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História da América 5 desafios e 25 questões FCE

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Historiografia e fontes da história da América colonial
Desafio 
Ensinar História é evitar anacronismos, desviar das respostas fáceis e auxiliar o estudante a despertar seu olhar crítico sobre eventos, fenômenos e processos históricos. Assim, toda forma de abordagem essencialista que atribua características inatas e imutáveis a determinados povos, além de ser evitada, deve ser refutada com firmeza. Combater esse tipo de abordagem se refere ao uso do método científico, que permite desmistificar as aparências dos objetos históricos.
Pense na seguinte situação: 
O seu desafio é descontruir esse discurso com base em argumentação histórica, de forma que o aluno compreenda as determinações que fazem com que uma sociedade seja diferente da outra, percebendo que isso não é algo a ser considerado negativo. Um exemplo disso pode ser a dicotomia entre a civilização e a barbárie.​​​​
Resposta
Em primeiro lugar, pode-se convidar o aluno a refletir sobre a origem desse discurso, se ele serve ou serviu a algum interesse. O aluno seria instigado a refletir que os europeus, ao conquistarem as terras do continente americano e promoverem a escravidão/exploração/genocídio indígena, necessitavam de justificativas ideológicas para colocar em prática tal projeto. Portanto, o aluno deve considerar que era preciso, do ponto de vista do conquistador, caracterizar os índios como atrasados, pouco inteligentes, preguiçosos, selvagens, etc.
O aluno deve ser provocado a conectar o seu próprio discurso com suas origens históricas. Isso pode ser ilustrado pelo exemplo de que o pensamento atual, a cultura e até o idioma são frutos de décadas ou séculos de acúmulo de experiências que resultam no presente como se conhece. O mesmo ocorre no caso dos preconceitos contra os índios; eles foram construídos ao longo do tempo, de forma a se enraizarem no senso comum e nas opiniões de muitas pessoas sobre os povos pré-colombianos.
É possível, então, elencar diversas características das civilizações indígenas, começando pelo fato de que elas são muitas e, por isso, ricas em sua complexidade. O aluno deve compreender que os povos pré-colombianos apresentaram cultura, religião, arquitetura, arte e diversos outros elementos que frequentemente são usados para caracterizar uma civilização. Da mesma forma, sobre as diferenças entre esses povos, e deles em relação aos europeus, é possível afirmar que as características locais, como topografia, recursos hídricos, clima, etc., influenciam no desenvolvimento das sociedades, moldando suas características.
Dessa maneira, o aluno poderá compreender que esta ou aquela civilização se desenvolvem de uma ou de outra forma através de processos históricos que determinam como elas são. Não existe uma natureza, uma essência de um povo; são pelas determinações históricas as quais esteve submetido que se definem.
Exercícios
1. 
No que tange ao estudo histórico da América colonial, existem várias correntes historiográficas. Como o estudo da História se transforma ao longo do tempo, sendo ele também histórico, é normal que diferentes abordagens e conclusões, não raramente opostas, sejam apresentadas pelos historiadores em períodos distintos. Especificamente em relação à história da América colonial, duas grandes tradições se consolidaram, sendo uma chamada de cientificista, e a outra, de lascasiana.
Levando em consideração que essas duas correntes maiores viriam a abrigar as principais tendências historiográficas sobre o período colonial das Américas, qual ponto pode ser apontado como o de maior diferença entre elas?
A. A corrente lascasiana defende que os indígenas resistiram de maneira contundente contra a invasão europeia, enquando que a corrente cientificista acredita não ter existido nenhuma forma de resistência.
B. A principal diferença entre as duas correntes é de cunho metodológico, pois a cientificista trabalha somente com fontes escritas, e a lascasiana prefere a utilização de imagens e crônicas espanholas.
C. As tendências historiográficas baseadas no cientificismo recorrem a conceitos anacrônicos que não deveriam ser utilizados, enquanto que os lascasianos se valem de fontes exclusivamente produzidas no século XIX.
D. As duas correntes não têm como objeto o estudo das relações entre os indígenas e os conquistadores europeus, pois a lascasiana se interessa somente pelos escritos de Bartolomeu de Las Casas.
E. A cientificista tende a considerar que os indígenas foram beneficiados pelo contato com a civilização europeia, e a lascasiana enfoca somente o sofrimento dos nativos a partir da violência colonial.
2. 
Bartolomeu de Las Casas foi um frade dominicano espanhol que conduziu projetos missionários logo no início do processo de colonização da América hispânica. Produziu muitos escritos que permitem conhecer com detalhes as relações entre o clero, os índios e os conquistadores espanhóis no século XVI. Reconhecido como um dos grandes defensores dos direitos dos índios, sua voz destoava dos colonizadores, que enxergavam os indígenas apenas como uma massa útil para o trabalho escravo ou servil.
É sabido que Las Casas, ao defender a integridade dos índios, argumentava a partir de perspectivas religiosas e humanitárias, mas qual era o pano de fundo que conectava essas duas questões?
A. O frade tinha como objetivo transferir o controle da questão indígena das mãos do Estado espanhol para as da Igreja.
B. A necessidade de que o trabalho escravo indígena fosse explorado somente pela Igreja em benefício dos padres.
C. No período em questão, Las Casas estava preocupado em mascarar a violência colonial atrás de aparências respeitáveis.
D. Las Casas era inimigo dos conquistadores, portanto, desejava controlar os índios contra eles.
E. A tendência dominante na época era de que os índios precisavam ser convertidos e, somente depois, escravizados.
3. 
Em todo o período colonial foram escritos relatos por viajantes, missionários, conquistadores e colonos sobre o continente americano. Esses escritos são importantíssimos para o estudo da história da América colonial, já que se apresentam como fontes muito ricas que revelam detalhes e características do processo colonial. Esses relatos ficaram conhecidos como crônicas coloniais, herdeiras de um estilo literário tradicional na Espanha. Contudo, é possível afirmar que não houve a simples transposição desse formato da Espanha para as colônias, surgindo, no continente americano, novos objetos a serem descritos.
