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ANNA VICTÓRIA, T17. HEPATITES VIRAIS Definições: • Aguda: < 6 meses, hepatite A (A de Aguda, não tem como cronificar) • Crônica: > 6 meses, hepatite B e C (a hepatite C tem mais propensão para cronificar, C de crônica), risco de CIRROSE • Fulminante: qualquer situação que o doente evolua muito rápido para falência hepática/insuficiência hepática, “agressão fulminante”. O que mais se usa para definir essa evolução rápida para insuficiência hepática é a pessoa aparecer com um quadro de encefalopatia hepática que se desenvolva em um período < 8 semanas. - Encefalopatia hepática: encontramos quando o fígado está em disfunção - Dica: aumento TAP, INR (provas de coagulação) - Hepatite fulminante pode acontecer em várias doenças hepáticas, das hepatites virais a que mais fulmina é a hepatite B, mesmo assim não é comum acontecer. O QUE JUSTIFICA UMA HEPATITE VIRAL PODER TER UMA EVOLUÇÃO TÃO DIFERENTE? POR QUE A LGUMAS PESSOAS TÊM QUADROS SÓ AGUDOS E SE RESOLVE LOGO? POR QUE OUTRAS CRONIFICAM? POR QUE OUTRAS FULMINAM? A GRANDE JUSTIFICATIVA PARA EVOLUÇÕES DIFERENTES TEM A VER COMPETÊNCIA DA RESPOSTA IMUNOLÓGICA! Ex: RN pegou vírus B (Pode ser filho de mãe portadora de vírus B, existe a transmissão vertical do vírus da hepatite B), esse RN tem o risco de cronificação de 95% (o recém-nascido não tem competência da resposta imune) Ex2: Adulto, adquire vírus B, o risco de cronificar é de 5% (tem muito mais competência imune que um RN) O que justifica a evolução fulminante? Exagero da resposta imunológica (mata demais os hepatócitos juntos com os vírus). Os vírus que fazem as hepatites virais ficam dentro dos hepatócitos e quem mais agride o hepatócito não é o vírus, é a resposta imune do organismo que vai tentar combater o vírus e ao matar o vírus, mata junto o hepatócito. QUAL O PROBLEMA DE ALGUÉM TER HEPATITE CRÔNICA? • Ter uma inflamação crônica do fígado, significa que você está permanentemente agredindo o fígado, fica um quadro de agride e melhora, até que chega o momento em que tem agressão com um pouco de cicatrização (processo de fibrose) • As causas da cirrose são doenças crônicas do fígado, entre elas as hepatites crônicas B e C. HISTÓRIA NATURAL • A partir do momento do contágio com o vírus tem o período de incubação (variável 4-12 semanas) • A partir do momento em que a pessoa começa a ter uma sintomatologia é a fase clínica da doença (o pct começou a produzir anticorpos), ou seja, se tem sintomatologia tem anticorpos (quem agride o hepatócito é a resposta imune, pois ataca o vírus e hepatócito junto). Essa manifestação tem fases para acontecer: prodrômica, ictérica e convalescência (parte final do processo infeccioso). A duração dessas fases é incerta, pode ser dias-semanas. - Fase prodrômica: manifestações inespecíficas (febre/fadiga...), elevação das transaminases TGO (AST); TGP (ALT). A mais específica para o hepatócito é a TGP. ANNA VICTÓRIA, T17. - Fase ictérica: algumas pessoas têm manifestações discretas, outras vão caminhar para icterícia. Como aparece icterícia de agressão ao hepatócito? Vai aumentar o valor da bilirrubina DIRETA. O aumento da BD na circulação causa icterícia/ colúria (urina cor de Coca-Cola). Diminuição da BD nas fezes: acolia fecal. Conclusão: FASE ICTÉRICA: BD, COLÚRIA E ACOLIA FECAL. Quando tem icterícia a lesão do hepatócito foi muito mais intensa: Transaminases elevadas, >10x nas agudas. - Fase convalescência: melhora/cura... ou cronifica (B/C) HEPATITE A • A de aguda. • Formas clínicas: assintomática (maioria) / sintomática (10%) / fulminante (0,35%) / NÃO CRONIFICA! • Particularidades: - Transmissão: FECAL-ORAL. *transmissão sexual* - sexo oral no ânus - Anticorpo (anti-HAV): IgM (4-6 meses) / IgG (cicatriz) - Tratamento: sintomático/ restringir proteína e lipídeos /afastar das atividades por 2 semanas - Hepatite fulminante: transplante • Profilaxia: - Vacina – dose única aos 15 meses (Min. Saúde) - Pós-exposição em não-vacinado: até 14 dias. Como pode fazer isso? Vacinando ✓ + Ig se imunodeprimido não tem tanta garantia que a vacina vai dar certo, seria interessante administrar imunoglobulina também! ✓ Tem gente que faz apenas imunoglobulina e não vacina: < 12 meses HEPATITE “E”: muito similar à A, fulmina mais em gestantes (20%). HEPATITE B • Transmissão: sexual (mais comum), vertical, percutânea • (Único) DNA-HBV • Antígeno da