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1 Natasha Ferreira ATM25 DIABETES FISIOLOGIA O DM é uma doença crônica e degenerativa no qual o corpo não produz insulina ou ele é resistente a insulina, ou ambos. Resulta em defeitos na ação da insulina, na sua secreção ou ambos. É um grupo heterogêneo persistente de distúrbios metabólicos que levam a Hiperglicemia persistente Ilhotas de langerhans • Células β (55%): insulina, peptideo C, proinsulina • Células α (25%): glucagon, proglucagon • Células δ (10%): somatostatina • Células Ɛ (3%): Grelina • Células PP (5%): Polipeptideos pancreáticos A DM pode ocorrer por 3 principais causas: • Secreção deficiente de insulina pelas células β (geralmente processos autoimunes) • Resistencia a ação da insulina (frequentemente associado a síndrome metabólica) • Combinação de ambos fatores ANABOLISMO E CATABOLISMO Anabolismo: Quando nos alimentamos, há um pico glicêmico levando a um estímulo para produção de insulina pelas células Beta (inibição das células alfa), aumenta a absorção hepática e, consequentemente, armazenamento de glicose sob a forma de glicogênio. Catabolismo: Quando estamos em jejum, com baixos níveis glicêmicos ocorre um estímulo para as células Alfa (inibição das células beta), aumenta a produção dos hormônios contra insulínicos como o glucagon, o que irá quebrar o glicogênio armazenado e disponibilizar energia na forma de glicose. (IMAGEM) EFEITOS METABÓLICOS DA INSULINA Músculos • ▪ Aumenta a captação de glicose e aminoácidos • ▪ Síntese proteica e glicogenogênese (síntese de glicogênio) Tecido adiposo • ▪ Aumento da captação de glicose e Lipogênese • ▪ Inibição da lipólise, redução de concentração plasmática de ác. Graxos (aumenta o tec. Adiposo) Fígado • ▪ Aumento da captação de glicose e inibição da glicogenólise e gliconeogênese • ▪ Estímulo a glicogenogênese • ▪ Aumento da síntese de triglicerídeos e formação de VLDL EFEITOS METABÓLICOS DO JEJUM E GLUCAGON Hormônios contrainsuliniocs (GH, cosrtisol, adrenalina, glucagon, etc) Músculos • Proteólise (discreta) Tecido adiposo • Lipólise: glicerol e ácidos graxos • Energia, síntese hepática de VLDL e triglicerídeos • Formação de corpos cetônicos 2 Natasha Ferreira ATM25 Fígado • Glicogenólise levando a gliconeogênese (IMAGEM) EPIDEMIOLOGIA Hoje no mundo, 1 a cada 10 pessoas são diabéticas (537 milhões) De 30 a 50% das pessoas não sabem ter a doença. Ausência de sintomas ou oligossintomáticos 3 a cada 4 pessoas com DM vivem em países em desenvolvimento Aumento na Am N é de 24%, europa 13%, Am Central e do Sul 50%, África 134% CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA Diabetes Mellitus tipo 1 • Déficit na produção insulínica, geralmente de forma absoluta, por destruição autoimune de células Beta. • Incluindo LADA – diabetes latente autoimune do adulto Diabetes Mellitus tipo 2 • Perda progressiva da secreção insulínica pelas células Beta • Background de resistência insulínica (paciente produz mta insulina, mas com o tempo ocorre falência pancreática) • Deficiência relativa de insulina Diabetes Mellitus gestacional • Hiperglicemia diagnosticada durante a gestação (24 -28 semanas, com o aumento do hormônio lactogênio placentário) • Ausência de critérios claros para diagnostico de DM previamente a gravidez Tipos específicos de diabetes • Doenças do pâncreas exócrino (pancreatite, trauma, fibrose cística, pancreatectomia) • Endocrinopatias (Cushing, hipertireoidismo, acromegalia, insulinoma, feocromocitoma) • Drogas que interferem na insulina (corticoides, TARV, imunossupressores, tiazídicos) • Doenças genéticas (sínd. De Prader-Wili, sd. De Down) • Infecções e destruição de cél. Pancreáticas • Miogênico (MODY): defeito genético na secreção de insulina, existem pelo menos 6 subtipos, ocorre em indivíduos com menos de 25 anos, autossômico