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Legislação Extravagante – Lei de Drogas III
DIREITO PENAL (LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE)
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE – LEI DE DROGAS III
As majorantes (causas especiais de aumento de pena) que aumentam a pena por tráfico 
na terceira fase da dosimetria estão previstas no art. 40 da Lei de Drogas. Esse dispositivo é 
constantemente cobrado em provas.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois 
terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato 
evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de 
educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos 
prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, 
recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde 
se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de 
dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em 
transportes públicos; (Segundo o STJ, a majorante NÃO se aplica no caso de igrejas.)
ATENÇÃO
O indivíduo que pratica tráfico nas proximidades de instituições religiosas não poderá ter 
sua pena aumentada na terceira fase da dosimetria, visto que tal circunstância não está 
expressamente prevista no art. 40. Trata-se de um entendimento do STJ que se coaduna 
com a necessidade de interpretar o Direito Penal de forma estrita.
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qual-
quer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; 
(Majorante do tráfico interestadual.)
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por 
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
A majorante do art. 40, III, da Lei n. 11.343/2006 somente deve ser aplicada nos casos 
em que ficar demonstrada a comercialização efetiva da droga no interior do transporte 
público. Essa é a posição majoritária do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tri-
bunal de Justiça (STJ).
No tocante às práticas de tráfico interestadual e transnacional, não é necessária a efetiva 
transposição de fronteiras para que o crime seja considerado majorado. 
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Legislação Extravagante – Lei de Drogas III
DIREITO PENAL (LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE)
A
N
O
TA
ÇÕ
ES
Isso ocorre porque há prova suficiente de que a intenção do indivíduo era levar a droga 
para outro país ou para outro Estado.
Considere, por exemplo, a seguinte situação: João, que está transportando drogas na 
mala, espera seu ônibus na rodoviária de Brasília, com destino a Fortaleza. Nesse momento, 
ocorre uma operação de cães farejadores no local, e sua mala, que contém três quilos de 
pasta base de cocaína, é detectada pelos cães. Nesse caso, João responderá por tráfico 
majorado. Isso acontecerá mesmo que ele ainda não tenha deixado o Distrito Federal, visto 
que o inciso V considera desnecessária a efetiva transposição de fronteiras, sendo suficiente 
a prova da intenção. 
É comum que, no Aeroporto de Brasília, os policiais federais trabalhem à paisana para 
identificar possíveis indivíduos que estão fazendo transporte de drogas, já que eles possuem 
comportamento suspeito, de forma que são identificados pela expertise dos policiais.
Para que incida a causa de aumento de pena prevista no inciso V do art. 40, não se exige 
a efetiva transposição da fronteira interestadual pelo agente, sendo suficiente a comprovação 
de que a substância tinha como destino localidade em outro estado da Federação.
Nesse sentido:
• Súmula 587/STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei n. 
11.343/2006, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da 
federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o trá-
fico interestadual.
• Súmula 607/STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei n. 
11.343/2006) se configura com a prova da destinação internacional das drogas, ainda 
que não consumada a transposição de fronteiras.
• Exemplos de provas: bilhete de passagem. 
STJ: UTILIZAÇÃO DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE NO TRÁFICO
Está presente no rol do art. 40 a utilização de crianças e adolescentes no tráfico, também 
chamados de “aviõezinhos”. Além disso, vender drogas a crianças e adolescentes também 
ensejará a majoração da pena.
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Legislação Extravagante – Lei de Drogas III
DIREITO PENAL (LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE)
ATENÇÃO
Não ensejará o aumento de pena se o traficante, por exemplo, atuar na porta de sua casa 
e tiver filhos que morem com ele, desde que eles não atuem no tráfico, não sejam utili-
zados para esse fim e que não sejam destinatários da droga.
• Não haverá concurso com corrupção de menores (art. 244-B do ECA*), pois há causa 
de aumento específica no art. 40, VI, da Lei de Drogas, sob pena de bis in idem**, 
diferentemente do que ocorre em outros crimes, em que não há causa específica de 
aumento para o concurso com adolescente ou criança (ex: roubo, homicídio, etc).
