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APOSTILA COMPLETA DE PERIODONTIA

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PERIODONTIA 
Taís Albano Lacerda Silva – Odontologia Unifenas XLIV 
 
 A Periodontia é a especialidade que tem como objetivo o estudo dos tecidos de suporte e circundantes dos 
dentes e seus substitutos, o diagnóstico, a prevenção, o tratamento das alterações nesses tecidos e das manifestações 
das condições sistêmicas no periodonto, e a terapia de manutenção para o controle da saúde. 
 
ANATOMIA DO PERIODONTO 
 ANATOMIA MACROSCÓPICA: 
➢ Periodonto de proteção: protege o osso e é representado pelos tecidos moles (gengiva, por ex.): 
• Mucosa oral: composta por três zonas: 
- Mucosa mastigatória: é mais inserida ao osso e é representada pela gengiva e pelo palato duro; 
- Mucosa especializada: representada pelo dorso da língua; 
- Mucosa de revestimento: engloba todo o “resto” (palato mole, mochecha, etc). 
 
• Gengiva: 
- Gengiva marginal livre: porção que circunda os dentes em forma de colar. É a parede do sulco 
gengival e faz delimitação com a gengiva inserida. Pode ser separada da superfície dental com o auxílio 
de uma sonda periodontal e o ponto mais apical do arco côncavo é chamado de zênite gengival. 
 
 
- Margem gengival: borda da gengiva inserida que separa a estética vermelha-branca. Determina o 
zênite gengival, que é o contorno parabólico da gengiva e que reflete harmonia em suas condições 
normais. É importante pois pode medir parâmetros de alterações anatômicas. 
- Sulco gengival: espaço raso ao redor de dente, delimitado pela superfície dental e pelo epitélio 
interno do sulco da gengiva marginal. Sua profundidade clínica normal é de aproximadamente 1,8mm 
medidos por uma sonda periodontal. 
- Bolsa periodontal: seu aumento tem a ver com a periodontite. A gengivite precede a periodontite, 
mas nem todos os pacientes que apresentam gengivite terão periodontite. São muitos os patógenos 
que causam a periodontite, mas algumas associações fortes são: Actinobacillus 
actinomycetemcomitans, Porphyromonas gingivalis e Bacteroides forsythus. 
- Epitélio interno do sulco: é um epitélio escamoso estratificado não queratinizado, porém tem a 
capacidade de se queratinizar caso necessário. Age como uma barreira semipermeável para o fluido 
gengival. Tem potencial de regeneração após a instrumentação. 
- Epitélio juncional: faz a primeira junção com o dente. Não é queratinizado e é aderido ao dente por 
hemidesmossomos. Pode ser completamente restabelecido e é o parâmetro usado para se medir 
bolsas periodontais. Também faz a delimitação do sulco gengival até o tecido conjuntivo. Representa 
aderência ou inserção conjuntiva. É uma estrutura integrante do espaço biológico. 
- Papila interdentária: possui formato piramidal que é dado pelo ponto de contato entre os dentes. A 
área do col é uma região formada nos pré-molares e molares, e que se localiza “no meio”, entre a 
porção vestibular e a porção palatina da papila (faz a ligação das duas porções). 
- Epitélio oral externo: é um epitélio pavimentoso estratificado queratinizado. É dividido em quatro 
camadas, sendo elas basal, espinhosa, granulosa e queratinizada. Possui alguns tipos de células: 
° Melanócitos: sintetizam pigmentos que são responsáveis por dar cor à gengiva; 
° Células de Langerhans: desempenham papel de proteção primária da mucosa oral. Reagem aos 
antígenos com uma resposta imunológica; 
° Células de Merkel: acredita-se que elas desempenham função sensorial; 
° Queratinócitos: produzem queratina e correspondem a 90% do epitélio. 
- Tecido conjuntivo gengival: possui função de inserir o tecido conjuntivo à superfície dental. Confere 
firmeza graças às fibras gengivais, que podem ser: 
° Fibras circulares: são feixes de fibras que circundam o dente em forma de anel e estão dispostas na 
gengiva livre; 
° Fibras dentogengivais: estão inseridas no cemento e possuem conformação semelhante à de um 
leque e se projetam em direção à crista e à gengiva marginal livre. 
° Fibras dentoperiostais: estão inseridas no cemento no sentido apical à crista óssea vestibular e 
lingual para terminarem no periósteo; 
° Fibras transeptais: existem quando se há um dente vizinho. 
 
IMPORTANTE: o fluido gengival é constituído de plasma e células de defesa. Vem dos vasos sanguíneos e é 
produzido no tecido conjuntivo. O macrófago fagocita a bactéria que sofre decomposição dos fosfolipídios e libera 
histamina, causando vasodilatação e aumento do plasma no tecido conjuntivo, o que resulta em um edema na gengiva, 
tornando-a vermelha e inchada. Quando esse fluido não é totalmente eliminado pelo organismo, ocorre a formação 
de um abscesso. 
Já o turn over celular ocorre pois o epitélio oral está sob contínua renovação. As camadas basal e espinhosa 
atuam na formação de novas células, e a atividade mitótica apresenta uma periodicidade de 24 horas. Nesse tempo, 
haverá a produção de células filhas na camada basal, enquanto células mais velhas migram para a camada espinhosa, 
chegando na camada queratinizada sem organelas. Assim, os queratinócitos produzirão queratina que proporcionará 
adesão das células velhas e de possíveis bactérias à mucosa oral, podendo ser removida por meio da escovação. Esse 
processo tem uma importância clínica, pois a escovação ou até mesmo uma massagem gengival simples estimula a 
esfoliação da queratina, e isso desencadeará o processo de renovação celular do epitélio oral externo pelos 
queratinócitos. 
 
 
 O espaço biológico é a distância compreendida entre a crista alveolar óssea e a margem gengival livre. Possui 
comprimento de aproximadamente três milímetros e deve ser respeitado nas restaurações, visto que é responsável 
pela proteção do periodonto de sustentação. Quando violado, pode promover o aumento do número de 
microrganismos da placa. É formado pela união do epitélio juncional com a inserção conjuntiva. 
 
➢ Periodonto de sustentação: é responsável por fazer a inserção do dente no alvéolo. 
• Ligamento periodontal: é um tecido conjuntivo frouxo vascularizado que circunda as raízes dos dentes 
e une o cemento radicular ao osso alveolar ou à lâmina dura. É inervado por fibras do tipo C. Permite 
a distribuição das forças no ato da mastigação e mantém a mobilidade fisiológica dentária. Possui 
alguns tipos de fibras: 
- Fibras da crista alveolar: impedem que o dente saia do alvéolo e estão localizadas estendidas 
obliquamente do cemento à crista óssea; 
- Fibras horizontais: estendem-se perpendicularmente ao longo eixo do dente e vão do cemento até 
o osso alveolar; 
- Fibras oblíquas: compreendem o maior grupo de fibras e, por isso, oferecem maior amortecimento 
e manutenção do dente no alvéolo. Estendem-se do cemento em direção coronal, obliquamente, até 
o osso; 
- Fibras apicais: irradiam-se de forma irregular, do cemento ao osso alveolar, no fundo do alvéolo; 
- Fibras de Sharpey: porções terminais das fibras principais que se inserem no cemento e no osso. 
 
 
 Em caso de dano ao periodonto, as fibras sempre se remodelarão enquanto ainda houver cemento 
e osso. 
• Cemento radicular: tecido mesenquimal mineralizado que reveste a superfície radicular. Não contém 
vasos sanguíneos e linfáticos e nem inervação. Tem como função inserir as fibras do ligamento 
periodontal na raiz e contribui para o processo de regeneração da raiz em caso de fratura sem 
contaminação. Ele tem a capacidade de fazer reabsorção cementaria em casos de trauma de oclusão, 
movimentos ortodônticos e dentes mal alinhados. 
• Osso alveolar: o processo alveolar é a parte da maxila e da mandíbula que forma os alvéolos dos dentes 
e dá suporte a esses alvéolos. Esse processo consiste em um osso formado tanto por células do folículo 
dentário, quanto por células que não estão ligadas ao processo de desenvolvimento dentário. É 
composto pelo osso alveolar propriamente dito, que possui cortical óssea ou lâmina dura e pelo osso 
esponjoso que contém trabéculos ósseos. 
Quando é possível observar na radiografia apresença da lâmina dura, significa que o periodonto está saudável. 
Além disso, o osso alveolar se renova constantemente em resposta às demandas funcionais. A reabsorção óssea está 
sempre associada aos osteoclastos, que são células que fazem a destruição da matriz mineralizada. Essa reabsorção 
ocorre pela liberação de substâncias ácidas, que resulta na dissolução dos minerais dos tecidos ósseos. 
 
EXAMES CLÍNICOS EM PERIODONTIA 
 A Periodontia é uma doença infecciosa poli microbiana, constituída por microrganismos anaeróbicos. Além 
disso, possui um caráter multifatorial (ambiente, sociedade, genética, comportamento, etc). Nela, pode ocorrer uma 
mudança de caráter crônico para caráter agudo quando há desequilíbrio no sistema imunológico do paciente. Essa 
doença é sítio-específica, ou seja, pode acometer apenas um dente. 
 
