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CÂNCER DE TIREOIDE CONCEITO • O câncer de tireoide ocorre quando tumores, também conhecidos como nódulos, crescem na tireoide. • É a neoplasia maligna endócrina mais comum. • Os tumores malignos da tireoide provêm de dois grupos celulares de origens embrionárias distintas. As células C (parafoliculares), neuroendócrinas, produtoras de calcitonina, cujo tumor é o carcinoma medular, e as células foliculares produtoras de T4 e tireoglobulina que originam os tumores bem diferenciados e os indiferenciados. • As células dos carcinomas diferenciados mantêm características das células foliculares das quais se originaram, como resposta ao TSH, capacidade de captar e incorporar iodo e expressar a proteína tireoglobulina. • As neoplasias benignas se sobrepõem numericamente aos carcinomas tireoidianos na razão aproximada de 10:1. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA GLÂNDULA TIREOIDE • A glândula tireoide está localizada na região anterior do pescoço, abaixo da proeminência da cartilagem cricoide, conhecida como “pomo de adão”, e tem como unidade funcional o folículo tireoidiano, responsável pela síntese hormonal, que é regulada pelo eixo hipotálamo-hipófise-tireoide, através da liberação do hormônio de liberação da tireotrofina (TRH) pelo hipotálamo, e do hormônio estimulador da tireoide (TSH) pela hipófise. EPIDEMIOLOGIA • No Brasil, o número de casos novos estimados para cada ano no triênio 2020-2022 é de 1.830 em homens e de 11.950 em mulheres, sendo o quinto tumor maligno mais comum no sexo feminino. • Ocorre de 2 a 4 vezes mais em mulheres que em homens. • É a neoplasia endócrina mais comum e também o carcinoma mais comum da região da cabeça e pescoço. • A incidência aumenta com a idade, sendo mais frequente de 30 a 50 anos e é raro em crianças e adolescentes. • Observou-se um aumento na incidência nas últimas décadas, sobretudo devido melhora nos exames ultrassonográficos, o que permitiu o diagnóstico de pequenos carcinomas. • Em torno de 90% dos cânceres tireoidianos são bem diferenciados e originados de células foliculares. Enquanto isso, o carcinoma medular representa 6% dos casos e o carcinoma anaplásico, mas agressivo, representa menos de 1% dos cânceres de tireoide. FATORES DE RISCO • Genes de susceptibilidade: cerca de 5 a 10% dos casos são considerados de natureza familiar. Os principais agentes relacionados são os protooncogenes RET, MET, C-erb-2, BRAF e Ras, responsáveis pela proliferação celular descontrolada. • Antecedentes de neoplasia tireoidiana: O câncer de tireoide anaplásico possui forte associação com o antecedente pessoal de neoplasia de tireoide bem diferenciada. • Radiação: produz mutações locais sensíveis. Ocorre, sobretudo, quando a exposição se inicia desde a infância, período muito radiossensível da tireoide (crianças expostas ao desastre de Chernobyl). Além disso, é também fator de risco ter sido submetido à radioterapia do pescoço, mesmo em baixa dose. • Níveis de iodo na dieta: o iodo é um elemento fundamental para a produção de hormônios tireoidianos. Sua deficiência causa redução dos níveis hormonais, o que aumenta a secreção de TSH por meio da autorregulação compensatória, que é um fator de crescimento para as células foliculares tireoidianas. Sendo assim, o estímulo crônico às células da tireoide pelos níveis elevados de TSH desencadeiam o aparecimento do câncer folicular. Lara Mattar | Proliferação celular e câncer | Medicina UFR • Sexo feminino: acredita-se que exista um papel do estrogênio no aumento da incidência desse câncer. Estudos indicam a presença de receptores de estrogênio na tireoide, podendo levar à proliferação celular (incerto). • Aumento dos níveis de TSH: através do receptor, ele estimula o crescimento e a função das células tireoidianas. • Doença autoimune da tireoide: estudos indicam que pacientes com tireoidite de Hashimoto tem 50% de risco de desenvolver linfoma de tireoide. PATOGÊNESE QUADRO CLÍNICO • Os