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LESÕES ULCERATIVAS DA BOCA • Lesões ulceradas de forma primária ou secundária • Aspectos semiológicos: localização – forma – tamanho –número – limites – profundidade – coloração – consistência –duração – linfadenopatia – recidivas – fenômenos prévios • História familiar – presença em outras áreas – exames complementares • Divisão didática LESÕES ULCERADAS DE FORMA PRIMÁRIA: • Estomatite Aftosa Recorrente • Úlcera Traumática • Carcinoma Espinocelular • Paracoccidioidomicose • Cancro Sifilítico • Líquen Plano Erosivo LESÕES ULCERADAS DE FORMA SECUNDÁRIA: • Candidíase Pseudomembranosa Aguda • GUNA • Infecção Herpética • Pênfigos e Penfigóides • Angina Bolhosa Hemorrágica • Eritema Multiforme • Crescimentos teciduais com superfície ulcerada (Tórus, Hiperplasia Fibro-epitelial, Fibroma, etc.) U. A. R./ Ulceração/ Estomatite Aftosa Recorrente • Aphtae (Hipócrates e Célsus) • Cancro doloroso, Estomatite máculo-fibrinosa, Aftose habitual, Ulceração de Mikulicz, Úlcera dispéptica, Estomatite aftosa aguda, Estomatite aftosa recorrente, etc. • Epidemiologia: o mais recorrente na cavidade bucal • Aphtae (Hipócrates e Célsus) TEORIAS/ Etiologia (tendência familiar) →sem saber a causa certa dificulta o tratamento • GENÉTICA • GASTRO-INTESTINAL • HORMONAL • INFECCIOSA • IMUNOLÓGICA *FATORES DESENCADEANTES • IMUNODESREGULAÇÃO PRIMÁRIA ➢ PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA ➢ Tendência familiar, se os pais tem afta tem chance de 90% dos filhos terem. ➢ Componentes de membrana de células epiteliais X componentes de membrana de bactérias. Visto em pacientes que tem aftas variadas e episódios um atras do outro. Dessa forma, os CD8 fazem a destruição das células, clinicamente expressa como necrose/afta; ➢ Associação com certos antígenos de histocompatibilidade (HLA) nas membranas epiteliais. Ex. HLA-B12, HLA- B51, HLA-A2, etc. Como se fosse DOENÇA AUTOIMUNE ➢ STRESS – altera a tolerância e a reatividade do sistema imune. ➢ INFECÇÃO PELO HIV – eleva a relação CD8+/CD4+, por redução dos CD4+, eles fazem a morte celular • REDUÇÃO DA BARREIRA MUCOSA ➢ TRAUMATISMO LOCAL: durante a HO, redução da barreira, sai o epitélio, assim entra em contato o conjuntivo (tem cel. Imunes) com MO da boca, assim os CD8 mais próximas. ➢ ALTERAÇÕES HORMONAIS: torna mais fina e menos resistente ➢ PRODUTOS ALIMENTÍCIOS (vinagre, mostarda, ketchup, cítricos, etc.) aumentam a permeabilidade, assim os antígenos ficam mais próximos do sistema de defesa. ➢ DEFICIÊNCIA NUTRICIONAL (Vitaminas B2 e B12, Ferro). ➢ SUSPENSÃO DO FUMO: o fumo desenvolve hiperqueratose, assim quando o paciente fuma deixa mais resistente, ao parar vai voltar ao normal, mas NUNCA INDICAR O FUMO ➔ Chimarrão não tem fator importante, pois é mais localizado o calor, sem gerar hiperqueratose importante; ➔ Fluxo salivar reduzido diminuía a lubrificação e facilita os traumas; • AUMENTO NA EXPOSIÇÃO ANTIGÊNICA ➢ MEDICAMENTOS (AINEs, Betabloqueadores, etc.) ➢ MICRORGANISMOS (Formas L de Streptococcus, Adenovírus, Citomegalovirus, etc.) principais antígenos reconhecidos ➢ ALIMENTOS (chocolate, leite, café, glúten, nozes, corantes, etc.) → geralmente tem associação de vários fatores desencadeantes →Alimentos ácidos aumentam a permeabilidade da mucosa e facilitam o trauma Epidemiologia • Idade: quanto mais velho, menor os episódios de aftas. Comum na infância