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AVALIAÇÃO DO RASTREIO DA SÍNDROME DE DOWN E ACONSELHAMENTO GENÉTICO POR TRIAGEM (NIPT - TESTE PRÉ-NATAL NÃO INVASIVO), POR MEIO DO SORO MATERNO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA Renata Marques de Souza Orientadora: Profª Dra. Elisangela de Paula Silveira Lacerda Introdução Breve histórico da Síndrome de Down: ➔ 1866 John Langdon Down Jérôme Lejeune Patricia Jacobs ➔ 1959 ➔ 1960 Paul Emanuel Polani Aneuploidia e trissomia do 21 Alteração cromossômica Numérica Aneuploidia Trissomia Uma alteração cromossômica é considerada numérica, quando a mudança no número de cromossomo de uma célula, quer para + ou −. Alteração no numero de cromossomo, em parte do conjunto cromossômico da célula, havendo ganho ou perda de cromossomos específicos. MECANISMOS GENÉTICOS DA SÍNDROME DE DOWN A etiologia da SD é complexa, esta trissomia possui três variações: ❏ Não Disjunção Meiótica: ocorre em 95% dos casos resultando assim na trissomia do cromossomo 21 cariótipo: 47,XX,+21 para o sexo feminino e 47,XY,+21 para o sexo masculino. ❏ Translocação Robertsoniana: em cerca de 4% dos casos, cariótipo: 46,XX ou XY,rob(14;21) (q10;q10), + 21. ❏ Mosaicismo: 1% a 2% correspondem ao mosaicismo do cariótipo: (46,XY/47,XY + 21 ou 46,XX/47,XX + 21). Não diferindo quanto aos sinais clínicos e sendo identificada somente com teste de cariótipo. Não disjunção meiótica Figura 2: Mecanismos da divisão meiótica ilustrados por exemplificação com uma célula germinativa e dois cromossomos por (Pereira, 2018). Não disjunção meiótica ❖ Erros na meiose que levam à trissomia do 21 são predominantemente de origem materna 90% ❖ cerca de 10% ocorrem durante a espermatogênese. ❖ A maioria dos erros na meiose materna ocorre na meiose I e a idade materna. ❖ Isso é explicado pelo longo período em que os ovócitos imaturos permanecem suspensos em meiose I, desde sua produção durante o período fetal, até uma ovulação e posterior fertilização, quando a mulher atinge sua maturidade sexual. O grande intervalo de tempo, que pode levar de 10 a 50 anos, torna o ovócito predisposto ao acúmulo de efeitos danosos, os quais resultam em erros de separação cromossômica, seja em meiose I ou II. Translocação Robertsoniana ● Perda de braços curtos de dois cromossomos acrocêntricos e a subsequente junção dos braços longos destes. ● SD 14 ou 22 Translocação Robertsoniana Figura 3:Uma menina com síndrome de Down com um cariótipo mostrando uma translocação robertsoniana 14; 21: 46, XX, t (14; 21) (q10; q10), + 21. Mosaicismo Figura 4: Mosaicismo Células anormais (47 cromossomos). Células normais (46 cromossomos). CARACTERÍSTICAS FENOTÍPICAS DA SÍNDROME DE DOWN ● Hipotonia; ● Baixa estatura; ● Deficiência Intelectual; ● Orelhas de baixa implantação; ● Lingua protusa ● Pregas epicantricas ● Manchas de Brushfield; ● Braquicefalia; ● Ponte nasal achatada; ● Quinto Dedo encurtado; ● Unica prega palmar (linha simiesca); ● Defeitos Cardíacos Congênitos ; ● Atresia duodenal; CARACTERÍSTICAS FENOTÍPICAS DA SÍNDROME DE DOWN Diagnóstico da Síndrome de Down O Diagnóstico pré- natal é realizado pela triagem de primeiro e segundo trimestres padrão pela ultrassonografia e pelos analitos do soro materno. Teste pré natal não invasivos,pode detectar até 95% de todos os casos de SD com uma taxa de falso‐positivos aproximada de 5%. Diagnóstico da Síndrome de Down ❖ O isolamento de células fetais intactas e de DNA fetal livre no sangue materno tem sensibilidade e especificidade para a trissomia do 21 aumenta para mais de 99% com uma taxa de falso‐positivos menor que 1%. Hibridização Fluorescence in Situ (FISH) Método de FISH - Mostrando os cromossomos 13 em verde e o 21 em vermelho, com a trissomia do 21. Técnica do bandeamento G Uma técnica da qual os cromossomos são submetidos a ação de uma enzima proteolítica, como a tripsina e em seguida são corados com coloração Giemsa. Será obtido um padrão de bandas claras e escuras, sendo as escuras definidas como bandas G (STRACHAN; READ, 2013). Cariótipo por bandas GTG (banda G por tripsina e Giemsa) evidenciando trissomia livre do cromossomo 21, compatível com síndrome de Down. Incidência/reincidência da SD ● Estima-se que a