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1 AV1 – Cardiologia – Prof.ª Onilmar– Fernanda Pereira – insta: @medicomfe- 6º período – 2022.1 10/03/2022 – Aula 6 INTRODUÇÃO O organismo de maneira geral necessita de gordura para manter seu metabolismo. FOSFOLIPÍDEOS: constituem a estrutura básica das membranas celulares COLESTEROL: precursor de hormônios esteroides, ácidos biliares e vitamina D. Atuam também na fluidez da MP e na ativação de enzimas. TRIGLICERÍDEOS (TG): armazenamento energético, se deposita no tecido adiposo e muscular. LIPOPROTEÍNAS E APOLIPOPROTEÍNAS LIPOPROTEÍNAS: transporte de lipídeos pelo plasma. APOLIPOPROTEÍNAS: formação de particulas lipoproteícas, ligantes a receptores de membrana, cofatores enzimáticos (CII, CIII, AI) ApoB100 – mais prevalente no LDL ApoB48 – auxilia no transporte do quilomicron pelo sangue. ApoE – sinalizador De maneira geral, o metabolismo se inicia pela ingesta. A proteína Niemann-Pick C1-like 1 (NPC1-L1), parte de um transportador de colesterol intestinal (ácidos graxos e outras partículas lipídicas), está situada na membrana apical do enterócito e promove a passagem do colesterol através da borda em escova desta célula, facilitando a absorção intestinal do colesterol. Após a absorção os ácidos graxos são utilizados na produção de quilomícrons que inclui em sua estrutura ApoB48 e ApoB100, na própria célula intestinal. Os quilomícrons são então secretados pela célula intestinal no sistema linfático, e a partir daí ganham a circulação e chegam ao músculo e tecido adiposo. No interior dos capilares desses tecidos, o quilomicrons sofre o processo de lipólise pela lipase lipoproteica (LPL), liberando ácidos graxos, colesterol e glicerol que segue para se depositar no músculo e tecido adiposo. O remanescente dessas partículas lipídicas será capturado pelo fígado para formação do VLDL. A síntese de VLDL no fígado necessita da proteína de transferência de TG microssomal (MTP), responsável pela transferência dos TG para a ApoB 100, permitindo a formação da VLDL. A montagem hepática da VLDL também tem sido reconhecida como foco terapêutico no tratamento da hipercolesterolemia, seja pela inibição da síntese de Apolipoproteína B 100 (ApoB), ou pela inibição da MTP. LDL corresponde a lipoproteína de baixa densidade que carreia TG (colesterol), combinada à ApoB100. No interior das células, o colesterol livre pode ser esterificado para depósito por ação da enzima Acil- CoA:Colesteril Aciltransferase (ACAT). O LDL é capturado pelo fígado, principalemnte, através da expressão de receptores de LDL (rLDL) nos hepatócitos. Esse mecanismo de captura do LDL é o principal responsável pelo nível de colsterol no sangue e depende da HMG-CoA redutase (responsável pela síntese intracelular do colesterol). A inibição dessa enzima é um alvo terapêutico no tratamento da hipercolesterolemia, uma vez que ao diminuir a produção intracelular de colesterol haverá o aumento da expressão de receptores para capturar LDL. Quando a LDL se liga à ApoA através de uma ligação covalente esse “complexo” pode estar associado a progressão da placa aterosclerótica. A PCSK9 é uma protease expressa predominantemente pelo fígado, intestino e rins, capaz de inibir a reciclagem do LDLR de volta à superfície celular, resultando em menor número de receptores e aumento dos níveis plasmáticos de LDL. Por isso, a inibição da PCSK9 é uma meta terapêutica no tratamento da hipercolesterolemia. As partículas de HDL são formadas no fígado, no intestino e na circulação. Seu principal conteúdo proteico é representado pelas apos AI e AII, por isso é mais denso. O colesterol livre da HDL, recebido das membranas celulares, é esterificado por ação da Lecitina-Colesterol Aciltransferase (LCAT), processo importante para a estabilização e transporte do colesterol pelo plasma até o fígado. A ApoA-I, principal proteína da HDL, é cofator desta enzima. A HDL é um fator de proteção endotelial contra a aterogênese, uma vez que ela remove lipídeos oxidados da LDL, inibe a fixação de molécular de adesão e a penetração de monócitos e estimula a liberação de óxido nítrico. Dislipidemia e aterosclerose 2 AV1 – Cardiologia – Prof.