Levando isso em consideração, acerca da aparição de novas inspirações para os cronistas, quais foram os principais temas abordados por eles nessas crônicas coloniais?
A. As crônicas registraram extensos e detalhados comentários sobre a produção econômica, o consumo e a economia em geral.
B. As crônicas abordaram, na maior parte das vezes, a natureza, a vida cotidiana, os povos indígenas e o processo de conquista e colonização em si.
C. Os escritos coloniais, por conta da censura da Igreja, se resumiram ao registro de orações e lições teológicas aplicadas aos índios.
D. Existiram dois tipos de crônicas coloniais: as de temas relacionados a estratégias militares e as que especulavam sobre a natureza indígena.
E. Houve uma preocupação por parte dos cronistas em salientar o aspecto bárbaro das Américas, tema que permeia todas as crônicas.
4. 
Em relação aos modelos de urbanização implementados durante o período colonial, é possível efetuar uma distinção entre aqueles encontrados na América hispânica e os vistos na América portuguesa. Portanto, está claro que determinações locais atuaram no sentido de promover esta ou aquela forma de construir cidades, vilarejos e obras arquitetônicas.
De que maneira a analogia criada pelo historiador Sérgio Buarque de Holanda sobre o semeador e o ladrilhador, usada para ressaltar a diferença do urbanismo português e hispânico nas Américas, colabora para a compreensão desse tema?
A. Nas cidades portuguesas criadas nas Américas havia pouca participação do campo, já que eram autossuficientes, tanto em termos de alimentaçãoquanto na variedade de profissões ligadas à construção civil.
B. A metáfora diz respeito à sociedade rural estabelecida pelos espanhóis e, em contraposição, à sociedade eminentemente urbana organizada pelos portugueses no Brasil.
C. A urbanização portuguesa ocorreu de forma assistemática, como um semeador que joga suas sementes, enquanto que a hispânica obedeceu a planos urbanísticos, como faz um ladrilhador ao assentar ladrilhos.
D. Nas cidades hispânicas não havia a profissão de ladrilhador, na medida em que somente camponeses participaram do processo de colonização.
E. As condições climáticas muito diferentes entre América portuguesa e hispânica valorizaram certos de tipos de profissões, havendo maior ocorrência de ladrilhadores na primeira e de semadores na segunda.
5. 
A partir do século XVIII, com as reformas postas em prática pelo Marquês de Pombal, novas propostas urbanísticas foram desenvolvidas na América portuguesa. As chamadas “reformas pombalinas” tinham como um dos seus objetivos reforçar a autoridade dos portugueses sobre a sua maior colônia. Dessa forma, ao se constatar que os centros urbanos eram vitais em um empreendimento desse tipo, Pombal buscou realizar o que de mais moderno havia em termos urbanos e arquitetônicos, trazendo racionalidade para essa área no Brasil. Portanto, é evidente que resultados importantes decorreram desse movimento.
Refletindo a respeito desse processo de alteração urbanística, qual principal resultado prático das medidas adotadas nas cidades brasileiras naquele período pode ser apontado?
A. Houve uma expansão da rede urbana para o interior do país, com a formação de novas grandes cidades no sertão brasileiro.
B. A população concentrada nas grandes cidades experimentou um significativo aumento, causando graves problemas sanitários.
C. Aconteceu a transposição perfeita dos modelos de cidades portuguesas para o Brasil, em um fenômeno inédito até então.
D. Foram desenhados novos traçados urbanos, determinando claramente espaços destinados à Igreja, praça central, cadeia, prédios públicos e pelourinho.
E. As cidades foram construídas a partir de novos referenciais estéticos e arquitetônicos jamais utilizados na Europa.
A formação da América portuguesa
Desafio
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular, a área de História no Ensino Fundamental deve trabalhar os conteúdos a partir dos processos de "identificação, comparação, contextualização, interpretação e análise de um objeto"(BRASIL, 2018, p. 398). Assim sendo, ao investigar determinado objeto histórico em sala de aula - por exemplo, a chegada dos portugueses à América e o início da colonização -,o professor deve levar em consideração todos esses elementos em sua metodologia para que possa ensinar com mais qualidade.
Uma maneira interessante de atingir esses objetivos, quando se trata da Educação Básica, é criar propostas conjuntas com professores de áreas afins, como a Geografia.
Sendo assim, observe o cenário hipotético a seguir:
Tendo em vista essa situação, responda a seguinte questão: Como você abordaria a chegada dos portugueses e a colonização considerando os parâmetros expostos pela BNCC e a interdisciplinaridade?