➢ Parâmetros clínicos: 
• Alteração de forma e contorno: gengiva normal apresenta cor rosa coral e textura de laranja. 
• Índice de placa: avalia a higiene do paciente e a capacidade de controle do agente etiológico primário 
da doença. A teoria da placa específica diz que não é a quantidade de placa que determina a doença, 
mas sim, o microrganismo que nela existe. 
• Sangramento gengival: a sondagem do sangramento gengival tem como objetivo diagnosticas a 
gengivite e se dá ao passar a sonda levemente no sulco. Já o sangramento gengival após sondagem é 
observado após a medição da bolsa. Caso ele persista, significa que a doença periodontal não 
apresentou evolução, mas, caso ele cesse, significa que a doença periodontal está controlada. 
• Profundidade clínica de sondagem: tem como objetivo detectar a existência de bolsas periodontais. 
Reflete a severidade da doença periodontal. 
• Recessão gengival: deslocamento da margem gengival para um nível mais apical, expondo a superfície 
radicular. 
• Nível de inserção: correspondente à distância entre a junção cemento-esmalte até a porção apical. 
Quando há perda do nível de inserção, essa perda deve ser medida em relação ao quanto o epitélio 
juncional migrou. Tanto a bolsa periodontal quanto a retração gengival causam a perda desse nível. 
• Supuração: é o extravasamento de pus. Sua presença na área do sulco indica mudança do quadro 
inflamatório para agudo. 
• Mobilidade dental: pode ser fisiológica quando em níveis baixos quando no sentido V-P(L). Pode ser 
aumentada, quando por trauma ou procedimento odontológico recente ou aumentando, quando 
devido à periodontite há reabsorção óssea que causa ao dente, cada dia mais, uma mobilidade. 
Também pode ter relação com trauma e causar um processo inflamatório caso haja ponto de contato 
com outro dente. Essa inflamação pode gerar o espessamento do periodonto, e esse processo é 
chamado de pericementite. 
• Defeitos ósseos: toda bolsa periodontal verdadeira causa um defeito (reabsorção) ósseo. Esse defeito 
pode ser vertical, quando ainda existe de uma a três paredes adjacentes à bolsa ou horizontal, quando 
não há nenhuma parede adjacente à bolsa. 
• Presença de lesões de furca: quando há reabsorção óssea na área de furca (perda de inserção no 
espaço radicular). 
• Gengiva inserida: quando saudável, a gengiva inserida tem altura que vai da borda da gengiva livre até 
à linha mucogengival. A diminuição do nível da gengiva inserida pode gerar hipersensibilidade no 
momento da escovação. 
• Sensibilidade à percussão: inflamação aguda no ligamento periodontal (pericementite). O teste deve 
ser feito através do toque com o cabo do espelho clínico na coroa do dente. 
• Teste de hipersensibilidade: feito quando o paciente reclama de dor ao ingerir alimentos quentes ou 
frios. Usa-se jato de ar e água para o teste. 
 
INSTRUMENTAIS UTILIZADOS NA PERIODONTIA 
 Para a realização dos procedimentos periodontais, são utilizados alguns instrumentos. Vejamos: 
➢ Sonda periodontal tipo OMS: utilizada para medir os índices de placa. 
 
➢ Sonda milimetrada de Williams: é usada para medir estruturas anatômicas, bolsas periodontais e 
retração gengival. 
 
➢ Brocas esféricas: utilizadas para remover todo o tecido cariado e para fazer desgaste ósseo em cirurgias. 
 
➢ Curetas de Gracey: alcança bases inacessíveis de bolsa periodontal, além de serem utilizadas para fazer o 
procedimento de raspagem. 
 
➢ Curetas de McCall: são utilizadas para se adaptar em todas as superfícies dentárias, ambos os lados das 
lâminas são cortantes e utilizados para a raspagem. 
 
 
 
ETIOPATOGENIA DAS DOENÇAS PERIODONTAIS 
 Etiopatogenia envolve a associação dos microrganismos com o hospedeiro no desenvolvimento da doença 
periodontal. Essa relação gera um processo inflamatório e depende do biofilme. 
 O fator etiológico primário das doenças periodontais é o biofilme, tornando o indivíduo não suscetível é 
suscetível. O cálculo dental é um fator modificador das doenças periodontais. 
 Em relação à etiologia, o fator primário causador das doenças periodontais é a placa bacteriana, que 
atualmente é chamada de biofilme. O termo “placa bacteriana” por conceito representa depósitos de bactéria 
firmemente aderidos ao dente, não podendo ser removida por jato de ar. Já o biofilme, em termos de conceito, tem 
a ver com a comunidade microbiana (bactéria, vírus, protozoários, fungos), possuindo uma visão mais ecológica. Então, 
a placa bacteriana é um biofilme. 
 
 PATOGÊNESE DA PLACA BACTERIANA: antigamente, acreditava-se que era necessário haver um acúmulo 
excessivo de placa para haver uma doença periodontal, sendo a idade do paciente, quanto mais elevada, um fator 
agravante. Depois disso, na década de 60, foram identificados microrganismos periodontopatogênicos, que seriam os 
microrganismos próprios para desenvolver a doença periodontal. Hoje, tem-se esses dois conceitos: teoria da placa 
não específica, em que todos os microrganismos presentes na placa produziriam substâncias que induziriam à doença 
periodontal e a teoria da placa específica, que diz que certa placa é patogênica, ou seja, é necessário haver uma 
bactéria específica e patogênica para que se desenvolva a doença periodontal. 
 A Teoria da Placa Específica é mais aceita hoje em dia, porque alguns pacientes que têm uma higiene mais 
baixa, ou seja, apresentam maior quantidade de placa bacteriana, apresentam uma doença periodontal menos 
agressiva do que aquele paciente quem tem uma menor quantidade de placa. Isso é explicado pelo fato de que o 
paciente que tem menos placa apresenta uma bactéria extremamente patogênica e indutora de doenças periodontais 
de evolução rápida. 
 Associado à essa ideia, existem alguns critérios que determinam a patogenicidade da bactéria. São feitas 
coletas em bolsas periodontais de vários pacientes que têm o mesmo tipo de doença periodontal para analisar as 
bactérias, que caso se enquadrem nos Postulados de Kock, serão patogênicas. 
 Postulados de Kock: se encaixa nesse postulado quando as espécies de bactérias são encontradas mais 
frequentemente e em maior número na bolsa periodontal; quando há a regressão da doença periodontal após 
tratamento da mesma; quando há anticorpos específicos para a bactéria; quando o patógeno produz fator de 
virulência (enzima prejudicial aos tecidos gengivais e periodontais). 
 Para entender o biofilme, utiliza-se alguns conceitos de ecologia. A ecologia estuda a interação entre o meio 
ambiente e os organismos que nele vivem. Ecossistema: meio ambiente. A cavidade bucal é um meio ambiente 
propício para o desenvolvimento de microrganismos. Portanto, existem nichos ecológicos na boca, como a mucosa, 
as superfícies dentais, as próteses dentárias, etc. O desequilíbrio ecológico pode causar alterações consideráveis, que 
podem gerar benefícios ou malefícios e ele pode ser causado pela escovação, remoção dos fatores agravantes de 
placa, terapia periodontal, etc. 
 
 FATORES DETERMINANTES NA FORMAÇÃO DO BIOFILME DENTAL: 
➢ Fatores físico-químicos como a temperaturada cavidade bucal, tensão de oxigênio, concentração de íons 
H+ (regulação do pH), viabilidade dos nutrientes (fluido crevicular às vezes tem produtos que são 
nutrientes para bactérias) podem ou não contribuir para a doença periodontal. 
➢ Fatores do hospedeiro: fluxo salivar (baixo é mais propício ao desenvolvimento das doenças periodontais); 
sistema nervoso autônomo, que influencia no fluxo salivar; composição da saliva e fatores que influenciam 
no fluxo salivar, como o uso de medicamentos e o estresse. 
➢ Fatores bacterianos: algumas bactérias possuem maior aderência a certos tipos de superfícies (epitelial 
ou do esmalte). Interação entre os microrganismos que podem ser nutricionais, físicas ou inibitórias. 
➢ Fatores como alimentação e higiene oral: ingestão de carboidrato faz cair pH da placa e a falta da higiene 
faz com que o microrganismo fique por mais tempo naquele ambiente. 
 
Então, a formação da placa acontece em 3 fases: 
➢ 1ª ocorre a formação da película adquirida devido ao conato com a saliva; 
➢ 2ª colonização inicial das superfícies dentarias: bactérias começam a se aderirem à película adquirida; 
➢ 3ª colonização secundária e maturação da placa: co-agregação bacteriana à medida que o tempo vai 
passando gera uma diversificação de espécies bacterianas, passando de bactérias aeróbicas para 
anaeróbicas. 
 
*** Cada biofilme representa uma diversidade microbiológica *** 
*** O polimento coronário tem como objetivo eliminar rugosidades promovidas pelo biofilme dental, 
assim com o jato abrasivo. *** 
 
A placa dental microbiana pode ser avaliada sem a utilização de fucsina após dois dias de sua formação. Essa 
placa é composta de bactérias, fungos, vírus, e quando há saúde gengival, há uma comunidade com poucos cocos 
gram positivos devido ao ambiente aeróbico, porém na microbiota associada à gengivite se encontra uma maior 
quantidade de bactérias anaeróbicas. 
OUTROS ACÚMULOS SOBRE A SUPERFÍCIE DENTAL: matéria alba, que é um acúmulo frouxo de alimentos, que 
possui células epiteliais, alimentos e bactérias, e que pode ser facilmente removido. 
Mancha extrínseca: pigmentação da placa bacteriana. O fator causador mais comum é o cigarro que causa 
manchas nicotínicas. Sai com o uso abrasivo de jato e polimento coronário. O uso excessivo de clorexidina pode causar 
manchas. 
Mancha intrínseca: ocorre na dentina e só sai com clareamento odontológico. 
 
CÁLCULO DENTAL OU TÁRTARO 
 Ambos os termos estão corretos, porém o tártaro é uma palavra que foi designada para uso há muito tempo. 
Então o nome ideal nos tempos atuais é cálculo dental. Localizado sempre acima da margem gengival, e formado em 
camadas. É a mineralização da placa bacteriana, e retém o biofilme. O TÁRTARO É UMA PLACA BACTERIANA 
MINERALIZADA FIRMEMENTE ADERIDA AO DENTE, E QUE POSSUI UMA PLACA BACTERIANA NÃO MINERALIZADA EM 
SUA SUPERFÍCIE. 
A formação do cálculo dental se dá através da formação da placa bacteriana, sempre. Existem algumas teorias 
da mineralização, que dizem: 
1 – Mecanismo do reforço: ocorre quando o pH e as concentrações de cálcio e fósforo são altas o suficiente 
para causar a precipitação de íons de sais, formando sais que irão impregnar no biofilme dental. 
2 – Conceito de epitaxia: para iniciar o processo de mineralização, precisa-se ter um núcleo inicial. Acredita-
se que quando uma bactéria sofre lise no interior da placa, os fosfolipídios circulantes são fontes primárias de adesão 
desses sais. Partindo desse núcleo inicial de cristalização, outros cristais vão se aderindo. 
3 – Teoria da inibição: existem na saliva o pirofosfato e citrato de zinco, que promovem a inibição do processo 
de cristalização. Por isso, alguns cremes dentais anti-tártaro possuem em sua composição esses elementos químicos. 
4 – Teoria da transformação: acredita-se que a substância fundamental amorfa é transformada em 
hidroxiapatita, sem necessariamente o núcleo inicial de formação. 
5 – Todas as teorias em conjunto: hoje, a teoria mais aceita é que todas as 4 teorias atuam em conjunto, 
favorecendo a formação do cálculo dental. 
 
