a própria conduta do agente. 
A consumação do homicídio ocorre com a morte, verificada pela cessação da atividade encefálica 
(art. 3º, caput, Lei n.º 9.434/1997). 
A prova da materialidade, por sua vez, é feita por meio de exame necroscópico, o qual atesta a morte 
e suas causas. 
É admissível a tentativa (no latim, conatus), exceto quanto ao homicídio culposo, vez que os delitos 
culposos são incompatíveis com a forma tentada. 
A tentativa de homicídio pode ser branca ou incruenta, quando a vítima não é atingida, ou ainda 
vermelha ou cruenta, quando a vítima sofre ferimentos. Exemplo: indivíduo encontra um desafeto e, com a 
arma de fogo municiada, efetua disparos em direção ao inimigo, com intenção de matar. Os disparos atingem 
o inimigo, mas esse não vem a falecer, pois recebeu atendimento médico que evitou a morte. Tem-se, 
portanto, a tentativa cruenta. Por sua vez, se o indivíduo efetua os disparos e não atinge a vítima, por erro 
de pontaria, tem-se uma tentativa branca. 
O homicídio será hediondo quando qualificado (art. 121, § 2º, CP) ou se praticado em atividade típica 
de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente (art. 1º, inciso I, da Lei n.º 8.072/1990). 
Extermínio é a chacina, a eliminação da vida pelo fato da vítima pertencer a determinado grupo ou classe 
social, a exemplo de pessoas em situação de rua, prostitutas, homossexuais ou moradores de determinadas 
comunidades. A ação revela impessoalidade, isto é, a vítima não é escolhida por suas características 
individuais, mas sim por pertencer ou ser membro de um grupo que compartilha das mesmas condições. 
A figura básica do homicídio, descrita no caput do art. 121, não tem natureza hedionda e tem pena 
cominada em abstrato de 6 a 20 anos de reclusão. 
1.1. Homicídio Privilegiado 
No art. 121, § 1º, do CP, temos a previsãodo homicídio privilegiado como causa especial de 
diminuição de pena (minorante). Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social 
ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode 
reduzir a pena de um sexto a um terço. Apesar do dispositivo legal trazer a expressão “o juiz pode reduzir a 
pena”, entende-se não se tratar de uma faculdade, mas, sim, de imposição legal, de direito subjetivo caso o 
acusado preencha os requisitos previstos em lei e o Conselho de Sentença reconheça a causa de diminuição 
de pena. 
Note-se que a conduta continua típica, ilícita e praticada por agente culpável. A estrutura do crime 
permanece intacta. Todavia, o legislador considera que os motivos do crime merecem uma reprovabilidade 
menor, de sorte a se reduzir a pena na terceira fase da dosimetria. Tal figura privilegiada, por certo, não se 
reveste de caráter hediondo, segundo entendimento já consolidado na doutrina e na jurisprudência. 
Importante frisar que o privilégio é tese defensiva, a ser apresentada durante os debates no plenário 
do júri. A matéria será pleiteada antes das qualificadoras e, uma vez reconhecida a minorante pelo Conselho 
de Sentença, o juiz deverá reduzir a pena. Trata-se de direito subjetivo do acusado e não mera liberalidade 
do juiz presidente, por força do princípio da soberania dos veredictos (art. 5º, inciso XXXVIII, “c”, CF/88). 
MICHELLE TONON DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A VIDA • 1 
17 
Por estar a privilegiadora relacionada à motivação do agente, isto é, aos motivos determinantes do 
crime, apresenta caráter subjetivo ou pessoal, portanto incomunicável aos coautores ou partícipes, nos 
termos do art. 30 do CP, segundo o qual “não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal, salvo quando elementares do crime”. 
• O art. 121, § 1º, traz três hipóteses de homicídio privilegiado: 
a) Relevante valor social: se dá quando o interesse é de toda a coletividade. Ex.: matar o traidor 
da pátria, ou matar o estuprador de diversas crianças no bairro. 
b) Relevante valor moral: ocorre quando há um interesse individual, em regra envolvendo 
sentimento de misericórdia ou compaixão. Ex.: homicídio eutanásico. 
Quanto à eutanásia, importante destacar não ser admitida no direito brasileiro a causa supralegal de 
exclusão da ilicitude fundada no consentimento do ofendido, vez que a vida é direito indisponível. Dessa 
forma, ainda que a vítima, doente em estado terminal, manifeste em declaração de última vontade seu 
consentimento com a eutanásia, isto é, com a abreviação da própria vida, estará caracterizado o homicídio. 
