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Tem por objetivo máximo assegurar bem estra materno-fetal e o nascimento de um recém-nascido saudável a termo, através da orientação, assistência psicologia, instrução sobre o parto e o uso racional de medicações, tratamento de pequenos distúrbios da gestação e prevenção, rastreio e diagnostico das doenças próprias da gestação. 90% das gestações seguem sem complicações, devendo serem encaminhadas ao serviço especializado todas as gestações de alto risco. Devem ser realizadas pelo menos 6 consultas de pré- natal, sendo pelo menos 1 no primeiro trimestre, 2 no segundo e 3 no terceiro. A consultas podem ser espaçadas mensalmente até a 32ª semana, quinzenais entre a 32ª e a 36ª e semanais entre 36 e 41 semanas. A avaliação de risco deve ser refeita em todas as consultas, afim de evitar complicações. Gestação de alto risco É uma extensa lista de causas que são compreendidas por: Doenças sistêmicas graves ou descompensadas Abortamento habitual Intercorrências obstétricas anteriores Gemelaridade Diagnósticos de acometimentos fetais Pacientes com diagnostico de neoplasia em curso ITU recorrente Primeira consulta Na primeira consulta devemos estabelecer o contato inicial, conhecer a gestante e o que a trouxe ali. É importante entender como ela se sente com a gestação. Anamnese: idade, paridade, intervalo interpartal, história ginecológica detalhada, se o progenitor sabe da gestação (se sim, incentivar a participação no pré- natal) Devemos calcular a idade gestacional com auxílio da data da última menstruação (DUM) e através dessa estabelecer qual a data provável do parto (DPP). O peso, a altura e o IMC devem começar a ser conferidos para que o acompanhamento seja contínuo. Exame físico: deve ser completo, sendo muito importante aferir a PA. A altura do fundo uterino só é percebida na 16ª semana, mas devem ser conferida para triagem de gestação gemelar ou macrossomias. Solicitar: USG de primeiro trimestre (importante para conferir a idade gestacional) + hemograma + tipagem sanguínea + glicemia de jejum + HbAg + EAS + Urocultura + HIV + VDRL + Toxoplasmose IgG e IgM + HbsAg o Se no retorno, fator Rh for negativo, devemos solicitar coombs indireto. Exame físico Sempre deve conter: ♥ Avaliação da pressão arterial: se elevada, conversar um pouco com a paciente para aferir novamente. Se mantiver, fazer a avaliação na semana toda. ♥ Pesquisa de edema: são comuns amis no final da gestação, mas podem indicar causas não gravídicas. ♥ Batimentos cardiofetais: com auxílio de um sonar, é possível auscultar os batimentos fetais. Devemos nos atentar para o batimento do feto, diferenciando-o dos batimentos da placenta. Deve ser anotado no cartão de pré-natal. ♥ Manobras de Leopold: realizada a partir do segundo trimestre. - 1ª manobra: permite identificar a situação do feto através da delimitação do fundo uterino. - 2ª manobra: idêntica a posição do feto, através da correlação entre o dorso fetal e o lado materno correspondente. Devemos palpar o abdome materno para identificar o dorso do feto. - 3ª manobra: com a mão em C na região da base do útero, próximo ao púbis, identificamos a apresentação. Quando cefálica, encaixa na mão. - 4ª manobra: verifica a insinuação através do grau de penetração da apresentação. ♥ Exame de preventivo: deve ser feita a coleta de preventivo na primeira consulta de todas as gestantes maiores de 25 anos. Exames complementares Em todo trimestre devem ser realizados: hemograma + glicemia de jejum + EAS + HIV + Toxoplasmose IgG e IgM 20 a 24 semanas: USG morfológica do segundo trimestre 24 a 28 semanas: teste de tolerância oral a glicose 38ª semana: rotina de 3º trimestre 35 a 37 semanas: swab sgb para pesquisa de estreptococos no canal vaginal e no reto. Se