e pré-adolescência • Sexo: 2x mais em mulheres Afta vulgar • Estágio 1 /pródomo: 12-48 h: coceira, ardor, prurido no local onde terá a afta • Estagio 2 pré ulcerativo/ macular/eritematoso: fica vermelho no local • Estagio 3/ulcerativo: caráter agudo, com poucas lesões, tamanho de +/- 1 cm, leito branco amarelado (exsudato fibrinoso), halo eritematoso (é agudo), dolorido (exposição dos tecidos nervosos), quaisquer áreas com EXCESSAÔ DAS AREAS QUERATINIZADAS (gengiva e palato duro), costuma ser arredondada, leito concavado no centro; → Reparo, recorrências e duração: autolimitante, tem duração de 7-14 dias →Não necessita biópsia e exames complementares →Diagnóstico: anamnese e exame clinico →diferente de úlcera (crônica) Tratamento • CASOS LEVES (1 OU 2 LESÕES): TRIANCINOLONA EM ORABASE – 1 bisnaga. Aplicar 3x ao dia, durante 7 a 14 dias. • CASOS MODERADOS (3 OU 4 LESÕES): XAROPE ODONTOLÓGICO DEXA – 350 a 500 ml. Bochechar o conteúdo de 1 colher das de sopa por cerca de 1 min. e, em seguida, cuspir. Usar 3x ao dia durante 7 a 14 dias. Obs: produto manipulado. (antifúngico, AB) Se não tem, usa eritromicina em xarope e faz só o bochecho. • Casos intensos (+ 4 lesões): PREDNISONA 5 mg – 115 comprimidos. Tomar 3 comprimidos pela manhã e 3 comps. à noite, durante 15 dias. → Tomar 1 comprimido pela manhã e 1 comprimido à noite, durante 10 dias → Tomar 1 comprimido pela manhã, durante 5 dias. (desmame) + omeprazol de manha em jejum, por 1 mês (age no fator estomacal) + vitaminas B e Ferro por 1 mês e pode usar ou não o xarope de Dexametasona ou eritromicina →o paciente fica um bom tempo sem episódios Complexo principal de histocompatibilidade CPH/MHC • Conceito: é responsável por apresentar antígenos associados a células para serem reconhecidos pelos linfócitos T, (bactérias, fungos, protozoários, vírus, células infectadas e células não próprias/transplantes) • A compatibilidade é dada pelos aminoácidos do MCH, para transplantes deve haver compatibilidade para não reagir como antígeno • É um gene polimórfico, com grande variabilidade, responsável por reconhecer milhares de antígenos, para uma população não ser dizimada por um antígeno especifico • Pode ser chamado de HLA-antígeno leucocitário humano MHC classe 1: codominantes alelos herdados da mãe e pai, dão variabilidade grande de reconhecimento • Responsável por reconhecer antígenos intracelulares para célula T. (vírus) • Está expresso em todas células nucleadas • Externaliza para o exterior da célula para ter o combate • Se liga com o linfócito T CD8, produz células de memória e efetivas • Pode ser uma célula cancerosas e doentes MHC classe 2: codominantes alelos herdados da mãe e pai, dão variabilidade grande de reconhecimento • Reconhecer antígenos extracelulares e apresentar para os linfócitos T CD4 auxiliares • Expresso em alguns leucócitos • Desencadeia uma resposta imune, liga o antígeno e o engolfa, dividindo em células de memoria e efetivas PMNRC /Afta de Sutton/Gigantiforme • Localização: Local de Glândulas salivares menores • Primeiros episódios: na puberdade ou logo após • Quadro clínico: mais de 1 cm, muita dor, dificuldade de falar, sialorreias, febrícula (infecção bacteriana), linfadenopatia local, dura de 2-8 semanas, mesma aparência clínica • Pouco comum e tem recorrência • Regressão: sozinha • Recorrências • Diagnóstico e Terapêutica: mesma das aftas vulgares, usa o protocolo de