tumores da tireoide são geralmente assintomáticos, mas usualmente pode ser descoberto a partir de nódulos metastáticos palpáveis no pescoço ou observados em RX-tórax. • Usualmente, os tumores se apresentam como uma massa em um dos lobos tireoidianos e móveis à deglutição. • Alguns casos podem ter efeito mecânico e infiltrativo do tumor, manifestando disfagia, disfonia e rouquidão. • Pode ocorrer sangramento no interior do nódulo, podendo causar aumento subido de volume e dor local. • Se houver invasão de estruturas adjacentes, os nódulos podem ser fixos à palpação. • Taquicardia, sintomas de hipotireoidismo, história familiar de doença nodular benigna da tireoide e tireoidites sugerem um processo benigno. CLASSIFICAÇÃO • Tumores bem diferenciados • Carcinoma papilífero: Corresponde a cerca de 75 a 80% dos casos • Carcinoma folicular: Corresponde a cerca de 10 a 15% dos casos • Tumores pouco diferenciados • Carcinoma medular: Corresponde a cerca de 3,5% dos casos • Carcinoma anaplásico: Corresponde a cerca de 1,5% dos casos • Miscelânea • Sarcoma, linfoma, metástases, teratoma, outros: Em conjunto, corresponde a menos de 1% dos casos • A origem dos tumores malignos da tireoide ocorre pelo desequilíbrio entre a proliferação celular e a apoptose, provocada por mutações que ocorrem em 3 tipos de genes: oncogenes (crescimento celular), genes supressores de tumor (restrição do crescimento) e genes de reparo do DNA. • No CARCINOMA PAPILÍFERO (tipo mais comum), a principal alteração relacionada ao surgimento é a mutação no gene BRAF, presente em até 70% dos casos. A segunda causa mais comum é o rearranjo RET/CP. • No CARCINOMA FOLICULAR, observa-se mutações nos genes Ras, além da expressão ou perda de outros genes. • No CARCINOMA MEDULAR, geralmente há relação com mutações germinativas no oncogene RET. • No CARCINOMA ANAPLÁSICO, as mutações BRAS e Ras ocorrem em até 10% dos casos. HISTOLOGIA DA GLÂNDULA TIREOIDE Células foliculares e parafoliculares da tireoide. (A) Uma fotomicrografia em menor aumento da glândula tireoide mostra a cápsula delgada (C), desde os septos (S) contendo os vasos sanguíneos de maior calibre, linfáticos e nervos que entram na glândula. O parênquima do órgão é característico, consistindo em folículos epiteliais cheios de coloide, de tamanhos variados. O lúmen de cada folículo está cheio de coloide fracamente corado, que é composto por uma proteína gelatinosa chamada de tireoglobulina. (B) O lúmen (L) de cada folículo é circundado por um epitélio simples, cuja altura celular varia de cuboidal a colunar baixa. Também há células C (C) ou células parafoliculares grandes, palidamente coradas, que secretam calcitonina, um polipeptídeo envolvido no metabolismo do cálcio. (C, D, E) As células C podem fazer parte do epitélio folicular ou estar presentes como células isoladas ou em grupos fora dos folículos. As células foliculares (F) geralmente podem ser distinguidas das células C (C) pelo tamanho menor e pelas propriedades de coloração mais escura. Diferente das células foliculares, as células C raramente variam quanto ao tamanho ou quanto às características de coloração clara. As células C são mais fáceis de localizar dentro ou entre folículos pequenos CARCINOMA PAPILÍFERO EPIDEMIOLOGIA • É o principal tipo de tumor maligno da tireoide, representando cerca de 75 a 80% dos casos. • Apresenta-se, na maioria dos casos, em mulheres de 20 a 40 anos. • Apresenta ótimo prognóstico, sendo infrequente mortalidade associada (sobrevida de 10 anos em > 95% casos). • Está mais relacionado com histórico de exposição à radiação ionizante. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Depende do estágio, geralmente o paciente é eutireoideo (produção hormonal normal). • Clinicamente, o tumor apresenta-se como um nódulo tireoidiano palpável, nem sempre notado pelo paciente. Pode ter consistência firme ou cística, e a glândula pode estar aumentada assimetricamente ou ser multinodular. • Rouquidão, disfagia, tosse edispneia sugerem pressão do tumor sobre estruturas adjacentes. HISTOLOGIA • Carcinomas papilíferos são reconhecidos com base em características nucleares, mesmo na ausência de papilas. • Geralmente é uma lesão sólida, com contornos irregulares, não capsulada e com infiltração do parênquima glandular adjacente. • Pode apresentar alteração cística e calcificações distróficas. • Pode conter corpos psamomatosos (corpúsculos laminados concêntricos calcificados que podem ser encontrados em associação com células tumorais, dentro dos vasos linfáticos ou do estroma tumoral). Têm importância para o diagnóstico de carcinoma papilífero porque são muito mais raros em outros tipos. • Os núcleos são tipicamente claros, com aspecto de vidro fosco (claro), apresentando contornos irregulares, sulcos na membrana celular (aspecto de “grão de café”) e inclusões citoplasmáticas intranucleares. • Quando avançado, tem preferência por disseminação linfática, sendo comum ter linfonodos acometidos já no diagnóstico (mais da metade dos casos cursam com metástases para linfonodos cervicais adjacentes). CARCINOMA FOLICULAR EPIDEMIOLOGIA • É o 2º tipo mais frequente, representando cerca de 10 a 15% dos casos. • Acomete mulheres com mais de 50 anos. • Possui muita associação com áreas de deficiência de iodo, sendo a reposição do iodo um fator protetor. • O tumor apresenta-se sob duas formas: nodular, circunscrita e menos maligna, e difusa ou invasiva, que leva a aumento volumétrico irregular da tireoide. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Nódulo solitário e indolor. • Linfadenopatia metastática é incomum. HISTOLOGIA • Tumor sólido, arredondado ou ovoide e encapsulado. • Microscopicamente, a maioria dos carcinomas foliculares é composta de células regularmente uniformes que formam pequenos folículos contendo coloide, que se assemelham muito à tireoide normal. • Caracteriza-se por frequentemente se apresentar com invasão da cápsula tireoidiana pelo tumor. • Além disso, também é comum a invasão vascular, sendo por isso, sua via de disseminação mais comum a hematogênica, com metástases para pulmão e ossos. • Tem bom prognóstico, porém, existe uma variante chamada Carcinoma de células de Hurthle, formada por células oxínticas, que acomete pessoas mais idosas entre 60 a 75 anos e possui pior prognóstico. Isso ocorre porque ocorre rápida invasão de estruturas vizinhas, disseminação linfática (diferente dos carcinomas foliculares comuns, de disseminação hematogênica) e pouco tempo de sobrevida. CARCINOMA MEDULAR EPIDEMIOLOGIA • É a 2ª forma menos comum (cerca de 3,5% dos casos) e o mais agressivo. • Origina-se das células C da tireoide, produtoras de substâncias bioativas como a calcitonina. • Incidência aumentada em áreas de deficiência de iodo. • Mais comum em idosos. • Extremamente invasivo e em poucos meses acomete toda a tireoide e estruturas vizinhas, quase sempre fatal. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Desde o início desse tipo de câncer ocorre uma hiperplasia das células C, que pode ocupar boa parte do espaço folicular e elevar os níveis de calcitonina. Por isso, o exame imuno-histoquímico positivo para calcitonina confirma o diagnóstico histopatológico desse tumor e é importante para rastreio familiar. • O carcinoma medular secreta, além de calcitonina, substâncias como prostaglandinas, ACTH e serotonina, responsáveis por alterações como diarreia (fator marcante no quadro clínico, provocada por calcitonina e/ou prostaglandina), síndrome de Cushing (por ACTH), síndrome carcinoide (por serotonina). • Costumam apresentar-se como massas volumosas no pescoço que aumentam rapidamente. Sintomas relacionados com compressão e invasão, como dispneia, disfagia, rouquidão e tosse são comuns. • Cerca de 20% dos carcinomas medulares da tireoide tem associação com neoplasias endócrinas múltiplas, um tipo de síndrome genética familiar. • Metástases para linfonodos cervicais são frequentes e metástases à distância ocorrem comumente para