ª Onilmar– Fernanda Pereira – insta: @medicomfe- 6º período – 2022.1 O sistema de transporte de lipoproteínas tem duas funções principais: transporte eficiente de TG do intestino e fígado para os locais de utilização (tecido adiposo e muscular), e transporte do colesterol do tecido periférico para síntese de membrana e produção de hormonios esteroides, ou para o fígado para a síntese de ácidos biliares. Braunwald, et al. 10ª ed Nível de evidência (qualidade do estudo) e classe de recomendação (entendimento da comunidade sobre o assundo) . CLASSIFICAÇÃO Tipo: • Hiperlipidemia: níveis elevados de lipoproteínas • Hipolipidemia: níveis plasmáticos de lipoproteínas baixos Origem: • Primária: causa genética. • Secundária: decorrente do estilo de vida inadequado, de certas condições mórbidas, ou de medicamentos. Laboratorial: • Hipercolesterolemia isolada: aumento isolado do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL). • Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado dos triglicérides (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum). • Hiperlipidemia mista: aumento do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL) e dos TG (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/ dL, se a amostra for obtida sem jejum). Se TG ≥ 400 mg/dL, o cálculo do LDL-c pela fórmula de Friedewald é inadequado, devendo-se considerar a hiperlipidemia mista quando o não HDLc ≥ 190 mg/dL. • HDL-c baixo: redução do HDLc (homens < 40 mg/dL e mulheres < 50 mg/dL) isolada ou em associação ao aumento de LDL-c ou de TG. Fenotípica (Fredrickson): separação eletroforética das frações de lipoproteínas. Não ajuda na pesquisa etiológica ou na decisão terapêutica. • Em desuso FISIOPATOLOGIA DISLIPIDEMIA PRIMÁRIA O acúmulo de TG que resulta em hipertrigliceridemia (quilimícron e VLDL) está relacionado à redução da hidrólise do TG pela LPL ou aumento da produção de VLDL pelo fígado. O acúmulo de colesterol (LDL) resulta em hipercolesterolemia. Pesquisar na família e fazer tratamento mais agressivo, uma vez que o risco cardiovascular é muito mais alto. FISIOPATOLOGIA DISLIPIDEMIA SECUNDÁRIA VIA EXÓGENA VIA ENDÓGENA gorduras do fígado se direcionam aos tecidos periféricos captam colesterol não esterificado dos tecidos periféricos, esterificam (LCAT) e levam para o fígado. 3 AV1 – Cardiologia – Prof.ª Onilmar– Fernanda Pereira – insta: @medicomfe- 6º período – 2022.1 FATORES DE RISCO PARA DISLIPIDEMIA SECUNDÁRIA Comportamento Hábitos alimentares Genética Medicamentos CLASSIFICAÇÃO DE RISCO – IMPORTANTE SABER SEM TRATAMENTO HIPOLIPEMIANTE: Muito Alto Risco: 1. Doença Ateroscletótica significativa (qualquer sítio) IIaB ou 2. Obstrução >/= 50% (qualquer território) IIaC Alto Risco IIaC 1. Aterosclerose subclínica documentada (USG caróticas c/ placa; ITB < 0,9; 2. CAC > 100 ou a placas em Angio-CT de coronárias); 3. AAA/ DRC com TFG < 60ml/min, fase pré dialítica 4. LDL >/= 190 mg% 5. DM 1 ou 2 e com LDL-c entre 70 e 189 mg/dL e presença deEstratificadores de Risco (ER) ou Doença Aterosclerótica Subclínica (DASC). Risco Intermediário IA 1. Se ERG entre 5 e 20% p/ homens e entre 5 e 10% p/ mulheres e DM sem ER e DASC já citados Baixo Risco IA 1. Indivíduos com ERG (em 10 anos) < 5%, calculado pelo ERG EM USO DE ESTATINAS Usar fator de correção para o colesterol total no cálculo do ERG. Fator de