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PRINCIPAIS PRECURSORES DA LITERATURA INFANTIL Na época Medieval, quando surgiram os primeiros contos, as crianças não participavam como ouvinte das histórias, pois estas eram contadas em rodas de adultos como salas de fiar e tabernas. Elas eram “marcadas pela prosa de caráter exemplar, que fazia surgir uma literatura moralizante, de caráter didático e sentencioso, utilizada pela Igreja como um instrumento de civilização e que posteriormente seria destinado às escolas” (BARCELLOS, 2001). Assim, sendo verídico que as histórias infantis possuem suas primeiras narrativas populares na Idade Média, serão pesquisados autores literários a partir de 620 a.C. até os dias de hoje. Na antiguidade O primeiro escritor a se tornar conhecido no meio literário por causa de suas fábulas chamava-se Esopo e nasceu na Grécia no século VI a.C. Acredita-se que era corcunda, gago e dono de uma rara inteligência. Suas histórias geralmente eram fábulas que utilizavam os mais variados animais como personagens que falavam, tinham personalidade definida, podiam ser sábios ou ignorantes, ou seja, tinham o comportamento muito parecido com o do homem. A intenção dele era de mostrar como o ser humano agia perante as situações que apareciam em sua vida. De acordo com Mandanêlo (2006) o historiador Heródoto conta em uma biografia egípcia que ele era um escravo que ganhou liberdade por causa do seu talento, era “um protegido do rei Creso e teria sido executado pelos cidadãos de Delfos por crime de blasfêmia”. Suas obras eram “ilustradas em louça, em manuscritos e até em tecidos” (MANDANÊLO, 2006). Como não se tem registros de todas as histórias de Esopo, muitas delas podem estar misturadas com as histórias de outros fabulistas, pois hoje, muitas desses ditos populares de autoria anônimas que conhecemos podem ser parte de uma de suas histórias, como por exemplo: “gato escaldado tem medo de água fria” ou “cachorro que ladra não morde”. De acordo com Mandadêlo (2006, apud ASH, 1997) as principais fábulas de Esopo são: A lebre e a tartaruga A cigarra e as formigas A raposa e o leão O urso e a raposa A raposa e as uvas O sapo e o boi O lobo e a cegonha O leão apaixonado O leão e o mosquito A queixa do pavão O ratinho da cidade e o ratinho do campo A raposa e a cegonha O leão e o ratinho O lobo e o burro O urso e as abelhas A gralha vaidosa O leão e as outras feras A gansa dos ovos de ouro A rosa e a borboleta O pastor e as ovelhas O milhafre, o falcão e os pombos As lebres, as raposas e as águias O macaco e o golfinho A chegada do Renascimento trouxe consigo a invenção da imprensa e consequentemente o aparecimento do livro que agora podia registrar todas as tradições orais populares e fazer divulgação através de cópias que poderiam ser espalhadas por todo mundo. Na França, na segunda metade do século XVII, a educação pretendia formar homens que “pelo saber, preparação física, caráter e gosto literário, estaria apto para participar dinamicamente das instituições sociais e políticas de sua nação" (BARCELLOS, 2001 apud COELHO, 1991, p. 69), no entanto houve também uma preocupação com a educação de crianças e jovens que fez surgir os primeiros livros infantis. Alguns nomes surgiram nessa época, entre eles os fabulistas franceses Chalés Perrault (1628 a 1703) e Jean de La Fontaine (1621 a 1695). Os contos de Perrault segundo Mandêlo (2006) eram desvalorizados pela “estética de seu tempo”, porém mesmo assim, transformou-se “em um dos maiores sucessos da literatura para a infância, por volta de 1671”. Além das fábulas, Perrault estabeleceu os primeiros modelos de conto de fadas. Entre as suas principais obras estão: Mamãe Gansa O Pequeno Polegar O Barba Azul A Bela Adormecida no Bosque O Gato de Botas Pele de Asno Já as fábulas de La Fontaine traziam argumentos que se baseavam em “autores gregos, latinos, franceses, medievais, parábolas bíblicas, contos populares, narrativas renascentistas e medievais” (BARCELLOS, 2001). Em La Fontaine podemos citar: A Cigarra e a Formiga Adonis O rei Ode As Fadas O amor de Cupido e Psiquè No século XVIII já começava a haver uma preocupação pedagógica com a educação das crianças, que segundo Barcellos (2001) “durante esse século encontrariam seu apogeu nas obras de Fénelon”, que eram direcionadas para o ensino das artes e da educação intelectual. Fénelon era padre e preceptor das filhas do rei. “Seus textos eram redigidos com a intenção de formar o caráter do educando de