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Laura da Cunha Casimiro – Odontologia FORP-USP Armas de Fogo e Balística Forense Arma · É todo objeto que pode aumentar a capacidade de ataque ou defesa do homem. · Podem ser próprias ou impróprias. · As armas próprias são aquelas feitas pelo homem com a finalidade de serem usadas como armas (pistola, fuzil, revolver etc.). · As armas impróprias são aquelas que eventualmente podem ser usadas por um indivíduo para matar ou ferir seu semelhante (martelo, machado, foice, etc.). · Armas de fogo · Arma própria: que utiliza, para expelir seus projéteis, força expansiva dos gases resultantes da combustão da pólvora Balística · É uma parte da Física Aplicada que estuda os projéteis (sua trajetória, os meios que atravessam etc.) e as armas de fogo. Balística forense · É uma disciplina, integrante da criminalística, que estuda as armas de fogo, sua munição e os efeitos dos tiros por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação direta ou indireta com infrações penais, visando esclarecer e provar sua ocorrência. Divisão da balística · Segundo os estudos que são submetidos à balística forense, esta pode ser dividida em: balística interna, balística externa e balística dos efeitos. Balística interna · Conhecida também como balística interior, é a parte da balística que estuda a estrutura, mecanismos e funcionamento das armas de fogo, o tipo de metal usado na sua fabricação bem como, a sua resistência às pressões desenvolvidas na ocasião do tiro. · As armas de fogo são criteriosamente analisadas nesse ramo da balística forense, assim sendo, além do estudo do funcionamento das armas, da sua estrutura e mecanismos, este ramo da balística descreve até mesmo as técnicas do tiro. Balística externa · Conhecida também como balística exterior, estuda a trajetória do projétil, desde a saída da boca do cano da arma até a sua parada final (repouso). · A balística exterior analisa as condições do movimento, velocidade inicial do projétil, sua forma, massa, superfície, resistência do ar, a ação da gravidade e os seus movimentos intrínsecos. Balística dos efeitos · Conhecida também como balística terminal ou balística do ferimento, estuda os efeitos gerados pelo projétil desde que abandona a boca do cano até atingir o alvo. · Portanto, essa divisão da balística forense busca analisar e descrever os efeitos causados pelos disparos com armas de fogo. Dentre seus objetos de análise estão os impactos dos projeteis, os ricochetes desse durante sua trajetória, as lesões e danos sofridos pelos corpos atingidos. Visando a partir de métodos científicos identificar os efeitos causados pela arma que efetuou os disparos para que através dela haja uma futura identificação do criminoso e sua detenção. Componentes de Revólver e Pistola Componentes de Cartucho de Arma de Fogo Cartucho · Designação genérica das unidades de munição utilizadas nas armas de fogo Classificação das Armas de Fogo Mobilidade/uso Curtas · Permitem a realização de todas as operações essenciais ao disparo com uma mão (posicionamento, saque, empunhadura e disparo) · São as armas mais usadas para defesa pessoal e no cometimento de crimes · Revolveres, pistolas Longas · Impõe a necessidade de utilização de ambas as mãos, para que todas as operações essenciais ao disparo possam ser feitas · Rifles, espingardas Alma do cano · Alma Lisa · Alma Raiada As raias são sulcos paralelos, na alma do cano, destinados a imprimir aos projéteis um movimento giratório, em torno do longo eixo de sua trajetória, cuja função é de manter a estabilidade ao longo do seu percurso Funcionamento Armas de Repetição · Aquelas cujos mecanismos de repetição e de disparo dependem exclusivamente da força muscular do atirador · Na prática, o atirador deve alimentar a arma, ejetar o estojo vazio e colocar uma munição nova na câmara, manualmente, e só então poderá pressionar o gatilho novamente para disparar · Ex: espingarda Semiautomáticas · Quando o esforço muscular do atirador é necessário apenas para o acionamento do mecanismo de disparo, aproveitando-se a força de expansão dos gases oriundos da combustão da pólvora para o acionamento automático do mecanismo de repetição · O atirador deve pressionar o gatilho, enquanto o sistema de funcionamento da arma, por meios próprios, retira o estojo usado e reposiciona uma munição nova na câmara Automáticas · Tiros intermitentes e contínuos, em rajada, como ocorre com as submetralhadoras e fuzis · Tanto a alimentação da câmara quanto os disparos propriamente ditos são feitos pela própria arma, enquanto o operador mantiver a tecla do gatilho pressionada Calibre das armas de fogo · O calibre de uma munição é a medida padrão do seu projétil · Bitola ou diâmetro do projétil, coincidindo com o diâmetro interno da alma da arma de fogo que o utiliza Sistema Americano · Polegada · .22 · .380 · .40 Sistema Europeu · Métrico · 9 mm Sistema “Alma Lisa” · Libras · 10 · 12 · 24 Quanto menor o número do calibre, mais grosso é o diâmetro do cano Todos podem ser do mesmo calibre (ex: calibre 12), porém divididos de formas diferentes Cartuchos · Destinados a armas não raiadas (alma lisa) são habitualmente carregados com bagos múltiplos de chumbo com o objetivo de aumentar a probabilidade de acertos dos disparos · Maior efetividade em curtas distâncias · Dispersão dos bagos de chumbo Efeitos do tiro no corpo humano Orifício de entrada · Regular, invaginado, diâmetro proporcional ao projétil ou menor · Apresenta orlas e zonas · Orla de enxugo: externa à orla de contusão, formada pela limpeza que a pele realiza no projétil. A sujidade do projétil fica retida nesta área · Orla de contusão: deve-se ao arrancamento da epiderme motivado pelo movimento rotatório do projétil antes de penetrar no corpo · Ao redor do orifício · Bordos invertidos e contundidos · Derrame de sangue Orifício de saída · Dilacerado, evertido, desproporcional ao projétil, não apresenta orlas e zonas Em tiros à curta distância · Zona de tatuagem: grânulos de pólvora combusta ou incombusta que se incrustam na pele. Não removível · Zona de esfumaçamento: produzida pela fuligem, pólvora combusta, cor acinzentada, removível com água e sabão Tiro encostado · Contato do cano com a pele · Sinal de Werkgaertner: lesão de queimadura, imprime na pele da vítima a marca circulas do cano · Sinal da Câmara de mina de Hoffmann: orifício estrelado, com bordas evertidas. Plano ósseo baixo · Sinal de Benassi: plano ósseo baixo. Anel acinzentado ao redor da face externa do orifício (no osso), causado por resíduos de pólvora não queimada · Sinal(ou funil) de Bonnet: indica o sentido do projétil de arma de fogo no osso Identificação das armas de fogo · Série: varia conforme fabricante · Numeração sequencial · Mês de fabricação · Ano de fabricação · Calibre Técnicas para confronto balístico · Disparo experimental x projétil encontrado no local
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