Buscar

Sistema Único de Saúde

Prévia do material em texto

Sistema Único de Saúde (SUS)
O Sistema Único de Saúde (SUS) existe há mais de 30 anos. Para melhor entender o modelo atual de organização do sistema de saúde do Brasil, é importante destacar alguns momentos da evolução histórica da assistência à saúde no País. 
Hoje pode ser difícil imaginar que, anteriormente ao SUS, o sistema de saúde pressupunha a existência de dois grupos de pessoas, que podemos chamar de os incluídos e os não incluídos. Acontece que no início do século passado o modelo predominante era o liberal tradicional: a assistência individual era realizada pelos profissionais de saúde e ocorria mediante remuneração direta paga pelo paciente ou era ofertada por instituições de caridade a quem não podia pagar, ou seja, havia os que podiam e os que não podiam pagar para ter acesso à assistência médica. 
Surge, a partir dos anos 1930, a Previdência Social e seus Institutos de Aposentadoria e Pensão, unificados em 1967, no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). 
Em 1977, com a criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS), parte das funções até então exercidas pelo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) são transferidas para duas novas instituições: a assistência médica aos segurados foi atribuída ao Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) e a gestão financeira ao Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS). 
Tínhamos, no INAMPS, duas categorias de usuários no sistema público de saúde brasileiro: os incluídos, que tinham o direito porque recolhiam a contribuição ao INAMPS; e os não incluídos, às vezes chamados de indigentes, que dependiam da atenção ambulatorial mais simples prestada por alguns serviços públicos e a assistência hospitalar prestada pelas entidades filantrópicas. Havia então os previdenciários e os não-previdenciários.
Dessa forma, uma parcela considerável da população não tinha acesso aos serviços públicos previdenciários da saúde, e com a crise econômica dos anos 1980, essa parcela torna-se ainda maior, devido ao desemprego e ao aumento do trabalho informal, pressionando por uma necessidade de reorganização do sistema de saúde. 
Nesse cenário de um modelo à beira da exaustão, em 1986, ocorre a VIII Conferência Nacional de Saúde, na qual são apresentadas as bases doutrinárias de um novo sistema público de saúde, que fosse direito de todos os cidadãos e dever do Estado. Em seguida, os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte definem a criação de um Sistema Único de Saúde (SUS), organizado pelos princípios da descentralização, do atendimento integral e universal e da participação da comunidade. 
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), em sua publicação intitulada Legislação Estruturante do SUS, menciona que: “Criou-se, assim, na Constituição Federal promulgada em 5 de outubro de 1988 – Título VIII, da Ordem Social; Capítulo II, da Seguridade Social; Seção II, da Saúde, artigos 196 a 200, o Sistema Único de Saúde (SUS).” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011, p. 16). 
O novo modelo de sistema de saúde altera de forma significativa o modelo anterior, passando de ações que visavam atender ao sofrimento individual de uma parcela da população economicamente ativa e que estivesse doente, para um modelo com foco na prevenção e voltado à promoção, proteção e recuperação da saúde de forma integral e universal. 
Os desafios naturais para a implementação de uma nova política de saúde e funcionamento a contento passam pelo fato de o SUS ser o maior sistema de saúde mundial, e o único que tem uma população com mais de 200 milhões de pessoas como referência. 
Com o SUS, a saúde deixa de representar apenas um quadro de “não doença”, ampliando o conceito e passando a ser um direito de todos os cidadãos, e não um produto, devendo ser promovida e voltada para a prevenção de agravos, diminuindo a ocorrência de enfermidades.
S
ISTEMA 
Ú
NICO DE 
S
AÚDE 
(SUS)
 
O Sistema Único de Saúde (SUS) existe há mais de 30 anos. Para melhor entender o 
modelo atual de organização do sistema de saúde do Brasil, é importante destacar 
alguns momentos da evolução histórica da assistência à saúde no País.
 
 
Hoje pode ser difícil i
maginar que, anteriormente ao SUS, o sistema de saúde 
pressupunha a existência de dois grupos de pessoas, que podemos chamar de os 
incluídos e os não incluídos. Acontece que no início do século passado o modelo 
predominante era o liberal tradicional: a ass
istência individual era realizada pelos 
profissionais de saúde e ocorria mediante remuneração direta paga pelo paciente ou 
era ofertada por instituições de caridade a quem não podia pagar, ou seja, havia os que 
podiam e os que não podiam pagar para ter ace
sso à assistência médica.
 
 
Surge, a partir dos anos 1930, a Previdência Social e seus Institutos de Aposentadoria 
e Pensão, unificados em 1967, no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
 
 
Em 1977, com a criação do Sistema Nacional de Previdência e
 
Assistência Social 
(SINPAS), parte das funções até então exercidas pelo Instituto Nacional de Previdência 
Social (INPS) são transferidas para duas novas instituições: a assistência médica aos 
segurados foi atribuída ao Instituto Nacional de Assistência Mé
dica da Previdência 
Social (INAMPS) e a gestão financeira ao Instituto de Administração Financeira da 
Previdência e Assistência Social (IAPAS).
 