dominante, não é nem o tipo 1 nem o 2 RASTREIO E DIAGNÓSTICO Muitos não têm sintomas ou tem sintomas inespecíficos Sintomas clássicos de hiperglicemia: • Poliúria (diurese osmótica Glicemia >180mg/dl) – capacidade da reabsorção tubular renal • Polidipsia (sede) • Polifagia • Perda de peso • Noctúria • Inespecíficos − Parestesias transitórias, visão turva, fadiga − Candidíase, infecções de pele Ficar atento aos sinais de resistência insulínica, devido a metade dos pacientes com DM2 serem assintomáticos. • Hiperandrogenismo • Acantose nigricans 3 Natasha Ferreira ATM25 DM TIPO 1 Destruição seletiva das células beta pancreáticas Cerca de 5-10% dos casos de DM Ocorre destruição seletiva das células Beta e declínio da produção de insulina. É uma doença autoimune de origem poligênica • Em 95% dos casos (DM tipo 1A) Causa idiopática (não cursa com anticorpos circulantes) • 5% dos casos (DM tipo 1B) Pode surgir em qualquer idade • Sem predileção por sexo, predomínio em brancos • Mais frequente em crianças e adolescentes (8-13 anos) • Instalação mais insidiosa em adultos • Até o momento não existe prevenção para seu desenvolvimento Fatores ambientais como “gatilhos” (sem comprovação científica) • Infecções por vírus (mais aceito) • Microbiota intestinal • Higiene excessiva • Componentes dietéticos (leite de vaca precocemente ou cereais tardiamente) • Deficiência de vit D • Pesticidas e nitratos Graus variáveis até a fase de deficiência total de insulina • Processo autoimune pode durar de meses a anos • Estágio final = Hiperglicemia (destruição de 80-90% das cél. beta) Fisiopatogenia não totalmente esclarecida • Fator hereditário – polimorfismo • Relação com o HLA (antígeno leucocitário humano): DR3 e DR4 O peptídeo C é utilizado clinicamente para medir os níveis de insulina endógenos sem a influência da administração exógena. Quando a pró insulina é quebrada, resulta em insulina e Peptídeo C, ou seja, é análogo a quantidade de insulina produzida pelo organismo. Cetoacidose diabética (CAD) (hiperglicemia + cetonemia + acidose metabólica) Ocorre quando as concentrações de insulina são insuficientes para suprir a demanda energética. Em vista disso, o organismo passa a metabolizar triglicerídeos para ter ATP, ocorrendo elevação de ac. Graxos, os quais são convertidos em cetonas. Isso, acarreta a acidificação do sangue e urina (cetonemia). Sinais e sintomas: náusea, vômitos, fadiga, dor abdominal, hálito cetônico, resp. Kussmaul, taquicardia, desidratação (hiperglicemia diurese osmótica) Manifestação inicial da doença em 30% dos DM1 e é raro em DM2 2 (neste caso é mais comum o estado hiperosmolar não cetótico) – pois tem insulina circulante. Diagnóstico: Glicemia >250mg/dL; pH arterial <7,3; HCO3 <15; ânion GAP >10-12; Cetonúria e cetonemia Conduta: 1. Correção hidroeletrolítica: solução 0,45% NaCl 300ml/hr 2. Insulinoterapia: bolus IV 0,1U/Kg regular e, após 5min, 0,1U/Kg/hr 4 Natasha Ferreira ATM25 ESTÁGIOS DO DM TIPO 1 E SUAS CARACTERÍSTICAS A detecção de autoanticorpos pode ocorrer anos antes do diagnóstico de DM1 Destruição da célula Beta e declínio da produção de insulina: tendência a queda dos níveis de anticorpos com o passar dos anos AUTOIMUNIDADE Quando estamos em dúvida entre LADA e DM2 Os anticorpos auxiliam no diagnóstico diferencial em casos atípicos (dúvida diagnóstica, especialmente >30 anos) e em pesquisa médica (rastreio em alto risco) • Anti-ilhota (ICA) • Antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD) – maior sensibilidade • Anti-insulina (IAA) • Antitirosina-fosfatase (IA-2 e IA-2B) Associação com outras doenças autoimunes • Autoimunidade tireoidiana presente em ~20% dos casos, sendo que 2-5% desenvolvem hipotireoidismo autoimune • Anticorpos antitransglutaminasepresentes em 10% dos casos (cerca de 5% apresentam doença celíaca) • Mais