afta graves AFTA HERPETIFORME • Primeiros episódios: adultos • Mesmo sítios de predileção aos do herpes: palato duro e tecido gengival • Quadro clínico: Herpes, até 30 pequenas lesões • Reparo e recorrências: 14 dias, espontâneo, o mais recorrente • Triancinolona ou corticoide sistêmico depende do número GUN (GUNA) GENGIVOESTOMATITE ÚLCERO-NECROSANTE AGUDA/boca de trincheira • Etiologia: bacilo fusiforme e espiroqueta + fatores predisponentes • Principalmente gengiva, pode ter mucosa jugal • Sempre é aguda • Predisponentes: stress, deficiência nutricional, condição imune, má HO, genética; • Começa com hiperemia das papilas→ ulceração das pontes entre papilas V e P→ necrose das pontes entre papilas V e P→ papila invertida/mau hálito, gosto metálico (fibrinas e hemácias), dor, mal estar e febre • Geralmente adultos de 35 anos, mas depende da debilidade sistêmica • Diagnostico: anamnese e exame clínico, se tem dúvida faz o teste terapêutico, se reagiu bem era GUNA • pode não ficar restrita a gengiva • Podeser só caso localizado TERAPÊUTICA Casos leves • GLUCONATO DE CLORHEXIDINA A 0.12% (Solução para bochechos) – 1 frasco de 350 a 500 ml. Bochechar o conteúdo de 1 colher das de sopa por cerca de 1 min. e, em seguida,cuspir. Usar 2x ao dia durante 7 dias. • RAP (após 1 semana). QUADROS MODERADOS E INTENSOS • GLUCONATO DE CLORHEXIDINA A 0.12% (Solução para bochechos) – 1 frasco de 350 a 500 ml. Bochechar o conteúdo de 1 colher das de sopa por cerca de 1 min. e, em seguida, cuspir. Usar 2x ao dia durante 7 dias. • PENICILINA G BENZATINA 1.200.000 U – 3 injeções. Fazer 1 injeção intramuscular a cada 3 dias (GUN) • RAP (após 1 semana). NOMA (Cancrum oris) • Infecção oportunista de progressão rápida, é uma progressão da GUNA, tem uma grande necrose tecidual, óssea e perda dentária • Etiologia: paciente muito debilitado, mesma da GUNA • Epidemiologia: geralmente em ambiente Africano • Quadro clínico: rápida destruição tecidual, sem tanta dor, menor desconforto, destrói as terminações nervosas • Terapêutica: AB amoxicilina e metronidazol (equipe multidisciplinar) Úlcera traumática • Etiologia: agentes físicos e químicos, aparelho, PP afilada, cúspides afiladas, uso de AAS local... • Quadro clínico: conforme o agente • Diagnóstico: exame clínico • Terapêutica: age sobre o agente causador (ex. retirar raiz residual) + bochecho de DEXA • Reparo: 10-14 dias • Biópsia: só faz se não regrediu sem o tratamento, pode se transformar em câncer quando é antiga • Comum: borda lateral de língua, comissura labial... • Cronicidade: halo branco/castanho, hiperqueratose, firme, dói pouco (antiga) x aguda (avermelhada e dói muito) Úlcera psicogênica ou factícia • Etiologia: paciente ansioso que fica se mordendo, habito de morder ou morder objetos • Epidemiologia: crianças, jovens e mulheres • Aspectos clínicos: varia o hábito, área erosiva, hiperqueratose, descamação • Diagnóstico: observar se o paciente está mordendo durante a anamnese, perguntar aos pais Granuloma eosinófilo traumático • Etiologia: trauma mecânico local de baixa intensidade e lonha duração • Quadro clínico: BORDA DE LONGUA, úlcera, grande, halo branco e firme • Tratamento: atua sobre o fator etiologico + REMOÇÃO CIRUGICO, não refride sozinho • Diagnóstico: BIOPSIA EXCISIONAL com margem/INCISIONAL+ exame clínico→ diferencial com carcinoma epidermoide
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