➢ Por que um paciente que tem uma boa higiene pode apresentar mais tártaro do que aquele que tem uma 
higiene deficitária? 
R: Porque depende, pois cada paciente tem um nível de variável. Primeiro, a quantidade de íons H+, em 
que alguns pacientes possuem mais pH mais alcalino e outros não. Em segundo, a salivação, que pode ser 
baixa ou alta dependendo do paciente. E em terceiro, a presença de fatores inibidores, que é o pirofosfato e 
citrato de zinco. 
 
 CÁLCULO SUPRAGENGIVAL: geralmente possui uma cor que vai do amarelo ao marrom escuro; o diagnóstico 
geralmente é visual, mas pode ser feito através do exame tátil. Cálculo NÃO é visto na radiografia de faces livres, 
devido à sobreposição de imagem com estruturas dentárias. Eles ocorrem, geralmente, mais próximos das glândulas. 
Se adere ao esmalte. 
 CÁLCULO SUBGENGIVAL: sua característica clínica é ser mais escuro, variando do marrom ao preto, pois ele é 
pigmentado pelo fluido crevicular (sangue), por isso é chamado de cálculo hematogênico. Diagnóstico deve ser tátil, 
pois por estar dentro da bolsa, não pode ser visível. Pode ser observado nas faces proximais com radiográficas 
periapicais ou interproximais. Radiografia recomendada para diagnóstico quando muito pequeno, quando a inspeção 
tátil não pode encontrá-lo. Pode ser encontrado onde há bolsas periodontais, e é mais aderido ao dente pois fica nos 
túbulos dentinários. 
 
 *** HOJE EM DIA, O CÁLCULO É CONSIDERADO UM FATOR SECUNDÁRIO OU MODIFICADOR, POIS ELE 
SOZINHO NÃO CAUSA A GENGIVITE E NEM A PERIODONTITE, E SIM A O BIOFILME QUE LIBERA TOXINAS. *** 
 
PATOGENIA DAS DOENÇAS PERIODONTAIS 
 A patogênese aborda as alterações histopatológicas dos tecidos gengivais e periodontais que ocorrem durante 
uma gengivite ou periodontite. 
 O hospedeiro possui células de defesa (neutrófilos) que atuam quando as bactérias invadem os tecidos 
gengivais, eliminando-as. Porém, se houver baixa na imunidade do hospedeiro ou aumento da patogenicidade dos 
microrganismos, isso pode ser ruim para o hospedeiro. Ex.: pacientes diabéticos são mais susceptíveis às doenças 
periodontais. 
 
 O PROCESSO INFLAMATÓRIO NA PERIODONTITE: 
 Quando ocorre uma infecção oportunista, o organismo se defende. Ocorre, necessariamente, uma 
inflamação, que é a defesa e o reparo do organismo. Quando a inflamação se torna crônica, pode haver reabsorção 
óssea. Ex.: gengivite que não curada se torna periodontite, ocorrendo reabsorção óssea. 
 > Inflamação aguda: a.c. não participam; não é específico. 
 > Inflamação crônica: ocorre quando o organismo reconhece as bactérias através de imunoglobulinas (a.c.). 
Há o amparo do compartimento imunológico específico. 
 
 Quando uma bactéria oportunista invade o tecido, a primeira célula de defesa que vai atuar é o neutrófilo, 
que emitirá seus pseudópodes e fagocitará a bactéria, gastando energia. Esse neutrófilo vai sofrer lise, liberando 
fosfolipídios que estão em sua parede, e esse fosfolipídio deve ser reabsorvido. Para isso, algumas enzimas atuarão 
sobre ele, como a fosfolipase A2 que o transformará em ácido araquidônico. Esse ácido também sofrerá ação de 
algumas enzimas, como a COX1 e a COX2. 
 Então, a cascata de degradação do fosfolipídio resulta na COX1 e COX2, que degradadas resultam em 
autacóides, que são substâncias produzidas pelo nosso próprio organismo, como a histamina e a prostaglandina. Cada 
autacóide desse tem uma ação no interior do tecido conjuntivo. 
 A histamina, que advém da COX2, tem ação vasodilatadora, promovendo permeabilidade dos vasos 
sanguíneos, gerando rubor da gengiva em condições mais severas. Os neutrófilos circulantes no sangue sofrem 
marginalização leucocitária (se deslocam para a margem dos vasos através da lipoxigenase). Caso o paciente tenha 
problemas com a histamina, ele apresentará deficiência na aderênciade neutrófilos. Ex.: neutropenia é a diminuição 
do número de neutrófilos no sangue. Se há menos neutrófilos, a atividade fagocitária será menor. 
 Porém, não existem apenas os neutrófilos que fazem a fagocitose. Existem também os macrófagos, que não 
morrem quando fazem a fagocitose, pois apresentam a bactéria para os linfonodos que vão ativar os plasmócitos e 
linfócitos. Ex.: linfócitos B ativam os plasmócitos que promovem a ação das imunoglobulinas (Ac para o neutrófilo 
reconhecer a bactéria) e os linfócitos T produzem citocinas que promovem a diferenciação celular, o crescimento das 
células e o controle da quimiotaxia. 
 
 Ex.: paciente com periodontite. A periodontite como manifestação de doença sistêmica para ser diagnosticada 
precisa de um exame complementar de sangue. Paciente geralmente tem hiperqueratose na palma das mãos e nos 
cotovelos. Essa síndrome apresenta uma disfunção na atividade fagocística dos neutrófilos, principalmente 
relacionado aos lisossomos. Quando a defesa está debilitada, a agressão ganha força. Deficiência de adesão 
leucocitária promove maior suscetibilidade às doenças periodontais. 
 
*** A periodontite é uma doença epidemiologicamente majoritária em adultos. Quando ocorre em crianças, 
suspeita-se muito de envolvimento sistêmico. *** 
*** Caso de gengivite ulceronecrosante tem como fator modificador o estresse, que causa modificações em todo 
o sistema do paciente *** 
 
 Diagnóstico: é quando se dá o nome da doença; 
 Características histopatológicas: é o quadro histopatológico da lesão; 
 Ex.: gengivite é o diagnóstico e lesão gengival estabelecida é a característica histopatológica. 
 Ex.: paciente com periodontite (assintomática) e paciente com abscesso periodontal (sintomático) possuem 
diagnósticos diferentes (nome da doença), porém as características histopatológicas são as mesmas com perfis 
celulares diferentes. 
 
 Patogênese da doença periodontal significa a progressão da doença periodontal. Para avaliar essa condição, 
foram feitos vários cortes histológicos desde uma gengiva normal até quando ela evolui para um quadro de reabsorção 
óssea. Com o passar do tempo, houve diferenças significativas na extensão, na composição do infiltrado inflamatório 
e na proliferação epitelial. 
 Existem estágios estabelecidos para cada lesão periodontal (perfis histológicos): 
➢ Gengiva normal: é aquela com aspectos fisiológicos, que está em equilíbrio; epitélio juncional aderido na 
junção cemento esmalte por hemidesmossomos, cor rosa coral, aspecto pontilhado, sem reabsorção 
óssea e com poucas células inflamatórias. Possui condições de saúde gengival/periodontal. 
➢ Lesão Gengival Inicial: há uma colonização bacteriana, migração dos neutrófilos, o fluido crevicular é 
aumentado pela permeabilidade vascular e os linfócitos já começam a exercer suas atividades celulares e 
humorais (de defesa). É uma gengivite inicial, ocorre nas primeiras 24h. Clinicamente não apresenta 
muitas diferenças da gengiva normal. 
➢ Lesão Gengival Precoce: 5 a 7 dias após o acúmulo de placa, há uma persistência do processo inflamatório, 
gerando degeneração dos fibroblastos e do colágeno. Os mediadores químicos aumentam a 
permeabilidade dos vasos, há maior migração de neutrófilos do vaso por diapedese para o tecido 
conjuntivo. O epitélio juncional ainda está aderido, mas já pode haver sangramento à sondagem. 
➢ Lesão Gengival Estabelecida: quando há persistência do antígeno por 3 semanas, aumenta a migração dos 
leucócitos com plasmócitos de 10 a 30% e aumenta a permeabilidade vascular. É um caso típico de 
gengivite, apresentando sangramento ao toque com instrumental. Não há reabsorção óssea. O epitélio 
juncional não está aderido, porém ainda não migrou apicalmente. 
➢ Lesão Gengival/Periodontal Avançada: acredita-se que alguns pacientes podem ter por herança genética 
alterações no gene que determina as atividades dos linfócitos B, trazendo prejuízos para o paciente quanto 
à síntese de anticorpos, gerando a evolução da gengivite para a periodontite, que apresenta reabsorção 
óssea. Mas como a doença é multifatorial, essa reabsorção óssea pode ser causada por diversos fatores. 
Há a destruição do osso alveolar, migração apical do epitélio juncional, predominância de plasmócitos, 
promoção de ambiente anaeróbico por formar uma bolsa e tensão de oxigênio reduzida favorecem o 
crescimento de bactérias anaeróbicas. 
 
*** Todos esses quadros podem ficar estáveis em cada fase, sem evoluir ou regredir, depende apenas da 
suscetibilidade do hospedeiro *** 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS PERIODONTAIS 
GRUPO 1 - SAÚDE PERIODONTAL, CONDIÇÕES E DOENÇAS GENGIVAIS 
➢ Saúde Periodontal e Saúde Gengival 
a) Saúde clínica em um periodonto íntegro: sem perda de inserção, profundidade de sondagem de até 3 
mm, sangramento à sondagem em menos de 10% dos sítios e sem perda óssea radiográfica. 
b) Saúde clínica gengival em um periodonto reduzido: 
• paciente com periodontite estável: perda de inserção, profundidade de sondagem de até 4 mm, sem 
sítios com profundidade de sondagem igual ou superior a 4 mm com sangramento à sondagem, 
sangramento à sondagem em menos de 10% dos sítios e com perda óssea radiográfica. 
• paciente sem periodontite: perda de inserção, profundidade de sondagem de até 3 mm, sangramento à 
sondagem em menos de 10% dos sítios e possível perda óssea radiográfica (por exemplo, em casos de 
recessão gengival e aumento de coroa clínica). 
 