raros (<1%): adrenalite autoimune, doença poliglandular autoimune e algumas raras síndromes • Rastreio Tireoidiano − Dosagem de TSH no diagnóstico +- anticorpos (anti-TPO e anti-Tg) − Caso TSH normal, repetir este exame a cada 1-2 anos 5 Natasha Ferreira ATM25 • Rastreio doença celíaca − Rastreio em crianças (igA e antitransglutaminase igA) – pode ser pouco sintomática ou assintomática − Caso exame normal, repetir após 2 a 5 anos. DM TIPO 2 90% dos casos de DM Doença crônica de etiologia complexa e multifatorial Doença poligênica com forte herança familiar • Maior agregação genética, se comparado ao DM1 • Sem associação com HLA • Habitualmente após os 40 anos de idade • Aumento significativo em jovens nos últimos anos Fatores ambientais • Hábitos dietéticos inadequados • Inatividade física • Tabagismo Doença assintomática ou oligoassintomáticapor muitos anos • Diagnóstico geralmente é feito por exames de rotina ou por complicações crônicas • Sintomas clássicos podem estar presentes (poliúria, polidipsia, ...) Fatores de risco • História familiar • Avanço da idade • Sedentarismo • Obesidade, presença de componentes da Sd. Metabólica (HAS, dislipidemia...) • Diagnóstico prévio de pré-diabetes ou DMG 80-90% dos diabéticos tipo2 apresentam obesidade e outros componentes da síndrome metabólica Octeto Ominoso de DeFronzo (2009) (IMAGEM) – há vários sistemas alterados que estão levando ao DM2 RESISTENCIA INSULÍNICA Hiperinsulinismo em estágios iniciais da doença Graus variados de deficiência na síntese e secreção de insulina A deficiência de insulina e relativa em estágios iniciais (ao grau de RI) 6 Natasha Ferreira ATM25 RASTREIO DE PRÉ-DIABETES E DM2 ❶ Paciente obesos ou com sobrepeso que tenham 1 ou mais dos seguintes fatores de risco: • Familiares de 1º grau com diabetes • Etnicidade de alto risco • Historico de DCV • Hipertemnsão (PA>= 140/90 ou em tratamento para HAS) • HDL < 35mg/dl e/ou triglicerídeos > 250mg/dl • Mulheres com diagnóstico de síndrome dos ovários poliscistivos • Sedentarismo • Outras condições clínicas associadas a resistência insulínica (acantose nigricans, HIV) ❷ Pacientes com pré-diabetes devem ser testados anualmente ❸ Mulheres com diagnostico de DMG devem ser testadas pelo menos a cada 3 anos ❹ Para todos os outros pacientes, os exames devem ser pedidos a partir dos 45 anos. ❺ Se resultados normais, repetir exames a cada 3 anos no mínimo ou mais frequentemente, de acordo com os resultados iniciais e status de risco EXAMES A SEREM SOLICITADOS • Glicemia em jejum (GJ) − Coleta em sangue periférico após 8hs de jejum calórico • Teste oral de tolerância a glicose (TOTG) − Jejum e 2hs após sobrecarga oral com 75g glicose anidra − Ingesta mínima de carboidrato nos 2/3 dias anteriores • Hemoglobina Glicada (HBa1c) − Últimos 3 meses, pouca variabilidade e independe do jejum CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICOS PARA: ❶ Pré-diabetes (ADA 2022) Valores mais altos que os considerados normais Condição de maior risco DM2 e DCV • Glicemia plasmática entre 100-125mg/dl, com jejum de pelo menos 8hs • TOTG: Glicemia entre 140-199mg/dl após 2hs de sobrecarga glicêmica • HbA1c entre 5.7 – 6.4% ❷ Diabetes (ADA 2022) Glicemia ≥ a 200 e os sintomas de poliuria, polidpsia, o diagnóstico é direto 7 Natasha Ferreira ATM25 • Glicemia plasmática entre ≥ 126mg/dl, com jejum de pelo menos 8hs* • TOTG*: Glicemia ≥ 200mg/dl após 2hs de sobrecarga glicêmica • HbA1c > 6.5%* *Obs: Na ausência de hiperglicemia inequívoca, o diagnóstico depende de 2 testes anormais na mesma amostra ou em 2 amostras separadas • Glicemia aleatória plasmática >=200mg/dl em pacientes com sintomas inequívocos de hiperglicemia. Este critério isolado já é suficiente para fechar diagnóstico ❸ DMG (SBD 2020) • Na primeira consulta de pré-natal, recomenda-se descartar