Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Síndrome coronariana aguda: A síndrome coronariana aguda (SCA) resulta da ruptura de uma placa coronariana instável, complicada pela formação de trombo intraluminal, embolização e obstrução coronária em graus variáveis, podendo levar a necrose. A diferenciação dos tipos de SCA é feito em base: Anamnese/características da dor ECG Fatores de risco para aterosclerose Marcadores de necrose miocárdica (CK- MB e troponina) Como diferenciar angina instável de IAM? Infarto Agudo do Miocárdio consiste em um aumento de biomarcadores cardíacos juntamente com evidência de isquemia miocárdica de acordo com a presença de ao menos um dos seguintes: Sintomas de isquemia Alterações do ECG indicativas de isquemia recente Exame de imagem evidenciando perda de miocárdio viável nova Pacientes com síndrome isquêmica miocárdica típica, mas sem elevação de marcadores de necrose, são diagnosticados com angina instável (AI). Dor torácica Cardíaca Isquêmica Angina estável Angina instável IAM Não isquêmica Pericardite/ endocardite Doenças valvares Não cardíaca Gastroesofagiana Refluxo Úlcera gástrica Não gastroesofagiana Embolia pulmonar Musculo- esquelética Psicogênica Os biomarcadores cardíacos: 1) Creatina quinase MB (CK-MB): A creatina quinase (CK) é uma enzima encontrada no coração, no cérebro, nos músculos esqueléticos e em outros tecidos. É um biomarcador plasmático, e pode ser quantificada de duas formas: Atividade enzimática de CK-MB: o Tem cerca de 90% de sensibilidade, porém sua elevação pode ocorrer até após 12 horas do evento isquêmico. CK-MB massa (“quantidade” da enzima) – MÉTODO MAIS UTILIZADO: o Tem sensibilidade de 97% e especificidade de 90% a partir de 3 a 8 horas do evento. o Detecta formas ativas e inativas de CK-MB: maior sensibilidade o Em geral, são realizadas três determinações seriadas num período de 9 a 12 horas. Se as três dosagens estiverem dentro dos intervalos de referência, o diagnóstico de infarto pode ser excluído 2) Troponina: A Troponina faz parte do complexo de regulação miofibrilar, não presente em musculatura lisa (mais específico). É um biomarcador plasmático, sendo as subunidades T e I específico a alterações cardíacas. Apresenta sensibilidade e especificidade de 95%. Detectável nas primeiras 3 horas e permanecem por mais tempo aumentadas (até 10 dias). IAM com supradesnivelamento de segmento ST: Padrão Ouro: CK-MB massa + Troponinas CK-MB massa ≤ 5ng/Ml Troponina T ≤ 0,1ng/mL Troponina I ≤ 0,26ng/mL Va lo re s d e re fe rê n ci a: Resultados: CK-MB (+) / Troponina (-): Trauma, rabdomiólise, convulsões, miopatias CK-MB (-) / Troponina (+): “microinfartos” ou algum grau de necrose CK-MB (+) / Troponina (+): IAM Sinais característicos de síndrome isquêmica + ECG com alteração no segmento ST + Marcadores de lesão miocárdica elevados Sinais/sintomas de sínd. isquêmica: Dor (geralmente em aperto) ou desconforto em membros superiores pode irradiar para braço esquerdo ou ambos os braços, costas, estômago, pescoço ou mandíbula; Falta de ar, tontura, suor, náusea/vômitos, dentre outros Objetivos do tratamento: o Controlar os sintomas o Reduzir extensão do IAM e prevenir morte coronariana o Reduzir risco de eventos tardios o Controlar os fatores de risco Medidas terapêuticas: o Terapia para dor o Terapia anti-isquêmica o Terapia antitrombótica o Estatinas 1) Terapias de reperfusão: Deve ser feita o quanto antes para evitar perda tecidual. Opções: angioplastia com stent de urgência e fibrinolíticos Fibrinolíticos: Terapia química de reperfusão da artéria obstruída Realizado o quanto antes (< 