correção: 1,43 ATEROSCLEROSE E MECANISMO DE FORMAÇÃO E ROTURA DA PLACA A aterosclerose corresponde a uma doença inflamatória crônica multifatorial, que se inicia em resposta à agressão do endotélio, camada íntima de vasos de médio e grande calibre.As lesões inicias, estrias gordurosas, inciam na infância (9 a 13 anos), quando o colesterol se acumula em macrófagos na camada íntima. A formação da placa aterosclerótica inicia-se com a agressão ao endotélio vascular por diversos fatores de risco, como dislipidemia, hipertensão arterial ou tabagismo. A disfunção endotelial aumenta a permeabilidade da íntima às lipoproteínas plasmáticas, favorecendo a retenção destas no espaço subendotelial. São expressas moléculas de sinalização e adesão leucocitária. Monócitos são recrutados para o local, tranformam-se em macrófagos e estes fagocitam o colesterol, formando a célula espumosa, uma vez que os macrófagos não conseguem digerir o LDL eles mantém o colesterol em seu interior. Uma vez ativados, os macrófagos são, em grande parte, responsáveis pela progressão da placa aterosclerótica por meio da secreção de citocinas, que amplificam a inflamação, e de enzimas proteolíticas, capazes de degradar colágeno e outros componentes teciduais locais. Há liberação de espécies reativas de oxigênio, promovendo vasoconstrição e reduzindo propriedade antitrombóticas. O depósito de lipoproteínas na parede arterial ocorre de maneira proporcional à concentração destas lipoproteínas no plasma. Placa estável – tem muita estrutura fibrosa e colagenosa. Formando uma capa espess, com poucas células inflamatórias, e núcleo lipídicos e necrótico menores. As placas instáveis possuem atividade inflamatória intensa, com muita atividade proteolítica, e núcleo lipídicos e necrótico bem maiores, o que pode levar a formação de um processo aterotrombótico, ruptura da placa ou erosão endotelial, levando à geração de trombina, ativação plaquetária e formação do trombo, determinando as principais complicações da aterosclerose, infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC). 4 AV1 – Cardiologia – Prof.ª Onilmar– Fernanda Pereira – insta: @medicomfe- 6º período – 2022.1 RELAÇÃO: ATEROSCLEROSE E DAC, REFLEXO DE ALTO RISCO Escore de Risco Global (ERG), que estima o risco de infarto do miocárdio, AVC, ou insuficiência cardíaca, fatais ou não fatais, ou insuficiência vascular periférica em 10 anos. Ele deve ser utilizado na avaliação inicial, ou mesmo em pacientes em uso de estatinas, entre os indivíduos que não foram enquadrados nas condições de muito alto ou alto risco. HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR “O diagnóstico de hipercolesterolemia familiar deve ser considerado se houver níveis muito elevados de colesterol (acima do percentil 90), presença de xantomas tendinosos, arco córneo em paciente com menos de 45 anos, xantomas tuberosos ou xantelasma em pacientes com menos de 25 anos e familiar de primeiro grau com as manifestações anteriores.” (CONITEC 2020). “(...) pode ser complementada por exames subsidiários, como o ultrassom de tendão, em casos selecionados...” (Atualização Diretriz HF 2021) Heterozigotos: 1:500 em médico (1:223 /critérios clínicos e 1:217 /teste genético - Copenhagen General Population Study). Homozigotos: de 1: 1.000.000 a 1:160.000, a depender de efeito “fundador”. “Defeitos da Apo B e aqueles relacionados com ganho de função da PCSK9 que participa do catabolismo do receptor da LDL constituem aproximadamente 5%, e menos de 1% do fenótipo de HF” (Diretriz HF 2021) APO B100 – única APO da LDL/ defeitos de estrutura e reciclagem. DIAGNÓSTICO HF 1. Afastar causas secundárias de hipercolesterolemia 2. Suspeitar em adultos (≥ 20 anos) com LDL-c ≥ 190 mg/dl 3. 