a presença de DM existente previamente a gestação • Mulheres sem diagnóstico de DM, mas com GJ>=92mg/dl devem receber diagnóstico de DMG • Solicitar TOTG 1 e 2hs entre 24-48 semanas, naquelas sem diagnóstico • Glicemia em jejum >=92mg/dl • Glicemia 1h após sobrecarga >179mg/dl • Glicemia 2hs após sobrecarga >152mg/dl PREVENÇÃO Pré-diabetes • Mudança de estilo de vida − Cessar tabagismo − Pelo menos 150 min de exercício físico por semana (intensidade moderada) − Alcançar e manter no mínimo 7% de perda do peso inicial ao longo de 6 meses − Alimentação saudável (redução de carboidrato, dieta mediterrânea) • Tratamento medicamentoso − Metformina em situações específicas: Obesidade grau 2 ou maior (IMC >=35Kg/m²) Idade < 60anos Histórico pessoal de DMG Presença de Sd. Metabólica HAS GJ > 110mg/dl CONTROLE GLICÊMICO Monitorar Hemoglobina glicada (HbA1c) • Pelo menos 2x/ano em paciente com controle estável da doença e atingindo metas glicêmicas • Solicitar a cada 3 meses se controle fora da meta ou mudanças no tratamento Automonitorização da glicemia capilar (HGT’s) • Se tratamento intensivo com múltiplas doses de insulina: mínimo 4 medidas/dia • Em pessoas que não estão em uso de insulina os benefícios clínicos são limitados para esta população: não há consenso sobre sua utilização (SBD recomenda) – pode ser útil em alterações 8 Natasha Ferreira ATM25 de dieta, exercício físico, medicações que causam hipoglicemias, etc Tempo no alvo/ Time in Range (TIR) • HbA1c (hemoglobina glicada) é o padrão ouro para o controle glicêmico: relação bem documentada com as complicações micro e macrovasculares • Entretanto, não considera a variabilidade glicêmica e as hipoglicemias • Te dá a média da glicemia Metas glicêmicas • Reavaliar metas e alvos de glicemia e A1c periodicamente • HBac1 7,0% − Aplicável para a maioria dos diabéticos adultos, não gestantes • HBac1 6,5% − Controle mais estrito aplicável em casos específicos o Desde que não ocorram hipoglicemias ou efeitos adversos o Ex: uso somente de metformina, ausência de DCV, etc • HBac1 < 8,0% − Controle menos estrito para determinados grupos de DM o Hipoglicemias graves, complicações avançadas, expectativa de vida o Idosos 9 Natasha Ferreira ATM25 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Fatores fundamentais INIVIDUALIZAR • Comorbidades (ex: Doença renal crônica, doença cardiovascular...) • Hipoglicemias; • Efeito sobre peso corporal; • Efeitos Adversos, interações; • Fatores financeiros; • Preferências pessoais; • Nível de Hba1c, valores de glicemia pré e pós-prandiais OCTETO DE FRONZO Onde podemos agir com cada droga ANTIDIABÉTICOS ORAIS (DM2) ❶ Agentes que não aumentam a secreção de insulina: Biguanidas Metformina • Tratamento de DM2 • Redução de HbA1c de 1,5 – 2% (potência considerável) • Redução da produção hepática de glicose (gliconeogênese) e estímulo a captação de glicose nos tecidos periféricos. Atua reduzindo a resistência insulínica • É a primeira opção de tratamento, exceto se contraindicado • Droga segura, barata, com potencial benéfico cardiovascular • Não causa hipoglicemias (sem elevação dos níveis de insulina) • Efeitos adversos: − Gastrointestinais (náuseas, diarreia, dor abdominal), Acidose lática (raro) − Metformina XR (glifage XR) -> liberação prolongada, diminui incidência de diarreia -> deve ser administrada aos poucos − Acidose láctica (mais grave – raro) • Contraindicado se TFG < 30ml/min/1.72m² (taxa de filtração glomerular) – pode aumentar o risco de acidose láctica • A longo prazo pode levar a deficiência de Vit b12, portanto recomenda-sedosar essa vitamina periodicamente nos pacientes que usam esta medicação, especialmente se anemia ou neuropatia periférica 10 Natasha Ferreira ATM25 Glitazonas Pioglitazona • Também chamados de Tiazolidinedionas • Redução de HbA1c de 