12h do início do quadro) Usado somente no IAMCSST por risco de sangramento (a principal intervenção diferente no IAM com supra ST é a utilização imediata de agente fibrinolítico) Opcões: Streptoquinase, Alteplase e Tenecteplase Em condições normais, no sistema fibrinolítico, a molécula de plasminogênio é clivada em plasmina, esta que vai atuar na dissolução de trombos Os fibrinolíticos (fármacos) atuam como ativadores do plasminogênio, promovendo esse processo NÃO são agentes fibrinolíticos diretos. OBS: A Streptoquinase é isolada de bactérias beta-hemolíticas, um organismo exógeno, podendo promover formação de anticorpos contra ela, fazendo com que em uma segunda ou posterior administração o tratamento possa ser refratário. Isso não acontece com a Alteplase, pois é uma forma recombinante (mais mimético possível do endógeno). 2) Oxigenoterapia: Em caso de SpO2 < 90% 3) Controle da dor: O Nitrato, que será visto posteriormente na terapia cardiovascular, atua indiretamente promovendo analgesia por vasodilatação. Em casos de dor muito intensa, pode-se administrar morfina para uma analgesia direta. Morfina: Analgésico de ação central – promove anti-nocicepção Opióides são depressores do SNC: Agonistas de receptores Mu opióides (inibitórios): o Abrem canais de potássio pós-sináptico, causando hiperpolarização e impedindo a continuidade da neurotransmissão o Inibem canais de cálcio pré-sináptico, que reduz a liberação de neurotransmissores Morfina IV (2 a 4 mg até a cada 5/15 min) 4) Terapia anticoagulante e antitrombótica: Antiplaquetários: Ácido acetilsalicílico (AAS): o AINE: Inibidor da cicloxigenase (COX) 1 e 2 Impede a formação de Tromboxano Inibe a agregação plaquetária. o Ataque 160 a 325 mg/dia e manutenção 100 mg/dia Clopidogrel: o Usado em associação com o AAS o Antagonista de receptores P2Y (purinérgicos), impedindo a ligação de ADP no mesmo, e consequentemente a agregação plaquetária. o Ataque 100mg/dia e manutenção 75mg/dia Anticoagulantes: A coagulação é uma série de reações químicas entre várias proteínas que convertem pró-enzimas (zimógenos) em enzimas (proteases), culminando na conversão de uma proteína solúvel do plasma, o fibrinogênio, em um polímero insolúvel, a fibrina. Existem moléculas endógenas (proteína S, proteína C e antitrombina III) que inibem esse processo, o regulando para que não ocorra de forma exacerbada. Heparina não-fracionada (alto peso molecular): o O mecanismo de ação da heparina de alto peso molecular é potencializar a ação da antitrombina III, inibindo o fator Xa, o fator II (pro-trombina) e o fator IIa (trombina) torna a antitrombina III 1000x mais inibitória NÃO é um anticoagulante direto. o Dose ataque 60UI/Kg, seguido por infusão contínua 12 UI/Kg/hora (pelo menos 48 horas até TTPa atingir 1,5 a 2 vezes valor normal) Heparina de baixo peso molecular (Enoxiheparina) e Fondaparinux: o Também agem potencializando a ação da antitrombina III, porém, por tamanho, não conseguem inibir os fatores IIa e II, sendo seu foco a inibição do fator Xa. o Enoxiheparina: dose ataque 30mg (i.v.) seguido por dose 1mg/Kg (s.c.) 8 dias ou até alta do paciente). OBS: todas as heparinas são eficazes, mas em geral, a segurança é maior quanto menor for a heparina. OBS 2: sempre que for usada a heparina de alto peso molecular, existem metas de TTPa para garantir a segurança e monitorar eficácia da medicação. Tempo Tromboplastina Parcialmente ativada (TTPa): Avalia o tempo de coagulação plasmática (visa também ajustar a medicação conforme necessidade): o Utiliza o plasma a partir de sangue coletado com citrato, ativando a via intrínseca. o Tratamento objetiva aumentar o tempo de coagulação Valores referência: Entre 21s à 32s (depende fabricante) – Valor entre 1,5 e 2x = aprox. 