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PSICOTERAPIAS Traçar um histórico claro das psicoterapias não é uma tarefa fácil. Não são poucas as publicações sobre o assunto e muitas das existentes não apresentam uma linha temporal muito clara. Raízes na filosofia “Psique” (grego) psukhe. Diversos sentidos interrelacionados, dependendo dos contextos em que era utilizado. Podem ser sintetizados como: “sopro vital”, “vida”, “espírito”, “princípio vital”, “alma”, “si mesmo” e “pessoa”. História Na Grécia Antiga, a representação teatral tinha como um de seus objetivos a produção de uma reação emocional catártica grupal, entendida como purificadora de alma. Originalmente chamada de cura pela fala, a psicoterapia tem suas origens na medicina antiga, na religião, na cura pela fé e no hipnotismo. Ao final do século XIX que passou a ser utilizada no tratamento das assim denominadas doenças nervosas e mentais, tornando-se uma atividade médica inicialmente restrita aos psiquiatras. Somente ao final do século XX, outros profissionais passaram a exercê-la: médicos clínicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, entre outros; ultrapassando as fronteiras do modelo médico. Estoicos O bom “o que perturba as pessoas não são as coisas em si, mas o que elas pensam sobre as coisas”. O não tão bom Pregavam a indiferença (apatia) como caminho para se ter uma vida feliz e a serenidade como atitude, tanto diante de tragédias como de coisas boas. Babel Houve uma grande proliferação de modelos e métodos apoiados em diferentes concepções sobre os sintomas e o funcionamento mental, muitas vezes conflitantes e até antagônicas. Linguagens e métodos instalaram-se na área, confundindo tanto os profissionais como as pessoas necessitadas de tratamento. Na atualidade há mais de 250 modalidades distintas de psicoterapias. Elas são descritas de uma outra forma em mais de 10 mil livros e em milhares de artigos científicos. A dificuldade Para Yalom (2006): Empatia: ver o mundo com os olhos do paciente. A terapia será mais eficaz se o terapeuta entrar com precisão no mundo do paciente. Os pacientes lucram muito pela simples experiência de serem vistos em toda a sua plenitude e de serem inteiramente compreendidos. Empatia na dose certa é um traço essencial não apenas para os terapeutas, mas também para os pacientes, e devemos ajudar os pacientes a desenvolverem empatia pelos outros. Psicoterapia Catarse (Kátharsis): libertação psíquica que o ser humano vivencia quando consegue superar um trauma, um medo, uma opressão ou qualquer perturbação psíquica. Para Aristóteles, a catarse é uma maneira de purificação da alma produzida pela descarga de uma dor emocional gerada por um trauma ou acontecimento trágico. O que é psicoterapia? É um método de tratamento mediante o qual um profissional treinado, valendo-se de meios psicológicos, especialmente a comunicação verbal e a relação terapêutica, realiza deliberadamente uma variedade de interações, com o intuito de influenciar um cliente ou um paciente, auxiliando a modificar problemas de natureza emocional, cognitiva e comportamental. Características É um método de tratamento que utiliza meios psicológicos com a finalidade de aliviar um desconforto ou sofrimento psíquico; Eliminar sintomas de um transtorno definido; Resolver problemas de natureza emocional ou psicológica; Estimular o desenvolvimento pessoal (Cordiolli, 2019); Utiliza a comunicação verbal como principal recurso; Como atividade humana, a psicoterapia é também uma arte, na medida em que depende das características pessoais do terapeuta, das habilidades adquiridas em prolongados treinamentos e supervisões e do tipo de parceria paciente-terapeuta que se estabelece em cada psicoterapia. Efetividade Não há dúvidas quanto a efetividade da psicoterapia; Estão entre as melhores intervenções; A psicoterapia apresenta riscos mínimos. Tratamento O tratamento é planejado pelo terapeuta com o objetivo de modificar o transtorno, problema ou queixa e é adaptado a cada paciente ou cliente em particular (Wampold, 2001). A psicoterapia envolve uma interação face a face, em um contexto primariamente interpessoal (relação terapêutica), na qual é preciso haver uma colaboração entre paciente e terapeuta. Capacitação O método é utilizado por um profissional treinado, que, de forma deliberada e intencional, busca ajudar um cliente ou paciente que o procura com a finalidade de obter alívio para um tratamento de natureza psíquica. O método é fundamentado em um racional ou uma teoria que oferece uma explanação para os sintomas