maneira indireta, através de uma literatura interessante e instigante.” (BARCELLOS, 2001). Dessa época em diante os livros infantis começam a aparecer com mais frequência, são obras dos mais variados tipos que reúnem desde as fábulas de Esopo aos contos filosóficos e pedagógicos. É um marco da Literatura Infantil. Surgiram também nessa época, dois dos maiores nomes da Literatura Infantil, os Irmãos Grimm, Jacob (1785 a 1863) e Wilheim (1786 a 1859). Os Irmãos Grimm ainda crianças perderam o pai e foram morar com a tia, em outra localidade. No novo lar, eles cresceram e estudaram direito. Conheceram um professor que possuir uma biblioteca jurídica e começaram a ajudá-lo nesse trabalho. Assim, a literatura entra na vida dos irmãos fazendo com que os dois se interessem por ela. Com o contato direto com a literatura, os irmãos começam a se dedicar aos estudos de história e linguística, arrecadando da tradição oral, as antigas narrativas, lendas ou sagas germânicas. Jacob, principalmente, era um coletor de histórias, ouvia tudo que lhe contavam enquanto sua mente fervilhava de ideias para novos contos (GRIMM, 2002). Em 1806 voltaram a morar com mãe em Kassel onde ficaram até ela vir a falecer dois anos depois, então começam a escrever seus primeiros contos. Em 1811, Jacob publicou sua primeira obra solo e em 1812 os dois juntos publicaram o primeiro livro dando início agora ao nome da qual passariam a assinar seus livros: “Irmãos Grimm” (GRIMM, 2002). Suas principais obras segundo Grimm (2002) foram: A Bela Adormecida Branca de Neve Chapeuzinho Vermelho João e Maria A Gata Borralheira (Cinderela) Rapunzel Os músicos de Brememn Mais ou menos na mesma época, surgiu o dinamarquês Hans Christian Andersen (1805 a 1875), outra figura da Literatura Infantil. Era poeta, novelista e ficou conhecido na história como o maior escritor de contos infantis da literatura mundial. Em suas obras ele se preocupava com valores éticos, sociais, políticos e religiosos (BARCELLOS, 2001). Porém, Andersen não começou a escrever desde cedo, antes que pudesse despertar para o mundo da literatura, ele estudou várias artes como, música, dança e artes plásticas, não se encontrando em nenhuma delas. Suas primeiras obras consistem em um diário de viagem, poemas e peças teatrais, no entanto os seus textos mais famosos são: O Patinho Feio A Roupa Nova do Imperador Soldadinho de Chumbo O criador de porcos A Rainha da Neve Os sapatinhos vermelhos Nos dias atuais No século XIX a Literatura Infantil chega ao Brasil com o brasileiro Monteiro Lobato que escrevia obras direcionadas às crianças usando principalmente o imaginário, algo tão presente na vida da criança em formação. Sua obra mais conhecida entre as crianças é o Sítio do Pica-pau Amarelo, onde reúne uma mistura de magia, fantasia e realidade. Emília, uma boneca falante; e Visconde, um boneco feito de espiga de milho que ganha vida são alguns de seus personagens mais famosos. Com os personagens dessa obra ele escreveu muitos contos, entre eles: A chave do tamanho Reinações de Narizinho As caçadas de Pedrinho A reforma da natureza O Saci Os 12 trabalhos de Hércules Memória da Emília O Minotauro Entre outrosnomes dedicados à obras para criança podemos citar Walt Disney (1901 a 1966) e Ziraldo (1932). Walt Disney era produtor de desenhos animados e animador. Ficou famoso pela grande quantidade de histórias e filmes envolvendo a fantasia e o maravilhoso. Fundou a Walt Disney Wold lugar que representa todo o imaginário infantil, toda a magia que encanta crianças e adultos, um mundo onde tudo é possível, assim como nos contos de fada. Ziraldo escreve até hoje, participa de vários projetos pedagógicos e tem com obra mais conhecida o “Menino Maluquinho”, um dos maiores fenômenos editoriais no Brasil de todos os tempos que já foi transformada em peças de teatro e filme para o cinema. REFERÊNCIAS BARCELLOS, Carine. Teoria Crítica e Educação: um estudo sobre o papel da literatura infantil como um dos mediadores no processo de semiformação. Artigo de Pós-Graduação em Educação da UNIMEP. Piracicaba-SP: 2001. COELHO, N. Panorama Histórico da Literatura Infantil. São Paulo: Ática, 1991. COELHO, Nelly N. O Conto de fadas. 2. ed. São Paulo: Ática, 1991. GRIMM, Irmãos. Contos de Fadas. 4ª edição; São Paulo: Editora Iluminuras Ltda, 2002. MANDANÊLO, Cristiane. Esopo (+/- 620 a. C.) Disponível em: http://www.graudez.com.br/litinf/autores/esopo/esopo.htm Acesso em.
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