1-1,4% • Rosiglitazona foi retirada do mercado por aumentar o risco de insuficiência cardíaca • Melhora o desempenho da insulina endógena (sensibilizador de insulina - aumentta) • Ganho de peso, retenção hídrica, aumento do risco de IC e fraturas • Contraindicado em doença hepática grave e IC grau III e IV Inibidores da alfaglicosidade Acarbose • Redução de HbA1c de 0,5-1% • Redução da velocidade de absorção de glicose ❷ Agentes que aumentam a secreção de insulina Sulfonilureias Glibenclamida, Glimepirida, Glicazida, Glipizida • Redução de HbA1c de 1,5-2% • Se ligam nos receptores de insulina das células Beta • Efeitos adversos: Hipoglicemia e ganho de peso • Recomendado para as gestantes por atravessar pouco a barreira placentária Glinidas Nateglinida, Repaglinida • Não são muito utilizados na prática • Redução de HbA1c de 1-2% • Ação rápida e breve: auxiliam o controle de hiperglicemia pós-prandial (aumentam a insulina também, mas de um modo pós- prandial) • Efeitos adversos: Hipoglicemia e ganho de peso (por ser hormônio anabólico) ❸ Incretinomiméticos: Quando o alimento chega no intestino, ele produz o peptídeo GLP1 o qual terá ações em diversos tecidos do corpo, reduzindo o apetite, aumentando o DC, aumentando insulina e diminuindo glucagon, diminui o esvaziamento gástrico, diminui a apoptose de cél. beta. A enzima DPP-4 é responsável por inibir e degradar o GLP1 Inibidores do DPP-4 Sitagliptina, Vildagliptina, Saxagliptina e Linagliptina • Redução de HbA1c de 0,6-0,8% • Inibem a degradação do GLP-1, melhorando a resposta insulina e agindo na glicemia pré e pós-prandial • Custo alto, potência intermediária, ação neutra sobre o peso e ASCVD (doença aterosclerótica cardiovascular) Agonistas do GLP1 Liraglutida, Semaglutida, Dulaglutida, Exenatida • Redução de HbA1c de 0,8-1,8% • Estímulo a secreção de insulina (glicose- dependente), retardo do esvaziamento gástrico, redução da hiperglucagonemia, redução do apetite, ação antiapoptótica sobre as cél. beta • Redução do peso corporal • Efeitos adversos: vómitos, diarreia, pancreatite • Preço elevado, uso subcutâneo* (Semaglutida está em estudo para uso oral) -> injetáveis • Redução de desfechos cardiovasculares compostos (IAM, AVC, morte por DCV) em pacientes com doença aterosclerótica estabelecida. • Redução da evolução para nefropatia grave e proteinúria, podendo ser opção em casos de doença renal leve a moderada (Liraglutida e Semaglutida) 11 Natasha Ferreira ATM25 ❹ Agentes que promovem a glicosúria: Nos néfrons, principalmente no túbulo proximal, tem-se um receptor chamado SGLT-2, o qual é responsável pelo reconhecimento e reabsorção de Sódio-Glicose. Inibindo este receptor tem-se glicosúria Inibidores do SGLT-2 Dapaglifozina, Empaglifozina e Canaglifozina • Redução de HbA1c de 0,5-1% • Prevenção da reabsorção de glicose no túbulo proximal e glicosúria • Redução do peso • Redução de PA e volemia • Redução de eventos CV e mortalidade com DCV (empa e Canaglifozina) • Benefício na internação por ICC • Benefício na evolução para IR terminal e proteinúria naqueles com DRC leve a moderada. • Efeitos adversos: Infecções urogenitais, hipotensão (idosos), fraturas, amputações (canaglifozina), cetoacidose euglicêmica (cetoacidose com a glicemia normal -> contraindicado para DM1) • É uma droga que está sendo utilizada em pacientes que não são portadores de DM (ex: portadores de IC) 12 Natasha Ferreira ATM25 ❶ Indicadores de alto risco para DCV, DRC ou IC 13 Natasha Ferreira ATM25 Se não houver DC, DRC ou IC ❷ Individualizar o tratamento conforme a HbA1c FARMACOCINÉTICA DAS INSULINAS 14 Natasha Ferreira ATM25 ALGORITMO PARA O TRATAMENTO DO DM2 15 Natasha Ferreira ATM25 16 Natasha Ferreira ATM25 17 Natasha Ferreira ATM25 INSULINOTERAPIA NO DM2 Pode ser necessária a qualquer momento durante a evolução do DM2, as vezes