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AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO TEA: DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO ADEQUADO AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO TEA: DO DIAGNÓSTI- CO AO TRATAMENTO ADEQUADO .02 2.1 DSM-5: CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS No final da Etapa 1 do nosso curso, abordamos sobre o diagnóstico do TEA e ponderamos que, apesar dos avanços da medicina o diagnóstico, ainda é considerado essencialmente clínico e deverá seguir os critérios estabelecidos pelo DSM-5. É sobre esse DSM que falaremos agora. O DSM-5 (Figura 1) foi oficialmente publicado no dia 18 de maio de 2013 e é a última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana. O número 5 da sigla é usado para indicar que já foram feitas cinco revisões. Foram doze anos de estudos, revisões e pesquisas, ressalta Araújo e Neto (2014). “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. O que esse ditado popular tem a ver com a Etapa 2 do nosso curso? Convidamos você a descobrir! Organização Ana Clarisse Alencar Barbosa Marcelo Martins Valéria Becher Trentin Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitora do EAD Prof.ª Francieli Stano Torres Edição Gráfi ca e Revisão UNIASSELVI Autoras Luciana Fonfoka Karen Sartori AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FIGURA 1 – MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS (DSM-5) FONTE: <https://www.estantevirtual.com.br /livros/american- psychiatric>. Acesso em: 20 jun. 2021. O objetivo foi de “garantir que a nova classificação, com a inclusão, reformulação e exclusão de diagnósticos, fornecesse uma fonte segura e cientificamente embasada para aplicação em pesquisa e na prática clínica” (ARAÚJO; NETO, 2014, p. 70). O DSM-5 está em acordo com a classificação internacional de doenças e com a OMS, de forma que os critérios do DSM-5 definem transtornos identificados pela denominação diagnóstica e pela codificação alfanumérica da CID-10 na pesquisa diagnóstica do TEA (CAMPOS, 2019). O CID-10 é o critério adotado no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele abrange todas as doenças, incluindo os transtornos mentais, e foi elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). CID-10 significa “Classificação Internacional de Doenças”, e o número 10 indica a versão, ou seja, já foram realizadas 10 atualizações e revisões desse código (ARAÚJO; NETO (2014). Você sabia que os critérios diagnósticos do DSM-5 são os mais usados pelos médicos? Vamos conhecer?! (Quadro 1). AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FIGURA 1 – MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DE TRANSTORNOS MENTAIS (DSM-5) FONTE: <https://www.estantevirtual.com.br /livros/american-psychiatric>. Acesso em: 20 jun. 2021. Os sintomas dos critérios A e B, listados no Quadro 1, deverão estar presentes nos primeiros anos de idade, sendo possível, com experiência e responsabilidade, fazer o diagnóstico por volta dos 18 meses de idade. À medida que o tempo vai passando, os itens C e D começam a manifestar-se. Lembrando que a avaliação clínica deve incluir a história desde o pré-natal até a idade atual do paciente (CAMPOS, 2019). Conforme Campos (2019), o modelo do DSM-5 difere do anterior, o DSM-4 por abandonar a tríade clássica que contempla o atraso da linguagem AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO e inclui os sintomas em dois domínios, sendo o primeiro relativo ao déficit de comunicação social e o segundo a comportamentos e interesses restritos e repetitivos (Figura 2). FIGURA 2 – OS DOIS DOMÍNIOS DO DSM-5 FONTE: As autoras Importante ressaltar que a apresentação dos sintomas vai depender da fase do desenvolvimento, do “perfil” da criança e da gravidade do quadro (MOTTA, 2020). O DSM-5 destaca ainda, que algumas pessoas com TEA podem apresentar comorbidades¹ com deficiência intelectual, com alguma condição médica ou genética, com transtornos do desenvolvimento, mental ou comportamental (DSM-5, 2014). 2.2 NÍVEIS DE GRAVIDADE: IMPORTANTE PARA DIRECIONAR O TRATAMENTO Desde a publicação do DSM-5 o Transtorno do Espectro Autista foi categorizado em três níveis diferentes. Ao identificar o diagnóstico de TEA de uma pessoa como Nível 1 (leve), 2 (moderado) ou 3 (severo), a gravidade dos sintomas e o nível de suporte necessário para as atividades cotidianas, ficam mais claros (Quadro 2) (NEUROSABER, 2020a). _________________ ¹Conforme o Dicionário Português On-line (2021), comorbidade é a condição da pessoa que apresenta ao mesmo tempo mais de uma doença. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO NÍVEL DE GRAVIDADE COMUNICAÇÃO SOCIAL COMPORTAMENTOS REPETITIVOS E RESTRITOS Nível 1 (LEVE) “Necessidade de pouco apoio”. Na ausência de apoio, déficits na comunicação social causam prejuízos notáveis. Difi culdade para iniciar interações sociais e exemplos claros de respostas atípicas ou sem sucesso a aberturas sociais dos outros. Pode aparentar pouco interesse por interações sociais. Inflexibilidade de comportamento causa interferência significativa no funcionamento em um ou mais contextos. Difi culdade em trocar de atividade. Problemas para organização e planejamento são obstáculos à independência. Nível 2 (MODERADO) “Necessidade de apoio substancial”. Défi cits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal, prejuízos sociais aparentes mesmo na presença de apoio, limitação em dar início a interações sociais e resposta reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem dos outros. Inflexibilidade do comportamento, difi culdade de lidar com a mudança ou outros comportamentos restritos/ repetitivos aparecem com frequência suficiente para serem óbvios ao observador casual e interferem no funcionamento em uma variedade de contextos. Sofrimento/difi culdade para mudar o foco ou as ações. Nível 3 (SEVERO) “Necessidade de apoio muito substancial”. Défi cits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal causam prejuízos graves de funcionamento, limitação em iniciar interações sociais e resposta mínima a aberturas sociais que partem de outros. Inflexibilidade de comportamento, extrema difi culdade em lidar com a mudança ou outros comportamentos rest r i tos/repet i t i vos inter ferem acentuadamente no funcionamento em todas as esferas. Grande sofrimento/ difi culdade para mudar o foco ou as ações. QUADRO 2 – NÍVEIS DE GRAVIDADE NO TEA DE ACORDO COM O DSM-5 FONTE: Adaptado de Fofonka (2021 apud SOUZA, 2016) Quer saber mais sobre os níveis de gravidade no TEA d e a c o rd o c o m o D S M - 5? Então, assista a Andrea We r n e r , f u n d a d o r a d o B log e Inst i tuto Lagarta Vira Pupa. O l ink é esse: https://www.youtube.com/ watch?v=Q50bsachA14. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Podemos então resumir a classificação dos níveis de gravidade no autismo da seguinte forma: as pessoas que estão no nível 1 do TEA (autismo leve) precisam de pouco suporte. As que estão no nível 2 (autismo moderado) precisam de mais apoio para determinadas atividades. Já aquelas que estão no nível 3 (autismo severo) precisam de muito suporte para realizar atividades do cotidiano, sendo, portanto, o nível mais grave. Muito importante ressaltar que todos os níveis precisam de tratamento, inclusive o leve, pois, muitos pais ao ouvirem que se trata de TEA, nível 1 (leve) pensam que não será necessário fazer alguma intervenção e mais tarde acabam percebendo que se enganaram, que deveriam ter iniciado o tratamento logo que perceberam os sinais. Segundo o Doutor Brites (2019, s .p. ) , do Instituto Neurosaber, o acompanhamento de uma criança grau 1 é fundamental para o processo de desenvolvimento de habilidades, cuja “evolução tende a resultar em uma autonomia maior do pequenofrente aos desafios que surgirem na pré- adolescência, juventude e fase adulta”. 2.3 COMPORTAMENTOS INAPROPRIADOS: RÍGIDOS E DISRUPTIVO As pessoas dentro do espectro apresentam um pensamento rígido, com dificuldade para lidar com mudanças de rotina, por menor que seja. Conforme os critérios de diagnóstico do DSM-5 (2014), os autistas tendem a insistir nas mesmas coisas, uma inflexibilidade para a mudança de rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal, podendo levar a um sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças. Também podem apresentar dificuldades com transições, símbolos sociais como a saudação; alguns têm uma necessidade de fazer o mesmo caminho, outros apresentam uma restrição alimentar querendo ingerir os mesmos alimentos diariamente. De forma geral, as pessoas com TEA apresentam um padrão rígido de pensamento. Cabe sa l ientar que nem todos aut istas apresentam as mesmas características, uns mais, outros menos, pois, como já vimos na Etapa 1 do nosso curso, cada autista é único. Com relação ao comportamento das pessoas com TEA uma das principais queixas apresentadas pelos pais e seus educadores é a emissão de comportamentos disruptivos , por não saberem como lidar nessas situações (ESPÍNDOLA, 2018). AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Você sabe o que significa comportamento disruptivo? É sobre eles que vamos conversar agora. Conforme a psicóloga Carolina Espíndola (2018), o que chamamos de comportamentos disruptivos são as respostas indesejadas emitidas pelos autistas, como as birras (ao se jogar no chão, gritar, chorar), agressões aos outros, autolesivos (ao bater a cabeça, se morder), estereotipias (respostas repet i t ivas com função autoest imulatór ia) , entre tantas outras . Tais comportamentos inapropriados podem atrapalhar a aprendizagem, a interação social, o bem-estar e a saúde dos autistas. Os comportamentos disruptivos geralmente aparecem diante de situações em que o indivíduo tenta ganhar atenção social, se esquivar ou fugir de determinada demanda, ter acesso a algum item reforçador ou também para escapar de estimulação indesejada (como barulho, por exemplo). Quando essas respostas, com diferentes funções, são emitidas e reforçadas, ou seja, quando as crianças conseguem aquilo que querem após a emissão de tais respostas, há grande probabilidade dessa criança voltar a se comportar da mesma maneira no futuro, em situações parecidas com as que foram anteriormente reforçadas (ESPÍNDULA, 2018, s.p.). É muito importante saber identificar esses comportamentos, saber quando é uma birra, uma busca por atenção ou uma fuga de demanda para saber qual atitude tomar, ou seja, como fazer a gestão de tal comportamento inapropriado para que ele reduza e desapareça. Se a gestão não for feita de uma forma consistente e por todos que convivem com o autista esses comportamentos voltam. Para entender o comportamento de uma criança autista é necessário fazer uma análise de quais são as situações (antecedente, ou seja, o que aconteceu antes do comportamento inapropriado) em que a criança emite a resposta de ficar agitada e não prestar atenção na aula, por exemplo, e que consequências seguem a essa resposta (BORBA; BARROS, 2018). Para Silva e Mulick (2009), analisar o comportamento é identificar os estímulos aos quais as respostas estão relacionadas. Além de identificar os estímulos, ou seja, o que estava acontecendo antes do comportamento inapropriado, também é necessário entender sua função. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Se, diante de uma situação (estímulo discriminativo), faz-se algo (resposta) e o resultado é positivo (consequências), provavelmente voltaremos a fazer isso novamente. Se as consequências forem negativas tenderemos a não repetir a resposta. Existem assim três elementos básicos e indispensáveis para compreensão e modificação do comportamento: qual o estímulo antecedente, qual a resposta e qual o estímulo consequente (BORBA; BARROS, 2018, p. 11). Quais as consequências dos comportamentos inapropriados? A psicóloga Mayra Gaiato (2020a, s.p.) alerta sobre os riscos e prejuízos dos comportamentos inapropriados: Quando a criança é pequena, esses comportamentos podem até parecer inocentes, mas se nã o forem moldados, nã o passarã o com um “passe de má gica” [ . . . ] . Quando associados ao AUTISMO, esses comportamentos podem sofrer RISCOS e PREJUÍ ZOS maiores, como: IMPOSSIBILITAR A FALA: Se a crianç a vê com esses comportamentos uma forma funcional de obter o que quer, nã o buscará outras formas de se comunicar. DIMINUIR QI: Os comportamentos inapropriados sã o BARREIRAS de APRENDIZAGEM, porque a crianç a é poupada, é menos exigida, é nivelada “por baixo” e assim perde uma sé rie de oportunidades, ficando com um atraso em relaç ã o à s crianç as da mesma idade. Como l idar com comportamentos inapropr iados e disruptivos? Thiago Lopes (2020) do Instituto Farol traz algumas dicas. Só ler o QR Code a seguir: FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=j2shv_gjBb8>. Acesso em: 21 jun. 2021. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Então, o que deve ser feito quando as crianças apresentam comportamentos inapropriados? Além das dicas do psicólogo Thiago Lopes que vimos anteriormente, a psicóloga Espíndula (2018) apresenta algumas orientações: O primeiro passo é realizar uma análise funcional de cada comportamento indesejado emitido pela criança, identif icando os antecedentes e as consequências reforçadoras que mantêm tais respostas. Após será possível identificar a função dessas respostas, se é pela busca de atenção, fugir de demanda, controle... A partir da identificação da função do comportamento é necessário fazer um planejamento de gestão de modo a alterar respostas indesejadas, como, por exemplo: • Ignorar os comportamentos disruptivos da criança que recebe atenção (protegendo-a de comportamentos que o coloquem em r isco ou machuquem outras pessoas); • Manter a demanda até que a criança consiga finalizá-la quando a função for fuga/esquiva de demanda (manipulando reforçadores); • Fazendo um treino de comunicação alternativa para a criança que não consegue vocalizar de maneira adequada o que deseja, ajudando-a nesse caso, a ser compreendida de maneira mais funcional (ESPÍNDULA, 2018, s.p.). Além do objetivo de alterar as respostas indesejadas, de intervenções direcionadas às consequências, é fundamental também trabalhar na prevenção de tais respostas, modificando o ambiente que pode alterar a probabilidade da ocorrência de comportamentos inapropriados. PICO DE EXTINÇÃO: Já ouviu falar nessa expressão? AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO É muito importante os pais, cuidadores, professores, responsáveis estarem atentos ao Pico de Extinção, pois, antes da extinção do comportamento inapropriado, terá um período de piora para depois melhorar (GAIATO, 2020a). Isso significa que, antes de um comportamento inapropriado ser extinto, haverá uma piora no quadro chamado de “pico de extinção”. Por exemplo, uma criança que cutuca sua irmã sem obter resposta poderá cutucá-la várias vezes, depois tentar bater-lhe, pôr a língua para fora, xingá- la – usando todo seu repertório para provocá-la. Como a irmã continua ignorando a provocação, a criança intensifica o seu comportamento. Isso é parte do “pico”; SE RESPONDER NESTE PONTO, TERÁ REFORÇADO TODOS OS ESFORÇOS DA IRMÃ e garantido que esta fará isso novamente. Por outro lado, se, por mais difícil que possa ser, ela a ignorar, em algum momento ela se cansará, irá embora, e aceitará que este procedimento não funciona com sua irmã. Estará menos disposta a tentar o mesmo no futuro. Ainda que possa levar algumas vezes para que ela o perceba, isso acontecerá. Esta é a parte da “extinção” (LEAR, 2004, p. 12). Por isso é necessárioque você permaneça seguindo o manejo apropriado, que não ceda às “birras” e nem desista! Fica a dica! As terapias baseadas em ABA (Applied Behavior Analysis) e DENVER, por exemplo, ajudam a diminuir a frequência e a intensidade dos comportamentos inapropriados e disruptivos, sempre com o objetivo de criar novos repertórios comportamentais para auxiliar o melhor desenvolvimento no TEA (GAIATO, 2020b). Mais adiante vamos conhecer esses dois modelos de intervenção precoce. 2.3.1 A tendência à repetição e as estereotipias Estereotipias englobam diversos comportamentos motores ou verbais repetidos e podem possuir múltiplas funções. As causas também são diversas, pois, um autista pode produzir estereotipias quando está hiperexcitada, ociosa, ansiosa ou desregulada sensorialmente (INSTITUTO FAROL, 2020). As estereotipias podem ser de dois tipos (BORBA; BARROS, 2018) (Quadro 3): AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO QUADRO 3 – TIPOS DE ESTEREOTIPIAS FONTE: As autoras E a ecolalia? Será que também é uma estereotipia vocal? É importante ressaltar que a ecolalia é um comportamento verbal não estereotipado, embora seja uma forma de imitação verbal. Portanto, ecolalia e estereotipia verbal não são a mesma coisa. Todavia, ambas são características frequentes no TEA e se trabalhados adequadamente podem ser uma ponte importante na intervenção (TECHKNOWLEDGE, 2018). AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO A Fonoaudióloga e Pedagoga Cândice Moreschi (2020) explica e diferencia com muita propriedade a ecolalia da estereotipia vocal, vamos assistir? Só entrar no seu canal do YouTube: https://www.youtube.com/ watch?v=265Es8mvL_4. E, para finalizar o tópico sobre as estereotipias, é importante considerar que embora as estereotipias causem estranheza para quem assiste tais comportamentos repetitivos têm como objetivo a autorregulação, a busca sensorial. Segundo NeuroConecta (2018), a estereotipia pode ajudar a aliviar a tensão de um ambiente excessivamente estimulante, pois, possibilita desfocar dos estímulos externos e se concentrar em si, trazendo uma sensação de satisfação interna. Quando as estereotipias interferem nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, afetando a capacidade de comunicação e socialização, uma intervenção terapêutica pode ser recomendada. Identificar quando as repetições se tornam barreiras à realização das atividades diárias é o primeiro passo para melhorar a condição da criança, reduzindo ou eliminando os comportamentos estereotipados e reabilitando-a por meio da introdução de tratamentos, que incluem desde a Análise do comportamento aplicada (ABA) até medicamentos (NEUROCONECTA, 2018, s.p.). Lembram do Marcos Petry? Conhecemos ele na Etapa 1 do nosso curso. Ele fala no seu canal “Diário de um Autista” sobre as estereotipias agressivas. Vamos assistir? O link está a seguir da imagem: FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=JViDAnOC84k>. Acesso em: 22 jun. 2021. O tratamento para as estereotipias que causam problemas ao autista passam pela busca de entender os gatilhos e modificar o significado das estereotipias. O médico, psicólogo ou outro especialista irá planejar as terapias adequadas para o perfil do autista. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO O objetivo das intervenções não deve ser de acabar com os movimentos repetitivos, mas sim de transformar a estereotipia em ações com uma finalidade ou função social (AUTISMO E REALIDADE, 2019). Também é importante apostar no aumento de repertório de outros comportamentos adequados e br incadeiras , pois , com o tempo, os comportamentos repetitivos tendem a reduzir. Até as pessoas neurotípicas (que não são autistas) podem apresentar estereotipias, como roer unhas e balançar as pernas. A única diferença é que os neurotípicos costumam ter um maior controle destes comportamentos (AUTISMO E REALIDADE, 2019). Você já ouviu falar no Princípio de Premack?! Vamos entender? O Princípio de Premack é muito usado no manejo de comportamentos de interesses restritos no TEA, essa técnica sugere que, se uma pessoa quer realizar uma determinada atividade, ela terá que realizar uma atividade menos desejável para obter a atividade aquela mais desejável (Quadro 4). Com isso, as atividades podem ser reforçadoras, tornando-se um ótimo potencial para ajudar nas terapias. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FONTE: As autoras QUADRO 4 – O QUE DIZ O PRINCÍPIO DE PREMACK Se você parar para pensar um pouquinho vai ver que o Princípio de Premack é usado o tempo todo com crianças, autistas ou não. Quer ver? Muitos pais dizem às crianças que estas só vão comer a sobremesa após a refeição. Ou, só vão comer batata frita após comer a salada. Primeiro o banho, depois pode jantar. Outro exemplo comum: primeiro termina o tema de casa, depois pode brincar. Essa é uma tendência dos cuidadores, motivo que levou o princípio a receber o nome de “regra da avó”. 2.4 QUANTOS SENTIDOS NÓS TEMOS? Brincar para a criança é fundamental. Perfeito para seu desenvolvimento global. Hiporreativa ou hiper-reativa, tanto faz, Criança precisa de amor e muita paz (FOFONKA, 2021). AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Quantos sentidos nós humanos temos? A maioria das pessoas aprende na escola que temos 5 sentidos: tato, olfato, paladar, visão e audição. E, você, o que aprendeu sobre a quantidade e tipos de sentidos? Pois bem, na verdade, temos o dobro. O ser humano, conforme Kwant (2016), apresenta dez sentidos, pasmem, mas é verdade! Vejamos quais são eles (Figura 4): FONTE: As autoras FIGURA 4 – OS 10 SENTIDOS DO SISTEMA SENSORIAL HUMANO Kwant (2016) explica que além dos cinco sentidos popularmente conhecidos: visão, audição, tato, olfato e paladar, também temos: • O vestibular: relacionado ao equilíbrio tendo sua origem na audição. • O da propriocepção: relacionado com a postura; à contração muscular, realizar atividades sem olhar para o que se está fazendo; sentir o peso dos objetos; ter sensação de “controle” sobre o próprio corpo. • O da interocepção: sensações interiores de fome, sede, sono, bexiga cheia, batimentos cardíacos e cansaço. • O da nocicepção: relacionado à sensação de dor. • O de termo-cepção: registro de temperatura, ou seja, de frio, quente, calor. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Nosso sistema sensorial é fantástico, não é verdade? Quer saber mais? Então dá uma olhadinha nesse vídeo, basta ler o QR Code: FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=TnR2BYGw5jA>. Acesso em: 22 jun. 2021. Agora, reflita: todos vemos, ouvimos ou sentimos da mesma forma? Certamente, você irá responder que não, o que está correto. E você já parou para pensar que se tivermos alterações no sistema sensorial estas podem interferir na forma como interpretamos e reagimos ao que vemos, ouvimos ou tocamos? Vamos entender?! 2.4.1 Entenda o Transtorno do processamento sensorial no TEA O Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) antes era chamado de Transtorno de Integração Sensorial. Ele define distúrbios na capacidade de processamento e integração de estímulos. É um problema neurofisiológico em que as sensações são recebidas e interpretadas de forma diferente, produzindo respostas também diferentes, principalmente nos indivíduos com TEA (INSTITUTO NEUROSABER, 2020a). Ou seja, as pessoas com esse transtorno podem reagir de forma excessiva ou insuficiente à entrada das sensações. Conforme o DSM-V foram descritos três principais padrões sensoriais no TEA: hiporreatividade (sentem as sensações de menos: aparente indiferença à dor, temperatura, sons, texturas específicas, cheiros, adoram luzes ou movimento...), hiper-reatividade (que sentem demais: podendo ser a luz intensa, barulho alto entre outros) e busca sensorial (POSAR; VISCONTI, 2018). As alteraçõessensoriais causadas pelo transtorno de processamento sensorial afetam o comportamento das crianças com TEA, levando a comportamentos restritivos e repetitivos, impactando diretamente a sua rotina. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO A partir desse contexto é muito importante que a família, os professores e os profissionais que acompanham as crianças com TEA fiquem atentos aos sinais de ansiedade, já que muitos autistas têm dificuldade para explicar o que está incomodando. Acredita-se que 90% das crianças com autistas têm comprometimento do Sistema de Processamento Sensorial (AUTISTÓLOGO, 2020), mas não é patognomônico de TEA. Como é feito o diagnóstico do Transtorno do processamento sensorial no TEA? Patognomônico: termo, usado na medicina, que significa característica de uma doença específica. FONTE: <https://www.dicio.com.br/patognomonico/>. Acesso em: 22 fev. 2021. O Diagnóstico do TPS é feito com os pais/cuidadores onde eles descrevem como é o comportamento, as angústias, as dificuldades e os medos da criança. Na consulta, o médico ou o terapeuta ocupacional (especialista em integração sensorial) fazem uma avaliação com o auxílio de questionários, testes das habilidades de processamento sensorial e de observações clínicas. A partir dessas informações o médico identifica qual ou quais das categorias o autista está inserido: Transtorno de Modulação Sensorial: em que há dificuldade para regular grau, intensidade e natureza das respostas aos estímulos sofridos; Transtorno de Discriminação Sensorial: caracterizado por um gasto de energia maior para interpretar a qualidade (diferenças e semelhanças) de cada estímulo;Transtornos Motores com Base Sensorial: a criança apresenta dificuldade para absorver as informações do próprio corpo e a reagir de maneira condizente ao ambiente, como acontece com o distúrbio postural e com a Dispraxia (relacionada à idealização, criação, modificação e