Todavia, considerando que o autor do crime age por sentimento de piedade, em razão do sofrimento da 
vítima que padece de doença ou mal incurável, poderá ser beneficiado com a causa especial de diminuição 
de pena. 
A eutanásia em sentido estrito é aquela praticada por um agir (modo comissivo), com a eliminação 
da vida de pessoa portadora de doença grave ou sem prognóstico de recuperação. Já a ortotanásia é a 
eutanásia por omissão, moral ou terapêutica. Por exemplo, quando o médico deixa de adotar as providências 
para prolongar a vida do doente terminal. 
c) Homicídio emocional: o sujeito ativo reage logo após injusta provocação da vítima, sob o 
domínio de violenta emoção. 
São requisitos: domínio de violenta emoção (não basta a influência, que é atenuante genérica 
prevista no art. 65, inciso III, “c”, do CP; deve ser a emoção que retira por completo a capacidade de agir 
refletidamente); reação imediata (não pode ocorrer horas ou dias após); injusta provocação da vítima (apta 
a gerar repulsa e indignação, de acordo com um consenso geral). 
Importa relembrar que a emoção não afasta a responsabilização penal, conforme dispõe o art. 28, 
inciso I, do CP. Porém, tem o condão de privilegiar o crime de homicídio. 
1.2. Homicídio Privilegiado-Qualificado ou Híbrido 
É pacífico o entendimento sobre a possibilidade de homicídio privilegiado-qualificado, a um só 
tempo, desde que a qualificadora tenha natureza objetiva. Exemplo: matou valendo-se de meio cruel 
(múltiplos golpes de faca), mas agiu logo após a injusta provocação da vítima, sob o domínio de violenta 
emoção. 
Considerando a orientação contida no art. 67 do CP, segundo a qual devem preponderar os motivos 
determinantes do crime, o homicídio privilegiado-qualificado não é hediondo. Assim sendo, de acordo com 
a doutrina e a jurisprudência dominantes, o chamado homicídio privilegiado-qualificado, caracterizado pela 
coexistência de circunstâncias privilegiadoras, de natureza subjetiva, com qualificadoras de natureza 
objetiva, não é considerado crime hediondo. 
Importa distinguir, então, as qualificadoras objetivas das subjetivas. 
As qualificadoras objetivas, materiais ou reais são aquelas que se materializam no plano fático, que 
podem ser constatadas pelo trabalho pericial e que aparecerão numa fotografia da cena do crime. Estão, 
portanto, relacionadas aos meios e modos de execução do crime. São as qualificadoras dos incisos III, IV e VI 
do § 2º do art. 121, com exceção da traição, já que nesse último caso tem-se a quebra de uma relação de 
confiança preexistente entre as partes e, portanto, de natureza subjetiva. Quanto ao inciso VI, que contempla 
MICHELLE TONON DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A VIDA • 1 
18 
o feminicídio, a jurisprudência do STJ tem o considerado como qualificadora de índole objetiva, compatível, 
assim, com a motivação torpe. Não se desconhece a existência de entendimento doutrinário em sentido 
diverso. Porém, para fins de prova objetiva, o candidato deverá seguir a posição do STJ.2 
As qualificadoras subjetivas, por seu turno, estão relacionadas aos aspectos volitivos do agente, isto 
é, a motivação do crime. Estão descritas nos incisos I, II, V e VII do § 2º do art. 121. 
1.3. Homicídio Qualificado 
As hipóteses qualificadoras do homicídio estão dispostas no § 2º do art. 121. Tornam o crime 
hediondo, isto é, submetido aos rigores da Lei nº 8.072/1990, que veda a concessão de graça, anistia, indulto 
e fiança. Ademais, as qualificadoras aumentam os patamares de pena em abstrato, que passam a ser de 12 
a 30 anos de reclusão. Enquanto os motivos sociais ou morais privilegiam o delito, as motivações imorais ou 
antissociais o qualificam. 