prevalência mundial da síndrome no Brasil ocorra 1 em cada 700 nascimentos, o que totaliza em torno de 270 mil pessoas com SD; no mundo. ● A incidência estimada é de 1 em 1 mil nascidos vivos (Censo 2021). Aconselhamento Genético Fluxograma das etapas do aconselhamento genético na Síndrome de Down. JUSTIFICATIVA Este trabalho buscou verificar por meio da revisão sistemática da literatura, a compreensão da natureza da Síndrome de Down e de suas implicações na vida dos portadores, demonstrando a importância dos teste pré-natal (NIPT), um método de rastreamento altamente eficiente e tem sido aplicado como uma abordagem de rastreamento de primeira linha ou contingente em todo o mundo desde 2012. Análise do cariótipo para confirmação do diagnóstico em pacientes com suspeita de síndrome através da citogenética clínica que identifica essas alterações cromossômicas e importância do aconselhamento genético como uma abordagem da SD deve começar até mesmo antes da gestação, quando identificado o desejo de uma gestação tardia após os 35 anos. Objetivo Realizar uma revisão sistemática sobre a SD e, dentro disso, considerar os aspectos genéticos, buscar a compreensão da relação entre os diferentes cariótipos e os sinais clínicos apresentados. Avaliar os trabalhos sobre informar aos casais sobre os riscos destes distúrbios genéticos e eficácia na detecção em NIPT para redução do número de exames invasivos. Metodologia A literatura disponível consiste em uma revisão sistemática. Foram utilizados artigos publicados no período de 2016 a 2021, nos idiomas inglês, português ou espanhol com foco no rastreamento genético pré-natal da SD.Para a busca e seleção de artigos, realizada nos bancos de dados:(PubMed, SciELO e LILACS), com seguintes descritores: “Down Syndrome” and “Maternal Serum screening tests”. Tendo como ponto principal, a validação clínica ou estudos de implementação da análise do soro materno e definição do desempenho da triagem para SD e detecção precoce para redução do número de exames invasivos. Metodologia ● Critérios de exclusão: artigos que abordavam outras síndromes,não avaliavam os testes laboratoriais, artigos repetidos, estudos pré-clínico (estudos realizados com animais), coorte e caso-controle foram excluídos porque tendem a introduzir um viés otimista nas estimativas de desempenho diagnóstico, e análise. ● Critérios de inclusão: estudos de análise diagnóstica, ensaio clínico-randomizado e transversal. Metodologia Fluxograma da metodologia utilizada para a realização da revisão sistemática da literatura. Resultados Neste estudo de revisão sistemática foram selecionados 5 artigos científicos.Na tabela 1 é descrito a data de publicação, o tema abordado e o delineamento de cada estudo. Autores Data de publicação Tema Delineamento do estudo 1. GIL et al 2017 Análise de DNA livre de células no sangue materno na triagem de aneuploidias: meta-análise atualizada Meta-análise Desempenho dos testes de cfDNA na triagem de aneuploidias. 1. Alldred et al 2017 Testes de ultrassom de primeiro trimestre isoladamente ou em combinação com testes de soro de primeiro trimestre para rastreamento de síndrome de Down Análise retrospectiva de dados clínicos em teste que combinam marcadores de ultrassom com marcadores séricos, especialmente PAPP-A e ßhCG livre. Resultados 1. HU et al 2017 Um ensaio clínico prospectivo para comparar o desempenho da triagem pré-natal de manchas de sangue secas para a síndrome de Down com a tecnologia de teste não invasivo convencional Ensaio Clínico prospectivo aneuploidia pré-natal, resultados de testes de cfDNA falso-negativos e falso-positivos 1. Gray;Wilkins-Haug2018 Fizemos nossa última amniocentese? Atualizações sobre DNA livre de células para rastreamento de síndrome de Down Análise rastreamento de aneuploidia pré-natal, resultados de testes de cfDNA falso-negativos e falso-positivos 1. Sánchez-Durán et al 2019 Aplicação clínica de uma estratégia de rastreamento contingente para trissomias com DNA livre de células: um estudo piloto Observacional prospectivo, triagem convencional as mulheres foram classificadas em alto risco. Resultados ❖ Gil et al., (2017) avaliou as detecções combinada (DR) e taxas de falsos positivos (FPR) em 