48 a 64s. 5) Terapia cardiovascular: Principais classes de fármacos utilizadas: Nitratos e Beta-bloqueadores. Nitratos: Promovem relaxamento da musculatura lisa vascular. Vasodilatação de vasos colaterais aumenta o fluxo sanguíneo das regiões afetadas. Efeitos adversos: Hipotensão postural (levantar-se devagar e em estágios) Contra-indicações: o Casos de hipotensão (pressão sistólica < 100mmHg) o Sildenafil (Viagra - mesmo mecanismo de ação NO) o Pacientes com comprometimento ventrículo direito Beta-bloqueadores: São fármacos que reduzem a frequência cardíaca, a PA (intensidade moderada/leve) e a força de contração cardíaca, atuando, assim, no sentido de diminuir o consumo de oxigênio pelo miocárdio. Além disso, eles melhoram a perfusão miocárdica (aumentam o fluxo subendocárdico e o fluxo das colaterais), sendo responsáveis por reduzir as taxas de ruptura miocárdica, limitar o tamanho do infarto e melhorar a função cardíaca. As ações antiarrítmicas são importantes na fase aguda do infarto do miocárdio. Objetivos: Diminuição da demanda metabólicas: Efeito vaso dilatador periférico e coronariano diminuição retorno venoso e volume diastólico menor consumo O2 pelo miocárdio. Aumento da reperfusão: vasodilatação de vasos coronarianos aumento do fluxo sanguíneo nas regiões afetadas. Nitratos: Nitroglicerina 0,4mg sublingual Isossorbida 5mg VO Máximo de 3 doses (5 min intervalo) Ação fisiológica sobre os receptores β: β1: Aumento do DC β2: Relaxamento dos brônquios Antagonista = ação contrária Sistema nervoso autônomo: Contraindicações: o FC < 60 bpm o PA < 100mmHg o Intervalo PR > 0,24 segundos o BAV de 2º e 3º grau o Asma ou DPOC grave o Doença vascular periférica grave o Disfunção ventricular grave 6) Controle da aterosclerose: Tratamento de manutenção da doença aterosclerótica após a alta hospitalar. Estatinas: Atuam na diminuição da biossíntese do colesterol Inibidores competitivos da hidroxi- metil-glutaril Co-enzima A redutase (HMG-CoA-redutase). Reduzem em 20-60% o colesterol LDL e em 10-30% os triglicerídeos. Promovem o aumento da síntese de receptores de LDL a diminuição da síntese hepática de colesterol suprarregula a síntese do receptor de LDL, aumentando a remoção de LDL do plasma para os hepatócitos. Opções: Lovastatina, sinvastatina, pravastatina, atorvastatina, rosuvastatina. TTO: Iniciar com dose máxima da estatina após admissão do paciente Ajuste posterior para manter LDL < 70mg/dL. Receptores ɑ1: promovem contração de vasos periféricos Angina instável e IAM sem supradesnivelamento de segmento ST: Nesses casos, faz-se uma estratificação de risco, e tratam-se os casos de risco intermediário a alto. Conduta na Unidade de terapia intensiva: O tratamento no IAMSSST é muito semelhante ao do IAMCSST, mudando basicamente apenas o uso de fibrinolíticos, que não são usados no 1º caso. Avaliar a necessidade de cirurgia de revascularização (cirurgia ou angioplastia) Oxigenoterapia Analgesia (morfina) Nitrato: o O tratamento é iniciado na sala de emergência, administrando-se o nitrato por via sublingual Sinais característicos de síndrome isquêmica + ECG SEM alteração no segmento ST Marcadores de lesão miocárdica Sem alteração Angina instável Elevados IAM sem supra de ST o O tratamento intravenoso deverá ser mantido por 24-48 horas após a última dor anginosa, devendo ser suspenso de forma gradual. Beta-bloqueadores adrenérgicos: propranolol ou atenolol AAS Clopidogrel Antitrombínicos (heparina não fracionada) Estatinas