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Hurian Machado – Odontologia UNIG 1 Cirurgia Bucal I Aula 1 Atos Cirúrgicos Básicos Todo procedimento cirúrgico constitui-se em uma combinação de procedimentos técnicos executados de forma precisa e com instrumentos operatórios. Os atos cirúrgicos básicos são: • Diérese • Exérese • Hemostasia • Síntese → Princípios em cirurgia a) Boa visão do campo cirúrgico; • Auxiliar treinado; • Bom afastamento dos tecidos; • Iluminação adequada; • Campo cirúrgico livre de fluidos. b) Instrumental adequado; c) Biossegurança. 1. Diérese Ato de separar os tecidos com fins operatórios. Dá acesso ao local a ser operado. • Incisão - É o corte do tecido. - Deve-se evitar estruturas anatômicas nobres como vasos e nervos; - Sempre utilizar lâmina nova e afiada; - A incisão deve ser firme e contínua. • Divulsão Separação/ descolamento do tecido sem corte. - Para tecidos moles: tesoura. - Para periósteo: descoladores. 2. Exérese Ato de remover parte ou todo órgão ou tecido. • Extrações: alavanca ou fórceps. • Patologias: cureta de Lucas; pinça de Allis. Ostectomia/Osteotomia: alta e baixa rotação; brocas; pinça goiva; cinzel e martela; lima para osso. 3. Hemostasia Ato de controlar o sangramento. Existem diversos métodos, como: • Compressão: feito com gaze; pressionar 5 a 10min. • Termocoagulação. • Ligadura. • Substâncias hemostáticas: são substâncias que ultrapassam as fases do coágulo. Ex: hemospon. 4. Síntese Repor os tecidos lesionados ou incisados ao seu local anatômico-fisiológico. 1. Sutura: tecido mole. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 2 2. Odontossíntese: reimplante de elementos dentários. 3. Osteossíntese: realocar fraturas ósseas. Ex: fio de aço e mini-placas. • Tipos de sutura 1. Ponto simples 2. Contínuo simples 3. Contínuo entrelaçado 4. Em U 5. Em X Aula 2 Nervo Trigêmeo - É o V par de nervo craniano. - É um nervo misto, ou seja, possui função motora e sensitiva. Possui 3 raízes: 1. Nervo Oftálmico (v1): sensitivo; 2. Nervo Maxilar (v2): sensitivo; 3. Nervo Mandibular (v3): sensitivo e motor. • Origem aparente no encéfalo: ponte. • Origem aparente no crânio: fissura orbital superior (v1), forame redondo (v2) e forame oval (v3). 1. Nervo Oftálmico (V1) Faz a inervação sensitiva do globo ocular, pálpebra superior, dorso do nariz e região frontal. Ramos principais: • Nervo Nasociliar; • Nervo Frontal; • Nervo Lacrimal. Rectangle Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 3 2. Nervo Maxilar (V2) Ramos principais: a) Nervo Alveolar Superior Posterior Sai do forame redondo e penetra nas foraminas do tuber da maxila. É responsável pela inervação da polpa e periodonto dos dentes molares superiores exceto a raiz mésio-vestibular do 1° molar superior. Inerva ainda a gengiva vestibular da região. b) Nervo Infraorbital Sai do forame redondo → entra na orbita pela fissura orbital inferior → passa pelo sulco infra-orbital → canal infra-orbital → emite dois ramos (ramo alveolar superior médio e alveolar superior anterior) → sai do osso e lança mais um ramo • Ramo Alveolar Superior Médio É responsável pela inervação da polpa e periodonto dos dentes pré-molares e da raiz mésio-vestibular do 1° molar superior e a gengiva vestibular. • Ramo Alveolar Superior Anterior: inerva a polpa e o periodonto dos dentes anteriores (incisivos e canino) e a gengiva vestibular • Região Extraóssea: inerva sensitivamente a região entre a pálpebra inferior, a asa do nariz e o lábio superior. c) Nervo Ptérigopalatino Emite os seguintes ramos: • Nervo Palatino Maior É responsável pela inervação da mucosa do palato duro e gengiva palatina da região dos pré-molares e molares até o limite com o palato mole. • Nervo Palatino Menor Inerva o palato mole. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 4 • Nervo Nasopalatino Percorre o septo nasal e atravessa o forame incisivo levando a inervação para a mucosa e gengiva palatina da região dos dentes anteriores. • Nervo Zigomático Tem como função principal a inervação sensitiva da região zigomática e parte da região temporal. Emite os seguintes ramos: a) Ramo Zigomaticofacial; b) Ramo Zigomáticotemporal. 3. Nervo Mandibular (V3) É o ramo misto. Inerva também os músculos da mastigação. - Ramos motores: • Temporal; • Massetérico; • Pterigóideo Medial; • Pterigóideo Lateral; • Milo-Hióideo - Ramos sensitivos: • Nervo Bucal Inervação sensitiva da gengiva vestibular dos molares inferiores, mucosa e pele da bochecha. • Nervo Lingual Inervação sensitiva dos 2/3 anteriores da língua e gengiva lingual de todos os dentes inferiores. • Nervo Alveolar Inferior Inervação sensitiva de todos os dentes inferiores e através do ramo mentoniano inerva o lábio inferior, a pele do mento e a gengiva vestibular do incisivo central até o 2° pré-molar. Obs: o nervo mentoniano é um ramo do nervo alveolar inferior. Ele só anestesia tecido mole, como o lábio inferior, pele do mento e gengiva vestibular do incisivo central até o 2° pré-molar inferior. • Nervo Auriculotemporal Responsável pela inervação da ATM. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 5 Aula 3 Biossegurança em Odontologia Definição: prevenir e reduzir riscos e danos a saúde e ao meio ambiente no exercício da odontologia. Terminologias Utilizadas Em Biossegurança • Antissepsia Procedimento que tem como objetivo o controle do número de microrganismos, e consequentemente da infecção, a partir do uso de substâncias bactericidas ou bacteriostáticas em tecidos vivos, como por exemplo, pele e mucosa. - Clorexidina 2% - extra-oral; - Clorexidina 0,12% - intra-oral. • Assepsia Conjunto de medidas utilizadas para promover a destruição completa de microrganismos presentes nos instrumentais e materiais. • Artigos críticos Instrumentos que podem servir como veículo de contaminação. a) Artigos críticos São aqueles que rompem barreiras naturais através da penetração na pele ou em mucosas (ex: agulhas, lâminas de bisturi). São instrumentos que obrigatoriamente devem estar estéreis ou serem de uso único (descartáveis). b) Artigos descartáveis São aqueles que perdem suas características originais e devem ser descartados. c) Artigos semicríticos São aqueles que entram em contato com mucosas íntegras e exigem, pelo menos, severa desinfecção (espátulas, afastadores, etc). d) Barreiras Meio físico utilizado como forma de impedir ou dificultar a contaminação de um indivíduo a outro. Ex: pano de campo, EPI, vacinas. • Equipamentos de proteção individual (EPI) Os EPI’s são medidas físicas que visam a proteção da equipe odontológica e do paciente. Esses equipamentos incluem: luvas, máscaras, gorros, óculos, jalecos, capotes cirúrgicos e sapatilhas (propés). 1. Luvas Constituem uma das barreiras mais importantes na proteção do profissional e da equipe auxiliar. Elas impedem o contato direto das mãos desnudas com a saliva, sangue ou membranas mucosas, evitando a retenção dessas substâncias e também a contaminação por microrganismos. 2. Máscaras O uso de máscaras é uma barreira para proteção das vias aéreas superiores evitando o contato com pequenas partículas no ar e acessórios. 3. Gorros É uma medida de proteção individual tanto do profissional quanto do paciente. Os cabelos são grandes fontes de contaminação, pois neste Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 6 podemos encontrar microrganismos como o S. Aureus além de macrorganismos com ospiolhos. Irá proteger da contaminação dos cabelos pelos aerossóis e pelas partículas, impedindo também que os fios caiam no campo operatório. 4. Sapatilhas É para o controle de transmissão de microrganismos entre diferentes ambientes. 5. Óculos de proteção Os olhos são porta de entrada de vários microrganismos e possuem uma vascularização relativamente limitada que facilita a sua infecção. Os óculos de proteção são o melhor meio de proteger o globo ocular contra partículas que porventura possam lesá-lo ou causar algum tipo de infecção. Devem ser usados por todos os membros da equipe, inclusive pelo paciente. 6. Jaleco De preferência deve ter gola tipo padre, com mangas longas, punhos com elásticos e comprimento cobrindo os joelhos. Pode ser confeccionado em pano tipo algodão ou polipropileno (descartável). • Técnica de degermação 1. Primeiramente retirar todos os adornos (anéis, pulseiras e relógios); 2. Posicionar-se perto da pia, de forma confortável; 3. Não tocar na pia com o corpo, pois esta apresenta-se contaminada e poderá molhar a roupa, facilitando a contaminação; 4. Abrir a torneira com a mão dominante, com o cotovelo ou em caso de circuito elétrico, acioná-la com o pé; 5. Umedecer as mãos e os antebraços em água morna e corrente (facilita a remoção das impurezas, pois abre os poros); 6. Colocar quantidade suficiente de solução detergente na palma da mão e espalhá-la pelas mãos e antebraços. • Descontaminação Processo que tem por objetivo a redução, sem a eliminação completa, dos microrganismos que se encontram sobre o instrumental ou superfícies com presença de matéria orgânica, tornando-os mais seguros para serem manipulados. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 7 Aula 4 Medicamentos na Clínica Odontológica No Período Pré-Operatório • Para evitar edema: corticoides/anti- inflamatórios hormonais; • Para evitar infecções: antibiótico; • Para controle da ansiedade: ansiolítico. No Período Transoperatório • Anestésicos locais. No Período Pós-Operatório • Para evitar dor: analgésico; • Para evitar infecção: antibiótico; • Para diminui edema: corticoide (pode ser associado com compressas de gelo). Forma de Receita 1. Analgésicos Uso interno: 1. Dipirona 500 mg ---------- 8 comprimidos Tomar 1 comprimido de 6/6h por no máximo 2 dias; Indicação: casos de dor. Uso interno: 2. Paracetamol 750 mg -------- 1 caixa (8 comprimidos) Tomar 1 comprimido de 6/6h por no máximo 2 dias; Indicação: casos de dor. Uso interno: 3. Tylex (paracetamol + codeína) 30 mg -- ---- 6 comp. Tomar 1 comprimido de 8/8h por no máximo 2 dias; Indicação: casos de dor. Uso interno – sublingual: 4. Toragesic 10 mg ------- 8 comprimidos 1 