 GRUPO 2 - GENGIVITE INDUZIDA PELO BIOFILME – FATOR ETIOLÓGICO PRINCIPAL SÃO AS BACTÉRIAS 
 *** A gengivite é uma doença inflamatória circunscrita aos tecidos gengivais (conjuntivo); não é uma doença 
progressiva de reabsorção óssea *** 
➢ Gengivites associadas (vinculadas) somente ao biofilme, ao acúmulo de placa: 
Quando associada somente ao biofilme dental, a gengivite foi dividida em: 
• Gengivite em periodonto íntegro: características determinantes são sangramento gengival em mais de 10% 
dos dentes e a profundidade de sondagem deve ser menor ou igual a 3 mm. Não há envolvimento de fator local ou 
sistêmico. 
• Gengivite em periodonto reduzido: os pacientes apresentam sítios com profundidade de sondagem de até 
3 mm, 10% ou mais dos sítios com sangramento à sondagem, perda de inserção e possível perda óssea radiográfica. 
Paciente pode apresentar bolsas de até 3mm e pseudobolsas, com crescimento gengival. A gengiva fica retraída com 
sangramento. Não há presença de fatores locais ou sistêmicos. 
• Gengivite em periodonto reduzido tratado periodontalmente: o paciente tem história de tratamento de 
periodontite, portanto apresenta perda de inserção, sítios com bolsa periodontal de até 3 mm, 10% ou mais dos sítios 
com sangramento à sondagem e perda óssea radiográfica. Caso haja aumento da bolsa para mais de 3mm ou mais 
que 10%, o paciente volta a ter um quadro de periodontite. 
** Quando há presença de cálculo dental, é gengivite induzida por placa e mediada por fator local ** 
 
 O tratamento estipulado para o paciente deve ser feito após o mapa periodontal e o diagnóstico. A gengivite 
somente induzida pelo biofilme requer fazer o índice de placa, instrução oral, analisar a escova e polimento coronário. 
 
➢ Gengivite mediada (piorada) por fatores sistêmicos ou locais: ocorre em mais de 10% dos dentes: 
a) Fatores sistêmicos: tabagismo, hiperglicemia, fatores nutricionais, agentes farmacológicos, hormônios 
esteroides sexuais e condições hematológicas. 
b) Fatores locais: fatores de retenção do biofilme bucal ou secura bucal. 
 
Ex.: paciente hiperglicêmico possui atividade metabólica alterada, e isso interfere no processo 
inflamatório, tendo o hospedeiro uma resposta diminuída, aumentando a chance de uma piora na doença 
periodontal. 
Ex.: paciente tabagista pode apresentar manchas extrínsecas. Tabagismo causa vasoconstrição local, 
diminui as funções dos neutrófilos (principalmente a função fagocitária), interfere na adesãoleucocitária (leva 
a um quadro de imunossupressão) e interfere no processo de regeneração. 
*** Esses fatores devem ser identificados na anamnese. *** 
Deve-se fazer periodicamente o índice de placa, restaurações temporárias, polimento coronário, ajustes de 
próteses, raspagem supragengival, remoção de excessos, evidenciar com fucsina, monitorar métodos de escovação e 
análise da escova. 
*** Caso a manifestação sistêmica seja prevalente ao tártaro, deve ser diagnosticado como 
gengivite mediada por fator sistêmico *** 
 
➢ Aumento gengival induzido por medicamentos: 
O aumento indica gengivite. Os três remédios mais conhecidos causadores desse aumento são: hidantoína 
(tratamento de epilepsia, agindo no sistema nevoso central), nifedipina (cardiotônico vascular, age aumentando a 
resistência periférica dos vasos) e ciclosporina (imunossupressor). Esses remédios são de uso contínuo. Em comum, 
todos eles interferem na síntese de colágeno pelo fibroblasto no tecido conjuntivo. Os remédios não causam a 
gengivite, mas sim AGRAVAM. A gengiva cresce devido à ação dos fibroblastos que fazem a deposição de colágeno no 
tecido conjuntivo gengival. 
• Faixa terapêutica: é dada em certo tempo de ação do medicamento. A hidantoína tem uma faixa 
terapêutica muito curta (o tempo de ação benéfica no organismo dura pouco). Quando ela é estreita o 
paciente pode sofrer efeitos colaterais. 
O tratamento indicado é a remoção cirúrgica da hiperplasia. Porém, se houver um quadro clínico de 
inflamação, é necessário, antes da cirurgia, tratar essa gengiva. 
Na ortodontia, é comum que os pacientes apresentem quadro clínico de hiperplasia gengival. Neste caso, o 
periodonto é íntegro caso as bolsas sejam de até 3mm, pois o aumento gengival não é mediado por medicamento. 
Esse aumento tecidual ocorre de acordo com o genótipo e o fenótipo do paciente. 
*** Quando o paciente tem mais de 10% até 30% dos dentes com gengivite, ele tem uma gengivite localizada. 
Acima de 30% é gengivite generalizada. *** 
 
 GRUPO 3 – DOENÇAS GENGIVAIS NÃO INDUZIDAS PELO BIOFILME: 
a) Gengivoestomatite herpética: possui características clínicas, iniciando a lesão com pequenas vesículas 
bolhosas, que quando explodem, se transformam em úlceras (patognomônico = característica clínica bem 
peculiar de cada doença). Há uma linha avermelhada que delimita entre a lesão ulcerada e a gengiva sadia, 
rica em vasos sanguíneos, chamada de eritema. É difuso pois não tem forma definida. Outra característica 
clínica dessa lesão é a dor, que é constante, e a febre. Sua etiologia é viral. O fator mais agravante é o 
estresse, e o diagnóstico é clínico com base nos sinais e sintomas. O tratamento é assintomático, 
orientando o paciente a melhorar a higiene bucal, inclusive com gaze e o uso de analgésico para controlar 
a dor e a febre; deve-se orientar, também, ao repouso e melhora na dieta. 
b) Candidíase: lesão gengival causada pelo fungo Candida albicans. Pode ser esbranquiçada ou avermelhada, 
ocorrendo em qualquer local da mucosa. É muito associada ao uso de placas e o diagnóstico é clínico. O 
tratamento é orientar melhor higienização e prescrever medicação, como a nistatina para bochecho por 
1 minuto. 
c) Lesões traumáticas (aftas): podem ter causa química, física e iatrogênica (procedimentos odontológicos 
mal realizados ou inacabados). A etiologia é desconhecida, os fatores predisponentes são geralmente os 
traumas e não há muito o que fazer para tratar a lesão, apenas o tempo. 
 
PERIODONTITE ULCERONECROSANTE 
É uma evolução da gengivite ulceronecrosante, apresentando reabsorção óssea e bolsas periodontais 
verdadeiras. Causada por gengivite pré-existente, má higienização, sono inadequado, estresse (aumento de 
noradrenalina e cortisol, afetando a homeostase, e a noradrenalina regula muitas coisas no corpo), dieta inadequada, 
fumantes, doenças como pneumonia e geralmente acomete adultos jovens. Há a necrose e perda das papilas. 
 
GENGIVITE ULCERONECROSANTE 
Características clínicas: necrose e perda de papila (patognomônicas). Eritema linear (linha vermelha entre a 
zona necrótica e o tecido saudável), pseudomembrana fibrinosa, sangramento espontâneo e halitose. Paciente pode 
apresentar febre, dor e mal-estar. O tratamento é uma adequação do meio, não podendo fazer invasão do meio; deve 
ser imediato, prescrevendo o benzo-diazepinico e logo em seguida deve-se fazer o debridamento mecânico feito de 
forma cautelosa, feito preferencialmente com ultrassom. Após isso, faz a irrigação com soro fisiológico e depois com 
clorexidina. As recomendações pós operatórias são as instruções de higiene oral, repouso e prescrição de analgésico 
de 4 em 4 horas se houver dor. 
• Se o paciente apresentar linfoadenopatia, dores de garganta e febre, é necessário administrar amoxicilina 
500 mg de 8 em 8 horas por 5-7 dias, associada ao metronidazol 250mg de 8 em 8 horas por 3 a 5 dias, 
que devem ser tomados no mesmo momento. 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE GENGIVITE ULCERONECROSANTE X GENGIVOESTOMATITE HERPÉTICA 
GUN é causada por bactérias, acomete jovens adultos, ocorre nas papilas interdentais, apresenta ulcerações 
e não é transmissível. 
PHS é causada por vírus, acomete mais crianças, ocorre em toda a gengiva e mucosa oral, é transmissível e 
apresenta múltiplas vesículas que se rompem, resultando em úlceras. 
 
PERIODONTITE 
Refere-se a uma doença inflamatória multifatorial (fatores genéticos, sistêmicos, locais, etc). O fator etiológico 
é o biofilme disbiótico (que sofre algumas alterações ecológicas, disseminando bactérias patógenas). O desequilíbrio 
no biofilme dissemina a existência de bactérias mais patogênicas. 
É caracterizada por uma bolsa periodontal verdadeira com a destruição progressiva do aparato de inserção, 
com perda de inserção, migração apical do epitélio juncional e contaminação do cemento. 
Atualmente, apresenta três estágios: I, II, III e IV, com grau A, que evolui lentamente (crônica), grau C, que 
evolui rapidamente (agressiva) e grau B, quando não se sabe o ritmo de evolução da doença. 
A Periodontite, por definição, é uma doença crônica multifatorial de um biofilme disbiótico. Deve haver, 
necessariamente, perda de inserção de 2 ou mais sítios interproximais não adjacentes. Deve haver perda de inserção 
de 3mm ou mais nas faces livres em pelo menos 2 dentes. Nenhuma dessas alterações são sintomáticas, pois a 
periodontite é uma manifestação crônica com predominância de plasmócitos, sem existência de pus, edema ou 
inchaço. É uma doença periodontal progressiva e assintomática (crônica). 
 
ESTÁGIOS 
Para defini-los, é preciso analisar a característica determinante da doença (a principal, que está bem 
relacionada com a bolsa e a perda de inserção - profundidade). A característica secundária pode ser aquela relacionada 
às coisas que aconteceram devido à doença e existem também os fatores modificadores de estágio (ex.: paciente 
fumante ou diabético). Além de determinar o estágio, a doença pode ser definida como localizada (se for até 30% - 8 
dentes para uma boca com 28) e generalizada (acima de 30%). 
 
➢ ESTÁGIO I: há perda do nível de inserção de 1 a 2mm, bolsa de 3 a 4mm, sem perda óssea. 
➢ ESTÁGIO II: perda de inserção de 3 a 4mm, com bolsas de 5mm e sem reabsorção óssea. 
➢ ESTÁGIO III: 5 mm ou mais de perda de inserção interproximal no pior sítio ou perda óssea radiográfica se 
estendendo à metade ou ao terço apical da raiz; perda de até 4 dentes. 
➢ ESTÁGIO IV: ocorre quando o paciente perde mais de 4 dentes por problema periodontal. Apresenta 
mobilidade grau 2 ou 3. Geralmente inicia-se quando adulto jovem – higiene oral satisfatória (microbiota 
específica) – com níveis de reabsorções ósseas progressivas e incompatíveis com a presença de fatores 
locais – manifestada em jovens caracteriza-se por defeitos ósseos verticais. 
 