30 estudos o desempenho da triagem por análise de cfDNA para trissomia do cromossomo 21 em um total combinado de 1963 casos entre os estudos individuais, o DR variou entre 94,4% e 100% e o FPR variou entre 0% e 0,94%. O DR e FPR foram ponderados combinados onde a detecção, sensibilidade e foram 99,7%. (IC de 95%, 99,1–99,9%) e 0,04% (IC de 95%, 0,02–0,07%), respectivamente. ❖ Gray; Wilkins-Haug, (2018) em seus estudos encontraram, revisões utilizando as tecnologia de rastreamento do teste pré-natal não invasivo utilizando DNA fetal livre de células para a triagem da síndrome de Down (trissomia do 21) e relação à triagem sérica em mulheres > 35 anos porque tem a maior taxa detecção. Resultados Quad do 2º trimestre 1º trimestre combinado Tela integrada NIPT (cfDNA) Taxa de detecção 80% 90% 95% ≥98% Taxa positiva da tela 5% 15% 2% 0,2% Valor preditivo positivo 2% 2-3% 4% 80–99% Taxa de falha << 1% <1% <1% 0,3–3% Complexidade 1 coleta de sangue Ultrassom + 1 coleta de sangue Ultrassom + 2 coletas de sangue 1 coleta de sangue Ácido desoxirribonucléico livre de células cfDNA , teste pré-natal não invasivo NIPT TABELA 2 –Desempenho de testes de rastreamento de aneuploidia pré-natal em mulheres> 35 anos: Resultados ❖ Sánchez-Durán et al., (2019) realizado um estudo em estratégia contingente seguindo a triagem convencional mulheres classificadas em três grupos: alto risco (risco ≥1: 10 ou translucência nucal ≥3 mm), risco intermediário (risco 1:11 a 1: 1500) e baixo risco (<1: 1500). O teste de cfDNA foi oferecido para aqueles com risco intermediário. ❖ Teve uma taxa de detecção para trissomia do 21 de 100% (3 de 3) e uma taxa de falsos positivos de 0,2% (1/466). Das mulheres no grupo de risco intermediário 81,8% (374/457) das mulheres no grupo de risco intermediário escolheriam o teste de cfDNA como teste de segunda linha, principalmente devido à falta de risco para o feto. Resultados ➢ Hu et al., (2017) realizou uma abordagem através de ensaios clínicos por meio de DBS: mancha de sangue seco e MMS: triagem de soro materno.Com 1946 mulheres gravidas destas 1837 foram recrutadas voluntariamente realizando a triagem de SD por soro e teste DBS onde 1775 foram acompanhadas, nasceram 1737 bebês saudáveis e 38 pacientes de alto risco exibiram anormalidades cromossômicas, foram submetidos a rastreio secundário por análise de cfDNA. De três casos positivos marcados pelo exame de cfDNA, dois eram síndrome de Down com trissomia do cromossomo 21 e um era um falso positivo resultante de mosaicismo placentário. A taxa de verdadeiro positivo para detecção de síndrome de Down foi de 100% para ambos os métodos de triagem de sangue; no entanto, a taxa de falso-positivo foi de 3,0% para DBS e 4,0% para triagem sérica, respectivamente. Resultados foram confirmados por amniocentese e são compatíveis com anteriores. Resultados ❖ De acordo com Alldred et al., (2017) avaliou a relação de precisão dos marcadores de ultrassom: translucência nucal (TN) no primeiro trimestre isoladamente e em combinação com os testes séricos: proteína plasmática A associada à gravidez (PAPP-A) e beta gonadotrofina coriônica humana livre (ßhCG livre) e idade materna, para detecção da SD. selecionados 126 estudos (152 publicações) envolvendo 1.604.040 fetos (incluindo 8.454 casos de síndrome de Down). Detectando cerca de nove em cada 10 gestações com síndrome de Down a uma taxa de falso positivo de 5% (FPR). Em ambas as comparações diretas e indiretas, o NT combinado, PAPP-A, ßhCG livre e estratégia de teste de idade materna mostraram acurácia diagnóstica superior a NT e estratégia de teste de idade materna (P <0,0001).A sensibilidade de 95% estimada e FPR fixo de 5%. Discussão Os autores abordaram as tecnologias de rastreamento do teste pré-natal não invasivo utilizando DNA fetal livre de células para a triagem da SD, combinados com testes sorológicos de primeiro e segundo trimestre com e sem exames de ultrassom, apenas Alldred et al., (2017) baseou suas avaliações apenas com testes séricos. Dentre os artigos analisados, avalia medição de translucência nucal (aumento) por ultrassonografia com diagnóstico de 90% das gestações de fetos com SD e a triagem do primeiro trimestre por soro materno, proteína