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Agentes do Direito Positivo, Sistema Social e Desvio de comportamento No contexto jurídico, a dimensão imperativa estabelece os padrões de conduta a que os membros do grupo se achem subordinados coativamente. O imperativo jurídico compreende a expressão de uma vontade dirigida a outrem, sem a preocupação de saber se vai encontrar disposição baseada em valores reais ou imaginados, e garantida por sanções. (CASTRO, 2009, p. 281) S is te m a s o c ia l Séries padronizadas de interações em nível: Interindividual Intergrupal Interinstitucional Os diversos sistemas sociais integram a estrutura social, formando um todo ordenando no qual as partes se encontram em interdependência. Alterações que alguma das partes venha a sofrer provocam alterações no conjunto. (CASTRO, 2009, p. 281) Sistema econômico Sistema político Sistema jurídico Sistema religioso Sistema educacional Sistema familiar Sistema laboral ESTRUTURA SOCIAL A função de um complexo [...] é a soma total de suas contribuições para perpetuar a configuração social-cultural. Esta função é normalmente um composto, que pode ser analisado em certo número de funções, cada uma das quais está relacionada à satisfação de uma determinada sociedade. (CASTRO, 2009, p. 281) No sistema jurídico secularizado, a lei passa por interpretação racional, de base conceitual formal, em oposição aos sistemas carismáticos e patrimoniais. (CASTRO, 2009, p. 281) A burocracia acompanha inevitavelmente a moderna democracia de massa em contraste com o Governo autônomo democrático das pequenas unidades homogêneas. Isso resulta do princípio característico da burocracia: [...] Realidade abstrata da execução da autoridade, que por sua vez resulta da procura de igualdade perante a lei no sentido pessoal e funcional e, daí, o horror ao privilégio, e a rejeição ao tratamento dos casos individualmente. (WEBER, apud CASTRO, 2009, p. 284). Os agentes do direito positivo legisladores executores julgadores Postulado: S retribui os serviços de i preocupam-se os agentes do direito com os serviços que i deve prestar a S. Criminoso visto como indivíduo merecedor de punição e não como um problema social que depende de solução. Assim, o direito manteve-se durante muito tempo com a seguinte concepção: Embate no poder judiciário: Criminoso-merecedor-de-punição X Criminoso-fruto-da-sociedade-culpada Questão O criminoso diz respeito a um indivíduo que merece punição pelo descumprimento das normas ou se trata do resultado de problemas criados pela própria sociedade? Quatro defeitos da justiça Automorfismo: projeção dos sentimentos dos juízes como se delinqüente o delinquente a eles assemelhasse na apreciação do valor intimidativo da pena. Despersonalização: tendência de considerar o criminoso como manequim em que se deve pregar o número do código penal. Dosimetria: redução da justiça penal à proporção aritmética estabelecida entre o tipo de crime e o “quantum” de pena. Ignorância do réu: não identificar quem seja o réu, suas condições sociais e psíquicas, o tratamento que deve receber. O legislador e o jurista Compete ao legislador definir as aspirações da sociedade global e traduzir-las em normas garantidoras da estrutura. Cabe ao jurista interpretar essas normas e inseri-las na tessitura funcional do direito. Aceitamos a lei como sistematização de normas de comportamento, nascidas de necessidades da consciência social, estribada no bem comum e projetada para garantir o processo histórico na perspectiva da estrutura vigente. (CASTRO, 2009, p. 286). Legislador Jurista ESTRUTURA Organização Sociedade Relações sociais atuais Políticoprático Direito Especulativo O legislador e o jurista: referências reais e esperadas Referências reais Referências esperadas A)A primeira expectativa é a de formação especulativa do legislador para maior conscientização das funções que desempenha. B)A segunda expectativa é a de, tanto legislador quanto jurista terem os olhos voltados efetivamente para as relações sociais atuais, e não apenas de modo mediato, através da estrutura a ser preservada. Desvio O fenômeno crime constitui desvio da expectativa donde advém a pena (CASTRO, 2009, p. 288). O crime caracteriza-se como tal na configuração geotemporal que o dimensiona. Assim, não só a gravidade como a própria definição do crime dependem da agogia axiológica da sociedade global no momento histórico-estrutural do evento (CASTRO, 2009, p. 289). Quatro categorias de meios para o combate ao crime, apresentadas pelo positivismo jurídico: Meios preventivos: destinados a evitar todas as causas que podem determinar a exteriorização das tendências mórbidas em um sentido delituoso. Meios reparadores: medidas adotadas a fim de reparar o dano causado: indenização. Meios repressivos: penas variáveis em cada caso, segundo as condições de delinquente – idade, sexo, profissão, sistema de vida, cultura, que concorrem com agravantes ou atenuantes. Meios eliminatórios: pena de morte, deportação, reclusão perpétua.
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