*** PERDA DE INSERÇÃO NÃO É PROFUNDIDADE DE SONDAGEM *** 
 
➢ GRAU A: inicia-seapós 35 anos; quantidade de placa e fatores locais compatíveis com a progressão da 
doença; progressão lenta; a mobilidade ocorre em casos mais avançados da doença; microbiota mais 
diversificada e complexa; característica determinante: evidência direta de não progressão de perda de 
inserção por 5 anos ou indireta de perda óssea/ano de até 0,25 mm; características secundárias: pacientes 
com grande acúmulo de biofilme, mas pouca destruição periodontal. 
 
➢ GRAU B: característica determinante: evidência direta de progressão inferior a 2 mm em 5 anos ou 
indireta de perda óssea/ano de 0,25-1 mm; características secundárias: destruição compatível com 
depósitos de biofilme; fatores de risco que podem modificar a graduação: fumantes abaixo de 10 cigarros 
ao dia ou HbA1c < 7% em pacientes com diabetes mellitus. 
 
➢ GRAU C: geralmente acomete pacientes jovens; pequena quantidade de placa; progressão: rápida com 
fases de quietude; fatores locais incompatíveis com progressão da doença; mobilidade aumentando...; 
microbiota mais específica; característica determinante: evidência direta de progressão igual ou superior 
a 2 mm em 5 anos ou indireta de perda óssea/ano superior a 1 mm; características secundárias: a 
destruição excede ao esperado para a quantidade de biofilme. Padrões clínicos específicos sugerem 
períodos de rápida progressão e/ou acometimento precoce da doença; fatores de risco: > 10 cigarros/dia 
/ diabetes mellitus (HbA1c igual ou superior a 7%. 
 
*Quando paciente é jovem, tem defeitos ósseos nos incisivos superiores, inferiores e nos primeiros 
molares bilateralmente semelhantes, ou seja, espelho (defeito quase igual ao dente do lado), 
é um caso típico de grau C* 
 
Elaborar plano de tratamento para caso acima: controle da placa supragengival, pedir para analisar escova e 
técnicas de escovação, instrução de higiene oral, evidenciar a placa, calcular o índice, realizar práticas de higiene com 
raspagem supragengival e polimento coronário. 
Bolsas gengivais: na segunda sessão, inicia-se terapia subgengival com raspagem subgengival com ultrassom, 
prescrevendo antibióticos amoxicilina de 250mg de 8 em 8h por 5 a 7 dias associada com o metronidazol 250mg de 8 
em 8h de 3 a 5 dias. Essa combinação é a mais utilizada na periodontia, mas o mais importante na terapia periodontal 
é a raspagem, o debridamento e a terapia anti-infecciosa sem a utilização de antibióticos, principalmente se a 
progressão for lenta, porque isso indica que há grande diferenciação bacteriana. Para grau C, os antibióticos são 
melhores. 
 
 
ABSCESSOS PERIODONTAIS 
 Os abscessos periodontais são um processo agudo destrutivo, uma infecção oportunista do periodonto e por 
ser um processo agudo, resulta numa coleção purulenta que tem comunicação com a cavidade oral. São localizados 
no periodonto lateral, e a coleção purulenta provém de uma lesão dos tecidos periodontais, jamais da polpa dentária. 
 Em pacientes com periodontite, o abscesso pode se manifestar em duas ocasiões: 
➢ Exacerbação aguda da lesão: ocorre quando há uma bolsa periodontal não tratada 
➢ Abscesso após tratamento periodontal: ocorre quando o profissional deixa algum resíduo (cálculo, 
cemento contaminado, bem na base da bolsa). Quando o paciente toma algum antibiótico por conta 
própria sem que o profissional faça o debridamento pode gerar um abscesso bem na porção apical da 
bolsa. 
 Em pacientes sem periodontite, o paciente não possui bolsas periodontais. 
 
 ETIOLOGIA: é de origem bacteriana, causado geralmente pelas mesmas bactérias que causam periodontite. 
Bactérias do gênero Streptococcus spp. e Prevotella spp. 
 FATORES PREDISPONENTES: estrese, diabetes, impacção de alimentos em bolsas periodontais e tratamentos 
periodontais inadequados. 
 
 Em lesões agudas de abscessos, a predominância celular é de neutrófilos e macrófagos, além de linfócitos. A 
população de neutrófilos é muito grande, já que se trata de uma reação aguda. Isso gera uma resposta tecidual muito 
intensa, formando a coleção purulenta no tecido conjuntivo graças à degradação tecidual. A anestesia deve ser feita 
à distância. 
 
 Características clínicas: dor, edema, tumefação local, acúmulo de pus (supuração) que pode extravasar, mas 
na maioria das vezes está encapsulado e aspecto radiográfico sob forma de esfumaçamento ósseo (somente para 
periodontite pré-existente). 
 
 CASO CLÍNICO: para ter certeza de que o abscesso é periodontal, é necessário fazer o teste de vitalidade 
pulpar. Se der positivo, ou seja, se a polpa reagir, quer dizer que o dente está “vivo”. Sugere-se que o abscesso é 
periodontal. 
 O tratamento deve ser imediato, já que o paciente está com dor. É preciso sedar o paciente com 
benzodiazepínico caso o paciente esteja muito ansioso, e depois anestesiar à distância, já que o anestésico tem 
dificuldade de absorção em meio ácido, com lidocaína e noradrenalina. É necessário drenar via sulco para ordenhar o 
pus. Se assim não for possível, é necessário fazer uma incisão no ponto de flutuação. Após o movimento de ordenha, 
faz-se o debridamento mecânico do local, que pode ser feito com cureta (raspagem e alisamento radicular de forma 
rigorosa, para não sobrar nenhum detrito no local, descontaminando a superfície radicular). Posteriormente, é 
necessário irrigar a ferida primeiramente com soro fisiológico e depois com clorexidina a 0,12%. A recomendação pós-
operatória é que depois de 48h o paciente volte ao consultório para reavaliação. A prescrição farmacológica será um 
analgésico (dipirona) de 4 em 4 horas durante 48 horas em caso de dor. É recomendado prescrever um anti-
inflamatório (nimesulida) por 3 a 5 dias de 12 em 12 horas. O antibiótico deve ser receitado apenas caso haja alguma 
infecção secundária, como dor de garganta, estado febril etc, receitando amoxicilina de 8 em 8 horas de 5 a 7 dias. 
 
 Os abscessos em pacientes sem periodontite (bolsas periodontais) podem ocorrer em locais da gengiva em 
que ocorre a impacção de alimentos. O caso mais comum acontece em terceiros molares em processo de erupção, 
em que há a presença do capuz pericoronário. Esse capuz é um nicho ecológico de acúmulo de bactérias. As 
características clínicas são o aparecimento do terceiro molar na radiografia, sem espaço de erupção e retido. O trismo 
(limitação da abertura bucal) é uma sintomatologia muito comum em abscessos de terceiros molares inferiores, 
porque pode causar edema, supuração e tumefação, e por essa região ser próxima de músculos como masseter, faz 
com que o paciente não consiga abrir a boca completamente devido ao comprometimento muscular pelo abscesso. 
 O tratamento para esse caso é: sedar o paciente com benzodiazepínico caso o paciente esteja muito nervoso. 
Após isso, deve-se anestesiar à distância usando lidocaína com noradrenalina (caso o paciente não seja diabético e 
nem cardiopata). Depois, faz-se a drenagem do abscesso. Se tiver supuração, tem que drenar esse pus. Em seguida, 
irriga-se o capuz pericoronário com soro fisiólogo. Após isso, isso deve-se fazer a raspagem cautelosa, de preferência 
com um ultrassom, removendo restos de tecido necrótico. Depois, faz-se a irrigação com clorexidina para medicar o 
local. Após o procedimento cirúrgico, deve ser feita a hemostasia com gaze para estancar o sangramento. O uso do 
analgésico pode ser prescrito de 4 em 4 horas em até 48h e, também, anti-inflamatório de 8 e 8h para sintomatologia 
dolorosa. Essa região é muito problemática, sendo comum que o paciente tenha uma Angina de Ludwig (sepse 
bacteriana). Se o paciente tem febre e enfartamento ganglionar, é necessário o uso de amoxicilina de 250mg associada 
com o metranidazol de 400mg. 
 O tratamento imediato pode ser a extração do terceiro molar caso ele esteja impactado ou sem espaço para 
a erupção. Caso haja espaço entre o segundo molar e o ramo da mandíbula, faz-se a cirurgia chamada de cunha distal 
que remove o capuz pericoronário.O abscesso periodontal possui bolsas periodontais verdadeiras, profundidade clínica de sondagem maior, o 
dente possui vitalidade pulpar e radiograficamente a lesão se manifesta no periodonto lateral, enquanto no abscesso 
endodôntico a lesão se encontra no ápice do dente. 
 
LESÕES ENDOPERIODONTAIS 
Possuem uma característica diferente dos abscessos periodontais, embora possam ser confundidas com eles. 
Por definição, são lesões patológicas que combinam a lesão periodontal com a lesão endodôntica. O teste de 
vitalidade pulpar vai ser negativa ou alterado. Caso bata ou pressione com o cabo do espelho, provavelmente haverá 
dor. Pode ocorrer extravasamento de pus. Pode haver mobilidade ou presença de fístula (extravasamento de pus por 
meio de um orifício). 
Existem três tipos de lesões endoperiodontais: 
1- Lesão endoperiodontal com dano radicular: pode correr uma trepanação que é uma perfuração ocorrida 
porque a lima não fez a curvatura necessária. É uma lesão endodôntica e periodontal, já que foi gerado 
um processo infeccioso decorrente de um trauma, e isso pode acontecer de gerar reabsorção óssea no 
periodonto lateral. 
2- Lesão endoperiodontal em paciente com periodontite: caso em que o paciente tem periodontite e gerará 
uma lesão endodôntica. 
3- Lesão endoperiodontal em paciente sem periodontite: paciente com lesão endodôntica que contamina 
o periodonto. Paciente não passa a ter periodontite. 
 
As lesões 2 e 3 podem ser subdivididas em grau. Ex.: 
➢ Grau 1 – Apresenta bolsa estreita e profunda em apenas uma face. 
➢ Grau 2 – Bolsa mais larga com maior destruição óssea, atingindo o ápice em apenas uma face. 
➢ Grau 3 – Bolsa mais larga, profunda e em mais de uma face. 
Portanto, precisa-se de uma radiografia para dar um diagnóstico definitivo de lesão endoperiodontal. 
 