Resposta
Em primeiro lugar, é feita a identificação do objeto, ou seja, os alunos são apresentados ao recorte temático, que é dividido em dois pontos complementares: a chegada dos portugueses ao Brasil e a colonização. A geografia pode ajudar explicando que os navegadores pioneiros precisavam analisar corretamente a direção dos ventos e das correntes marítimas. Assim, os riscos de naufrágio eram reduzidos e as viagens se tornavam mais rápidas. A colonização começou, de fato, após 1530, quando as terras foram divididas entre os capitães donatários. As condiçõs climáticas do Nordeste favoreceram o plantio da cana de açúcar, que se tornaria a ponta de lança dos produtos coloniais. No entanto, para que isso faça mais sentido, é necessário situar os alunos no tempo e no espaço, explicando sobre a crise pela qual passavam os países europeus e a posição geográfica de Portugal, que lhe favoreceu a  conquistar Ceuta e a navegar pela costa africana. É possível efetuar uma comparação entre a centralização política portuguesa com o fato de ainda não existir nos outros países, permitindo que Portugal se tornasse mais eficiente em decisões importantes, como a de descobrir novas rotas marítimas e de montar fortes esquadras navais. Por fim, feita essa análise preliminar do objeto, é possível passar à interpretação: quais os sentidos das navegações portuguesas, das colônias criadas e os resultados disso em perspectiva histórica? Portugal adquiriu grande proeminência no século XVI, tornando-se uma verdadeira "potência" pelo fato de ter encontrado a rota marítima para as Índias e, desde então, ter lucrado muito com seus entrepostos na Ásia, no extremo Oriente, na África e no Brasil. Ou seja, os portugueses estavam presentes em todos os continentes conhecidos, antecipando o imperialismo e a globalização. Contudo, com a entrada da Inglaterra na conquista dos mares, Portugal perdeu espaço. Como resultado para o Brasil, o país experimentou a dizimação dos povos indígenas, viveu a escravidão africana, que ainda possui marcas na sociedade atual, e adquiriu a cultura ibérica, tendo como principal característica a língua portuguesa, que, como também estuda a Geografia Humana, está presente em diversos países colonizados por Portugal.
Exercícios
1. 
A partir do final do século XV, os europeus iniciaram um movimento de expansão marítima que gerou uma era de grandes navegações. O conhecimento europeu acerca dos outros continentes era relativamente pouco, se comparado ao obtido nos séculos que se seguiram. No entanto, a Europa já mantinha contatos comerciais com o norte da África, com o Oriente Médio e com as chamadas Índias. Esse comércio era realizado por meio de rotas terrestres ou pelo Mediterrâneo. No entanto, com bloqueios estabelecidos pelos muçulmanos nessas rotas, tornou-se imperioso para os europeus a descoberta de uma rota marítima alternativa para a Ásia. Nesse contexto é que Portugal assume grande protagonismo, descobrindo a primeira rota pelo mar até as Índias. Levando em consideração o contexto político da Europa, bem como sua localização geográfica, quais razões contribuíram para que o reino de Portugal se tornasse pioneiro nas grandes navegações?
A. Descentralização política, acordos comerciais e tipo de sociedade.
B. Monarquia parlamentar, expansão das manufaturas têxteis e regulamentação mercantil.
C. Excesso populacional e adoção da religião muçulmana como a religião oficial do país.
D. Centralização política, situação dos países europeus centrais e a localização geográfica.
E. Expansão visando à colonização, guerra contra outros reinos e imposição do absolutismo.
2. 
A Dinastia de Avis (1385-1580) foi uma das mais importantes e poderosas da história de Portugal. Durante a sua vigência, o reino encontrou grande prosperidade e avanços em diversas áreas, sendo as mais importantes aquelas que dizem respeito à navegação e à expulsão dos árabes. Portanto, a modernização colocada em prática naquele período acabou resultando na expansão ultramarina do reino, que foi planejada e executada pelo rei D. João I, primeiro da Casa de Avis. A primeira grande façanha da Dinastia de Avis, em termos de expansão marítima, foi a conquista de Ceuta, no norte da África, em 1415. A historiografia tem determinado esse momento como o ponto inicial das grandes navegações portuguesas, que chegaram ao Oriente e ao Brasil. Considerando o contexto de Portugal no século XV, quais foram os principais objetivos do rei D. João I na conquista de Ceuta?
A. Debelar revoltas coloniais que colocavam em perigo as conquistas territoriais portuguesas.
B. Evitar a criação de entreposto comercial que servisse de intermediário entre a Europa e a América.
C. Consolidar seu poder no território africano onde outras colônias já haviam sido estabelecidas.
D. Interferir nas rotas marítimas dos reinos rivais europeus e criarum monopólio colonial.
E. Conquistar uma cidade muçulmana e um ponto estratégico para a navegação na costa africana.
3. 
Inicialmente, a coroa portuguesa implementou, no Brasil, um sistema administrativo baseado nas capitanias hereditárias, que possuíam relativa autonomia. Porém, ao perceber que esse modelo não estava desenvolvendo a colônia conforme esperado, um novo regime administrativo foi adotado. Dessa vez, foi criado o governo-geral, uma forma centralizada de administração do território português na América, que visava a protegê-lo mais eficientemente contra invasões estrangeiras, por exemplo. Considerando essa situação, que era dificultada por outros problemas de segurança da colônia, quais outros desafios precisavam ser enfrentados pelo governador-geral?
A. A dificuldade com a cana de açúcar e o comércio de escravos.
B. O clima muito quente e a distância da metrópole.
C. Os conflitos com os indígenas e a proximidade dos espanhóis.
D. Conflitos entre os capitães donatários e queda na produção.
E. A baixa produtividade e a ameaça de independência.
4. 
A chegada dos europeus à América ocorre pouco antes da Reforma Protestante de Martinho Lutero, evento que atingiu de maneira significativa o catolicismo. No contexto da contrarreforma, colocada em marcha pelo Papa, novas ordens religiosas foram criadas e, junto com outras já existentes, foram enviadas para as Américas. Dentre as ordens, destaca-se a Companhia de Jesus, que teve papel muito importante na estrutura montada pelos colonizadores. Considerando ambos contextos, qual o principal interesse da Igreja ao enviar missionários para as Américas?​​​​​​​
A. Atuar como vanguarda na conquista e escravização dos povos indígenas.
B. Conquistar novos fiéis como resposta à perda de seguidores para o protestantismo.
C. Analisar as condições culturais dos indígenas para atender determinações de Portugal.
D. Construir igrejas em localidades onde ainda não havia arquitetos da Coroa.
E. Estabelecer contato com indígenas para que eles não reagissem à escravização.
5. 
