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Antibióticos em cirurgia Definição de profilaxia antimicrobiana em cirurgia: administração de antibióticos no intra-operatório a pacientes submetidos à cirurgia, mas sem evidência de infecção vigente Indicação: • Cirurgias potencialmente contaminadas ou contaminadas • Cirurgias limpas que envolvam instalação de próteses ou cuja eventual infecção tenha consequências desastrosas (ex: cirurgias cardíacas) • Pacientes acima de 70 anos, desnutridos ou imunossuprimidos Classificação das feridas operatórias: • Limpa • Limpa-contaminada • Contaminada • Suja Fatores de risco pré-operatório: • Deficiente lavagem das mãos do cirurgião • Tricotomia com lâmina • Desinfecção da pele do doente • Quebra da técnica cirúrgica antisséptica • Contaminação intra-operatória • Má técnica cirúrgica • Injeção com epinefrina • Uso excessivo de eletrocautério • Duração do procedimento cirúrgico • Presença de próteses, drenos ou material estranho • Duração da hospitalização pré-operatória Princípios gerais de profilaxia: • Escolher um antibiótico internamente eficaz (objetivo principal é a diminuição da hipótese de infecção da ferida operatória) • Administrar uma dose completamente eficaz (doses completas de acordo com o peso do doente, para atingir o pico de concentração tecidual no sítio da ferida antes da incisão inicial e se mantenha até seu encerramento, sendo geralmente 1h antes da incisão, ou durante a indução anestésica. Obs: cirurgias mais longas >3h ou com perdas/administração rápidas de fluídos, é necessário respectivamente, dose eficaz adicional e doses frequentes) • Administração antibiótica de curta duração (seu uso prolongado pode mascarar o diagnóstico de uma infecção e levar à resistência bacteriana, além de constituir um custo financeiro) • Características do antibiótico (espectro mais específico possível para os microrganismos esperados, com menos efeitos secundários, baixa seleção de microorganismos virulaentos, farmacocinética adequada e administração preferencialmente por via endovenosa) • Evitar utilizar antibióticos que sejam úteis para o tratamento de sepsias graves Via de administração: a via endovenosa é o ideal, devido a sua rapidez de ação e capacidade de atingir concentrações séricas e tissulares esperadas/previsíveis Início da profilaxia: geralmente ocorre um hora antes do início da cirurgia, ou na indução anestésica (exceção: quinolonas e vancomicina – administração 2h antes). Dose inicial deve ser a plena, mas para pacientes acima de 80kg pode ser utilizado o dobro da dose convencional. Antibióticos de escolha: cefalosporinas de 1º ou 2ª geração geralmente são as melhores indicações, por apresentarem espectro para gram-positivas e negativas, além de farmacocinética estável e baixo custo por dose. Duração: habitualmente em dose única, com duração máxima de 24h após o término da cirurgia. Caso haja suspeita de infecção, deve-se mudar o antibiótico. Doses preconizadas na indução: • Cefazolina: adultos 2g / Obesos (> 120kg): 3g / crianças 30mg/kg. • Cefuroxima:adultos1,5g/crianças50mg/kg. • Ceftriaxona: adultos 2g / crianças 50-75mg/kg. • Cefoxitina: adultos 2g / crianças 40mg/kg. • Clindamicina: adultos 900 mg / crianças 10mg/kg. • Vancomicina: 15mg/kg (adultos e crianças), 120 min antes do procedimento cirúrgico. Atenção para o uso de doses maiores nos OBESOS > 120kg: 3g cefazolina ou cefoxitina; 2,25g cefuroxima; 2g vancomicina; 2g ceftriaxona). Doses adicionais no período intra-operatório: os antimicrobianos devem ser repetidos em intervalos específicos, respeitando a meia-vida de cada agente. • Cefazolina: repetir 1g a cada 4h a partir da 1a dose administrada, durante o ato operatório. • Cefalotina/cefoxitina:repetir1gacada2hapartir da 1a dose administrada. • Cefuroxima:repetir750mgacada4hapartirda1a dose administrada. Obs: Devem ser feitas doses adicionais caso haja sangramento importante (adultos com perda > 1,5L e crianças com perda volêmica > 25mL/kg).
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