pulmão, fígado, ossos e cérebro. HISTOLOGIA CARCINOMA ANAPLÁSICO EPIDEMIOLOGIA • São tumores raros, mas altamente malignos compostos parcial ou totalmente por células indiferenciadas. • Geralmente ocorre em pacientes idosos acima de 60 anos, com discreta preferência no sexo feminino. • Mortalidade alta (próxima de 100%) e sobrevida raramente ultrapassa 6 meses após o diagnóstico. • Cogita-se que eles surgem por desdiferenciação de neoplasias mais diferenciadas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Por ser muito agressivo e invasivo, a maioria dos pacientes apresentam infiltração para músculos, traqueia, esôfago, nervo laríngeo recorrente e laringe. • Por conta disso, o paciente geralmente se queixa de rouquidão, disfagia, paralisia da corda vocal, dor cervical e dispneia quando ocorre metástase pulmonar. • Grupo de células de tamanhos variados, redondas, poliédricas ou fusiformes, com núcleos hipercromáticos e citoplasma eosinófilo, entremeadas por substância amiloide. • Os depósitos amiloides acelulares são um achado característico, visualizado como um material extracelular homogêneo, derivado de moléculas de calcitonina secretadas pelas células neoplásicas. HISTOLOGIA DIAGNÓSTICO Em síntese: anamnese + exame físico > ultrassonografia do pescoço (nódulo) > PAAF (câncer) > cintilografia (metástases) > tratamento > seguimento. ANAMNESE E EXAME FÍSICO • A maioria dos nódulos da tireoide é assintomático. • O diagnóstico começa através de uma anamnese bem feita, levantando possíveis fatores de risco e sintomas. • Além disso, deve-se empregar um exame físico cuidadoso, avaliando não somente a presença de nódulos tireoidianos, mas também evidências de metástase. ULTRASSONOGRAFIA • É simples, acessível e não invasivo, mas não é capaz de confirmar o diagnóstico de lesões malignas, apenas seleciona pacientes que devem fazer biópsia. • É muito empregado no diagnóstico de nódulos tireoidianos benignos e malignos e de metástases cervicais. • A combinação de algumas características, como presença de microcalcificações, hipoecogenicidade e contornos irregulares aumenta o risco de malignidade. NÓDULO BENIGNO NÓDULO MALIGNO Largura do nódulo > Altura do nódulo Largura do nódulo < Altura do nódulo Nódulo hiperecoico (densidade alta, reflete muito) Nódulo hipoecoico (densidade baixa, reflete pouco) Confinado à tireoide Invadindo estruturas vizinhas Calcificações grosseiras (exceto carcinoma medular) Presença de microcalcificações Hipervascularização periférica ou ausente Hipervascularização predominantemente central PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA (PAAF) • É o método padrão ouro para diagnóstico de neoplasias tireoidianas. • Os tumores são grandes, infiltrantes, em geral tomam todo o parênquima glandular, invadem tecidos adjacentes e, frequentemente, apresentam áreas de necrose e hemorragia. • As metástases à distância podem ocorrer em qualquer local. • Micrografia: neoplasia indiferenciada, constituída por células de tamanhos variados, desde muito pequenas até volumosas e com núcleos bizarros. • Possui alta sensibilidade e especificidade, especialmente para o carcinoma papilífero. • Possui baixos índices de complicações, porém sua eficácia depende da habilidade do operador em coletar uma amostra adequada para o exame citológico. • O exame citológico através de PAAF é capaz de identificar todos os tipos, exceto o folicular. CINTILOGRAFIA DA TIREOIDE • Solicitada quando TSH está baixo. • Consiste na obtenção de imagens da glândula após a administração de uma pequena quantidade de iodo radioativo, que é absorvida pela glândula ou células da tireoide presentes em qualquer parte do corpo. Algumas horas depois, são obtidas imagens em um equipamento denominado gama câmara. • As áreas anormais da tireoide que captam menos radioatividade do que tecidos normais são denominados nódulos frios e áreas que captam mais são nódulos quentes. Os quentesgeralmente não são cancerosos, mas os nódulos frios geralmente são