*O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê o tipo penal da corrupção de menores. 
Todo indivíduo imputável maior de idade que comete crime na companhia de um menor, 
independentemente de corrupção do menor e/ou de suas possíveis passagens pela Vara da 
Infância, responderá segundo o art. 244-B. Contudo, isso não se aplica em relação ao tráfico 
devido à majorante específica.
** Bis in idem é uma tese defensiva frequente. Diz respeito à ocorrência de dupla punição 
pela mesma circunstância. 
TRÁFICO PRIVILEGIADO
O tráfico privilegiado diz respeito a uma traficância menor, quando o indivíduo é flagrado 
pela primeira vez na prática do tráfico.
Art. 33 (...)
§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um 
sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja 
primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização 
criminosa.
Os requisitos destacados são cumulativos.
O indivíduo poderá, sim, ter a pena privativa de liberdade convertida em restritiva de direi-
tos, pois já houve a declaração de inconstitucionalidade desse trecho do art. 33, § 4º.
Ademais, uma vez reconhecidos todos os requisitos legais, o juiz deverá aplicar o privilé-
gio que fará o tráfico deixar de ser hediondo.
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Legislação Extravagante – Lei de Drogas III
DIREITO PENAL (LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE)
É muito comum a aplicação do tráfico privilegiado às mulheres que são pegas tentando 
entrar com drogas em presídios. A maioria delas é primária, com bons antecedentes, não 
estão envolvidas com a criminalidade, mas, em um momento de desespero, por questões 
econômicas, por ver um familiar preso ou por estar sob ameaça ou coação, aceita atuar como 
“mula”. Caso seja reincidente, não haverá direito ao tráfico privilegiado.
A aplicação da causa especial de diminuição prevista no art. 33, § 4º da Lei de Drogas, exige o 
preenchimento de quatro requisitos cumulativos, quais sejam: primariedade, bons antecedentes, 
não se dedicar a atividades criminosas ou integrar organização criminosa. STJ. Quinta Turma. HC 
355.593/MS, Rel. Min. ReynaldoSoares da Fonseca, DJe de 25/8/2016.
A jurisprudência tem sido muito rigorosa na aferição do tráfico privilegiado. Então, se os 
indivíduos têm inquéritos em tramitação ou ações penais em curso, esses fatos já serão sufi-
cientes para afastar o tráfico privilegiado.
Não se trata de crime equiparado a hediondo, segundo o art. 112, § 5º, da Lei de Execu-
ção Penal (LEP), com redação dada pela Lei n. 13.964/2019:
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de 
drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.
A progressão de regime mudou substancialmente pelo pacote anticrime, não havendo 
mais as frações nos casos de crimes hediondos, que foram substituídas por percentuais.
É cabível, em tese, a concessão de indulto natalino no caso do tráfico privilegiado.
Segundo o STF: “...a atuação da agente no transporte de droga, em atividade denomi-
nada ‘mula’, por si só, não constitui pressuposto de sua dedicação à prática delitiva ou de seu 
envolvimento com organização criminosa.”
Desse modo, as “mulas” poderão ser beneficiadas com o tráfico privilegiado, desde que 
estejam presentes os requisitos legais de forma cumulativa.
Assim, de acordo com o STJ: “É possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações 
penais em curso para formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, 
de modo a afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006.”
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO
Ao contrário da associação criminosa prevista no Código Penal (CP), que é genérica, a 
Lei de Drogas tem uma precisão específica para os indivíduos que se reúnem, com vínculo 
estável, para o fim de praticar tráfico de drogas, de forma reiterada ou não. Desse modo, não 
será aplicado o art. 288 do CP, mas, sim, o art. 35 da Lei de Drogas.
Ressalta-se a incidência do Princípio da Especialidade: quando houver conflito de 
normas penais, a lei especial prevalecerá sobre a lei geral.
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Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, 
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e du-
zentos) dias-multa.