 
Tínhamos, no INAMPS, duas categorias de usuários no sistema público de saúde 
brasileiro: os incluídos, que tinh
am o direito porque recolhiam a contribuição ao 
INAMPS; e os não incluídos, às vezes chamados de indigentes, que dependiam da 
atenção ambulatorial mais simples prestada por alguns serviços públicos e a assistência 
hospitalar prestada pelas entidades filant
rópicas. Havia então os previdenciários e os 
não
-
previdenciários.
 
Dessa forma, uma parcela considerável da população não tinha acesso aos serviços 
públicos previdenciários da saúde, e com a crise econômica dos anos 1980, essa 
parcela torna
-
se ainda maior,
 
devido ao desemprego e ao aumento do trabalho informal, 
pressionando por uma necessidade de reorganização do sistema de saúde.
 
 
Nesse cenário de um modelo à beira da exaustão, em 1986, ocorre a VIII Conferência 
Nacional de Saúde, na qual são apresentadas 
as bases doutrinárias de um novo sistema 
público de saúde, que fosse direito de todos os cidadãos e dever do Estado. Em seguida, 
os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte definem a criação de um Sistema 
Único de Saúde (SUS), organizado pelos princíp
ios da descentralização, do 
atendimento integral e universal e da participação da comunidade.
 
 
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), em sua publicação intitulada 
Legislação Estruturante do SUS, menciona que: “Criou
-
se, assim, na Constituiçã
o 
Federal promulgada em 5 de outubro de 1988 
–
 
Título VIII, da Ordem Social; Capítulo 
II, da Seguridade Social; Seção II, da Saúde, artigos 196 a 200, o Sistema Único de 
Saúde (SUS).” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011, p. 16).
 
 
O novo modelo de sistema de saúde a
ltera de forma significativa o modelo anterior, 
passando de ações que visavam atender ao sofrimento individual de uma parcela da 
população economicamente ativa e que estivesse doente, para um modelo com foco na 
prevenção e voltado à promoção, proteção e re
cuperação da saúde de forma integral e 
universal.
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) 
O Sistema Único de Saúde (SUS) existe há mais de 30 anos. Para melhor entender o 
modelo atual de organização do sistema de saúde do Brasil, é importante destacar 
alguns momentos da evolução histórica da assistência à saúde no País. 
Hoje pode ser difícil imaginar que, anteriormente ao SUS, o sistema de saúde 
pressupunha a existência de dois grupos de pessoas, que podemos chamar de os 
incluídos e os não incluídos. Acontece que no início do século passado o modelo 
predominante era o liberal tradicional:a assistência individual era realizada pelos 
profissionais de saúde e ocorria mediante remuneração direta paga pelo paciente ou 
era ofertada por instituições de caridade a quem não podia pagar, ou seja, havia os que 
podiam e os que não podiam pagar para ter acesso à assistência médica. 
Surge, a partir dos anos 1930, a Previdência Social e seus Institutos de Aposentadoria 
e Pensão, unificados em 1967, no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). 
Em 1977, com a criação do Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social 
(SINPAS), parte das funções até então exercidas pelo Instituto Nacional de Previdência 
Social (INPS) são transferidas para duas novas instituições: a assistência médica aos 
segurados foi atribuída ao Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência 
Social (INAMPS) e a gestão financeira ao Instituto de Administração Financeira da 
Previdência e Assistência Social (IAPAS). 
Tínhamos, no INAMPS, duas categorias de usuários no sistema público de saúde 
brasileiro: os incluídos, que tinham o direito porque recolhiam a contribuição ao 
INAMPS; e os não incluídos, às vezes chamados de indigentes, que dependiam da 
atenção ambulatorial mais simples prestada por alguns serviços públicos e a assistência 
hospitalar prestada pelas entidades filantrópicas. Havia então os previdenciários e os 
não-previdenciários. 
Dessa forma, uma parcela considerável da população não tinha acesso aos serviços 
públicos previdenciários da saúde, e com a crise econômica dos anos 1980, essa 
parcela torna-se ainda maior, devido ao desemprego e ao aumento do trabalho informal, 
pressionando por uma necessidade de reorganização do sistema de saúde. 
Nesse cenário de um modelo à beira da exaustão, em 1986, ocorre a VIII Conferência 
Nacional de Saúde, na qual são apresentadas as bases doutrinárias de um novo sistema 
público de saúde, que fosse direito de todos os cidadãos e dever do Estado. Em seguida, 
os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte definem a criação de um Sistema 
Único de Saúde (SUS), organizado pelos princípios da descentralização, do 
atendimento integral e universal e da participação da comunidade. 
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), em sua publicação intitulada 
Legislação Estruturante do SUS, menciona que: “Criou-se, assim, na Constituição 
Federal promulgada em 5 de outubro de 1988 – Título VIII, da Ordem Social; Capítulo 
II, da Seguridade Social; Seção II, da Saúde, artigos 196 a 200, o Sistema Único de 
Saúde (SUS).” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011, p. 16). 
O novo modelo de sistema de saúde altera de forma significativa o modelo anterior, 
passando de ações que visavam atender ao sofrimento individual de uma parcela da 
população economicamente ativa e que estivesse doente, para um modelo com foco na 
prevenção e voltado à promoção, proteção e recuperação da saúde de forma integral e 
universal.

Outros materiais

Materiais recentes

Perguntas Recentes