comprimido sublingual de 6/6h por no máximo 2 dias; Indicação: casos de dor em pacientes impossibilitados de engolir. PARA (nome do paciente) ESPECIFICAR O USO (interno, externo ou tópico) NUMERAR OS MEDICAMENTOS (1,2,3....) RECEITAR USO RISCAR A FOLHA // ASSINATURA (aluno ou professor) Pessoas acima de 40 kg – receitar como adulto Pessoas abaixo de 40 kg – receitar como criança Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 8 Uso interno: 5. Dorflex Dipirona 300 mg Cafeína 50 mg Citrato de ofenadrina 35 mg Tomar 1 comprimido de 6/6h por no máximo 2 dias; Indicação: casos de dor. Uso interno: 6. Neosaldina Dipirona 300 mg Cafeína 50 mg Isometepteno 35 mg Tomar 1 comprimido de 6/6h por no máximo 2 dias; Uso interno: 7. Ácido mefetâmico 500 mg ------ 8 comprimidos Tomar 1 comprimido de 6/6h por no máximo 2 dias; Indicação: enxaqueca e desminorréia. 2. Ansiolílicos Uso interno: 1. Alprazolam (Apraz, Frontal) - 2,0 mg (cirurgia maior - 1 comp. 2h antes do procedimento) Indicação: ansiedade e síndrome do pânico. Uso interno: 2. Bromazepam - 3 mg ------- 6 comprimidos Tomar 1 comprimido de 8/8h por 2 dias; - 6 mg ------- 2h antes do procedimento Indicação: ansiedade. Uso interno: 3. Rivotril 2 mg ----- 2h antes do procedimento Indicação: ansidade. 3. Anti-Inflamatórios Esteroidas/ Corticóides Uso interno: 1. Dexametasona (Decadron) 4 mg ----- 6 comprimidos Tomar 1 comprimido de 12/12h por 3 dias; Indicação: evitar crises alérgicas e edema; Uso interno: 2. Betametasona 2 mg ------ 2h antes do procedimento Uso externo: 3. Diprospan 2 ampolas ------- 1 ao dia Uso externo: injetável intramuscular; Para injetáveis: dividir o local em 4 quadrantes e sempre aplicar no quadrante superior direto. DORFLEX NEOSALDINA Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 9 4. Anti-Inflamatórios Não-Esteroidais - Inflamação: resposta do organismo a algum agente agressor. - Sinais cardinais: dor, calor, rubor e edema. - Os anti-inflamatórios irão minimizar os efeitos do processo inflamatório e darão analgesia (aliviar a dor). Uso interno: 1. Diclofenaco de Potássio (Cataflan) - 50 mg: 8/8h por 3 dias; - 75 mg: 12/12h por 3 dias; Indicação: inflamação dos tecidos moles. Contraindicação: gastrite, hipertensão descontrolada. Uso interno: 2. Diclofenaco de Sódio - 50 mg: 8/8h por 3 dias; - 75 mg: 12/12h por 3 dias; Indicação: traumas musculares; Contraindicação: gastrite, hipertensão descontrolada. Uso interno: 3. Nimensulida 100 mg ------ 12/12h por 3 dias Indicação: dores, inflamação e febre. Pode ser usado em casos de gastrite ou hipertensão descontrolada. Contraindicações: gestantes, lactantes diabéticos. Uso interno: 4. Arcoxia 90 mg -------- 12/12h por 3 dias Indicação: dor pós-operatória; para pacientes com gastrite e hipertensos; usado quando se quer um efeito mais potente (para grandes cirurgias). Uso interno: 5. Aceclofenaco (Proflan) 100mg -----– 12/12h Uso interno: 6. Ibuprofeno 300mg ------ 6/6h ou 600mg ---8/8h 5. Antibióticos Uso interno: 1. Amoxicilina 500mg ----- 21 comprimidos Tomar 1 comp. de 8/8h por 7 dias. Indicações: infecções leves a moderdas. Efeito colateral mais comum: cólicas e diarreia. Efeito colateral menos comum: choque anafilático. Uso interno: 2. Cefalexina (Veflex) 500mg ----- 28 comp. Tomar 1 comprimido de 6/6h por 7 dias. Indicações: infecções leves a moderdas. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 10 Uso interno: 3. Amoxicilina + clavulanato 875mg ---- 20 comp. Tomar 1 comprimido de 12/12h por 10 dias. Indicações: infecções mais severas. Efeito colateral mais comum: cólicas e diarreia. Efeito colateral menos comum: choque anafilático. Uso interno: 4. Clindamicina 600mg ---- 8/8h por 7 a 10 dias ou 300mg ----- 8/8h por 7 a 10 dias. Indicações: infecções não severas em pacientes alérgicos à classe das penicilinas. Uso interno: 5. Azitromicina 500mg Tomar 1 comprimido de 24/24h de 3 a 5 dias. Uso interno: 6. Eriromicina 500mg Tomar 1 comprimido de 6/6h por 7 dias. Uso interno: 7. Cefaclor 500mg ---- 8h/8h por 7 dias ou 250mg ---- 8/8h por 7 dias. Aula 5 Anestesiologia Material Necessário • Seringa carpule (com refluxo) • Agulha • Calibre: 27 G e 30 G (a 30 G é mais fina, pois é inversamente proporcional). • Comprimento: longa (32 mm); curta (20mm). - Obs: a 27 G é longa, enquanto que a 30 G é curta. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 11 Tipos de Injeção a) Infiltração Injeção em pequenas terminações nervosas na área do tratamento. b) Bloqueio do campo, infiltrativaterminal ou supraperióstea Injeção em ramos terminais maiores. c) Troncular ou bloqueio regional Injeção próxima ao tronco nervoso principal, distante da área de tratamento. Técnicas Anestésicas da Maxila • Anestésicos tópico Seu efeito anestésico não é muito eficaz. O anestésico tópico é indicado para que o paciente não sinta a dor causada pela introdução da agulha. • Infiltrativa terminal (bloqueio de campo ou supraperióstea) - Indicada de pré-molar a pré-molar na maxila. - Deve-se introduzir a agulha no fundo de vestíbulo, em direção ao ápice do dente a ser anestesiado. - Deve-se introduzir menos de 5mm (pode-se usar agulha curta). Obs: não é indicada para molares pois a tábua óssea é mais espessa. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 12 • Infiltração local no palato - Deve-se manter distância de 5mm da borda gengival. - Deve-se introduzir menos de 5mm (pode-se usar agulha curta). - Válida para qualquer dente. • Tuberosidade baixa (bloqueio do nervo alveolar superior posterior - ASP) - Essa técnica deve ser feita com a boca entreaberta. - Deve-se introduzir a agulha na altura da prega muco-vestibular sobre o 2º molar superior, avança-la para cima, para dentro e para trás a 45º. - O ponto de referência caso não haja o 2º molar superior é a crista zigomático alveolar. - Profundidade de penetração de 16mm (pode usar agulha curta). • Tuberosidade alta - Deve-se introduzir a agulha na altura da prega muco-vestibular sobre o 2º molar superior, avança-la para cima, para dentro e para trás a 45º. - Profundidade de penetração de 30 mm (usar agulha longa). • Infra-orbitário (bloqueio do nervo aleveolar superior anterior e médio) - Indicada para dentes inclusos no palato. - A agulha deve estar paralela ao eixo longitudinal sobre o 1º pré-molar superior. - Profundidade de penetração de 16mm (pode- se usar agulha curta). - Deve-se fazer uma pressão digital na área para que o anestésico penetre no forame infra- orbitário. • Palatino maior (bloqueio do nervo palatino maior) - Deve-se manter uma distância de 1cm da borda da gengiva. - Identificar o forame palatino maior. Pressionar com algum instrumental rombo para minimizar a dor (pois causa uma isquemia no local) e injetar o anestésico. Durante a execução dessa técnica, pode-se atingir o plexo venoso pterigoideo, formando um aumento de volume no local. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 13 - O ponto de referência é na altura da distal do 2º molar superior. - Deve-se introduzir menos de 5mm (pode-se usar agulha curta). • Nasopalatino - Ângulo de 45º com a papila incisiva. - Deve-se introduzir menos de 5mm (pode-se usar agulha curta). - Pode-se minimizar a dor pressionando o local ou anestesiar o freio, na papila e por fim no nasopalatino (técnica das 3 punções). VOLUME DE ANESTÉSICO PARA AS TÉCNICAS MAXILARES Aula 6 Técnicas Anestésicas da Mandíbula Ramos Sensitivos do Nervo Mandibular (V3) • Nervo Lingual; • Nervo Bucal; • Nervo Alveolar Inferior (lança os ramos para o Nervo Mentoniano e Nervo Incisivo). Técnicas • Supraperióstea - Deve-se introduzir a agulha no fundo de vestíbulo, em direção ao ápice do dente a ser anestesiado. - Não é a técnica de escolha para a mandíbula. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 14 • Bloqueio do Nervo Alveolar Inferior (BNAI) - Possui como pontos de referência: altura a 1 cm acima da oclusal dos dentes; a agulha deve estar posicionada nos pré-molares do lado oposto; deve-se introduzir a agulha imediatamente a frente da rafe pterigomandibular. - Profundidade de penetração de 20mm (deve- se usar agulha longa). • Bloqueio do Nervo Bucal - Deve-se introduzir a agulha na borda anterior do ramo da mandíbula ou fundo de vestíbulo dos molares inferiores. - Deve-se introduzir menos de 5mm (pode-se usar agulha curta). • Bloqueio do nervo mentoniano - Técnica indicada para biópsia no lábio, na gengiva, etc. - Referência para introdução da agulha: pré- molares inferiores. - Deve-se introduzir a agulha no fundo de vestíbulo dos pré-molares. - Deve-se introduzir menos de 5mm (pode-se usar agulha curta). • Bloqueio do nervo incisivo/mentoniano - Indicada para exodontia de dentes anteriores. - Referência para introdução da agulha: forame mentoniano. - O forame mentoniano será localizado através da radiografia, a partir dai, deve-se introduzir a agulha ao longo eixo do dente buscando o forame mentoniano. - Deve-se pressionar/massagear o local para que o anestésico penetre no forame mentoniano. O nervo lingual também é anestesiado nessa técnica devido a proximidade. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 15 Aula 7 Anestésicos Locais na Prática Cirúrgica Histórico Nos últimos 200 anos um grande número de drogas foi utilizado em anestesiologia, como éter, clorofórmio, ciclopropano, etc, sendo as substâncias gradualmente substituídas por outras, de melhor performance. Em 1884, Carl Koller usou cocaína como anestésico local. A palavra anestesia significa an = sem e aisthetos = sensação e foi criada por Oliver W. Holmes (1846). Todos os anestésicos locais à exceção da cocaína, são sintéticos. Definição Perda de sensibilidade em uma área circunscrita do corpo causada pela depressão da excitação das terminações nervosas ou pela inibição do processo de condução dos nervos periféricos (Stanley Malamed). Já anestesia geral é um estado reversível de inconsciência produzido por agentes anestésicos com abolição da sensibilidade dolorosa em todo o corpo. Vantagens da anestesia local em relação à anestesia geral • O paciente pode permanecer em alerta durante o efeito