O sistema de capitanias hereditárias foi responsável pelo grande desenvolvimento da produção de açúcar na colônia. Basicamente, a produção era realizada pela mão de obra escrava (inicialmente indígena e em seguida africana) em grandes extensões de terras pertencentes a um único proprietário, em um sistema que é denominado de plantation. Refletindo acerca desses dois elementos típicos da formação social colonial brasileira, quais aspectos podem ser encontrados no Brasil atual que remontam suas origens na sociedade do século XVI?
A. Racismo e latifúndios.
B. Indústrias e tecnologia.
C. Pequena propriedade rural e especiarias.
D. Ateísmo e alta renda entre a população negra.
E. Baixa população e igualdade.
A urbanização latino-americana
Desafio
A Geografia pode ser caracterizada como uma disciplina social, já que tem como um dos seus objetos de estudo o espaço geográfico, que é o campo de ação da sociedade em interação constante com o meio natural. ​​​​​​​O processo de urbanização e o comportamento das cidades, bem como sua relação com a rede urbana, podem ser considerados espaços e produtos sociais que são usufruídos de forma diferente pelos diversos grupos sociais que compõem e produzem a cidade.
Sabendo da importância desse processo, e estando você no papel de professor de Geografia dos anos finais do Ensino Fundamental, responda:
Como ensinar e discutir a cidade latino-americana com os alunos, de forma que eles possam entender as variáveis que atuaram e atuam na dinâmica das cidades e, ao mesmo tempo, desenvolver sua cidadania e sua sensibilidade em relação aos problemas urbanos? 
Resposta
Os conteúdos relacionados ao estudo das cidades latino-americanas devem obedecer às diversas abordagens teórico-metodológicas existentes na Geografia. A partir da análise destas e de sua adaptação aos níveis de ensino a serem trabalhados, é importante iniciar a temática fazendo com que o aluno entenda quais foram os processos que originaram as cidades e toda a sua dinâmica, pretérita e atual. Para que isso seja possível, poderão ser utilizados relatos da época, disponíveis em livros, imagens e pinturas, e, para o período atual, mapas e cartas topográficas, além de imagens de satélite. Ao mesmo tempo, é relevante que o aluno compreenda, com o intuito de desenvolver sua cidadania e sua sensibilidade em relação aos problemas urbanos, que, desde o início das cidades, as desigualdades territoriais e sociais já existiam e imprimiram seus reflexos na organização das cidades atuais, bem como nos problemas urbanos.
Exercícios
1. 
O processo de urbanização da América Latina foi iniciado a partir da implantação das primeiras cidades coloniais, que tinham por objetivo centralizar os produtos obtidos pela exploração colonial para exportação.
A partir de então, os primeiros passos da urbanização foram dados, e décadas mais tarde o processo tornou-se mais acelerado, em virtude:
A. da própria dinâmica colonial, que ampliou os fluxos de mercadorias, expandindo as redes entre as vilas, associada ao processo de industrialização que ocorreu após a crise de 1929.
B. da urbanização planejada e exigida pela industrialização, pois, para as indústrias funcionarem e distribuírem suas mercadorias, eram necessárias cidades organizadas.
C. das cidades coloniais, que já foram concebidas de forma planejada, já que a intenção dos colonizadores era ocupar as colônias latino-americanas para o seu estabelecimento e o início de uma nova vida.
D. das indústrias, que promoveram grandes melhorias nas colônias, organizando o espaço geográfico de forma igualitária e funcional para todas as classes sociais usufruírem da cidade.
E. das cidades propriamente ditas, que já foram criadas de forma planejada para receber as indústrias e todos os serviços ligados a essa atividade econômica, facilitando o fluxo de mercadorias e serviços.
2. 
Para que as cidades latino-americanas atingissem o estágio de metrópoles, elas passaram por diversas configurações e portes, como as cidades coloniais, as cidades industriais e as cidades comerciais, até atingirem a metropolização.
Sobre essas classificações, assinale a alternativa correta:
A. As cidades coloniais representam o segundo estágio de transformação das cidades, pois elas iniciaram o seu processo de urbanização a partir das cidades de exploração.
B. As cidades industriais consistem no primeiro estágio de formação das cidades latino-americanas, pois a industrialização já foi implantada logo após a colonização.
C. A metropolização consiste no ápice do processo urbano; à medida que o centro urbano torna-se mais relevante, ele cria uma rede urbana ao seu redor que vai se aglomerando com o tempo.
D. As cidades comerciais referem-se aos centros urbanos que desenvolveram suas habilidades comerciais ainda nos tempos da colônia, destacando-se entre as demais e já metropolizadas.
E. As metrópoles latino-americanas surgiram após a consolidação das cidades coloniais, em decorrência da ligação comercial e de exploração entre elas, permitindo a expansão dos centros urbanos.
3. 
A origem das cidades latino-americanas está relacionada com o período das navegações europeias, que, em busca de novas colônias de exploração, colonizaram diversos territórios ao longo do litoral para usufruir de seus recursos naturais.
Sobre a implantação das colônias e a influência na organização espacial das cidades, assinale a alternativa correta:
A. A instalação das cidades coloniais no litoral ocorreu devido às belezas que este apresentava, originando cidades mais bonitas e com clima mais agradável.
B. Os colonizadores instalaram as primeiras cidades coloniais no litoral com o objetivo de ocupar a costa para proteção e também para a concentração e a exportação dos produtos obtidos.
C. A implantação das primeiras cidades coloniais no litoral não influenciou no processo de expansão das cidades ao longo do tempo para o interior, pois as ligações entre elas eram precárias.
D. As primeiras cidades coloniais foramimplantadas no interior dos territórios, e o litoral era usado para a proteção das colônias de exploração.
E. A maioria das metrópoles existentes na América Latina está localizada no interior dos territórios, pois eram os locais nos quais circulavam mais riquezas em virtude das colônias de exploração.
4. 
A organização espacial das cidades latino-americanas foi influenciada pelo estabelecimento das primeiras colônias no litoral. O desenvolvimento da malha urbana no decorrer dos séculos também foi influenciado por outros fatores.