positivo, deverá ser feita profilaxia no período de trabalho de parto. Júlia Malta Braga MED 01 FCM-TR Orientações gerais às pacientes Evitar realizar duchas vaginais, pois esta amplia a possibilidade de vaginosa bacteriana e está favorece um parto prematuro. Evitar esforço físico extenuante explicando que não é para cessar suas atividades físicas habituais. O exercício físico na gravidez tem risco mínimo e grande benefício. Evitar radiação ionizante, mas explicar que essas não são proibidas, só devem ser feitas com mais cuidado. Explicar que não há restrição de atividade sexual, podendo manter relações com seu parceiro habitualmente, evidenciando que estas podem ser benéficas no ultimo trimestre. Orientar quanto ao não uso de drogas ilícitas, álcool e cigarro, explicando que essas substancias são teratogênicas e prejudicam o desenvolvimento do feto. Incentivar a ter uma dieta equilibrada que contemple os principais grupos alimentares, tentando não manter-se restritiva. Orientar quanto ao ganho médio de 12 a 13kg em uma gestação, explicando sobre as mudanças do corpo e adaptações que o organismo sofre para gestar. Suplementação Sulfato ferroso ou ferro elementar: é recomendada a suplementação a partir de 20 semanas devendo esta ser de acordo com a dosagem de hemoglobina no último hemograma. HB>11: 40 mg HB 8-11: 120-200 mg Hb<8: encaminhar ao especialista devido a anemia de alto risco. Ácido fólico: tem evidencia de benefício no fechamento do tubo neural, entretanto esse processo ocorre antes da maioria dos diagnostico de gravidez serem dados. Em mulheres tentantes começa a ser suplementado antes da gestação e nas demais é feito até a 12ª semana. Cálcio: uma alimentação balanceada já confere a necessidade de cálcio diária. Deve ser suplementado em casos de pré-eclâmpsia associada a hipocalcemia. Queixas comuns no pré-natal Náuseas e vômitos: ocorrem devido a presença de beta-hcg no sangue. Hiperemese Pirose: ocorre devido a ação da progesterona de lentificação do trato gastrointestinal e relaxamento do esfíncter gastresofágico que acaba permitindo o retorno do conteúdo gástrico. Constipação Hemorroidas: são decorrentes do aumento da pressão intrabdominal e a constipação. Junto a isso há a pressão na veia cava inferior, que aumenta o fluxo sanguíneo na região anal, propiciando a formação de hemorroidas. Edema gravitacional Varizes Sintomas urinários: aumento da pressão na bexiga leva a polaciúria Câimbras Dor lombar Vacinação dTpa: obrigatória na 20ª semana, se o cartão vacinal da gestante não estiver em dia é importante tomar as 2 doses de dT + 1 dose na 20ª semana. Influenza: conforme calendário anual Hepatite B: são feitas até 3 doses dependendo da situação vacinal da gestante. Febre amarela: se for para região endêmica COBID-19 São contraindicadas vacinas como vírus vivo ou atenuado (triviral, Sabin, AstraZeneca). USG e orientações genéticas Não há estudos que comprovem os benefícios do ultrassom na redução da mortalidade fetal. O MS não coloca o USG como obrigatório no pré- natal, mas orienta que caso possa ser realizado um único, é melhor realizar entre a 18ª e a 22ª semana. O ideal é que sejam realizadas uma ultrassonografia por trimestre. USG do primeiro trimestre: permite a correta datação, a verificação de quantos fetos há e se são viáveis ou não. Morfológica de primeiro trimestre: é uma triagem de cromossomopatias (transnucencia nucal, osso nasal, ducto venoso) e avaliação de gêmeos pelo sinal de lambda (gestação gemelar com duas placentas) e o sinal do D (gestações Gemelares com placenta única). Morfológica de segundo trimestre: permite a observação de malformações e a realização da cercicometria, para saber como o colo uterino materno está desenvolvendo.
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