do anestésico. • Pouca alteração da fisiologia normal. • Baixa incidência de morbidade. • O paciente pode ter alta após o procedimento operatório clínico ou cirúrgico. • Fácil execução. • Pequeno índice de insucesso. • Não é necessário jejum. • Baixo custo. • Não há necessidade de internação hospitalar. Desvantagens da anestesia local em relação à anestesia geral • O medo pode levar o paciente a refutar a sua aplicação; • A injeção no local a ser administrado a anestesia dificulta ou até impede o procedimento. • Dependendo da localização do ato operatório, não é possível obter bloqueio do impulso nervoso. • Dependendo da região ou da etiopatogenia da lesão, pode não dar segurança. • Não produz inconsciência. • Não obtém imobilidade. • As condições psicossomáticas do paciente podem contra-indicar a anestesia local. Características de um anestésico local ideal • Deve ser transitório e reversível. • Não deve irritar os tecidos vivos. • Deve ter toxicidade sistêmica insignificante. • Tem de ser eficaz em qualquer local da sua aplicação. • Deve ter pequeno período de latência. • Não deve ser capaz de produzir alergias. • Deve ser estéril. • Não deve sofrer biotransformação rápida no organismo. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 16 Formas ativas dos anestésicos locais Os anestésicos locais injetáveis são do grupamento farmacológico aminas. Sua estrutura química é formada por uma extremidade lipofílica, responsável pela sua capacidade de penetrar na bainha de mielina (estrutura rica em lipídeos), e outra extremidade hidrofílica, responsável por sua capacidade de se difundir pelos tecidos, já que 60% do corpo humano possui água em sua composição. Os anestésicos locais que não possuem a porção hidrofílica não são adequados para injeção, pois não se difundem pelos tecidos.É a caso da benzocaína que só tem sua aplicação para uso tópico. São classificados como ésteres ou amidas, de acordo com suas ligações químicas. Classificação dos anestésicos locais a) Ésteres • Ésteres do ácido benzoico - Butacaína; - Cocaína; - Benzocaína; - Hexilicaína; - Piperocaína; - Tetracaína. • Ésteres do ácido paraminobenzóico - Cloroprocaína; - Procaína; - Propoxicaína. b) Amidas - Articaína; - Bupivacaína; - Dibucaína; - Etidocaína; - Lidocaína; - Mepivacaína; - Prilocaína. Fatores que influenciam no efeito do anestésico local • Concentração no local de ação; • Velocidade de absorção e distribuição nos tecidos; • Capacidade de excreção; • Via de administração; • Vascularização do tecido infiltrado; • pH tecidual. Critérios para seleção do “sal anestésico” ideal • Duração esperada para o controle da dor maior que o tempo do procedimento; • Aceitação, por parte do paciente, do desconforto pós-anestesia; • Possibilidade de automutilação; • Saúde do paciente. Farmacocinética dos anestésicos locais Os anestésicos locais, exceto a cocaína, quando injetados nos tecidos vivos produzem vasodilatação. Por isso, geralmente se associa ao sal anestésico uma outra droga vasoconstritora para se contrapor à vasodilatação. A associação de um sal anestésico a um vasoconstritor tem os seguintes objetivos principais: • Aumentar a duração do efeito anestésico, uma vez que o vasoconstritor diminui a velocidade de absorção do sal; Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 17 • Como o vasoconstritor diminui o calibre dos vasos sanguíneos nos procedimentos cirúrgicos, obter-se-á um campo operatório com menor sangramento. Critérios para seleção do vasoconstritor: • Necessidade de se obter tempo maior ou menor de anestesia; • Quando a hemostasia é necessária; • Escolhe-se também o vasoconstritor de acordo com as condições sistêmicas do paciente. Conteúdo das soluções anestésicas Soluções prontas para comercialização (tubetes com 1,8 ml). • Sal anestésico - Lidocaína; - Mepivacaína; - Prilocaína; - Articaína; - Etidocaína. • Vasoconstritor - Adrenalina; - Noradrenalina; - Levonordefina; - Fenilefrina; - Felipressina ou octapressina. • Preservativo ou vasoconstritor Uma vez contendo vasoconstritor é necessário adicionar estabilizador químico, porque os vasoconstritores são instáveis quimicamente. Os mais utilizados nos países da América do Norte e da Europa é o bisulfito de sódio, do qual não temos relatos de reações alérgicas. Outro preservativo é o metilparabeno, droga que acreditamos ter um potencial maior de produzir alergias. • Cloreto de Sódio Utilizado para manter a isotonia da solução com relação aos fluidos corporais. • Água destilada Usada como veículo de diluição. Grupamento Éster a) Procaína - Usada como referência para o grupo de toxicidade considerada = 1; - De todos os sais anestésicos, é a que possui a maior capacidade de vasodilatação; - pH sem vasoconstritor: 5,0 a 6,5; - pH com vasoconstritor: 3,5 a 5,5; - Início de ação: 6 a 10 minutos; - Concentrações ideias: 2% a 4%; - Meia-vida do anestésico: 1 hora; - Dose máxima: 6,6 mg/kg, com máximo de 400 mg. b) Benzocaína - Usada apenas topicamente; - Pouca solubilidade em água; - Pequena absorção para o sistema cardiovascular; - Inadequada para injeção; - Inibe a ação antibacteriana das sulfas; - Usada nas concentrações de 10% a 20%. Grupamento Amida a) Lidocaína - Introduzida em 1948; - Potência: 2 (procaína: 1); - Toxicidade: 2 (procaína: 1); Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 18 - Metabolismo: fígado; - Excreção: rins; - Propriedades vasodilatadoras: maior do que a da mepivacaína e da prilocaína; - pH sem vasoconstritor: 6,5; - pH com vasoconstritor: 5,0 a 5,5; - Início de ação: 2. 