Nesse contexto, assinale a alternativa correta:
A. A organização territorial das cidades latino-americanas foi realizada de forma bem pensada desde a implantação das colônias, o que se reflete no funcionamento das cidades atuais.
B. As cidades latino-americanas foram concebidas de forma planejada e elaborada, a partir dos interesses da população.
C. A organização espacial latino-americana privilegiou, em primeiro lugar, a circulação de pessoas, para que estas se deslocassem de forma rápida para trabalhar e consumir mais mercadorias.
D. As cidades latino-americanas foram organizadas de modo não aleatório, privilegiando os interesses econômicos e sociais na maneira como o espaço geográfico deveria ser utilizado. 
E. A organização do espaço urbano latino-americano favorecia a circulação de bens e serviços, mas não foi capaz de reduzir as barreiras físicas. 
5. 
A forma como as cidades latino-americanas evoluíram ao longo do tempo trouxe uma série de benefícios para a ocupação do território de forma geral, além do desenvolvimento dos países. Entretanto, o crescimento também trouxe uma série de problemas urbanos, que provocaram e ainda provocam diversas crises urbanas.
Sobre essas crises, assinale a alternativa correta:
A. A crise urbana latino-americana existiu durante a fase de transição entre as cidades industriais e as cidades comerciais, pois, após essa época, as oportunidades aumentaram consideravelmente, melhorando a vida de todas as parcelas da sociedade.
B. Boa parte dos problemas urbanos está associada à implantação das cidades coloniais, e, à medida que as cidades sofreram o processo de metropolização, a crise urbana foi resolvida.
C. Muitos dos problemas urbanos são causados pela própria população, que não respeita as leis e as regras de construção e de habitação, já que existem áreas disponíveis para todas as parcelas da sociedade nos centros urbanos.
D. A organização espacial das cidades foi pensada e implantada com o objetivo de sanar os problemas referentes ao processo de urbanização, existindo somente questões pontuais relativas ao meio ambiente.
E. A crise urbana é uma consequência das desigualdades sociais impostas pela urbanização e pela sociedade de consumo: nem todos têm direito à cidade, obrigando uma parte da população a ocupar as periferias e gerando problemas sociais, políticos e econômicos.
Crise colonial e origens da independência na América
Desafio
O processo de independência na América foi um fenômeno de longa duração, forjando resultados distintos a partir das singularidades de cada sociedade em que esses eventos foram gerados. Dessa forma, é fundamental a compreensão histórica desses acontecimentos para que não sejam realizadas análises subjetivas, superficiais e até mesmo anacrônicas acerca desses fatos.
Considere que você faz parte do corpo docente de uma escola de Educação Básica e ministra aulas nas turmas do 8.° ano do Ensino Fundamental - Anos Finais. Sua prática docente é balizada pelos debates contemporâneos sobre a educação nacional, ancorada na BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Sabe-se que, nessa etapa, a unidade temática trata de Os processos de independência nas Américas, e que os alunos devem ser capazes de desenvolver as habilidades (EF08HI07) e (EF08HI08), quais sejam:
Durante uma aula, na qual você aborda o projeto colonizador português na América, são demonstradas as características desse processo e é feita uma comparação com a situação das outras colônias americanas. Após essa explicação, é aberto o diálogo para que sejam sanadas possíveis dúvidas referentes ao assunto.
Nesse momento, três questionamentos levantados pelos alunos são pertinentes:
a) Um dos seus alunos questiona se o problema do Brasil não seria o fato de termos sido colonizados pelos portugueses.
b) Aproveitando a fala do colega, outro aluno pergunta se nossa situação seria melhor se no lugar dos portugueses tivéssemos sido colonizados pelos ingleses, tornando a situação do Brasil mais próxima dos Estados Unidos, ou seja, uma potência econômica e bélica.
c) E por fim, um terceiro aluno questiona se as nações protestantes, como Inglaterra e Holanda, não foram melhores colonizadores do que os reinos católicos, como Portugal, Espanha e França.
Como você, no papel de professor, responderia essas questões?
Resposta
a) O processo de colonização é realizado a partir de um pressuposto de conquista, iniciado com a ocupação de um território, enfrentamento e submissão da população nativa, bem como a imposição de um aparato técnico e administrativo que corresponda aos interesses da metrópole. Nesse sentido, o problema em si não está nos portugueses, mas sim na gestação da nação, que foi realizada em um contexto de exploração.
b) As singularidades dos desdobramentos dos processos de independência ocorridos na América dizem menos respeito aos colonizadores do que ao contexto das sociedades coloniais. A Coroa britânica possuiu colônias na América, África, Ásia e Oceania, e, em cada uma dessas localidades, a relação foi diferenciada. Então, o que ocorreu nos Estados Unidos da América não poderia ser restrito ao fato de terem sido colonizados por ingleses.
c) A relação entre metrópole e colônia, em todos os aspectos, sempre foi sustentada pela dependência e pelo pacto colonial. Uma diferença percebida nessa questão foi interpretada por Max Weber em A ética protestante e o espírito do capitalismo, em que nações protestantes, como Inglaterra e Holanda, adotaram valores calvinistas como a valorização do trabalho, a poupança e o lucro em oposição ao ideário católico, que compreendia o trabalho como um castigo divino.
Exercícios
1. 
A expansão ultramarina europeia foi resultado de uma troca de conhecimentos náuticos e cartográficos entre diversos povos. Esse processo deu gênese ao processo expansionista europeu culminando na conquista e na colonização do território americano.
Quais fatores foram determinantes nesse contexto? Assinale a alternativa correta.
A. O conhecimento náutico das nações europeias era avançado no final do século XV, inclusive realizando trocas comerciais com povos árabes no norte da África, que desconheciam técnicas de navegação.