Em síntese, temos o seguinte panorama das qualificadoras: 
• Incisos I e II: motivos do crime (subjetivas; incompatíveis com o privilégio); 
• Incisos III e IV: meios e modos de execução (objetivas, exceto traição); 
• Inciso V: conexão (especial finalidade do agente; subjetiva, incompatível com o privilégio); 
• Inciso VI: feminicídio (contra mulher, por razões e condição do sexo feminino ou em contexto de 
violência doméstica e/ou familiar; objetiva, segundo o STJ); 
• Inciso VII: contra integrantes dos órgãos de segurança pública ou pessoas a eles vinculadas por 
casamento, união estável ou parentesco (subjetiva, incompatível com o privilégio). 
Vejamos as principais características de cada uma das qualificadoras. 
1.3.1. Inciso I — Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro 
motivo torpe 
O legislador se valeu, na redação do dispositivo legal, de fórmula casuística (mediante paga ou 
promessa de recompensa), seguida de fórmula genérica, que admite interpretação analógica tendo por base 
os exemplos anteriormente apresentados. 
Tem-se a figura típica do homicídio mercenário, praticado por cupidez, ambição imoderada. A paga 
corresponde ao recebimento prévio, enquanto a promessa de recompensa contempla a expectativa futura 
de pagamento pela execução do homicídio. 
Trata-se de crime bilateral ou de concurso necessário, já que há, no mínimo, um mandante e um 
executor (sicário, mercenário, matador de aluguel). 
 
2 PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO.FEMINICÍDIO. 
MOTIVO TORPE. COEXISTÊNCIA. POSSIBILIDADE. NATUREZAS DISTINTAS. EXCLUSÃO DA QUALIFICADORA. USURPAÇÃO DA 
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI. 
1. Esta Corte possui o entendimento segundo o qual "as qualificadoras do motivo torpe e do feminicídio não possuem a mesma 
natureza, sendo certo que a primeira tem caráter subjetivo, ao passo que a segunda é objetiva, não havendo, assim, qualquer 
óbice à sua imputação simultânea" (HC n. 430.222/MG, relator Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 15/3/2018, DJe 
22/3/2018). 
Precedentes. 
2. A jurisprudência desta Corte é firme no sentido de que somente devem ser excluídas da decisão de pronúncia as circunstâncias 
qualificadoras manifestamente improcedentes ou sem nenhum amparo nos elementos dos autos, sob pena de usurpação da 
competência constitucional do Tribunal do Júri. Precedentes. 
3. Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no AREsp 1166764/MS, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 06/06/2019, DJe 
17/06/2019). 
MICHELLE TONON DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A VIDA • 1 
19 
Importante notar que a qualificadora NÃO se aplica automaticamente ao mandante, por se tratar de 
circunstância de caráter subjetivo (art. 30 do CP: “não se comunicam as circunstâncias e as condições de 
caráter pessoal, salvo quando elementares do crime”).3 
O motivo torpe é aquele indigno, vil, repugnante, abjeto, moralmente reprovável, que atinge 
profundamente o sentimento ético-social da coletividade. 
A vingança e o ciúmes não necessariamente caracterizam torpeza. É preciso analisar as circunstâncias 
do caso concreto. 
Inciso II – Motivo fútil 
É o motivo banal, insignificante, desproporcional, de pouca importância, que revela egoísmo ou 
mesquinhez. Não se confunde com o motivo torpe. Um motivo não pode ser simultaneamente torpe e fútil, 
vez que não há identidade entre as expressões. 
A ausência de motivo ou o seu desconhecimento não pode ser taxado de fútil. 
Ciúmes e embriaguez não necessariamente são motivos fúteis, sendo necessário o exame da 
hipótese fática. 
Uma importante divergência doutrinária e jurisprudencial reside em saber se há compatibilidade 
entre o motivo fútil e o dolo eventual. 
Para a primeira corrente, seriam compatíveis. O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o 
resultado morte, aspecto caracterizador do dolo eventual, não exclui a possibilidade de o crime ter sido 
praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo 
que ensejou a conduta, mostrando-se, em princípio, compatíveis entre si (STJ. 5ª Turma. REsp 912.904/SP, 
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 06/03/2012). 
Já a segunda corrente considera a qualificadora do motivo fútil incompatível com o dolo eventual, 
tendo em vista a ausência do elemento volitivo (STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. 
para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016. Info 583). Para os adeptos dessa corrente, é 
preciso diferenciar a voluntariedade e a intenção criminosa. A voluntariedade está presente em todas as 
ações delitivas. Já a intenção criminosa, que está voltada às consequências da ação lesivas ao direito, não 
está presente nos crimes culposos e nos cometidos com dolo indireto. 
