Aula 04_Bioética

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28 de março de 2022 
 
Disciplina de Ética Profissional e Legislação 
Laura Meiken Morelli RA 201090236 
 
Bioética 
 Na palestra ministrada pelo Professor Doutor Stelio P. L. Luna sobre Bioética, o 
debate acerca do tema começou abordando o conceito de ética. Colocou-se 
que ética é uma discussão de bem ou mal, de forma que pode depender muito do 
ponto de vista, sendo que o que é benéfico a uma pessoa não necessariamente é 
para outra. Pode-se datar o primeiro registro de debate ético na Bíblia, com a 
história de Adão e Eva e os 10 mandamentos de Deus, definindo aquilo que era 
aceito ou não para um grupo naquela determinada época. Desde então, a ética 
une a sociedade e está intimamente relacionada a filosofia, dentro da qual se 
estuda crenças e religião, a existência e a metafísica, o conhecimento e a 
epistemologia, a razão e a lógica (seja na matemática ou linguagem), a moral e a 
ética, e a arte e a estética. 
 A moral é refletida em hábitos e costumes, depende da cultura de um povo 
e pode ser influenciado pela religião e crença popular, sendo refletida nas 
produções artísticas, literárias, cinematográficas, entre outras, de uma sociedade. 
Já a ética vem do grego ethos, e significa caráter. Ela reflete a consciência do 
indivíduo e o esforço da razão para fazer o que tem o melhor motivo, estudando as 
morais em busca de respostas. A ciência baseia-se na aquisição e aplicação do 
conhecimento, e possui sua própria dimensão ética. Apesar de ter começado com 
viés antropocentrista, atualmente a ciência toma como base a vida como um todo. 
A partir daí surge a bioética, a união entre o saber biológico e os valores humanos 
em busca de uma negociação justa. 
 A origem do estudo da bioética começou no século 70, e trouxe o debate da 
ciência frente a humanidade, levando em conta o fascínio e o avanço rápido que 
o primeiro trás frente a reflexão que o segundo demanda. Com o desenvolvimento 
técnico científico, experimentos que não respeitavam a vida humana passaram a 
ser realizados em grupos marginalizados ou minorias. Inicialmente, ao final da 
Segunda Guerra Mundial, houve o julgamento de médicos alemães nazistas que 
abusaram de judeus a fim de realizar testes e utilizá-los como cobaia. Além disso, 
nos Estados Unidos, estavam sendo realizados experimentos em crianças com 
inoculação do vírus da hepatite e também em homens negros com o 
acompanhamento da evolução da sífilis em pessoas infectadas, mesmo já havendo 
cura para a mesma. Outras situações incluíam testes de novas tecnologias para 
cura de doenças sendo realizados sem critério de seleção, por exemplo. Em vista a 
falta de ética nesses tipos de experimentos da época, foi estabelecido, em 1978, os 
três princípios da bioética: a não maleficência, a beneficência e a equidade. 
Atualmente, debates da bioética ainda permeiam a sociedade, como a aplicação 
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de transplantes, a legalização do aborto, a legalização da eutanásia e o 
congelamento e inseminação de óvulos e embriões. 
 Atualmente, os princípios da bioética são a autonomia, beneficência, não 
maleficência, justiça e confidencialidade. Dentro da veterinária, a bioética 
perpassa o uso de animais, seja na produção de alimentos, eventos de 
entretenimento ou em animais como estimação. Assim, surgem movimentos como 
o vegetarianismo, a abolição de esportes e eventos como vaquejadas, entre outros 
que também utilizam animais, e a preocupação com o bem estar animal dentro da 
produção e com animais de estimação. A área de bem estar inclui não somente a 
ética, mas também a ciência e a lei. Sob esse aspecto, a ciência discute sobre os 
efeitos dos seres humanos sobre o animal levando em conta a perspectiva do 
mesmo, procurando indicadores fisiológicos (níveis de cortisol, dor) e 
comportamentais (expressar comportamentos naturais). A ética engloba as atitudes 
humanas para com os animais, como o consumo de produtos comprometidos com 
a causa animal, e a lei institui como os seres humanos são obrigados a tratar os 
animais, levando em conta a legislação de proteção. O status moral do animal 
pode ser influenciado por sua posição como pet, como instrumento (testes em 
laboratórios) ou de forma intrínseca, levando em conta a senciência, ou seja, sua 
capacidade de sentir. 
 A bioética perpassa diversos âmbitos da prática da medicina veterinária e 
também do lugar que o homem ocupa na sociedade. Dentro da medicina, ao levar 
em conta conhecimentos científicos e os valores éticos, o uso de animais deve ser 
consciente, seja na pesquisa, na produção ou no comércio e tratamento como 
animal de companhia. Em qualquer uma dessas áreas, deve-se levar em conta o 
bem estar desse animal, a educação da população acerca do tratamento dos 
animais, e a luta por caminhos legais em casos de abusos. Por isso, é importante que 
a bioética seja levada em conta nos mais diversos aspectos e, assim, seus princípios 
sejam passados na sociedade e conscientize a população. A ética deve apelar ao 
bom senso e, quanto ao uso e animais, é importante exercer a compaixão e levar 
em conta os três princípios de reduzir, recolocar e refinar métodos de pesquisa.