*** Em casos de fratura e trepanação, é necessário fazer a exodontia do dente. *** 
 
Diagnóstico para lesão endoperiodontal é feito através da profundidade clínica de sondagem, verificando se 
há supuração e em casos de fratura tem que fazer radiografia, mas a fratura não aparece no exame periapical. O 
diagnóstico é firmado no momento da cirurgia. 
O tratamento primordial deve ser o endodôntico (descontaminação e tratamento do canal), e depois o 
periodontal (raspagem e alisamento radicular). O tratamento periodontal não deve ser feito primeiramente, pois ele 
pode causar um abscesso. 
 
CIRURGIAS PERIODONTAIS 
Existem várias modalidades cirúrgicas. Modalidade indica que nela pode haver várias técnicas cirúrgicas. Ex.: 
existe cirurgia de acesso para descontaminar uma bolsa periodontal profunda e cirurgia de acesso para instalação de 
implantes etc. Dentro de aumento de coroa clínica, que é uma modalidade cirúrgica bastante vinculada à odontologia 
restauradora e reabilitadora, há técnicas cirúrgicas que podem ter diversos objetivos (estética, ressecção etc.) e 
técnicas não cirúrgicas que fazem tracionamento dentário com finalidade protética. 
Nas cirurgias plásticas, existem várias modalidades cirúrgicas. As mais utilizadas na odontologia são feitas para 
cobrir resseções gengivais, por exemplo. Modalidades reconstrutivas são aquelas que tentam reestabelecer o 
periodonto de inserção (enxerto ósseo). Então, para realizar uma cirurgia periodontal é necessário fazer uma incisão 
cirúrgica. Existem vários tipos de incisão, e cada modalidade cirúrgica requer uma incisão. Existem incisões horizontais 
e outras verticais. A mais comum é a incisão relaxante. 
 
INCISÕES HORIZONTAIS: 
- Intrassulcular: é promovida no interior do sulco gengival, preservando o máximo possível das estruturas 
gengivais até o periósteo. É horizontal porque acompanha a margem gengival. Deve facilitar o rebatimento do retalho. 
É feita nos casos em que o periodonto é íntegro e não tem como objetivo remover a parte “doente” da bolsa 
periodontal. Preserva os tecidos adjacentes à bolsa. Para bolsas menores que 5mm. 
- Bisel interno: também chamada de bisel invertido, é realizada ao longo do eixo do dente, mas se inicia de 
0,5 a 1mm da margem gengival, objetivando a remoção de parte do epitélio interno do sulco ou parte do tecido 
conjuntivo inflamado. Quando há um excedente de gengiva inflamada, faz-se essa incisão. A nomenclatura é assim 
dada pois quando essa incisão é feita, o tecido conjuntivo fica exposto (voltado para a superfície do dente). Será 
utilizada para fazer cirurgias para tratar bolsas periodontais ou para cirurgias de aumento de coroa clínica associada a 
uma osteoctomia. Ajuda o organismo removendo a parte doente. Tem maior incidência de recessão gengival. Essa 
incisão é mucoperióstea, rompendo papilas e tentando preservá-las ao máximo. Indicada para cirurgias de 
gengivectomia em dentes posteriores. 
- Bisel externo: nessa incisão, a lâmina acompanha perpendicularmente ao dente com o objetivo de remover 
excesso de gengiva hiperplásica. É uma incisão em que após a remoção da hiperplasia o tecido conjuntivo fica voltado 
para fora, para a cavidade oral. É indicada somente para gengivectomia em dentes anteriores. 
- Incisão linear: realizada em áreas edêntulas, para fazer acesso com finalidade de instalar um implante, por 
exemplo. 
 
INCISÕES VERTICAIS: vão da margem gengival até a mucosa alveolar. Quando não é feita uma incisão relaxante, 
há uma limitação visual de algum dente. Esse tipo de incisão pode rebater mais o retalho e ter um acesso visual da 
área operada melhor. Viabiliza mais o acesso visual da região operada. É recomendado evitar essa incisão porque o 
pós operatório é mais difícil e pode causar fibrose. 
 
 
Uma incisão permite que o cirurgião clínico faça um retalho, que é quando você desloca a gengiva da posição 
de origem. Existe retalho de espessura total muco-periósteo que expõe o osso alveolar. Quando o osso fica visível, 
quer dizer que o retalho é de espessura total. O retalho de espessura total ou não dividido é quando você desloca a 
gengiva da posição de origem sem exposição do osso alveolar. 
 
CIRURGIAS DE ACESSO: 
 Indicadas quando o tratamento não cirúrgico não é efetivo para a descontaminação dos sítios. Também 
recomendadas quando existem bolsas acima de 5mm em dentes posteriores, pois elas dificultam a raspagem e 
alisamento radicular em campo fechado; indicadas quando o dente é multirradicular e possui lesões de furca e quando 
há alterações anatômicas de raiz. Têm como objetivo aumentar o acesso aos depósitos radiculares para a raspagem e 
alisamento radicular, eliminar ou reduzir a profundidade da bolsa periodontal e acesso para terapia óssea ressectiva. 
 
- Retalho de Widman modificado: cirurgia recomendada para tratar (descontaminar) bolsas periodontais 
verdadeiras. Contraindicada quando a quantidade de gengiva inserida é pouca (abaixo de 3mm). 
CASO CLÍNICO: paciente com periodontite estágio III grau B generalizada com descontaminação incompleta. 
Faz-se cirurgia Retalho de Widman modificado no paciente que apresenta boas condições sistêmicas e localizadas. 
Anestesia de bloqueio com lidocaína e noradrenalina, fazendo incisão em bisel interno caso a bolsa tenha mais de 
5mm nos dentes posteriores, removendo a parte inflamada da bolsa. Caso o paciente não tenha a gengiva inflamada, 
deve-se manter o máximo possível dos tecidos gengivais. 
 TRATAMENTO: primeiro, faz-se a incisão em bisel interno e o depois o rebatimento do retalho de espessura 
total, tanto por vestibular quanto por palatina, expondo o tecido conjuntivo inflamatório, o tecido de granulação do 
defeito ósseo, o osso saudável e a superfície radicular, possibilitando o acesso visual. Próximo passo é fazer o 
debridamento cirúrgico, visando remover os resíduos que possam inflamar posteriormente, seguido de raspagem e 
alisamento radicular (descontaminação da superfície radicular com a cureta). Pode ser feito um condicionamento 
radicular com tetraciclina ou com clorexidina. Depois, faz-se a coaptação, hemostasiacom gaze e as suturas 
interrompidas, com o nó sempre para a vestibular, posicionando o retalho o mais coronal possível, com suturas 
interpapilares e as recomendações pós operatórias. 
 
- Retalho original de Widman: mantém os tecidos periodontais, gengivais, tecido ósseo e os defeitos ósseos 
verticais. Existe uma desvantagem grande nessa cirurgia que é a estética, pois quando o osso é removido, a tendência 
da gengiva é sempre migrar na direção apical, provocando uma recessão. Essa cirurgia é evitada, já que é boa 
biologicamente, mas esteticamente é ruim. Indicada para tratamento de bolsas periodontais, fazendo a incisão em 
bisel interno. Depois, promove a raspagem e remoção de todo o osso adjacente à bolsa. 
DESCRIÇÃO DA TÉCNICA CIRÚRGICA: paciente com bolsas periodontais de 5mm que foi submetido a várias 
terapias não cirúrgicas. Opta-se por fazer uma cirurgia na região mais danificada. Faz-se a incisão em bisel interno e 
depois o debridamento mecânico, removendo o tecido de granulação. Por ser um defeito ósseo vertical, faz-se uma 
ressecção transformando-o em defeito ósseo horizontal. Com a broca ou a lima, todo o periodonto de sustentação é 
reanatomizado. Logo em seguida, a gengiva é posicionada o mais apical possível, para que haja maior exposição da 
superfície radicular. 
 
- Aumento de coroa clínica cirúrgico: quando invade o espaço biológico, sendo necessário recuperá-lo. Não é 
feita por apenas uma questão estética. Exemplo: cárie que invade o espaço biológico, sendo necessário promover um 
retalho para recuperar o espaço biológico. Nesse caso, há uma necessidade de uma cirurgia periodontal ressectiva 
(osteoctomia). 
Espaço biológico atualmente se dá pela distância que os tecidos gengivais estão inseridos na superfície do 
dente (inserção do tecido conjuntivo + epitélio juncional). Ele migrará no sentido apical. Para saber que a cárie o 
atingiu, é necessário fazer a sondagem de posição do término em relação aos tecidos gengivais e a sondagem 
transulcular (a inserção da sonda até a crista óssea). 
CASO CLÍNICO: paciente queria ter os dentes mais longos e possuía crescimento da gengiva; não tinha nada a 
ver com invasão do espaço biológico. Para alongar essa coroa clínica, é necessário apenas uma gengivectomia. 
Se o paciente possui uma lesão de cárie infra-óssea invadindo o espaço biológico, é necessário fazer uma 
osteoctomia. Para ter certeza de que essa lesão atingiu o espaço biológico, é necessário fazer o exame radiográfico 
juntamente com o exame visual e sondagem. 
Indicada em casos de invasão do espaço biológico por lesão de cárie, traumatismos ou fraturas, necessidades 
restauradoras e perfurações da superfície radicular. 
Para recuperar o espaço biológico, uma das maneiras é através da osteoctomia. Existem algumas 
contraindicações, que são: comprometimento da estética, comprometimento do periodonto adjacente, razão coroa-
raiz (dente não fica firme) inadequada, impossibilidade de restauração. 
Clinicamente, deve ser feito a análise do término (até onde a cárie ou a prótese ocupou do espaço dentário). 
Se houver necessidade de tratamento endodôntico no dente que será operado, é necessário fazê-lo antes. Deve ser 
observado, também, a altura da margem gengival, para que não haja problemas estéticos. 
A análise radiográfica deve observar o nível da crista óssea, a extensão apical da cárie, fratura ou término do 
preparo cavitário e o comprimento do corpo radicular. 
SEQUÊNCIA DE TRATAMENTO: avaliação clínica, controle de lesão de cárie, remoção de restaurações 
defeituosas e colocação de restaurações provisórias. Se não for possível fazer a endodontia antes, a cirurgia 
periodontal deverá ser feita 4 a 6 semanas antes dela. 
RESOLUÇÃO DE CASO CLÍNICO: caso haja lesão de cárie no mapa periodontal, é necessário pedir uma 
radiografia auxiliar ao mapa para saber. Caso não haja invasão, o primeiro passo para minimizar a hiperplasia gengival 
(dente tem sangramento a sondagem) é necessário remover a cárie e colocar ionômero de vidro par ver se a 
hiperplasia regride com procedimentos básicos. Caso a hiperplasia continue, é necessário fazer uma gengivectomia. 
Se houver invasão do espaço biológico, é necessário fazer uma osteoctomia ou tracionamento. 
RETALHO COM OSTEOCTOMIA PARCIAL: quando ocorre a invasão do espaço biológico em até duas faces do 
dente. A osteoctomia é parcial, apenas no local em que houve invasão do espaço biológico. Primeiro, faz-se uma 
anestesia de bloqueio. Depois, é feita uma incisão intrassulcular que é realizada na face do dente em que não se faz a 
osteoctomia ou em bisel interno que é feita na face em que irá fazer a osteoctomia. O rebatimento do retalho de 
espessura total é feito com a espátula 7, permitindo a visualização óssea, rebatendo-o tanto por vestibular quanto por 
palatina. Depois, faz-se o debridamento e a análise das áreas comprometidas pela cárie com a sonda. Após isso, é feito 
o debridamento e a raspagem e alisamento radicular, removendo o tecido de granulação. Em seguida, inicia-se a 
osteoctomia, deixando uma superfície radicular de 2,5mm mais ou menos. Essa osteoctomia é realizada com baixa 
rotação e irrigação abundante com soro fisiológico. Logo após, faz-se a osteoplastia e a coaptação do retalho, fazendo 
posteriormente a sutura com pontos simples interrompidos. Após a osteoctomia, o retalho vai migrar apicalmente 
expondo a coroa do dente. O cimento cirúrgico é colocado para proteger a ferida no pós operatório. Após 7 dias, retira-
se a sutura e o cimento. 
• Osteoctomia: tem como objetivo a remoção da estrutura óssea em volume de altura. 
• Osteoplastia: reanatomização do osso, que é feita com a lima. É mais relacionada com o contorno 
fisiológico do osso. 
 