execução de ações) (ARKY, 2020 apud INSTITUTO NEUROSABER, 2020b, s.p.). Através dessa classificação é possível observar alguns sinais de alerta de desordem no processamento sensorial do TEA (Quadro 5). Fiquem atentos! AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FONTE: Adaptado de EstouAutista 2020 QUADRO 5 – SINAIS DE DESORDEM NO TRANSTORNO SENSORIAL DE PROCESSAMENTO NO TEA E quais são formas de tratamento do transtorno sensorial no autismo? Como sabemos, cada autista é único. Portanto, cada caso deverá receber um tratamento específico à sua necessidade. A Terapia de Integração Sensorial é um método bastante usado por Terapeutas Ocupacionais, principalmente para criar estímulos apropriados em crianças com autismo, mas não apenas para eles, pois atende também crianças com déficit de atenção ou outras disfunções neurológicas. O método terapêutico é baseado no sistema Ayres Sensory Integration (ASI) (FREEDOM, 2021). O sistema Ayres Sensory Integration (ASI) foi desenvolvido pela terapeuta ocupacional e neurocientista Jean Ayres no AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO final dos anos 1950 e início dos anos 1960, baseada em uma revisão da literatura envolvendo: desenvolvimento, neurobiologia, psicologia, educação e experiência clínica (MULTISENSORIAL, 2021a). Ayres buscou uma maior compreensão sobre a relação entre as sensações corporais, os mecanismos cerebrais e a aprendizagem e definiu integração sensorial como: O processo neurológico que organiza as sensações do próprio corpo e do ambiente de forma a ser possível a geração de respostas adaptativas adequadas, a partir do uso eficiente do corpo no ambiente (AYRES, 1972 apud FREEDOM, 2021, s.p.). Ayres explica que a aprendizagem pode ser compreendida de forma global, incluindo não somente o desenvolvimento cognitivo, as aquisições de conceitos, ou as aprendizagens escolares, mas também as várias dimensões do comportamento adaptativo, todos eles dependentes do funcionamento adequado do processamento sensorial (MULTISENSORIAL, 2021a). Conforme Multisensorial (2021b), na teoria descrita por Ayres o cérebro da criança até os sete anos é visto como uma “máquina de processamento sensorial”. Suas ações são respostas motoras às sensações que vivencia. Esse processo é fundamental para desenvolver uma base sólida que servirá de alicerce para funções cerebrais cognitivas e sociais refinadas. A integração sensorial que acontece quando a criança se movimenta, fala e brinca é o que dá suporte para a leitura, escrita e comportamento adequado. Quer saber mais sobre o Transtorno de Processamento Sensorial? A fisioterapeuta Thaís Cardoso (2020), que também é mãe de autista traz informações muito interessantes sobre esse transtorno com algumas dicas de brincadeiras e atividades fáceis para serem realizadas em casa ou na escola. Sim, não é apenas a Terapeuta Ocupacional que pode trabalhar com o processamento (integração) sensorial, outros profissionais e os próprios pais, familiares, professores também podem. Vamos assistir? AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=jObg_MgwUMY>. Acesso em: 22 jun. 2020. Uma outra dica muito bacana é a Cartilha de Orientações de Brincadeiras para Famílias com Crianças com TEA organizada pela Associação Brasileira De Integração Sensorial – ABIS (2020a). Não dá para deixar de conferir! Só ler o QR Code a seguir: FONTE: Adaptado de Cartilha de Brincadeiras para TEA (ABIS, 2020b) 2.5 TIPOS DE TRATAMENTO: DE OLHO NA EVIDÊNCIA CIENTÍFICA Os tratamentos para o TEA sempre devem considerar as necessidades individuais de cada autista. Assim como cada autista é único, as terapias serão pensadas de acordo com o seu perfil. O tratamento é individualizado. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO E, principalmente, o tratamento deverá ser iniciado de forma precoce, ainda como bebê, já que os estudos comprovam que quanto mais cedo se iniciar, as chances de evolução serão bem melhores. Verificado o atraso no desenvolvimento o ideal é já iniciar a intervenção, mesmo sem diagnóstico para aproveitar a plasticidade neural. Mesmo porque estimular nunca é demais! Outro ponto importante é que a escolha da terapia ideal deve ser baseada em estudos científicos, com evidência científica robusta. Os mais utilizados são os tratamentos baseados na linha comportamental, com terapias baseadas nos princípios comportamentais para o tratamento da criança com autismo. Segundo o jornal o Globo (2020), uma das pesquisas mais recentes sobre diagnóstico do transtorno do espectro autista demonstra que quando os tratamentos para o autismo se iniciam em crianças de 3 anos, a melhora chega a ser de 80%. O mesmo estudo compara os resultados de pacientes que iniciam o tratamento ainda antes, ou seja, com menos de 3 anos, nesses casos, o percentual de melhora chega a alcançar 90% (AUTISMO EM DIA, 2020, s.p.). Outro aspecto relevante em relação ao tratamento do TEA é a intensidade e a frequência das terapias. No Brasil, as crianças realizam uma média de 2 a 8 horas semanais de intervenção. Porém, a eficácia e eficiência das terapias é que essas ocorram entre 20 a 40 horas semanais, determinadas a partir da necessidade individual de cada um (FREIRE, 2020). Existem diversas abordagens possíveis de intervenção para crianças/ pessoas com TEA que buscam a reciprocidade, o contato social, a interação com as pessoas, a autonomia, a independência na realização de tarefas, que consigam aprender e desenvolver todo o seu potencial de forma agradável e motivada. Reciprocidade significa dar e receber, por isso, é uma condição essencial para a qualidade das relações entre as pessoas. FONTE: <https://www.significados.com.br/reciprocidade>. Acesso em: 22 jun. 2021. Apresentaremos aqui os programas de intervenção (terapias) mais utilizados que se baseiam na Psicologia do Comportamento,ou seja, que tem como o principal objeto de estudo o comportamento das pessoas no TEA. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO 2.5.1 Análise Aplicada do Comportamento (ABA) As intervenções baseadas na Análise Aplicada do Comportamento (ABA) (na sigla em inglês, Applied Behavior Analysis) ajudam a ampliar a capacidade de comunicação de pessoas com Transtorno do Espectro Autista, ajudando-as a se relacionar melhor com as pessoas e com o ambiente. As intervenções derivam dos princípios do comportamento e possuem como objetivo aprimorar comportamentos socialmente relevantes. Este tratamento busca ensinar à criança habilidades que ela não possui, introduzindo esta habilidade por etapas, em um esquema individualizado e associado à alguma instrução. Sempre que a criança atende a expectativa é recompensada com algo que ela gosta muito. Assim o aprendizado torna-se agradável para a criança ensinando a identificar diferentes estímulos (MELLO, 2007). De acordo com Claudia Romano Pacífico (2020), doutora em ABA, coordenadora das intervenções baseadas em ABA do Programa de Transtornos do Espectro Autista (PROTEA) do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq – USP) e diretora e sócia-fundadora do Centro de Intervenção Comportamental Gradual, em São Paulo os objetivos do ABA são dois: O pr imeiro é ampl iar o repertór io comportamental e de conteúdos curriculares, de modo que a criança melhore a interação e a comunicação social, aprendendo a pedir, explicitar o que não quer, ler, ir ao banheiro etc. O segundo tem a ver com diminuir a frequência de comportamentos disruptivos (se bater e morder, bater e morder o outro, gritar, arremessar objetos etc.) (PACÍFICO, 2020, s.p.). Importante ressaltar que ABA é a aplicação de uma ciência e não uma técnica ou um método. Dessa forma, seus resultados são baseados em evidências científicas. A Análise Comportamental Aplicada é feita de maneira individualizada, levando em consideração a singularidade de cada autista. De forma simplificada podemos compreender alguns aspectos em relação à intervenção em ABA (GRUPO CONDUZIR, 2020, s.p.): – A intervenção ABA não deve ser restrita a locais ou formatos específicos, mas deve ser fornecida nos formatos e locais que maximizam os resultados do tratamento para cada cliente; – Realização prévia de uma avaliação comportamental que descreva níveis específicos de comportamento e forneça informações para o subsequente estabelecimento de metas de tratamento; – Realização de coleta, quantificação e análises de dados diretos do comportamento durante o tratamento e acompanhamento para melhorar e manter o progresso em direção às metas estabelecidas; – A implementação de protocolos de forma consistente; – Uma análise do comportamento sob a perspectiva de sua função (condições ambientais que mantêm o comportamento); – Treinamento de pais, professores e outros profissionais que sejam importantes na vida do cliente; – Supervisão coerente com o nº de horas de intervenção e realizada de forma constante. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Por fim, segundo a psicóloga Gaiato (2020), os diferentes estudos comprovam que a maioria significativa das crianças com TEA que passaram por intervenções em ABA de modo intensivo, conseguiu uma melhora considerável. Quer saber mais sobre a ABA? Então assista a Psicóloga Mayra! O link está abaixo da imagem do seu canal no YouTube: FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=YD-vkaTv6js>. Acesso em: 22 jun. 2020. 2.5.2 Modelo Denver de Intervenção Precoce O Modelo Denver de Intervenção Precoce utiliza princípios da Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é uma ciência do aprendizado, nos quais os terapeutas e os pais usam atividades lúdicas para reforçar os comportamentos positivos. Lopes (2020) explica que através de brincadeiras, as crianças são encorajadas a melhorar suas habilidades linguísticas, sociais, cognitivas, a reciprocidade, afeto entre outras. No ano de 2010, o Modelo Denver de Intervenção Precoce se transformou em um tratamento clínico para crianças com autismo. Foram mais de 35 anos de pesquisa no Centro de Excelência em Autismo, na Califórnia (EUA), liderada pela doutora Sally Rogers e seus colaboradores. O Modelo Denver tem um nível de robustez científica e de demonstração de eficácia tão importante que foi reconhecido pela agência de saúde dos EUA, Canadá e outros países como sendo o tratamento de referência para o autismo e é considerado por muitos especialistas como melhor tratamento de autismo do mundo (LOPES, 2020). AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO O método pode ser usado em diferentes contextos, incluindo a casa da criança, uma clínica ou até mesmo na escola. O modelo utiliza estratégias naturalistas onde a criança aprende brincando. Por isso, o envolvimento dos pais e da família é fundamental. Nesse contexto, para ilustrar e exemplificar como os pais podem estar aplicando o Modelo Denver em casa, apresentamos, a seguir, algumas dicas e sugestões que utilizo com meu pequeno Lucca. Vamos assistir?! Só ler o QR Code a seguir: FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=sX4fSfltp34>. Acesso em: 22 jun. 2021. As atividades planejadas para a terapia ajudam a promover a interação social, a reciprocidade e aumentam a motivação da criança para criar novos contatos sociais, bem como melhorar a capacidade de aprendizagem. O objetivo é promover a importância das recompensas sociais e, consequentemente, melhorar a atenção e motivação da criança (NEUROCONECTA, 2020). As principais características do Modelo Denver incluem (LOPES, 2020, s.p.): 1) A presença de uma equipe multidisciplinar, que trabalha todas as esferas do desenvolvimento infantil; 2) Foco no desenvolvimento das competências sociais e no envolvimento interpessoal; 3) Desenvolvimento fluente, recíproco e espontâneo de gestos, movimentos faciais e expressões, e da utilização de brinquedos e outros objetos; 4) Ênfase no desenvolvimento da comunicação verbal e não verbal; 5) Foco nos aspectos cognitivos das brincadeiras em rotinas de jogos interativos; 6) Fortalecimento e respeito às escolhas e motivações da criança; 7) Incentivo à iniciação, seguindo a crianças em suas motivações; 8) Adoção de um ambiente de ensino natural, favorecendo o desenvolvimento de competências sociais que possam ser generalizadas à vivência diária da criança; 9) Grande intensidade na apresentação de oportunidades de aprendizado à criança; 10) Reforço por parte do terapeuta das tentativas e do esforço da criança, seja qual for o seu nível de precisão; 11) Parceria com os pais e demais membros da família;" Conforme a Drª. Sally Rogers (2020), a terapia comportamental atua no desenvolvimento cognitivo das crianças com autismo, sendo que 90% das crianças que recebem o tratamento no modelo Denver se