80% chance pop geral se LDL-c ≥ 250 mg/dl em indivíduos com 30 anos ou mais; 4. LDL-c ≥ 220 mg/dl entre 20 e 29 anos 5. LDL-c ≥ 190 mg/dl nos que têm menos de 20 anos. 6. HF é provável também se LDL-c ≥ 190 mg/dl de famílias com distribuição bimodal do LDL-c, nas quais alguns membros apresentam taxas tipicamente baixas (LDL-c < 130 mg/dl), enquanto outros (os afetados por HF) exibem taxas tipicamente elevadas, ≥ 190 mg/dl. Rastreamento em cascata clínico laboratorial ou genético. Critérios diagnósticos na hipercolesterolemia familiar (HF) homozigótica 1. Confirmação genética de dois alelos mutantes nos genes LDLR, APOB, PSCK9, ou no lócus do gene LDLRAP1 OU 2. LDL-c sem tratamento > 500 mg/dL ou LDL-c tratada > 300 mg/dL mais algum dos seguintes critérios: Xantomas cutâneos ou tendinosos antes dos 10 anos OU 3. Valores de LDL-c elevados consistente com HF heterozigótica em ambos os pais* Os valores de LDL-c acima são apenas indicativos de HF homozigótica, mas devem-se considerar valores menores para o diagnóstico de homozigóticos, na presença de outros critérios. * Exceto no caso de hipercolesterolemia autossômica recessiva. LDL-c: colesterol da lipoproteína de baixa densidade. Exames Complementares 1. Métodos usados para pesquisa (Ultracentrifugação e Espectroscopia por RM por exemplo) Métodos laboratoriais mais convencionais 1. Eletroforese de baixa e alta resolução 2. Método Enzimático Colorimétrico: mede CT, do HDL-c e dos triglicerídeos → Onde o LDL é calculado pela Fórmula de Friedewald: LDL-c = CT – HDL-c – TG/x [em que TG/x é uma estimativa do VLDL – c, conforme tabela de ajuste proposta por Martin. et al. (IIaC)] Recomendação: o perfil lipídico completo pode ser coletado sem jejum, mantendo-se o estado metabólico estável e dieta habitual. Os valores de colesterol total, HDL-c, não HDL-c e LDL-c não sofrem influência do estado alimentar. Se a concentração de triglicérides estiver elevada (> 440 mg/dL) sem jejum, o médico fará outra prescrição para nova avaliação de triglicérides com jejum de 12 horas e será considerado um novo exame de triglicérides pelo laboratório clínico (Grau de Recomendação: IIa; Nível de Evidência: C). O laboratório deve informar no laudo as duas diferentes situações: sem jejum e jejum de 12 horas, de acordo com o critério do médico solicitante. O médico avaliará o resultado do perfil lipídico do paciente, de acordo com a indicação do exame, o estado metabólico e a estratificação de risco. 5 AV1 – Cardiologia – Prof.ª Onilmar– Fernanda Pereira – insta: @medicomfe- 6º período – 2022.1 COMO PREVINIR? MEV – mudança do estilo de vida Alimentação Exercício físico Controle de peso corporal Cessar tabagismo Cessar consumo de álcool TRATAMENTO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Hipercolesterolemia Estatinas: o uso de estatina está indicado em terapias de prevenção primária e secundária como primeira opção (Grau de Recomendação: I; Nível de Evidência: A) Ezetimiba: a inibe a absorção de colesterol na borda em escova do intestino delgado, atuando seletivamente nos receptores NPC1-L1 e inibindo o transporte intestinal de colesterol. A inibição da absorção de colesterol (em grande parte do colesterol biliar) leva à diminuição dos níveis de colesterol hepático e ao estímulo à síntese de LDLR, com consequente redução do nível plasmático de LDL-c de 10 a 25%. A ezetimiba é empregada na dose única de 10 mg ao dia Resinas: sequestradores dos ácidos biliares, atuam reduzindo a absorção enteral de ácidos biliares. Como resultado, ocorre depleção do colesterol celular hepático, estimulando a síntese de LDLR e de colesterol endógeno. Como consequência deste estímulo à síntese, pode ocorrer aumento da produção de VLDL e, consequentemente, de TG plasmáticos. No Brasil, somente a colestiramina está