B. A superioridade racial europeia é evidenciada a partir de suas conquistas tecnológicas, pois esses povos desenvolveram técnicas de navegação e instrumentos ainda no século XIV, possibilitando a colonização de outros povos ditos atrasados.
C. O conhecimento náutico europeu era restrito ao Mar Mediterrâneo - batizado pelos romanos como Mare Nostrum. Outras porções aquáticas, como o Oceano Atlântico, ficaram impenetráveis por europeus até o início do século XVIII.
D. O processo de conquista e de colonização da América é fruto de um movimento da História, seu resultado era inevitável, uma vez que o progresso e a civilização estão restritos a um grupo que tem o dever de colonizar os demais povos inferiores.
E. A descoberta de instrumentos e de técnicas de navegação desconhecidos pelos europeus, como a bússola, o quadrante e o astrolábio, que foram desenvolvidos e aprimorados por chineses e árabes, facilitou a expansão ultramarina.
2. 
O grande historiador britânico Eric Hobsbwam afirmou que, entre os anos de 1789 e 1848, o mundo passaria por uma onda revolucionária, período denominado por ele como a Era das Revoluções. O final do século XVIII foi responsável por uma onda revolucionária que atingiu o mundo atlântico. Quais características a seguir definem corretamente o surgimento e os desdobramentos desses eventos?A. A Revolução Industrial, surgida nos Estados Unidos, no século XVIII, a Revolução Americana, também conhecida como Independência dos Estados Unidos da América, em 1783, e a Revolução Francesa, em 1798, foram os principais eventos da chamada onda revolucionária atlântica.
B. A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, e a Independência dos Estados Unidos, ambas do século XVIII, foram fatores de ordem econômica, enquanto a Revolução Francesa, de 1789, foi um fenômeno compreendido exclusivamente de ordem política e social.
C. O mundo atlântico foi afetado da mesma maneira pela onda atlântica. Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, pregados pela Revolução Francesa, e a crítica ao domínio colonial europeu foram entendidos da mesma forma em todas as sociedades coloniais americanas.
D. A Revolução Industrial, surgida na Inglaterra, ao longo do século XVIII, modifica as relações de produção existentes na sociedade. A Revolução Americana, finalizada em 1783, enfrenta o domínio colonial existente nas Américas, e a Revolução Francesa, de 1789, ataca o modelo do antigo regime.
E. A Revolução Industrial foi o fator determinante na organização dessa nova ordem mundial, colocando fim ao ideal burguês, representado pelo antigo regime. As Revoluções Americana e Francesa reproduzem esse modelo, sendo consideradas filhas diretas desse modelo revolucionário.
3. 
Em 1927, o pintor mexicano Diego Rivera finaliza o quadro La sangre de los mártires revolucionarios ferlización la tierra (O sangue dos mártires da revolução fertilizando a terra), no qual são retratados os corpos de revolucionários como Emiliano Zapata semeando os ideais revolucionários latino-americanos. A partir desse contexto, pode-se afirmar que a independência da América espanhola é um processo de longa duração, iniciado no século XIX e finalizado no século XX. Qual alternativa a seguir se encaixa nas características oriundas desse fenômeno?
A. A independência das colônias espanholas se inicia com a independência de Cuba, em 1811, antigo território do Vice-Reino do Prata, e é finalizada com a independência da República Dominicana, em 1909. 
B. O processo de independência das colônias espanholas foi fruto da ação dos criollos, a elite colonial americana, em oposição aos chapetones, espanhóis que exerciam funções administrativas nas colônias.
C. Não existe muita diferença nos processos de independência das colônias espanholas na América. Todos são frutos de um fenômeno social iniciado pelos criollos, contando com participação massiva dos escravizados.
D. Apesar da proximidade temporal, a independência da América espanhola é entendida como um processo de curta duração. O propósito, criado por San Martin, era estabelecer uma grande nação que agregasse todos os territórios recém-independentes.
E. As antigas colônias espanholas na América abraçaram a causa revolucionária como um todo, a adesão social foi imensa, agregando indivíduos de todas as classes sociais, como chapetones, criollos, mestizos​​​​​​​ e indígenas.
4. 
"O Terror é a luta da liberdade contra seus inimigos." (Maximilien de Robespierre - líder jacobino).
“Salvei a minha pátria. Vinguei a América... Nunca mais um colono europeu porá o pé neste território com o título de amo ou de proprietário.” (Jean Jaques Dessalines - líder da Revolução Haitiana).
Os gritos de liberdade, igualdade e fraternidade ecoaram por todo o mundo atlântico de maneira diversificada, sendo ouvidos e interpretados de diversas formas por indivíduos distintos, que ocupavam posições sociais diversificadas e realizaram revoluções a partir do seu lugar social. Qual alternativa a seguir se encaixa, em concordância com os eventos históricos, com os reflexos de 1789 no continente americano?
A. A Revolução Francesa incentivou os rebeldes das Treze Colônias Inglesas a lutarem contra a opressão britânica, dando início à Revolução Americana, também conhecida como Independência dos Estados Unidos da América, em 4 de julho.
B. A Revolução Francesa e os seus ideais republicanos e igualitários inspiraram movimentos ocorridos na parte setentrional do Brasil, como as Revoluções de 1817 e de 1824, iniciadas pela Paraíba e espalhadas para regiões vizinhas.
C. No Brasil, os ideários de 1789 inspiraram a Inconfidência Mineira, cujo representante mais significativo foi Tiradentes. Entre o projeto revolucionário dos inconfidentes estava a instauração de uma república e o fim da escravidão.
D. Na Ilha de São Domingos, ocorreu o modelo mais extremo dos ideais revolucionários. Liderados por Toussaint L'Overture, os escravizados assassinam a população branca declarando a independência do Haiti.