Caso o dente antagonista esteja hígido, é necessário criar um espaço para poder tracionar o dente. 
 
RETALHO COM OSTEOCTOMIA TOTAL: é feita a remoção óssea ao redor de todo o dente. 
 
Reposicionamento apical é uma técnica cirúrgica difícil de ser executada. 
 
- Aumento de coroa clínica com finalidade estética não cirúrgico: sem invasão do espaço biológico, e é feita a 
partir de procedimentos básicos. Quando a gengiva é fibrótica, crescida e não inflamada (hidantoína e outros 
medicamentos promovem a hiperplasia gengival), ela deve passar por uma gengivectomia bisel externo, interno ou 
cunha. O retalho deve ser posicionado mais apicalmente. Para fazer a gengivectomia, é necessário remover os fatores 
agravantes primeiro e tornar a gengiva saudável (desinflamar), fazendo a terapia básica. A gengivectomia é indicada 
para pseudobolsas, para expor o tecido mole impactante e acentuar a erupção e para estabelecer contornos gengivais 
e a harmonia do zênite, e é contraindicada para casos em que o paciente apresenta bolsas periodontais verdadeiras, 
quando a zona de tecido queratinizado é insuficiente, quando o tecido está muito inflamado e quando o paciente 
possui má higienização. 
CASO CLÍNICO: paciente com gengiva completamente inflamada querendo aumentar coroa clínica. Faz-se o 
full-mouth-desinfection que é uma terapia periodontal intensa, realizada em um maior tempo de consulta, em que se 
promove uma adequação do meio de forma efetiva, com múltiplos procedimentos odontológicos. Na maioria das 
vezes, prescreve-se um antibiótico para uso antes da consulta, pois será feito tratamento de canal, raspagem, remoção 
de cárie e aplicação de várias anestesias no paciente em uma única sessão. 
Na gengivectomia, primeiro é feita a anestesia e depois se faz a delimitação dos pontos sangrantes, que é feita 
com a sonda milimetrada, fazendo a profundidade clínica de sondagem e o ponto sangrante será na base da bolsa 
(início do epitélio juncional). Deve ser realizada ao redor de todas as faces que circundam os dentes. Com a lâmina 
perpendicular ao dente, inicia-se a incisão 1mm acima do ponto sangrante, tanto na face vestibular, quanto na 
palatina, terminando noponto sangrante. Essas incisões podem ser feitas com a lâmina nº 15. Na papila, a incisão 
deve ser feita com o Gengivótomo de Orban. Logo após as incisões, deve ser feito o debridamento cirúrgico, 
removendo o tecido gengival incisado e posteriormente se faz o alisamento radicular caso necessário. O objetivo de 
fazer essa incisão é gerar um retalho, porém ele é um retalho dividido, já que não expõe osso. Essa cirurgia não utiliza 
sutura, sendo necessário colocar cimento cirúrgico para proteger a gengiva no pós operatório. 
Em relação à medicação, basta um analgésico de ação periférica para sintomatologia de dor leve pós cirurgia. 
O paciente deve manter uma boa higiene oral no pós operatório, e após 7 dias retorna ao consultório para retirar o 
cimento cirúrgico, fazendo irrigação com soro fisiológico e clorexidina. 
A gengivectomia cunha distal é indicada para a remoção de tecido hiperplásico em regiões proximais e 
edêntulas e contraindicada quando o terceiro molar está impactado; a gengivectomia bisel externo é indicada para 
região anterior e bisel interno para região posterior. Para realizá-la, é preciso primeiro anestesiar o paciente e depois 
fazer a incisão triangular com a base voltada para o dente. Isso só é feito caso o paciente tenha espaço de erupção 
para o terceiro molar. A incisão é até o rebordo ósseo, indo até o periósteo. Logo em seguida, faz-se a remoção do 
capuz pericoronário, pinçando-o com a pinça hemostática curva, e com uma terceira incisão na base do retalho, 
remove-se o tecido gengival hiperplásico. Feita a remoção do capuz gengival, o próximo passo é o debridamento 
cirúrgico. 
 
 Contraindicações para tratamento cirúrgico: 
 - Absoluta: são aquelas em que o dentista coloca em risco a vida do paciente (paciente com febre reumática, 
hipertenso não controlado, angina de peito, tratamento com anticoagulantes, diabético não controlado). 
 - Relativas: é em relação ao pós operatório e ao resultado da cirurgia, quando não há um resultado não 
promissor, mas que não chega a colocar em risco a vida do paciente (paciente com Parkinson, epilético, tabagistas, 
higiene bucal insatisfatória). 
 
 A partir do momento em que é feita uma incisão no paciente, há um rompimento dos vasos, e dez minutos 
após começa a formar fibrina, iniciando a hemostasia. Na primeira hora, os neutrófilos iniciarão uma fase aguda, 
eliminando resíduos e permanecendo em alta atividade até o terceiro dia. Nesse tempo, pode ocorrer dor, edema etc. 
No terceiro dia, os macrófagos e os fibroblastos já entram em atividade suporte, que é o compartimento imunológico 
específico. Há a cronificação pós-operatória. Durante as 24h, para medicação socorro de cirurgias periodontais pode 
prescrever dipirona 500mg de 4 em 4 horas (é o medicamento mais indicado, porém alguns pacientes são alérgicos) 
ou paracetamol 750mg de 6 em 6 horas. Cataflam é mais indicado para cirurgias em região posterior da mandíbula, 
onde a possibilidade de edema é bem maior. A remoção da sutura deve ser feita no mínimo após sete dias, já que é 
nesse tempo em que ocorrerá a reunião entre os retalhos. Os antibióticos podem ser associados, mas não irão resolver 
o problema, apenas combaterão as bactérias residuais no tecido conjuntivo. 
 
CIRURGIAS PLÁSTICAS 
Enxerto gengival livre: possui fortes limitações para recobrir recessões gengivais. Indicado para pacientes que 
possuem regiões com pouca gengiva queratinizada, já que a falta desse tipo de gengiva pode acarretar em processos 
inflamatórios. Nessa técnica, a área doadora é o palato. Nela, é feita a remoção do tecido da área doadora (epitélio 
oral queratinizado) que será incorporado na área receptora desprovida de epitélio queratinizado. É um enxerto 
autógeno, pois tem como origem tecido do próprio paciente. O objetivo é incorporar uma faixa de tecido 
queratinizado em uma zona desprovida de gengiva queratinizada. Esse enxerto pode aumentar a faixa de gengiva de 
múltiplos dentes. 
PROCEDIMENTO DA TÉCNICA: é feita a anestesia com lidocaína 1/100.000 associada à noradrenalina 
1/100.000. A incisão na área receptora deve ser paralela ao processo alveolar na junção mucogengival, com objetivo 
de dividir o retalho, ou seja, adjacente ao osso mantém-se o periósteo aderido com objetivo de promover a irrigação 
do enxerto. Caso o periósteo seja descolado junto ao retalho, a zona receptora ficará desprovida de vasos sanguíneos. 
O próximo passo é obter o enxerto (tecido epitelial queratinizado do palato). São necessárias incisões 
horizontais paralelas e do tamanho do enxerto desejado, podendo utilizar uma folha metálica autoclavada para fazer 
uma cópia do enxerto para ter uma base do tamanho do enxerto a ser feito. 
A área doadora de escolha vai do canino ao primeiro molar superior. Essa região é escolhida pois nela quase 
não existem pregas palatinas e nem artérias (que podem causar hemorragia caso rompidas). Após a divisão do retalho 
na área doadora, devem ser feitas suturas entre as bordas, mas elas não têm como objetivo aproximar as bordas do 
retalho, visto que o palato é muito resiliente. O objetivo dessas suturas é servir como uma base retentiva para a 
adaptação do cimento cirúrgico. Esse cimento será colocado com finalidade de proteção da ferida exposta, permitindo 
um conforto pós-operatório ao paciente. 
É necessário utilizar uma camada mais espessa de enxerto em cirurgias que têm como finalidade tornar a área 
mais resiliente (como no caso de regiões que possuem prótese fixa). Já para recobrir uma recessão gengival, é 
necessário pegar uma camada intermediária de enxerto. 
Com a lâmina de bisturi, é necessário tratar o enxerto, removendo o tecido glandular, o tecido conjuntivo e 
tudo aquilo que não for necessário para o bom resultado da cirurgia. Logo em seguida, o fio de sutura é transpassado 
no enxerto, sendo incorporado e estabilizado na área receptora com pontos simples interrompidos. 
A estabilidade do enxerto é fundamental, pois se ele se deslocar no pós-operatório, a cicatrização será no local 
para o qual o tecido foi deslocado. 
Depois de 7 dias, o cimento cirúrgico deve ser removido, fazendo a higienização da ferida com soro fisiológico 
e clorexidina. Coloca-se novamente o cimento cirúrgico, devendo ali deixá-lo por mais sete dias. A remoção no 14º dia 
está relacionada com a anastomose do enxerto na zona receptora, pois o tecido conjuntivo precisa de, no mínimo, 21 
dias para cicatrizar. 
Caso o paciente possua uma recessão gengival, a colocação do enxerto não funcionará, já que nessa zona não 
há a existência de vasos sanguíneos. Ou seja, o enxerto gengival livre não é indicado para o recobrimento de recessões 
gengivais, apenas para cirurgias em que o objetivo é aumentar a gengiva queratinizada. 
As desvantagens desse tipo de enxerto são: operação de dois locais, falta de previsibilidade na tentativa de 
cobertura radicular, ou seja, não é recomendada para finalidade estética, grande desconforto no paciente (cor fica 
diferente) e pode ocorrer uma hematose precária. 
Antes da incisão, é feita a raspagem e o alisamento da superfície radicular, tornando o índice de placa reduzido, 
já que a má higienização é uma contraindicação para a realização da cirurgia. Deve ser feita a anestesia à distância 
para evitar o edema da área operada, com lidocaína e noradrenalina. Faz-se a incisão horizontal na linha muco gengival 
e a dissecção do retalho dividido, mantendo o periósteo. Devem ser feitas duas incisões horizontais na região de canino 
até mesial de primeiro molar superior, e uma outra incisão com objetivo de dissecar o tecido epitelial, removendo a 
fina camada. O tecido deve ser tratado e incorporado na área receptora com pontos simples interrompidos. A 
estabilidade do enxerto deve ser máxima, e o fio usado deve ser de náilon para evitar a retenção de placa. Antes de 
colocar o cimento cirúrgico, faz-se a cooptação do retalho e a hemostasia. 
O paciente podeadquirir ilhotas desprovidas de osso. Isso pode ser herdado caso ele tenha uma tábua óssea 
muito fina, e é muito comum ocorrer fenestrações. 
 