disponível. A adição de colestiramina ao tratamento com estatinas pode ser recomendada quando a meta de LDL-c não é obtida apesar do uso de estatinas potentes em doses efetivas (Grau de Recomendação: IIa; Nível de Evidência: C). A colestiramina (único inibidor disponível no Brasil) é apresentada em envelopes de 4 g. A posologia inicial é de 4 g ao dia, podendo-se atingir, no máximo, 24 g ao dia. Entre os efeitos bioquímicos, é possível o aumento dos níveis de TG, secundárioao estímulo à síntese hepática de VLDL. Como consequência, seu uso deve ser evitado na hipertrigliceridemia, particularmente se houver níveis acima de 400 mg/dL. Hipertrigliceridemia Recomenda-se primeiramente o uso de fibratos e, em segundo lugar, o ácido nicotínico ou a associação de ambos. Ômega 3 também pode ser utilizado. Caso estas taxas estejam acima de 500 mg/dL, deve-se iniciar o tratamento com um fibrato, adicionando-se, se necessário, ácido nicotínico e/ou ômega 3. Nesta situação, a meta prioritária é a redução do risco de pancreatite. Caso as taxas de TG estejam abaixo de 500 mg/dL, deve-se iniciar o tratamento com uma estatina isoladamente e, se necessário, associando-se a ezetimiba, priorizando-se a meta de LDL-c ou não HDL-c. Fibratos: agem estimulando os receptores nucleares PPAR- α. Este estímulo leva ao aumento da produção e da ação da LPL, responsável pela hidrólise intravascular dos TG, e à redução da ApoC-III, responsável pela inibição da LPL. O estímulo ao receptor também leva a maior síntese da ApoA- I e, consequentemente, de HDL. Efeito dos fibratos em pacientes com DM2 - O tratamento reduziu a incidência e a progressão da retinopatia, diminuiu micro e macroalbuminúria, e retardou a perda de função renal. Além disso, diminuiu as amputações, principalmente distais. Ácido nicotínico (niacina): reduz a ação da lipase tecidual nos adipócitos, levando à menor liberação de ácidos graxos livres para a corrente sanguínea. Como os efeitos adversos relacionados ao rubor facial ou prurido ocorrem com maior frequência no início do tratamento, recomenda-se dose inicial de 500 mg ao dia com aumento gradual − em geral para 750 mg e, depois, para 1.000 mg, com intervalos de 4 semanas a cada titulação de dose, buscando-se atingir 1 a 2 g diárias. O pleno efeito sobre o perfil lipídico apenas é atingido com o decorrer de vários meses de tratamento. Com a forma de liberação intermediária e o uso de doses atualmente mais baixas de 6 AV1 – Cardiologia – Prof.ª Onilmar– Fernanda Pereira – insta: @medicomfe- 6º período – 2022.1 niacina, outros efeitos como alterações gastrintestinais, hiperglicemia e hiperuricemia tornaram-se mais raros. FÁRMACOS NOVOS Inibidores da proteína de transferência de ésteres de colesterol – torcetrapibe, anacetrapibe, dalcetrapibe e evacetrapibe. Inibidor da proteína de transferência de triglicérides microssomal: lopitamida Inibidores da síntese de Apolipoproteína B (antissenso anti- ApoB): mipomersen (Não disponível no Brasil) Inibidores da síntese de Apolipoproteína C-III (antissenso anti-ApoC-III) Antissenso antiapolipoproteína C-III (volanesorsen) Lipase ácida lisossômica recombinante humana Inibidores da PCSK9: como a PCSK9 atua na diminuição da densidade de LDLR na superfície do hepatócito, a inibição dessa proteína irá aumentar a expressão desse receptor, favorecendo a captura (depuração) de LDL circulante. Dois inibidores da PCSK9 totalmente humanos foram aprovados no Brasil para comercialização em 2016, o Alirocumabe e o Evolocumabe. Ambos são aplicados por meio de injeção subcutânea − o Alirocumabe a cada 2 semanas, na dose de 75 mg ou 150 mg, enquanto o Evolocumabe com injeção de 140 mg, a cada 2 semanas, ou 420 mg, uma vez ao mês.
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