de maneira imediata 18 Natasha Ferreira ATM25 O padrão é iniciar com uma insulina (bed time) basal NPH 10UI a noite (pois é o momento que aumentam os hormônios contra insulínicos devido ao jejum noturno, suprimindo a gliconeogênese causada por esses hormônios). Outra opção é uma insulina de ação prolongada, uma Glargina 1x/dia 2º passo é associar uma insulina de ação rápida (prandial) No 3º passo inicia-se o tratamento semelhante ao DM1, com esquema basal-bolus No efeito Somogyi, temos uma hipoglicemia na madrugada, e uma hiperglicemia rebote pela manhã. A conduta será para o paciente medir seus níveis glicêmicos na madrugada e se caso confirmado, reduzir a utilização do NPH à noite. Muitos médicos aumentam a insulina pelos níveis altos glicêmicos pela manhã, o que piorará o caso APÓS 3 MESES 19 Natasha Ferreira ATM25 Na terceira etapa, adicionar uma dose de insulina rápida para cobrir a principal ou principais refeições do dia. Este tratamento vai depender muito de cada indivíduo e suas medidas de HGT. Se HGT está alto pré almoço, vai se dar uma insulina após o café da manhã Nesta etapa, usamos então 2 doses do NPH e 3 doses da Glulisina Ou, 1 dose da insulina Glargina e as mesmas 3 de insulina rápida (Glulisina) 20 Natasha Ferreira ATM25 INSULINOTERAPIA NO DM1 O uso de insulina é imprescindível no DM1, e deve ser iniciado tão logo o diagnóstico for realizado • Tratamento deve ser individualizado e o mais fisiológico possível • Considerar as diferentes fazer do crescimento e da doença (puberdade, fase lua-de-mel) • Educação, treinamento, nutrição, exercício físico, contagem de carboidratos, monitorização (4-6x/dia ou contínuo) Efeitos colaterais • Hipoglicemia • Lipo-hipertrofia − Nódulos endurecidos sob pele por acúmulo de gordura subcutânea − Absorção imprevisível de insulina, levando a mau controle glicêmico − Prevenção: rodízio de locais de aplicação e higiene Cuidados com a insulina • Locais de absorção: mais rápida no abdome • Aumentam a absorção: calor, fricção e massagem no local da aplicação (não fazer, não queremos rápida absorção, pois pode aumentar a hipoglicemia) • Reduzem a absorção: doses mais elevadas em única aplicação • Conservação (não deve ser congelada ou ficar na porta da geladeira), higiene Locais de aplicação 21 Natasha Ferreira ATM25 DIABETE E COMPLICAÇÕES Visão geral • Estatinas/ estratificar o risco CV • Cessar tabagismo • Tratamento das dislipidemias • Controle de HAS (droga nefro protetora, alvo de PA) • Controle de hiperglicemia • Vacinas (influenza, pneumonia,COVID19) • Atividade física, MEV, obesidade • Antiagregante plaquetários? Avaliação médica e cuidados gerais • Peso, altura, IMC • PA, hipotensão ortostática • Fundoscopia • Palpação da tireoide • Avaliação da pele (acantose nigricans, lipo hipertrofia) • Exame físico dos pés (úlcera, deformidades, sensibilidade) • Palpação de pulsos, índice tornozelo- braquial • Avaliação de neuropatias • HbA1C a cada 3 meses, microalbuminúria • Perfil lipídico • Função hepáticae renal • TSH para DM1 MACROVASCULARES ASCDV Doença cardiovasc. aterosclerótica Principal causa de morte e incapacidade em DM 1 a cada 3 pacientes com SCA é diabético Sempre calcular o risco cardiovascular MICROASCULARES Qualquer uma dessas alterações já classifica o paciente como alto rico DRD Doença renal do diabetes Principal causa de DRC terminal em pacientes ingressando programas de diálise em países desenvolvidos No brasil, 1/3 dos casos de diálise Aumento da excreção urinária de albumina (EUA) e/ou • Normo, micro ou macroalbuminúria Redução da taxa de filtração glomerular (TGF) • DRD pode ocorrer com redução isolada da TFG, na ausência de albuminúria 7-24% em DM1 e 39-52% em DM2 Rastreio quando iniciar? DM1: • A partir do 5º ano de doença • Pacientes com DM persistentemente descompensada e DM1 começar