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Recuperação Judicial sob a Ótica das Alterações do Projeto de Lei Recuperação judicial: Alterações com relação à venda de ativos (venda com autorização judicial e de UPI) e modalidades de venda Eduardo Augusto Mattar - Janeiro, 2021 Tópicos ➢Alienação de bens em geral mediante autorização judicial ➢Alienação de unidades produtivas isoladas ➢Modalidades de alienação de bens ➢Outras mudanças relevantes Alienação de bens em geral mediante autorização judicial Antes Atual Devedor não poderá alienar ou onerar bens ou direitos de seu ativo permanente, salvo evidente utilidade reconhecida pelo juiz, depois de ouvido o Comitê, com exceção daqueles previamente relacionados no plano de recuperação judicial. Devedor não poderá alienar ou onerar bens ou direitos de seu ativo não-circulante, inclusive para os fins previstos no art. 67 desta Lei, salvo mediante autorização do juiz, depois de ouvido o Comitê de Credores, se houver, com exceção daqueles previamente autorizados no plano de recuperação judicial. Apenas autorização judicial, ouvido o Comitê (ou o AJ, caso não houvesse Comitê – competência subsidiária) Juiz autoriza (ouvido o Comitê, se houver) > credores com mais que 15% de créditos podem requerer AGC, às suas expensas, para deliberar a venda, desde que caucionem valor integral da alienação > AJ avalia requisitos e requer convocação da AGC Silêncio sobre sucessão Veto ao §3º do Art. 66: “§ 3º Desde que a alienação seja realizada com observância do disposto no § 1º do art. 141 e no art. 142 desta Lei, o objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do adquirente nas obrigações do devedor, incluídas, mas não exclusivamente, as de natureza ambiental, regulatória, administrativa, penal, anticorrupção, tributária e trabalhista.” Silêncio sobre reversibilidade ou anulação de venda eventualmente autorizada Proteção maior ao adquirente: uma vez consumada a venda, com recebimento de valores, irreversível (sem prejuízo de convolação em falência por esvaziamento patrimonial e bloqueio produto da venda) Alienação de unidades produtivas isoladas Antes Atual Redação aberta sobre o que pode integrar uma UPI. Poderá abranger tudo: bens, direitos ou ativos de qualquer natureza, tangíveis ou intangíveis, isolados ou em conjunto, incluídas participações dos sócios. Redação não-ideal sobre sucessão – mas jurisprudência consolidada em proteção ao adquirente. Veto ao ajuste do § único do Art. 60: “Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor de qualquer natureza, incluídas, mas não exclusivamente, as de natureza ambiental, regulatória, administrativa, penal, anticorrupção, tributária e trabalhista, observado o disposto no § 1º do art. 141 desta Lei.” Silêncio sobre alienação integral da empresa, na RJ: interpretação de que seria equivalente a liquidação e, portanto, não seria livre de sucessão. Tentativa (ruim) de regular a venda total do devedor como meio de recuperação (art. 50), desde que os credores extraconcursais (incluindo reivindicações fiscais ou não aderentes ao Plano de RJ) recebam condições ao menos semelhantes às que teriam recebidos em liquidação do devedor. Antes Atual Possibilidade de alienação de ativos mediante: - leilão, por lances orais - propostas fechadas, ou - pregão Publicação de edital com 15 dias (bens móveis) ou 30 dias (bens imóveis) de antecedência. Possibilidade de formas alternativas aprovadas pelo juiz, mas jurisprudência excluía proteção contra sucessão em caso de ausência de leilão. Possibilidade de alienação de ativos mediante: - leilão eletrônico, presencial ou híbrido - processo competitivo organizado por agente especializado e de reputação ilibada, detalhado em relatório anexo ao PRJ - qualquer outra modalidade, desde que aprovada nos termos da Lei nº 11.101 Se não for leilão, deve ser aprovada: - pela AGC; - no PRJ; ou - pelo juiz, após manifestação do AJ e Comitê Todas as modalidades são alienações judiciais Intimação do MP apenas Intimação das Fazendas Públicas e MP Silêncio sobre preço vil Expressamente: não existe preço vil Modalidades de alienação de bens Antes Atual Impugnações pelos credores, MP ou devedor, sem indicação de critérios. Impugnações pelos credores, MP ou devedor, mas seguindo os seguintes critérios: - Impugnações baseadas em valor de venda só recebidas se acompanhadas de oferta firme + 10% de caução - Impugnação infundada será considerada ato atentatório à dignidade da justiça. Silêncio sobre esvaziamento patrimonial Convolação da RJ em falência por esvaziamento patrimonial Tributação normal sobre venda de ativos Possibilidade de parcelamento de IR e CSLL sobre o ganho de capital resultante da alienação de bens Outras mudanças relevantes Eduardo Augusto Mattar eamattar@padismattar.com.br 55 11 3030 1751
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