tornam verbais com até dois anos de tratamento (AUTISTOLOGOS, 2020). AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO O Modelo Denver centraliza os esforços exatamente no coração dos sintomas do autismo, ou seja, na reciprocidade social. Com o tempo o cérebro muda fisicamente e quimicamente, comprovado cientificamente afirma Lopes (2020). Também é importante ponderar que as pessoas com TEA precisam de previsibilidade (antecipação dos acontecimentos) e no Modelo dever isso é respeitado. A criança com autismo necessita de previsibilidade no seu dia a dia. A antecipação dos acontecimentos faz com que ela se sinta segura, por isso é tão importante uma rotina pré-estabelecida. [...] é importante estabelecer junto a equipe de profissionais responsáveis pela intervenção da criança uma rotina que possa coincidir com a realidade da família e que ao mesmo tempo possa dar continuidade em alguns objetivos propostos no desenvolvimento da criança (INSTITUTO FAROL, 2020, s.p.). Quer saber mais sobreo Modelo Denver e sobre autismo? Então segue a sugestão de duas leituras muito importantes – livros da idealizadora do Modelo de intervenção precoce em questão. *Obs.: Esses livros não estão disponíveis para download. Além dos livros, também gostaria de sugerir o canal no YouTube do Instituto Farol, uma vez que o Thiago Lopes, diretor do Instituto, trabalhou diretamente com a Sally Rogers, ou seja, tem muito conhecimento e experiência em Denver. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=At0w7x4wCrM>. Acesso em: 22 jun. 2021. 2.5.3 TEACCH (Treatment and Education of Autistic and related Communication Handicapped Children) Em português, TEACCH significa Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação. É um programa educacional e clínico desenvolvido na década de sessenta no Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos com uma prática psicopedagógica criado a partir de um projeto de pesquisa que buscou observar profundamente os comportamentos das crianças autistas em diversas situações frente a diferentes estímulos (RODRIGUES, 2017). O método TEACCH, segundo Lima (2016) , ut i l iza uma aval iação denominada PEP-R (Perfil Psicoeducacional Revisado) para avaliar a criança e determinar seus pontos fortes e de maior interesse, e suas dificuldades, e, a partir desses pontos, montar um programa individualizado. Rodrigues (2017) explica que o método se baseia na adaptação do ambiente para facilitar a compreensão da criança em relação a seu local de estudo e trabalho e ao que se espera dela. Por meio da organização do ambiente e das tarefas de cada aluno, o TEACCH visa o desenvolvimento da independência do aluno. Util iza suportes visuais e sinalizações que ajudam a criar hábitos saudáveis e aprender novos conceitos. Em paralelo também é usada a técnica PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Figuras) que auxilia principalmente os pacientes não verbais. Figuras são utilizadas como forma principal de comunicação (AUTISMO EM DIA, 2020). Russo (2018, s.p.) apresenta as prioridades e princípios básicos do TEACCH: https://jadeautism.com/suportes-visuais/ AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO • Foco na pessoa, em suas habilidades, interesses e necessidades; • Compreensão do autismo e identifica as diferenças por meio de avaliações individuais; • Utilização de estruturas visuais para organizar o ambiente e as tarefas que serão ensinadas; • Apoiar os autistas durante as atividades de lazer e sociais; • Ensinar de forma flexível; • Ambiente de aprendizado estruturado; • Adaptação dos objetivos ao nível evolutivo do autista, evitando distrações e manter a motivação usando reforços apropriados; • Uso de horários individualizados; • Sequência de tarefas diárias por diferentes meios, como desenhos e fotografias. • É desenvolvido para pessoas com TEA, de todas as idades e níveis de habilidade. O método TEACCH tem por objetivo ajudar a criança a chegar na fase adulta com o máximo de autonomia possível e independência nas atividades diárias, no processo de aprendizagem escolar, no estudo e no trabalho, através de um plano de terapia de acordo com o seu perfil, bem como através de um ambiente organizado e sinalizado, facilitando a compreensão do autista. Quer saber mais sobre o Método TEACCH? O Professor e Terapeuta Ocupacional Wilson Candido dá várias dicas, só entrar no link do seu canal: https://www.youtube.com/watch?v=bNo3_CNLOnA FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=bNo3_CNLOnA>. Acesso em: 22 jun. 2021. 2.5.4 Modelo DIR (Floortime) O Floortime foi desenvolvido pelo psicanalista infantil Stanley Greenspan, é baseado nas ideias psicanalíticas. É uma metodologia mais vasta de intervenção chamada modelo D.I.R. (RUSSO, 2018). AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO O modelo Floortime é uma estrutura que ajuda os médicos, pais, familiares e professores a realizar uma avaliação abrangente para desenvolver um programa de intervenção sob medida para os desafios e potencialidades das crianças no TEA. O modelo cria uma interação entre a criança e um adulto através de brincadeiras, em um desenvolvimento baseado em sequências, sempre a partir dos interesses da criança (GRENSPAN; WIEDER, 2007). A participação da família, dos pais é fundamental. Aos poucos vão sendo introduzidos problemas para a criança resolver no seu dia a dia, aumentando a iniciativa, a capacidade de comunicação, a troca emocional, a satisfação (GRENSPAN; WIEDER, 2007). Floortime tem como objetivo construir alicerces saudáveis para as capacidades sociais, emocionais e intelectuais do autista. Não está preocupado em ensinar coisas à criança, a aprendizagem vai aparecendo naturalmente com o processo terapêutico (GONÇALVES, 2011). Vamos conhecer mais sobre o Modelo Floortime? A fonoaudióloga Adriana Fernandes traz muita informação importante sobre esse modelo. Só entrar no seu canal: https://www.youtube.com/watch?v=tQ6plw5zAUE. FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=tQ6plw5zAUE>. Acesso em: 22 jun. 2021. 2.5.5 Outras abordagens de intervenção: Voe Criança! Além dos modelos de intervenção apresentados, existem outras abordagens de intervenção para auxiliar na evolução das pessoas com TEA, contribuindo para uma melhor qualidade de vida. Dependendo da dificuldade, da comorbidade, outros profissionais poderão ser necessários para auxiliar no desenvolvimento global do autista. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Entre as terapias complementares e multidisciplinares temos: a psiquiatria, a Psicologia, a Terapia Ocupacional, a Fonoaudiologia, a Fisioterapia, a Psicopedagogia, a Equaterapia, Musicoterapia, Hipnoterapia, Esportes, Artes, entre outras. Além de alguns suplementos e medicação, quando for necessário, conforme avaliação médica. Essas terapias não têm uma linha formal que os caracterize no tratamento do autismo, e que por outro lado dependem diretamente da visão, dos objetivos e do bom senso de cada profissional que os aplica. Podem ajudar no tratamento aumentando as oportunidades de comunicação, desenvolvendo a interação social e proporcionando conquistas. Essas abordagens podem proporcionar maneiras positivas e seguras da criança com autismo a desenvolver relações com o ambiente onde vive (MELLO, 2005). Importante alertar que essas terapias complementares não devem substituir os modelos de intervenção apresentados nessa etapa do curso, como ABA, Denver, entre outras. Todavia, sim, complementarem a intervenção, trabalharem em equipe, focando nos mesmos objetivos, mas com outra abordagem (LOPES, 2020). E independente do modelo escolhido, o tratamento deve começar o mais cedo possível e as terapias devem ser intensas, frequentes e adaptadas às necessidades específicas do autista, medindo seus avanços para direcionar a caminhada. E se você gosta do assunto e quer informação segura quanto à eficácia dos tratamentos, segue uma dica bacana: É o Evidence-Based Practices for Children, Youth, and Young Adults with Autism Spectrum Disorder. Traduzindo para o português: “práticas baseadas em evidências para crianças, jovens e jovens adultos com transtornos do espectro do autismo”. É um manual assinado por universidades e órgãos governamentais dos Estados Unidos e que reúne pesquisas numa ampla base de dados e aponta as que comprovam o que é realmente tem resultados quando o assunto é autismo e tem uma tabela com procedimentos baseados em evidências científicas e outros procedimentos que ainda não conseguiram status científicos, mas são emergentes (NUNES; SCHMIDT, 2019). Segue o link do manual Práticas baseadas em evidências para crianças, jovens e jovens adultos com transtornos do espectro do autismo: https:// bhcoe.org/project/evidence-based-practices-for-children-youth-and-young-adults-with-autism-spectrum-disorder/. https://cidd.unc.edu/Registry/Research/Docs/31.pdf https://cidd.unc.edu/Registry/Research/Docs/31.pdf AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Uma outra questão que merece atenção são os custos do tratamento do TEA, que se estendem muitas vezes por muitos anos, podendo diminuir com o passar do tempo ou seguir acompanhando a vida do autista. Percebe-se que o tratamento do autismo é dispendioso, onera muito o orçamento familiar, são muitos gastos com os médicos, terapeutas... e infelizmente a maioria dos planos de saúde não cobre as terapias para TEA e em se tratando do nosso Sistema Único de Saúde (SUS) a situação é mais crítica ainda, deixando as famílias com menos recursos financeiros de fora de um acompanhamento terapêutico ideal. Diante desse quadro precário muitas famílias estão estudando, buscando apoio com os médicos/fonoaudiólogos/psicólogos e especialistas que auxiliam nas terapias, dando orientações, suporte e supervisão para que em casa os pais ou outro familiar/conhecido se tornem os auxiliares terapêuticos dos seus filhos, aplicando o modelo terapêutico escolhido, seja ABA, Denver, TEACCH... com um plano elaborado para a criança de acordo com seu perfil, dificuldades identificadas durante as consultas médicas e através de um checklist. E, por fim: Lembram do ditado popular que coloquei no início dessa nossa segunda etapa do curso? “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Quando estava pensando no tratamento do TEA, enquanto mãe de autista e terapeuta do meu filho me veio esse ditado popular à mente, porque o tratamento do autista é bem assim, envolve muita repetição, alta intensidade, frequência, tempo de dedicação até que aquela “pedra dura” comece a furar. E quando vemos o resultado é maravilhoso, pequenas conquistas são muito comemoradas. Entenda, a evolução no TEA normalmente é lenta, desafiadora, afinal é um desenvolvimento neuroatípico (desenvolvimento atípico, diferente). É preciso muita persistência, paciência, determinação, dedicação, estudo, equilíbrio emocional e amor. Acreditar no potencial do autista. Não comparar ele com outra criança neurotípica, mas se quiser comparar, compare com ele mesmo. Use os avanços da sua criança como parâmetro. Crianças com TEA na mesma idade e no mesmo modelo de intervenção evoluirão diferente, pois, são diferentes e o plano de intervenção leva em conta todas as diferenças. Todavia, o que se pode afirmar a partir do estudo dessa etapa dois do nosso curso é que com intervenção precoce, intensa e de alta frequência, os resultados virão, acredite! O autismo não tem cura, mas a pessoa no espectro AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO pode viver de forma independente, autônoma, com interação social e feliz. É claro que cada caso é único e também existem as comorbidades que podem atrapalhar nesse processo, então uns evoluem mais rápido, outros menos. É como diz o ditado: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, insista, não desista, acredite que é possível, confie no potencial da sua criança, confie nos médicos, especialistas que estão com vocês nessa caminhada, porque sim, é possível “furar a pedra dura”, mudar comportamentos, mudar um cérebro que é aberrante, mudar a rota. Por fim, gostaria de ressaltar que não se trata de romantizar o TEA, mesmo porque desde o diagnóstico o transtorno vem carregado de angústia, ansiedade, sofrimento para o autista e para a família, mas sim de enxergar a felicidade e a gratidão nas pequenas conquistas do autista. “Tudo depende do ângulo que encaramos o TEA. Eu prefiro acreditar em oportunidade”. (Luciana Fofonka – mãe, pedagoga e auxiliar terapêutica do seu filho, 2021). FONTE: As autoras FIGURA 5 – LUCCA NA REDE DURANTE TERAPIA AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO REFERÊNCIAS ABIS. 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