antes DM2: • A partir do diagnóstico da doença Frequência: anualmente Como: • Estimativa da TFG • Medida de albumina em amostra urinária (EUA) • Será positivo quando amostra de urina apresentar ≥ 30mg de albumina/g de creatinina (Cr) • Se positivo, confirmar com repetição do exame em 3-6meses (2-3 amostras) • Afastar possíveis fatores de confusão (hematúria, atividade física intensa, febre, HAS, hiperglicemia) 22 Natasha Ferreira ATM25 Como interpretar? Albuminúria moderadamente aumentada • Albuminúria ≥ 14mg/L • Relação albuminúria/creatinina ≥ 30mg/g Albuminúria intensamente aumentada • Albuminúria ≥ 140mg/L • Relação albuminúria/creatinina ≥ 300mg/g Como tratar? Lembrar: ISGLT-2 e albuminúria, redução da progressão 23 Natasha Ferreira ATM25 Retinopatia diabética Complicações microvasculares específica do DM Principal causa de novos casos de cegueira em adultos 20-74 anos Doença presente em 90% dos DM1 e 60% dos DM2 após 20 anos de doença Rastreio: anualmente DM1: • Após 3-5 anos do início da doença • Não é necessário antes de 10 anos de idade DM2: • A partir do diagnóstico da doença Gestantes • A partir do início da gestação em mulheres com DM1 ou 2 pré-existente, ou já no planejamento da gravidez Pode ser classificada em • Não proliferativa • Proliferativa Pode estar acompanhada de edema macular diabético (EMD) • Sua presença e gravidade não estão relacionados diretamente ao grau de RD • Pode estar associado a qualquer estágio da doença e evoluir de forma independente, com redução da acuidade visual Fotocoagulação • Edema macular diabético clinicamente significativo • RD não proliferativa grave ou proliferativa Fatores de risco 24 Natasha Ferreira ATM25 Tratamento • 95% dos pacientes com RD significativa podem evitar a perda visual, se diagnosticado e tratado em tempo hábil • Otimizar o controle glicêmico, dislipidemia e HAS para reduzir o risco de progressão da RD. Neuropatia diabética Complicação crônica mais prevalente, afetando de 30-50% dos DM 15% dos pacientes com ND desenvolvem úlceras nos pés (UPD), é a principal causa de amputação não traumática de MMII Caracterizara por dano neurológico em pacientes com DM, após exclusão de outras causas Pode atingir tanto o SNC quando o periférico Sintomas: • Ardor, queimação, pontadas, câimbras, choques, dormência, hiperalgia (parestesias até dores incapacitantes) • Sensação de pé frio ou perda de sensibilidade • Frequentemente piora a noite e melhora com exercício físico Sinais: • Redução de sensibilidade • Fraqueza • Atrofia (musculatura interóssea) • Dedos “em martelo” Rastreio: anualmente 50% dos pacientes com ND são assintomáticos, portanto a busca ativa é importante DM1 • Após 5 anos do ínicio da doença DM2 • A partir do diagnóstico da doença 25 Natasha Ferreira ATM25 Teste do monofilamento • Avaliação da sensibilidade tátil • Monofilamento de 10g • Teste + quando paciente não perceber o estímulo em um ou mais pontos (risco de ulceração) • Exame normal não exclui outras formas de ND Sensibilidade vibratória • Diapasão de 128Hz • Teste + se o paciente não sentir o estímulo • Colocar no calcanhar, falanges proximais Sensibilidade térmica Sensibilidade dolorosa (pinprick) Reflexo aquileu Cuidado com os pés • Identificar pés em risco de ulceração • Calçados confortáveis, uso de meias, limpeza, secar entre os dedos, cortar unhas • Avaliação de fatores de risco (ND, deformidades, traumas, histórico de úlceras e amputação, tempo de DM. • DAoP (doença arterial obstrutiva per.), sempre palpar os pulsos (principalmente pedioso e tibial posterior) • Pele seca, rachaduras, unhas hipotróficas, encravadas ou micóticas • Alteração de cor e temperatura Neuropatia Autonômica Afeta o Sistema nervoso autônomo (SNA) – porção parassimpática Analisar a polifarmácia
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