superfície do vírus: HBsAg (esse antígeno é facilmente detectável por exame de sangue). Entenda que quando uma pessoa tem hepatite B, seja aguda, crônica... conseguimos dosar HBsAg no exame de sangue! • Anti-HBs (garante proteção) – aponta imunidade • Antígeno do Core viral: HBcAg (fabricamos anticorpos contra ele) • Anti HBc: IgM (+ fase inicial da infecção/ infecção aguda) e IgG (fase mais tardia) • Anti-HBc: não garante proteção – aponta que teve contato com o vírus • HBeAg: o vírus só libera quando está se multiplicando/replicando... • Anti-HBe: latência (vírus não estão se multiplicando) Resumindo.... HBsAg +: Hepatite B (presença do vírus) – não sei se é aguda ou crônica Anti-HBc +: contato com o vírus (Se aparecer IgM+ mostra que o contato é recente, deve ser uma hepatite na fase aguda) ANNA VICTÓRIA, T17. Anti-Hbs+: cura ou vacinação prévia (proteção). Como saber se foi cura ou vacinação? Basta ver o Anti- HBc, a pessoa que foi vacinada nunca teve o contato com o vírus. HBeAg+: replicação viral Anti-HBe+: latência, fase não-replicativa. HEPATITE B FASE AGUDA <6MESES HBsAg + Anti-HBc IgM + Anti- HBc IgG -/+ Anti-HBs – HEPATITE B CRÔNICA >6 MESES HBsAg + Anti-HBc IgM – Anti-HBc IgG + Anti-HBs - HEPATITE B CURA HBsAg – Anti-HBc IgM (contato recente) - Anti-HBc IgG + Anti-Hbs + HEPATITE B VACINADA HBsAg – Anti-HBc IgM – Anti-HBc IgG – Anti- Hbs + ANNA VICTÓRIA, T17. HEPATITE “B” MUTANTE PRÉ -CORE • Conceito: falha na síntese do HBeAg (replica sem demonstrar) • Variante mais agressiva. Mais risco: fulminante, cirrose, câncer • Se o vírus está se multiplicado deve existir uma agressão ao fígado Quando vamos suspeitar? • HBeAg (-) • HBsAg (+) tem a infecção! • Aumento das transaminases (muito alta) Como ter a certeza disso? • Quantificando o material genético • HBV-DNA (aumentada) HEPATITE B AGUDA • Pode ter um curso fulminante 1%, das hepatites virais a que mais fulminam é a hepatite B • Alguns podem cronificar, dos adultos 5% (hepatite B crônica), 20-50% evoluem para cirrose, 10% carcinoma hepatocelular (CHC) • RN 95% cronificam • Particularidade: o vírus B crônico consegue passar direto para o CHC sem ter que obrigatoriamente passar pela fase da cirrose. Isso acontece devido a capacidade de mesclar o seu DNA com o DNA do hepatócito. TRATAMENTO Indicações principais: • Só trata hepatite B aguda (grave): icterícia, Coagulopatia • Crônica: AGRESSÃO: aumento das transaminases (>2x LSN) + aumento HBV-DNA FIBROSE: biopsia (METAVIR >= A2F2) ou elastofrafia (>7 kPa) COINFECÇÃO: HIV ou HCV PREVENÇÃO DA REATIVAÇÃO: imunussupresão/QT ESQUEMAS (em geral, monoterapia por tempo indeterminado) • 1ª linha: Tenofovir (TDF) • - Opção: Entecavir (contraindicação ao tenofovir, droga de escolha na prevenção de reativação) • Interferon ANNA VICTÓRIA, T17. HEPATITE C C de Cirrose Conceitos gerais • Vírus de RNA, com 6 genótipos (mais prevalentes 1 e 3) • 40% das pessoas com hepatite C não sabem a forma que foram infectadas • Principal forma de contágio = drogas injetáveis (parenteral) • HCV-RNA (carga viral), único anticorpo que existe é o anti-HCV. • Ao encontrar um anti-HCV positivo no exame de sangue pode representar que a pessoa tem realmente hepatite em atividade OU cura OU falso-positivo... • Anti- HCV (+) não posso afirmar que aquela pessoa tem hepatite C! O DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO ATIVA:• Anti-HCV (+) e HCV-RNA (+). HEPATITE C AGUDA • Evolução fulminante? 0% • Hepatite C aguda a imensa maioria acaba cronificando (80%) • Dos casos que cronificam, 30% evoluem para cirrose e 10% dos que fazem cirrose evoluem para carcinoma hepatocelular (CHC) TRATAMENTO • Indicações: todos os pacientes! • Objetivo: “resposta viral sustentada” = HCV-RNA indetectável • Esquemas: antiviral guiado por genótipo por 12-24 semanas (com o diagnóstico pede a genotipagem) - Conceito 1 – genótipo 1 (mais prevalente) no SUS: ledipasvir/sofosbuvir - Conceito 2 – esquemas pangenotípicos: • Velpatasvir/sofosbuvir • Glecaprevir/pibrentasvir (DRC) - Conceito 3: (+) ribavirina se cirrose! HEPATITE D • D de dependente • Precisa do vírus B (tem que ser HBsAg +) ANNA VICTÓRIA, T17. • Tem duas formas de a hepatite D acontecer: - Co-infecção “D” e “B” agudas (ao mesmo tempo) → Não aumenta o risco de cronificação - Super-infecção: “D” aguda + “B” prévia → risco aumentado de fulminante e cirrose!
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