E. Na América espanhola, os desejos revolucionários tiveram efeito a partir das ações de Simón Bolivár e de José de San Martín, que lutaram lado a lado para libertar as colônias do domínio espanhol e instaurar uma nova monarquia.
5. 
"As elites brasileiras que tomaram o poder em 1822 compunham-se de fazendeiros, comerciantes e membros de sua clientela, ligados à economia de importação e exportação e interessados na manutenção das estruturas tradicionais de produção cujas bases eram o sistema de trabalho escravo e a grande propriedade. [...] Formados na ideologia da Ilustração, expurgaram o pensamento liberal das suas feições mais radicais, talhando para uso próprio uma ideologia essencialmente conservadora e antidemocrática. A presença do herdeiro da Casa de Bragança no Brasil ofereceu-lhes a oportunidade de alcançar a Independência sem recorrer à mobilização das massas."
(Emília Viotti da Costa, em Da Monarquia à República).
Na introdução da obra Da Monarquia à República, a historiadora Emília Viotti da Costa analisa a gênese do processo de independência realizado pela elite brasileira, expondo suas características e os grupos que tomaram a frente do carro-chefe revolucionário brasileiro. A independência do Brasil, ocorrida em 1822, teve seu pontapé a partir dos eventos iniciados entre 1807 e 1808, em Portugal. Com base nos seus conhecimentos sobre o período, qual alternativa a seguir é verdadeira?
A. A independência do Brasil começa, de fato, em 1808, com a chegada da corte portuguesa. Essa medida transformou o Brasil, uma antiga colônia, em sede do império ultramarino português, todas as ordens partiam, a partir daquele momento, da nova capital do Império.
B. Apesar da mudança da corte portuguesa para o Brasil, não ocorreram mudanças substanciais na estrutura administrativa. Medidas que impediam o desenvolvimento do Brasil continuaram, como o impedimento de manufaturas, a divulgação de ideias e a livre circulação de pessoas e de mercadorias.
C. O processo de transferência da corte portuguesa para o Brasil foi um fenômeno pensado no calor do momento, devido à ameaça iminente de invasão das tropas napoleônicas. Essa medida foi emergencial e resolvida logo após a derrota de Napoleão na Batalha de Waterloo, quando o Rei voltou para Portugal.
D. O Brasil experimentou mudanças profundas no seu aparato burocrático e administrativo, ocasionadas pela transferência da família real portuguesa. A presença dos portugueses gerou conflito com a elite local, que buscou romper relações com os europeus, dando origem a uma República, em 1822.
E. A independência do Brasil foi um processo ocorrido sem grandes mudanças sociais. Houve uma independência política de Portugal, mas as bases da sociedade foram mantidas, como o sistema monárquico, a grande lavoura e o trabalho escravo.
A escravidão africana nas Américas
Desafio
Atualmente, tem se tornado cada vez mais comum (e popular) um certo tipo de literatura histórica – em geral produzida por autores sem formação na área – contestando teses solidamente estabelecidas pela comunidade de historiadores a respeito da escravidão. 
Nesse tipo de texto, de caráter revisionista, afirmações não embasadas cientificamente dão conta de que Zumbi dos Palmares (um dos grandes ícones do movimento negro brasileiro), por exemplo, seria proprietário de escravos. Além dessas afirmações, existe ainda outra visãoexpressa por historiadores amadores defendendo a tese de que o instituto da escravidão – mesmo que terrível em si – teria, ao final das contas, sido benéfico para os descendentes de escravos, pois os teria inserido na civilização ocidental, entendida como a única possível e desejável.
O seu desafio é apresentar uma argumentação para cada uma delas, de forma que comprove que estão incorretas.
Resposta
Para rebater a ideia de que Zumbi tinha escravos é suficiente afirmar que a produção historiográfica séria, feita até hoje, em nenhum momento encontrou evidência de que isso possa ter acontecido. Não existe documentação ou qualquer outro tipo de fonte confiável da época que possa embasar a ideia de que a escravidão existia dentro dos quilombos, especialmente Palmares. Até mesmo porque isso seria algo muito contraditório, pois o quilombo era formado por ex-escravos que enxergavam a liberdade como algo positivo. Dessa forma, na impossibilidade de comprovar se havia ou não escravos em Palmares, mas devido ao contexto de conquista da liberdade pelos negros, a lógica conduz a encarar a possibilidade de que não existiam escravos naquele quilombo como a mais plausível. Portanto, afirmações categóricas como as de que Zumbi tinha escravos se tratam de reescrita da história, a partir de um viés ideológico determinado.
Em relação à segunda ideia, sobre os supostos benefícios trazidos pela escravidão aos próprios negros, é preciso apontar para a realidade atual. Além da violência e da crueldade de quase 400 anos de escravidão negra, basta observar os índices sociais atuais que demonstram a marginalização imposta à população negra. Evidentemente que esses dados não revelam fenômenos que surgiram do nada, pelo contrário, demonstram que existe um problema histórico, originado na escravidão, que até hoje não foi resolvido, como a violência, a baixa escolaridade, os menores salários, dentre outras mazelas, atingindo a parcela negra da população das Américas com maior intensidade. Além disso, se a perspectiva do defensor dessa visão distorcida da história da escravidão for a de que os negros foram tirados da barbárie e colocados na civilização, é possível afirmar que essa é uma ideia eurocêntrica, que considera a civilização ocidental superior às outras, fato que não encontra respaldo na realidade.
Exercícios
1. 
No início do século XV, teve início um processo histórico que é conhecido por colonialismo e que está na base da formação do modo de produção capitalista. Nesse processo vigorou, durante séculos, a escravidão negra. Portanto, as origens dessa remontam a um período histórico em que, de forma pioneira, os portugueses passaram a realizar navegações cada vez mais ousadas pelo oceano Atlântico, estabelecendo uma rota marítima até as Índias e chegando ao Brasil.