 
SUTURAS EM CIRURGIAS PERIODONTAIS 
 Um passo fundamental durante a cirurgia odontológica é a sutura, que aproxima as bordas da ferida, 
garantindo sua fixação em relação ao tecido circundante, pois é por meio dela que obtemos a cicatrização primária. A 
aproximação tecidual leva a uma rápida revascularização que acelera a cicatrização da ferida e, também, promove um 
tratamento bem-sucedido. Portanto, escolher o material adequado, além da técnica mais apropriada em cada caso, é 
o que pode garantir o sucesso do tratamento. 
 
CICATRIZAÇÃO: 
Para que ocorra a completa cicatrização da ferida existem dois processos envolvidos: a cicatrização primária e 
a secundária. A primária ocorre pela aproximação das margens da ferida de forma eficaz, com um coágulo mínimo, 
que se organiza e é absorvido após a liberação dos mediadores de crescimento e cicatrização. Esse coágulo se forma 
por meio de citocinas, que são liberadas das plaquetas ativadas e incluem fator de crescimento derivado de plaquetas 
(PDGF), fator de crescimento epidérmico (EGF), fator de crescimento semelhante à insulina (IGF) e TGF-β. Além disso, 
após a coagulação sanguínea, é possível detectar alta atividade dos antagonistas do receptor da interleucina-1 (AR da 
IL-1), o que bloqueia reações pró-inflamatórias. 
As diversas citocinas que atuam no processo formam novos capilares, migração de fibroblastos, proliferação 
e migração de queratinócitos, para que ocorra a epitelização na superfície da ferida em alguns dias, então, ela se fecha 
e a integridade do tecido é restaurada. 
Na cicatrização secundária, por outro lado, as margens da ferida estão muito distantes, o que faz com que o 
processo de cicatrização ocorra de forma muito mais lenta. Além disso, é caracterizado por intensa exsudação e sinais 
inflamatórios, ocorridos geralmente devido à infecção da ferida. 
Em casos de cirurgias periodontais, a cicatrização secundária pode gerar um comprometimento muito grande 
do sucesso do tratamento, o que atrasa ou até mesmo inviabiliza a completa cicatrização. Portanto, conhecer 
adequadamente as técnicas e processos envolvidos nas suturas odontológicas é primordial, assim minimizamos os 
possíveis riscos. Dentre as principais recomendações, deve-se tomar todos os cuidados para garantir que a cadeia 
asséptica não seja quebrada, garantindo assim que nenhum micro-organismo externo ao paciente penetre a ferida. 
Nas cirurgias periodontais, o espaço interdental é muito pequeno e pode comprometer a técnica, 
principalmente em dentes posteriores, onde são necessárias agulhas longas e de raio grande (agulha 3/8) que podem 
ser facilmente agarradas novamente após serem introduzidas no espaço interdental no lado oposto. A agulha deve 
ser segurada em seu corpo, não no fim ou na ponta. 
Os materiais de sutura minimamente traumáticos são os mais indicados para cirurgias periodontais; neste 
caso, a agulha e a linha formam uma unidade única, evitando que o tecido seja traumatizado. É preciso, também, 
escolher entre materiais absorvíveis ou não e, para tanto, cada paciente deve ser considerado individualmente em 
suas características, restrições, intenções do procedimento e afins. 
 
CARACTERÍSTICAS DOS FIOS ABSORVÍVEIS PARA SUTURAS PERIODONTAIS 
 
1) Categute simples 
• Tempo de absorção: 7 – 10 dias; 
• Reação com o tecido: Grande; 
• Uso: Ligar vasos hemorrágicos, anastomoses intestinais e fechamento de plano subcutâneo; 
• Características: Sintético, trançado e maior incidência de infecções. 
2) Categute cromado 
• Tempo de absorção: 21 – 28 dias; 
• Reação com o tecido: Grande; 
• Uso: Igual ao simples; 
• Características: Obtido de intestino de boi ou carneiro e tratado com cromo. 
 
3) Ácido poligalático (Vycril) 
• Tempo de absorção: 14 – 30 dias; 
• Reação com o tecido: Mínima; 
• Uso: Fechar aponeuroses e subcutâneo; 
• Características: Fio sintético, trançado e maior chance de infecções. 
 
4) Polidiaxona (PDS) 
• Tempo de absorção: 14 – 30 dias; 
• Reação com o tecido: Mínima; 
• Uso: Anastomoses intestinais e urológicas; os mais calibrosos podem ser utilizados em aponeuroses. Uso 
permitido em presença de infecção; 
• Características: Monofilamentar, incolor ou violeta e de difícil manejo pela rigidez. 
 
CARACTERÍSTICAS DOS FIOS INABSORVÍVEIS: 
1) Seda 
• Mantém tensão por aproximadamente 1 ano; 
• Reação com o tecido: Baixa; 
• Uso: Ligaduras vasculares e mucosa oral; 
• Características: Filamento proteico, fácil manuseio e fixação. Não deve ser utilizado na presença de infecção. 
 
2) Algodão 
• De 6 meses a 2 anos, mantendo boa tensão; 
• Reação com o tecido: Baixa; 
• Uso: Ligaduras vasculares e mucosa oral; 
• Características: Filamento proteico, fácil manuseio e fixação. Não deve ser utilizado na presença de infecção. 
 
3) Nylon 
• Degradação em 2 anos aproximadamente; 
• Reação com o tecido: Mínima; 
• Uso: Suturas dérmicas; 
• Características: Mono ou polifilamentar. Pode ser preto, verde ou branco. 
 
4) Polipropileno (Prolene) 
• Mantém-se por tempo indefinido, mantém tensão por anos; 
• Reação com o tecido: Mínima; 
• Uso: Intradérmico, fáscia e microvascular; 
• Características: Monofilamentar. Pode ser utilizado em contaminação ou infecção. Incolor ou azul. 
 
TIPOS DE PONTOS PARA SUTURAS EM CIRURGIAS PERIODONTAIS: 
 
 
 
 
EXAME CLÍNICO EM PERIODONTIA 
 
Descrição de técnicas e exames para o diagnóstico de alterações patológicas periodontais. 
 
➢ Diagnóstico: tem como função estabelecer o nome da doença conforme sua classificação atual. É dado 
com base nos sinais e sintomas para determinar e influenciar no diagnóstico. 
➢ Prognóstico: conhecimento ou juízo antecipado, prévio, feito pelo médico, baseado necessariamente no 
diagnóstico médico e nas possibilidades terapêuticas. 
 
A Periodontite é caracterizada por não ter uma padronização de diagnóstico. Ela é assim caracterizada por 
apresentar características peculiares: 
 
• Polimicrobiana: caracterizada pela existência de várias espécies microbianas. É o fator primário das doenças 
periodontais 
• Caráter multifatorial: fatores ambientais, sociais e genéticos podem influenciar no quadro clínico. 
• Mudança do caráter crônico para agudo: pode ser frequente quando ocorre desequilíbrio do sistema 
imunológico do paciente. 
• Sitio específico: uma lesão periodontal pode ocorrer em um único elemento dental ou em uma única face. Por 
isso o exame clinico deve ser feito dente a dente, face a face. 
 
 
SONDAS PERIODONTAIS 
 
➢ 1ª geração: não apresentam dispositivo de controle da pressão. Exemplo: Willians, OMS. 
➢ 2ª geração: sondas que permitem o controle de pressão à sondagem 
➢ 3ª geração: possibilitam a aplicação de pressão controlada. 
 
 
PARÂMETROS CLÍNICOS 
 
a) Alteração da forma e contorno: Analisar cor, forma, contorno, volume e textura gengival. 
 
b) Índice de placa: Permite avaliar o grau de atenção que o paciente tem com a saúde bucal e o grau de 
colaboração do paciente quanto às orientações de higiene oral recebida durante o tratamento. 
 
 
c) Sangramento gengival: Principal indicador de doença periodontal. Esse exame consiste em inserir levemente 
no sulco gengival uma sonda milimetrada por toda a extensão do dente. Após o procedimento esperar de 10 
a 30s para avaliar se teve presença ou ausência de sangramento. 
 
d) Profundidade clínica de sondagem: É utilizada para detectar bolsa periodontal. O exame é realizado com o 
auxílio de uma sonda milimetrada, deve ser realizado em 6 pontos de cada elemento dental. (MP, P, DP, MV, 
V, DV). A profundidade clínica corresponde à distância da margem gengival até o limite da bolsa periodontal. 
Como a margem gengival pode ter variações, esse parâmetro clinico não é uma medida confiável para determinar 
severidade da doença e grau de progressão, porém pode ser um indicativo de inflamação.

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