e embasa uma técnica para sua remoção. Métodos incorretos Biblioterapia, googleterapia; Exposição virtual; Uso de computador (exceto a terapia virtual); A conversa de amigos ou o aconselhamento por telefone/virtual, quando utilizados fora de um contexto interpessoal e de uma relação profissional não são considerados psicoterapia no sentido estrito; Métodos baseados em crenças religiosas (cura pela fé, rituais mágicos, etc) também são excluídos, mesmo que provoquem alívio de sintomas. Distinção entre técnicas Objetivos e fundamentos teóricos; Quanto à frequência das sessões; Ao tempo de duração; Ao treinamento exigido dos terapeutas; Às condições pessoais que cada método exige de seus eventuais candidatos. Quanto ao racional ou a explicação que almejam; Psicoterapias psicodinâmicas: insight; Psicoterapias comportamentais: novas aprendizagens; Psicoterapias cognitivas: correção de crenças disfuncionais ou correção de pensamentos; Psicoterapias familiares: mudanças de fatores ambientais ou sistêmicos; Psicoterapias de grupo: fatores grupais. Elementos comuns A psicoterapia ocorre no contexto de uma relação de confiança emocionalmente carregada em relação ao terapeuta. No contexto terapêutico, o paciente acredita que o terapeuta irá ajudá-lo e confia que esse objetivo será alcançado. Existe um racional, um esquema conceitual ou um mito que provê uma explicação plausível para o desconforto (sintoma ou problema) e um procedimento ou um ritual para ajudar o paciente a resolvê-lo (Frank, 1973). Elementos necessários Conhecimento do instrumento próprio de cada modelo de terapia; Bom senso e timming são essenciais para o uso otimizado de tais recursos; Utilizá-los é uma arte. Critérios para um modelo psicoterápico consolidado Deve estar embasado em uma teoria abrangente, que ofereça uma explicação coerente (um racional) sobre a origem, a manutenção dos sintomas e a forma de eliminá-los; Os objetivos a que se propõe modificar devem ser claramente especificados; Devem existir evidências empíricas da efetividade da técnica proposta; Deve apresentar uma relação custo/efetividade favorável na comparação com outros modelos ou alternativas de tratamento (Marks, 2002; Wright; Beck; Thase, 2003); Os resultados devem ser mantidos a longo prazo; Deve haver comprovação de que as mudanças observadas são decorrentes das técnicas utilizadas e não de outros fatores. Relação Terapêutica RT – Veículo por meio do qual se processam os tratamentos psicoterápicos. O destino de cada psicoterapia resulta das características pessoais do paciente e do terapeuta, das reedições de vivências passadas que ambos trazem para a situação presente e da interação desses elementos com a relação atual, única e particular, que eles estabelecem entre si. Aliança Terapêutica É um constructo universal as diversas abordagens teóricas em psicoterapia, que envolve: formulação do vínculo, manutenção, permanência na psicoterapia e desfecho terapêutico (alta). A aliança é composta por três elementos essenciais: 1. O desenvolvimento de vínculo pessoalcomposto por sentimentos positivos recíprocos; 2. O acordo sobre os objetivos do tratamento; 3. O acordo sobre as tarefas que cabem ao terapeuta e ao paciente no processo terapêutico. Contrato Terapêutico São os combinados entre terapeuta e paciente: Por que fazer? Garante as condições básicas para a realização da psicoterapia; São as condições, acordos, convenções para que ocorra a psicoterapia, seja individual, casal, familiar ou grupal; Lima Filho (2015)”um trato que se faz com, de onde se deduziria que um cliente e psicoterapeuta estariam definindo em comum acordo as regras e responsabilidades recíprocas que irão reger o trabalho. Demais assuntos abordados no contrato Reafirma o sigilo profissional; A forma de trabalho; O valor da sessão (acordos); A primeira sessão é paga (observações); Como deve ser o pagamento; Dias, horários dos atendimentos; Atendimento de 45 minutos; Faltas do cliente (o que fazer, público/privado); Para ampliar as chances de ser efetivo, o contrato terapêutico deve ser realizado após as consultas iniciais. Início e término O início da psicoterapia deve ser considerado a partir do estabelecimento do contrato. Já o término pode ser indicado tanto pelo psicoterapeuta quanto pelo cliente. O cliente deve ser orientado no início do processo que ele tem liberdade de encerrar o tratamento a qualquer momento. Pode-se sugerir que uma sessão de fechamento seja realizada, mas fica a critério do paciente realizá-la ou não.
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