Tratamento de manutenção após alta hospitalar: Antiagregantes plaquetários – dupla antiagregação plaquetária de 6 meses a 1 ano: o AAS (média de 100mg/dia) o Clopidogrel Betabloqueadores: longo prazo IECA (longo prazo em associação com beta-bloqueadores): o Em pacientes com disfunção ventricular esquerda (insuficiência cardíaca clínica) ou área infartada muito extensa o Efeitos de atenuação do remodelamento ventricular, nas consequentes reduções da dilatação cardíaca, na prevenção da progressão para insuficiência cardíaca. Tratamento de Dislipidemia (fator de risco) com Estatinas: (Longo prazo – manutenção LDL < 70mg/dL) Dor torácica de origem gastroesofagiana: Entre 10-50% dos pacientes com dor torácica, com tal intensidade que justifique a investigação cardiológica NÃO evidenciam doença cardíaca. Uma das causas mais frequentes nesses casos é a esofágica. Dessa forma, após a exclusão da causa cardíaca pelo cardiologista, deve-se iniciar a investigação gastroenterológica. O principal mecanismo é o da secreção de ácido pelas células parietais. As bombas de prótons jogam íons hidrogênio no lúmen estomacal, o que provoca aumento da acidez, aumento esse, que, em excesso, se torna patológico. O tratamento clínico tem como objetivo o alívio dos sintomas, a cicatrização das lesões e a prevenção de recidivas e complicações. Geralmente, a prescrição para dores gastroesofágicas depende do resultado de uma endoscopia digestiva alta. No caso de um paciente na emergência com dor torácica, dificilmente será possível a realização desse exame, devendo ser realizado apenas após a resolução do quadro. Para início de tratamento imediato, geralmente, utiliza-se inibidores de bomba de prótons (IBP). Normalmente, o tratamento de escolha é uso de IBPs em dose plena ou, a depender da gravidade do paciente, dose dupla, por 6-12 semanas, entretanto, existem outras opções medicamentosas, além das medidas comportamentais que auxiliam no tratamento. Bloqueadores dos receptores H2 da histamina: Os receptores H2 da histamina são expressos principalmente em células neuroendócrinas abundantes no estômago e estão diretamente relacionados com a estimulação e produção do ácido gástrico. Geralmente são bem tolerados e com poucos efeitos colaterais. A cimetidina também inibe o citocromo P450 e pode retardar o metabolismo (desse modo, potencializar a ação) de vários fármacos, incluindo anticoagulantes orais e antidepressivos tricíclicos. Inibidores das bombas de prótons (IBP): Inibem de maneira IRREVERSÍVEL a bomba de prótons (ligação covalente), reduzindo em até 95% da produção de HCl As bombas de prótons constantemente se renovam, por isso a necessidade de manter a medicação, apesar da ligação ser irreversível. Dor torácica de origem psicogênica: A resposta ao estresse pode causar sintomatologia que mimetize uma dor torácica de origem cardíaca. Muitas vezes, esses quadros estão relacionados a patologias psiquiátricas como os transtornos de ansiedade, depressão e TEPT. A conduta, uma vez identificada a dor de origem psicogênica, é a utilização de benzodiazepínico hospitalar. Esse paciente merece acompanhamento a longo prazo para identificar a presença de transtornos comportamentais desencadeados pelo estresse. Essa crise pode ter sido única ou ser recorrente. Bioquímicas •Aumento da taxa de metabolismo (maior demanda de glicose e oxigênio) •Secreção de adrenalina e noradrenalina •Secreção de cortisol Físicas •Náusea •Tremores •Alterações térmicas Fisiológicas •Aumento de PA e FC •Dilatação da pupila •Tensão muscular Resposta ao estresse Descarga simpática exagerada
Compartilhar