A plasmática associada à gravidez (PAPP-A) abaixo do normal para todas as trissomias e gonadotrofina coriônica humana (hCG) e sua subunidade beta livre sendo maior na SD , enquanto a triagem no segundo trimestre usando um triagem tripla ou quádrupla alfa-fetoproteína (AFP), estriol não conjugado, beta-hCG estariam todas abaixo do normal para as trissomias e Down é elevado para Beta-HCG. O DNA fetal livre de células na circulação materna, em combinação com a tecnologia aprimorada de sequenciamento genético, provaria ser os elementos-chave para o grande avanço no rastreamento da aneuploidia pré-natal. Discussão ➔ Conforme análise nos artigos selecionados, os testes de triagem com o uso de detecção de DNA fetal livre de células no soro materno foi o teste que apresentou maior taxas de detecção (DR) sensível, com valores de 100% (IC de 95%, 83,6–100%), e falsos positivos (FPR) específico variando de 0,004% (IC de 95%, 0,0–0,08% ), respectivamente. Apesar do aumento da sensibilidade e do valor preditivo positivo (VPP) da triagem sérica, o teste pré-natal não invasivo ainda é um teste de triagem, não um teste diagnóstico. ➔ A análise dos falsos positivos SD sendo de 0,1% foi explicada pela presença de DNA específico do cromossomo 21 aumentado, não reflete a composição cromossômica do feto na gravidez em curso, mas de origem placentária chamado de mosaicismo placentário confinado. Discussão ➔ A análise Sánchez-Durán et al., (2019) a triagem por cfDNA teve maior aceitação as mulheres classificadas como de 'alto risco' pois preferidos para evitar um teste doloroso e o principal motivo para aceitação deste teste foi a falta de risco para o feto o aconselhamento genético foi oferecido para os resultados da triagem das trissomias e após a entrega dos resultados do cfDNA, dando uma opção de conduta apropriada, preparo psicológico e cuidados pós-natais. Conclusão ★ A partir desta revisão sistemática da literatura foi possível observar aspectos genéticos da SD e compreensão da relação entre os diferentes cariótipos e os sinais clínicos apresentados com relação à importância de um aconselhamento em indivíduos portadores de uma translocação robertsoniana que não interfere nos sinais clínicos e sendo identificada somente com teste de cariótipo, orientação dos riscos uma gestação tardia após os 35 anos. ★ A triagem de primeiro e segundo trimestres através de ultrassonografia e pelos analitos do soro materno oferecem a realização de teste pré-natal não invasivo onde novas técnicas que permitem a identificação e o isolamento de células fetais intactas e de DNA fetal livre, mostrou ter alta sensibilidade e especificidade podendo ser os elementos-chave para o grande avanço no rastreamento da aneuploidia pré-natal. Referências ● NUSSBAUM, R.L.; McINNES, R.R.; WILLARD, H.F. Thompson & Thompson. Genética Médica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. ● BETÂNIA, M. et al. DIRETRIZES DE ATENÇÃO À SAÚDE DE PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN DIRETRIZES Departamento Científico de Genética. Março de 2020. ● IBGE - CENSO 2022. IBGE - Censo 2021. IBGE - Censo 2022.● ANTONARAKIS, Stylianos E.; SKOTKO, Brian G.; RAFII, Michael S.; et al. Down syndrome. Nature Reviews Disease Primers, v. 6, n. 1, 2020. ● GRIFFITHS, Anthony J. F. et al. Introdução à genética. 11. ed. ed., reimp.. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016 / 2017. CREDITS: This presentation template was created by Slidesgo, including icons by Flaticon and infographics & images by Freepik. Obrigado! https://www.google.com/url?q=http://bit.ly/2Tynxth&sa=D&source=editors&ust=1648594583510404&usg=AOvVaw3zzA_-DSHyvEkbZjxW_MMx https://www.google.com/url?q=https://www.flaticon.com/?utm_source%3Dslidesgo_template%26utm_medium%3Dreferral-link%26utm_campaign%3Ds%2520g_resources%26utm_content%3Dflaticon&sa=D&source=editors&ust=1648594583510629&usg=AOvVaw1orXtxismpYaQnXfTO8I21 https://www.google.com/url?q=https://www.freepik.com/?utm_source%3Dslidesgo_template%26utm_medium%3Dreferral-link%26utm_campaign%3Ds%2520g_resources%26utm_content%3Dfreepik&sa=D&source=editors&ust=1648594583510822&usg=AOvVaw1g-zy6LAcGGFi-AOSSb1nL
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