Não é necessário que todas as pessoas associadas sejam imputáveis, bastando que 
apenas uma delas seja. Além disso, não é necessário que os dois indivíduos sejam identifi-
cados, ou seja, se um indivíduo foi identificado e for comprovada a existência de participação 
de outro que, contudo, não foi identificado pela polícia, também será aplicado o art. 35.
É pacífico o entendimento no sentido de que o delito de associação para o tráfico 
de drogas não possui natureza hedionda por não estar expressamente previsto nos 
arts. 1º e 2º da Lei n. 8.072/1990.
Trata-se de crime formal, que ofende a paz pública. Logo, torna-se desnecessário apre-
ender a droga ou examiná-la. A materialidade (prova de existência da infração penal) pode 
dar-se por qualquer outro meio lícito.
A associação é um crime contra a paz pública. A sua existência pode ser comprovada até 
mesmo por meio de interceptação telefônica. 
Tal delito é autônomo, não havendo falar em relação de interdependência com o tráfico, 
sendo indispensável, tão somente, a demonstração dos requisitos da associação estável e 
permanente, de duas ou mais pessoas, para a prática da narcotraficância.
DIRETO DO CONCURSO:
1. (FGV/XXIV/EXAME DE ORDEM) Com dificuldades financeiras para comprar o novo 
celular pretendido, Vanessa, sem qualquer envolvimento pretérito com aparato policial 
ou judicial, aceita, a pedido de namorado de sua prima, que havia conhecido dois dias 
antes, transportar 500 g de cocaína de Alagoas para Sergipe. Apesar de aceitar a tare-
fa, Vanessa solicitou como recompensa R$ 5.000,00, já que estava muito nervosa por 
nunca ter adotado qualquer comportamento parecido. Após a transferência do valor 
acordado, Vanessa esconde o material entorpecente na mala de seu carro e inicia o 
transporte da substância. Ainda no estado de Alagoas, 30 minutos depois, Vanessa é 
abordada por policiais e presa em flagrante. Após denúncia pela prática do crime de trá-
fico de drogas com causa de aumento do Art. 40, inciso V, da Lei nº 11.343/06 (“caracte-
rizado tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal”), durante 
a instrução, todos os fatos são confirmados: Folha de Antecedentes Criminais sem ou-
tras anotações, primeira vez no transporte de drogas, transferência de valores, que o 
bem transportado era droga e que a pretensão era entregar o material em Sergipe.
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DIREITO PENAL (LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE)
Intimado da sentença condenatória nos termos da denúncia, o advogado de Vanessa, 
de acordo com as previsões da Lei nº 11.343/06 e a jurisprudência do Superior Tribunal 
de Justiça, deverá pleitear
a. o reconhecimento da causa de diminuição de pena do tráfico privilegiado e reconhe-
cimento da tentativa.
b. o afastamento da causa de aumento e o reconhecimento da causa de diminuição de 
pena do tráfico privilegiado.
c. o afastamento da causa de aumento, apenas.
d. o reconhecimento da causa de diminuição de pena do tráfico privilegiado, apenas.
COMENTÁRIO
Informações importantes: Vanessa sai de Alagoas com destino a Sergipe transportando 
500g de cocaína, o que caracteriza tráfico interestadual. No entanto, ela não possui ne-
nhum envolvimento pretérito com aparato policial ou judicial. Ela é parada ainda em Sergi-
pe, ou seja, não houve o cruzamento de fronteiras.
a. Haverá, de fato, o reconhecimento da causa de diminuição de pena do tráfico privilegia-
do, porém, o crime foi consumado.
b. Essa tese não é possível em virtude da jurisprudência pacífica do STJ, que possui 
súmula no sentido de ser inviável o afastamento da causa de aumento se comprovada a 
intenção de levar para outro Estado.
c. Tal afastamento esbarraria no óbice da Súmula 587/STJ.
d. O advogado pleiteará o reconhecimento da causa de diminuição de pena do tráfico pri-
vilegiado, apenas. 
GABARITO:
1. d
30m
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Michelle Tonon. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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