Levando em consideração esse quadro, qual é a relação que pode ser estabelecida entre a expansão ultramarina portuguesa e os primórdios da escravidão africana nas Américas?
A. Ao navegarem pela costa africana em direção ao Sul do Atlântico, os portugueses estabeleceram feitorias que deram início à escravização dos africanos.
B. A escravidão africana já era utilizada há muito tempo na Europa, sendo implementada em seguida no próprio continente africano pelos europeus.
C. A relação está no fato de que os portugueses, apesar de pioneiros nas navegações, foram os últimos a aderir ao trabalho escravo africano nas colônias.
D. A religião católica, praticada pelos portugueses de maneira hegemônica nos séculos XV e XVI, impediu que grande parte dos africanos se tornasse escrava.
E. Os africanos serviam a bordo dos navios portugueses, afinal essa era a única forma encontrada por eles para que não fossem aprisionados e escravizados.
2. 
Ao falar em escravidão africana, refere-se ao processo de escravização dos nativos da África colocado em marcha pelos europeus a partir do século XV. Contudo, quando lá chegaram, os conquistadores se depararam com determinados tipos de escravidão que já existiam nas culturais locais. Os dois modelos escravagistas apresentavam diferenças muito relevantes, que, em última análise, favoreciam ao cativo obter a liberdade em um deles e, no outro, a permanecer para sempre escravo.
Considerando esse contexto, onde duas formas de escravidão se interconectam, qual é a principal diferença entre a escravidão africana efetuada pelos europeus e aquela já encontrada em certas sociedades africanas?
A. A primeira era imposta como forma de cobrança de dívidas e a segunda apenas pela cor da pele.
B. A diferença é que na escravidão cultural africana a raça não tinha importância, enquanto a criada pelos europeus é do tipo racial.
C. Os escravos africanos levados para as Américas tinham muitas formas de obter a sua liberdade, enquanto aqueles escravizados na África jamais a obtinham.
D. Na escravidão africana nas Américas, a liberdade era concedida na medida em que o escravo atingisse as metas de produção.
E. Na escravidão tradicional africana, era vedado que membros da mesma família se tornassem escravos.
3. 
O trabalho escravo africano foi utilizado em praticamente toda a extensão das Américas. Dessa forma, os tipos e as condições de trabalho apresentaram grande variedade. Porém, o trabalho negro gerou mais riqueza nos sistemas de “plantation”, isto é, os grandes latifúndios monocultores que tinham a sua produção voltada exclusivamente para o mercado externo. As duas maiores monoculturas do período colonial foram as plantações de algodão, na América do Norte, e as lavouras de cana-de-açúcar, nas Antilhas e na América portuguesa.
Considerando a importância do trabalho escravo nesse contexto, no qual eles participavam de todas as etapas de produção, quais são as etapas mais relevantes tanto na produção do algodão quanto do açúcar?
A. Planejamento e negociação.
B. Importação de insumos e exportação.
C. Plantio, colheita e processamento.
D. Exportação dos produtos e faturamento.
E. Importação de novos escravos e venda destes.
4. 
A partir do século XVI, a escravidão se tornou um dos pilares da sociedade colonial, tanto na colônia inglesa da América do Norte, que viria a se tornar os Estados Unidos, quanto na América portuguesa, que se tornaria o Brasil. Um dos impactos duradouros foi o surgimento de uma grande população negra em ambos os países que, contudo, apresenta características sociais muito diferentes. Enquanto que nos Estados Unidos a miscigenação entre brancos, negros e índios foi ínfima, no Brasil, ela ocorreu de maneira generalizada. Dessa forma, é possível perceber a contribuição diversa que os escravos negros levados às América deram ao formato étnico dos dois países.
Tendo em vista esse cenário, que conecta a escravidão africana às características étnicas atuais dos Estados Unidos e do Brasil, qual fator no período colonial brasileiro facilitou a miscigenação entre brancos e negros?
A. A Igreja Católica, tendo determinado que os negros não poderiam ser escravizados, contribuiu para esse estado de coisas.
B. A criação de movimentos que exigiam liberdade de escolha para quem quisesse se casar.
C. O pagamento de recompensas para qualquer casal que se unisse, independentemente da cor da pele.
D. A ausência de legislação – existente nos Estados Unidos – que proibisse os matrimônios entre pessoas de diferentes etnias.
E. O estímulo por parte do governo para que houvesse a união entre pessoas negras e brancas para acabar com a escravidão.
5. 
A Revolução de São Domingos (Haiti) se trata de um grande evento da passagem do século XVIII para o XIX, em função de ter realizado a primeira revolta de escravos bem-sucedida da história e proclamado a independência do Haiti. A colônia de São Domingos era, naquele momento, a mais rentável da França, sendo responsável pela maior parte do seu comércio ultramarino. Assim sendo, tinha uma população de aproximadamente 500 mil escravos, dez vezes maior que a população branca, responsável pela grande produção açucareira da ilha. Entretanto, no contexto da Revolução francesa, de 1789, os escravosse rebelaram e deram início a um processo revolucionário que duraria mais de dez anos, acabando por fim na independência do Haiti.
Levando em conta o impacto mundial da Revolução francesa, por que a historiografia classifica os revolucionários de São Domingos como “jacobinos negros”?
A. Os jacobinos franceses estabeleceram uma linha secreta de ajuda para a conspiração haitiana.
B. A relação estabelecida entre jacobinos franceses e haitianos se dava pelo interesse dos primeiros no açúcar.
C. Os jacobinos negros criaram a sua própria teoria de igualdade entre os seres humanos.
D. Essa classificação passou a existir com a aliança formada entre haitianos e jacobinos.
E. Essa classificação se dá pelo fato de que os jacobinos foram a ala mais radical da Revolução francesa, intransigentes na defesa da liberdade e da igualdade.

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