Vale destacar que, segundo entendimento jurisprudencial, a incidência da qualificadora do motivo 
fútil exige uma reação desproporcional do agente a uma ação ou omissão da vítima. Não existindo nenhum 
comportamento prévio do ofendido, a despertar a reação egoísta ou mesquinha do autor, não há que se falar 
em futilidade. Confira-se: 
Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP), na hipótese de homicídio 
supostamente praticado por agente que disputava ‘racha’, quando o veículo por ele 
conduzido - em razão de choque com outro automóvel também participante do ‘racha’ - 
tenha atingido o veículo da vítima, terceiro estranho à disputa automobilística. Motivo fútil 
corresponde a uma reação desproporcional do agente a uma ação ou omissão da vítima. 
 
3 PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. HOMICÍDIO QUALIFICADO. JÚRI. MOTIVO TORPE. PAGA OU PROMESSA DE 
RECOMPENSA. CIRCUNSTÂNCIA SUBJETIVA. MANDANTE. COMUNICABILIDADE. ANÁLISE CASUÍSTICA. RECURSO PROVIDO. 
1. Não obstante a paga ou a promessa de recompensa seja circunstância acidental do delito de homicídio, de caráter pessoal e, 
portanto, incomunicável automaticamente a coautores do homicídio, não há óbice a que tal circunstância se comunique entre o 
mandante e o executor do crime, caso o motivo que levou o mandante a empreitar o óbito alheio seja torpe, desprezível ou 
repugnante. 
2. Na espécie, o recorrido teria prometido recompensa ao executor, a fim de, com a morte da vítima, poder usufruir vantagens no 
cargo que exercia na Prefeitura Municipal de Fênix. 
3. Recurso especial provido, para reconhecer as apontadas violações dos arts. 30 e 121, § 2º, I, ambos do Código Penal, e restaurar a 
decisão de pronúncia, restabelecendo a qualificadora do motivo torpe, a fim de que o réu seja submetido a julgamento pelo Tribunal 
do Júri, pela prática do delito previsto no art. 121, § 2º, I e IV, do Código Penal. (REsp 1209852/PR, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI 
CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe 02/02/2016). 
MICHELLE TONON DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A VIDA • 1 
20 
No caso de ‘racha’, tendo em conta que a vítima (acidente automobilístico) era um terceiro, 
estranho à disputa, não é possível considerar a presença da qualificadora de motivo fútil, 
tendo em vista que não houve uma reação do agente a uma ação ou omissão da vítima. 
(STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 19/4/2016. Info 583). 
1.3.3. Inciso III – Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou 
outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum 
Verifica-se que o CP se valeu de fórmula casuística, exemplificando com o emprego de veneno, fogo, 
explosivo, asfixia ou tortura, e arremata com uma expressão genérica (ou outro meio insidioso ou cruel). 
O meio insidioso é aquele traiçoeiro, sorrateiro, enganador, que envolve fraude, sabotagem. 
Exemplo: bebida com veneno, sabotagem em automóvel. No caso do veneno, para a caracterização da 
qualificadora do meio insidioso, é preciso que seja ministrado dissimuladamente, isto é, sem conhecimento 
da vítima. Se o veneno for administrado de forma forçada ou com conhecimento da vítima, poderá se 
caracterizar, em tese, o meio cruel, se o propósito for causar intenso ou desnecessário sofrimento. A 
consequência prática, para fins de fixação da pena, é a mesma. 
O emprego de fogo e explosivo podem constituir meio cruel ou meio de que pode resultar perigo 
comum, a depender das circunstâncias. Exemplos de explosivos: bomba caseira, coquetel Molotov. 
A asfixia, por sua vez, consiste em obstar a função respiratória. Poderá ser mecânica (afogamento, 
enforcamento) ou tóxica (gás asfixiante). 
A tortura, conceituada pelo Decreto nº 40/91, artigo 1º, que promulgou a Convenção Contra a 
Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes é entendida como: 
qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos 
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações 
ou confissões; de castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido ou seja 
suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por 
qualquer motivo baseado em discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou 
sofrimentos são infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício de 
funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência. Não 
se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência unicamente 
de sanções legítimas, ou que sejam inerentes

Continue navegando