malignos. • Possui baixa sensibilidade e especificidade, por isso, não é usada na avaliação inicial do tumor de tireoide. • Quando a biópsia confirma o câncer, é realizada uma cintilografia de corpo inteiro para avaliar se há metástases. EXAMES LABORATORIAIS • São testes da função tireoidiana, como TSH, T4 e T3. • TSH baixo por feedback negativo = glândula produzindo muitos hormônios = nódulo benigno (adenoma tóxico). • TSH normal = possibilidade de nódulo ser maligno (glândula disfuncional, poucos hormônios produzidos). • Além disso, os anticorpos antitireoidianos são úteis, principalmente em mulheres jovens com bócio difuso, para o diagnóstico diferencial de Hashimoto. • O cálcio sérico e a dosagem do paratormônio são importantes para o diagnóstico de hiperparatireoidismo, na suspeita de nódulo na paratireoide. • A calcitonina pode dar o diagnóstico e seguimento pós-operatório dos pacientes com carcinoma medular. • A tireoglobulina é uma glicoproteína produzida exclusivamente pelas células normais e neoplásicas ainda diferenciadas da tireoide, então serve como um marcador tumoral para os cânceres diferenciados (papilífero e folicular). Além disso, altos níveis podem indicar presença de metástases. TRATAMENTO A presença de fatores de risco para malignidade, como história familiar de carcinoma de tireoide ou história de exposição à radiação ionizante, a tireoidectomia total deve ser considerada. CARCINOMA PAPILÍFERO • É cirúrgico. • Tireoidectomia total: lesões > 1 cm ou com extensão extratireoidiana e metástase. • Tireoidectomia parcial: lesões < 1 cm, sem fatores acima. • Radioablação com iodo radioativo: conduta após a tireoidectomia total, causando uma necrose coagulativa nas células nodulares. Indicado para metástases, tumores > 4 cm. • Terapia supressiva com levotiroxina (puran T4): repor T4 > suprimir TSH (tumor responde a leve). • Acompanhamento: USG cervical e tireoglobulina sérica a cada 6 meses (deve negativar em tireoidectomia total). CARCINOMA FOLICULAR • Tireoidectomia parcial: lesões unilaterais < ou = 2 cm. Radioablação + supressão de TSH com levotiroxina. o Apesar de o folicular ter pior prognóstico que o papilífero, sua retirada é indicada só em tamanhos maiores, pois não há como ter certeza da malignidade apenas com o PAAF, correndo o risco de tirar um tumor benigno. Se histopatológico confirmar após retirada dos nódulos foliculares, é feita nova cirurgia para retirada do restante da glândula. • Tireoidectomia total: lesões > 2 cm. Radioablação + supressão de TSH com levotiroxina. Ressecção de linfonodos se tiver comprometimento. CARCINOMA MEDULAR • Tireoidectomia total: realizada sempre devido multicentricidade. • Ressecção de linfonodos da cadeia central junto com os paratraqueais. • Não responde à radioterapia, ablação com iodo ou terapia supressiva com levotiroxina. • Acompanhamento: calcitonina sérica e CEA (antígeno carcinoembrionário) 6 meses após a cirurgia para detectar doença residual. CARCINOMA ANAPLÁSICO • Não tem bons resultados. • Uma vez confirmado por PAAF, traqueostomia deve ser realizada para prevenir asfixia por invasão. • A tireoidectomia para ressecção completa do tumor não é recomendada devido à invasão extensa no momento do diagnóstico. ESTADIAMENTO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAITRA, Anirban. O sistema endócrino. In: Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016, p. 1120-1126. OLIVEIRA, Francine; COUTINHO, Lígia; OLIVEIRA, Arlete et al. Sistema endócrino. In: Bogliolo - Patologia. 10 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. p. 1200-1207. SCHEFFEL, Rafael; DORA, José; WAJNER, Simone et al. Carcinoma diferenciado de tireoide. In: Rotinas em Endocrinologia. 1 ed. Porto Alegre: Artmed, 2015, p. 244-253. STABLER, Catherine; MAYGARDEN, Susan. Patologia do Sistema endócrino. In: Patologia: uma abordagem por estudo de casos. 1 ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. p. 418-428.
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