3 minutos; - Concentração eficaz: 2%; - Meia-vida: 1,6 por hora; - Dose máxima: 4,4 mg/kg, máximo 400 mg. b) Mepivacaína - Potência: 2 (procaína: 1 e lidocaína: 2); - Metabolismo: fígado; - Excreção: rins; - Propriedade vasodilatadora: muito pequena; - pH sem vasoconstritor: 4,5; - pH com vasoconstritor: 3,0 a 3,5; - Início de ação: 1,5 a 2 minutos; - Concentração eficaz: 3% sem vasoconstritor e 2% com vasoconstritor; - Meia-vida: 1,9 por hora; - Dose máxima: 4,4 mg/kg, com máxima 300mg. c) Prilocaína - Metabolismo: hepático, produzindo metabólitos contendo ortotoluidina e N- propilalanina, grandes doses de prilocaína podem produzir metemoglobinemia; - Excreção: renal; - Vasodilatação: produz menor vasodilatação que a lidocaína, porém maior que a mepivacaína; - pH sem vasoconstritor: 4,5; - pH com vasoconstritor: 3,0 a 4,0; - Início de ação: 2 a 4 minutos; - Meia vida: 1,6 horas; - Dose máxima: 6,0 mg/kg, com máximo de 400mg. d) Articaína - Potência: 1,5 vez e 1,9 vez a da procaína; - Toxicidade: semelhante à da lidocaína; - Metabolismo: plasma e fígado; - Excreção: rins; - Propriedade vasodilatadora: igual à da lidocaína; - pH com vasoconstritor: 4,6 a 5,4; - Início de ação: 1 a 3 minutos; - Concentração ideal: 4%; - Meia vida: 1,25 por hora; - Dose máxima: 7 mg/kg, máximo de 500 mg e 5 mg/kg de peso em crianças de 4 a 12 anos. e) Etidocaína - Potência: 4x a da lidocaína; - Toxicidade: 2x mais tóxica do que a lidocaína; - Metabolismo: fígado; - Excreção: rins; - Propriedade vasodilatadora: maior do que a da lidocaína, prilocaína e mepivacaína; - pH da solução entre 3,0 a 4,5, dependentes se tiver vasoconstritor ou não; - Início de ação: 1,5 a 3 minutos; - Concentração eficaz: 1,5 %; - Meia-vida: 2,6 por hora. Principais Vasoconstritores - Adrenalina; - Noradrenalina; - Levonordefina; - Felipressina; - Fenilefrina. a) Adrenalina - A adrenalina é disponível na forma sintética e também é obtida da medula supra-renal dos animais; - Atua diretamente nos receptores alfa e beta- adrenérgicos, estimulando-os; - Pode promover aumento da frequência cardíaca, do fluxo sanguíneo coronariano e da pressão arterial. Causa também vasoconstrição; - Promove, ainda, broncodilatação e pobre estímulo ao sistema nervoso central; Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 19 - Pacientes saudáveis podem receber 0,2 mg de adrenalina por consulta, equivalente a 11 tubetes na concentração de 1:100.000; - Pacientes com deficiência cardiovascular podem receber até 0,04 mg de adrenalina por consulta, na concentração de 1:100.000, equivalente a 2,2 tubetes. b) Noradrenalina - Produzida nas supra-renais; - Miocárdio (estímulo); - Artérias coronárias (aumento do fluxo sanguíneo – dilatação); - Pressão arterial (aumento); - Rede vascular (vasoconstrição); - Sistema respiratório (broncodilatação); - Dose máxima: 0,34 mg por consulta para paciente saudáveis; - ASA III ou IV: 0,14 mg por consulta. c) Levonordefina - Sintético; - Miocárdio (estímulo); - Artérias coronárias (aumento do fluxo sanguíneo); - Pressão arterial (aumento); - Sistema respiratório (broncodilatação); - Efeitos são mais brandos do que os da adrenalina; - Dose máxima para qualquer paciente: 1 mg por consulta. d) Felipressina - Sintético análogo ao ADH (hormônio antidiurético vasopressina); - Miocárdio (ausência de efeitos); - Artérias coronárias (redução do fluxo); - Rede vascular (vasoconstrição pequena); - Pressão arterial (praticamente sem alterações); - Doses máximas em pacientes ASA III ou ASA IV: 0,27 mg +/- 5 tubos 0,03 mg; - Pacientes saudáveis suportam grandes doses. e) Fenilefrina - Sintético; - Miocárdio (pequeno estímulo); - Pressão arterial (aumento); - Rede vascular (potente vasoconstrição); - Sistema respiratório (pequena broncodilatação); - Efeitos são mais brandos do que os da adrenalina; - Dose máxima: paciente saudável,4 mg por consulta; - Paciente ASA III ou ASA IV, 1,6 mg por consulta. Sedação Consciente O tratamento odontológico, seja ele clínico ou cirúrgico, sempre despertou o medo e a ansiedade a quem se submete. Isso ocorre em virtude de que no passado o controle da dor e da ansiedade eram rudimentares, estigmatizando o tratamento odontológico. Com a evolução técnica da profissão surgiram anestésicos locais, que nos dias de hoje, quando utilizados de forma adequada, constituem um método seguro e eficiente de proporcionar o controle da dor seja durante uma cirurgia dentoalveolar (extrações de dentes inclusos, cirurgia para implantes dentários, freios de língua ou lábio, pequenas lesões, implantes dentários, etc) ou tratamento odontológico clínico. Classificação do estado físico pela Sociedade Americana de Anestesiologia (ASA) I. Indivíduo saudável normal; II. Paciente com doença sistêmica leve a moderada; III. Paciente com doença sistêmica grave, que limita a atividade, mas não é incapacitante; IV. Paciente com doença sistêmica grave, que limita a atividade e é uma constante ameaça à vida; V. Paciente moribundo, cuja sobrevivência não deve ultrapassar 24h, com ou sem uma cirurgia; VI. Paciente com morte cerebral, doador de órgãos. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 20 A sedação consciente foi definida pela Associação Americana de Odontologia de 1997 como uma depressão mínima do nível de consciência do paciente que afeta sua capacidade de respirar automática e independente e de responder apropriadamente à estimulação e ao comando verbal, e que é produzida por método farmacológico ou pela combinação deles. As técnicas de anestesia local com sedação consciente pela via venosa requerem uma equipe multidisciplinar composta de médicos anestesiologistas, cirurgião bucomaxilofacial (ou cirurgião-dentista treinado) e auxiliares treinados para tal procedimento, bem como o ambiente operatório deve estar equipado adequadamente com aparelhagem própria, como balas de oxigênio a 100%, oxímetro (aparelho que mede a concentração de oxigênio no sangue), monitor cardíaco (aparelho de eletrocardiograma) e material e drogas emergenciais adequadas. Saúde, idade, tempo operatório e grau de ansiedade são fatores avaliados para o sucesso da técnica. Em geral, o medicamento mais utilizado é o midazolam, que pode vir ou não associado a analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos, dependendo da indicação. Os exames em geral necessários para avaliação do paciente são: de sangue (hemograma completo), de urina (EAS), eletrocardiograma e risco cardiológico cirúrgico. Os pacientes submetidos à anestesia local odontológica com sedação consciente venosa podem se beneficiar com sonolência durante os procedimentos, porém seus reflexos e consciência não são removidos e se necessário pode ser obtida amnésia do período transoperatório (Dormonid). A anestesia local odontológica com sedação consciente venosa ou inalatória já vem sendo utilizada há muitos anos em países como os EUA, o Canadá e os países da Europa. • Objetivos da sedação consciente - Diminuir a ansiedade e o medo sem provocar sonolência excessiva; - Amnésia do período transoperatório; - Manter cooperação ao paciente; - Reduzir reflexos indesejáveis; - Potencializar o efeito anestésico. Aula 8 Princípios da Exodontia Simples A exodontia é um procedimento que combina os princípios da cirurgia e os da física. Quando esses dois princípios são aplicados corretamente, um dente pode ser removido sem sequelas ao paciente. Princípios em Cirurgia - Boa visão do campo cirúrgico; - Instrumental adequado; - Biossegurança. Indicações da Exodontia - Cárie; - Doença periodontal; - Indicação ortodôntica; - Supranumerários; - Dentes mal posicionados. Contraindicações • Fatores sistêmicos: - Transtornos cardíacos; - Distúrbios hemorrágicos; - Hipertensão arterial. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 21 • Fatores locais: - Trismo; - Neoplasias malignas; - Áreas irradiadas. Avaliação Pré-Operatória - Anamnese; - Exame físico; - Exame radiográfico. Técnica da Exodontia Simples - Pré-operatório; - Montagem da mesa cirúrgica; - Preparo do paciente; - Anestesia; - Técnica da exodontia; - Sutura (pontos mais utilizados: simples, U e X); - Orientações. Preparo do Paciente 1. Posicionar o paciente; 2. Fazer a antissepsia intra-oral com clorexidina a 0,12% (bochecho) e extra- oral com clorexidina a 2% ou álcool 70%; 3. Colocar o campo cirúrgico. Técnica Exodontica Técnica fechada (sem retalho e ostectomia). 1. Sindesmotomia (deslocamento) Deslocamento amplo da gengiva, expondo o colo dentário e alvéolo, possibilitando de maneira correta a aplicação do fórceps. É feita a divulsão. • Instrumentos: - Descolador de periósteo do tipo Molt; - Sindesmótomo; - Descolador de Free. 2. Luxação/Avulsão É conseguida através do rompimento das fibras do ligamento periodontal e da dilatação das paredes alveolares. • Instrumentos: - Fórceps; - Alavanca. 3. Curetagem Fricção do alvéolo. • Instrumental: Cureta de Lucas. 4. Verificação de espículas ósseas • Instrumental: Pinça Goiva e lima para osso. 5. Irrigação - Deve ser abundante, com líquido estéril na ferida cirúrgica. - O objetivo da irrigação é evitar a infecção. 6. Manobra de Chompret Consiste em apertar o osso que expandiu. 7. Curativo compressivo Em paciente que fizeram radioterapia na região da cabeça e pescoço, não fazer exodontia, mesmo depois de muito tempo, pois pode causar necrose óssea no local da extração (osteorádionecrose). Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 22 Tipos de Fórceps • 150: de pré-molar a pré-molar superior; • 151: de pré-molar a pré-molar inferior; • 18R: molares superiores direito; • 18L: molares superiores esquerdo; • 17: molares inferiores; • 16 ou 23: para molares inferiores com coroa destruída; • 69: raízes superiores e inferiores. Movimentos de Luxação dos Dentes 1. Apical Movimento em direção ao ápice do dente. 2. Oscilatórios Movimento vestíbulo-lingual/palatina. 3. Rotatórios Girar no próprio eixo. Esse movimento é feito somente em dentes unirradiculares. 4. Avulsão Anatomia da Tábua Óssea • Maxila A tábua óssea vestibular é mais fina em todos os dentes da maxila. • Mandíbula A tábua óssea vestibular é mais fina de pré- molar a pré-molar e nos molares a tábua óssea lingual é mais fina. Alavancas: Princípios do Uso - Deve-se inserir a alavanca no espaço do ligamento periodontal; - Evitar o dente vizinho como apoio. • Movimentos feitos pelas alavancas: 1. Alavanca 2. Roda e eixo Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 23 3. Cunha Aula 9 Acidentes e Complicações das Exodontias Acidentes São as intercorrências que ocorrem durante o ato cirúrgico (trans-operatório). Complicações São aquelas que ocorrem após o ato cirúrgico (pós-operatório). Principais Cuidados Preventvos 1. Conhecer as complicações; 2. Exames pré-operatórios; 3. Avaliar capacitação técnica; 4. Planejamento cirúrgico; 5. Instrumentos adequados; 6. Respeitar cadeia asséptica. Principais Acidentes • Fratura de raiz Fatores que facilitam a fratura: - Raiz fina e longa; - Dilaceração radicular (raiz curva); - Força excessiva. Tratamento de escolha: Remover o fragmento utilizando o próprio fórceps (deve-se descolar o tecido + osteotomia) ou limas endodônticas. Situações onde pode-se deixar o fragmento: - Fragmento radicular menor que 5mm; - O dente envolvido deve estar livre de infecção. • Lesões nos tecidos molesPodem ocorrer na pele (extra-oral) e na mucosa (intra-oral). Causadores: - Afastadores; - Fórceps; - Brocas; - Alavancas. Tratamento de escolha: - Na pele: pomada antibiótica (ex: Nebacetin); - Na boca: pomada a base de corticoide (ex: Omcilon-A). • Fratura de instrumento Nunca introduzir a agulha completamente durante uma anestesia, pois existe o risco de fratura. E se houver fratura do instrumental, o ideal é remover. A fratura de raiz é o acidente mais comum durante as exodontias. A técnica de bloqueio do nervo alveolar inferior é a técnica mais susceptível à fratura da agulha. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 24 • Dano a nervos Nervos mais susceptíveis a serem lesados: - N. Lingual; - N. Alveolar Inferior; - N. Mentoniano. 1. Neuropraxia Ocorre quando encosta no nervo. Retorna a função normal em 3 meses. 2. Axonotmese Ocorre quando o nervo é puxado. Retorna a função normal em até 6 meses. 3. Neurotmese Ocorre quando o nervo é rompido. É irreversivel. • Deslocamento de dente ou raiz O dente ou a raiz podem se deslocar para dentro do seio maxilar. Dentes que têm relação com o seio maxilar: - Do 1º Pré-Molar Superior até o 3º Molar Superior. OBS: O 1º Molar Superior é o dente mais próximo do seio maxilar; O 3º Molar Superior incluso é o único dente no qual pode ser alojado totalmente dentro do seio maxilar. Tratamento de escolha: O ideal é remover imediatamente após o acidente. Caso não seja possível, deve-se suturar, medicar e encaminhar para fazer a remoção. Para fazer a remoção, deve-se fazer o acesso cirúrgico ao seio maxilar, chamado de Acesso de Caldwell-Luc. 1. Anestesiar o nervo infraorbitário; 2. Incisão reta na altura dos ápices dos dentes, que se estende da distal do canino até os molares; 3. Feita a incisão, deve-se fazer o descolamento e iniciar a osteotomia acima do ápice dos pré-molares; 4. Retirar a raiz/dente; 5. No final, deve-se reposicionar o tecido e prescrever antibióticos. • Comunicação bucossinusal - Ocorre quando o dente sai na extração, porém juntamente com o dente, vem um pedaço do osso, comunicando a boca com o seio maxilar. - Dente mais susceptível: 1º Molar Superior. a) Pequena comunicação (até 3mm) - Limitada a região apical; - Deve-se suturar e receitar antibiótico; - Acompanhar a cicatrização alveolar. Rectangle Hurian Machado – Odontologia UNIG 25 b) Grande comunicação (mais de 3mm) - Deve-se fazer a coaptação (unir) das bordas da ferida, através da Técnica de Retalho Vestibular, que consiste em: 1. Fazer duas incisões paralelas; 2. Coaptação; 3. Sutura. - Receitar antibiótico. • Fratura de mandíbula - Pode ocorrer durante a exodontia de dentes posteriores na mandíbula. - O dente mais comum de causar fraturas de mandíbula é o 3º Molar Inferior; - A fratura pode correr durante a utilização da alavanca. Tratamento de escolha: - Redução incruenta (barra de Erick); - Redução cruenta. Principais Complicações • Infecções restritas ao alvéolo (alveolite) - Dor latejante 3 a 4 dias após a exodontia; - Odor fétido; - Alvéolo vazio e seco. Tratamento: - Irrigação sob pressão em grande quantidade, utilizando soro fisiológico + seringa com agulha. - Receitar antibiótico. Prevenção: - Respeitar a cadeia asséptica; - Antissepsia no pré, trans e pós-operatório com clorexidina. • Hemorragias Ocorre pois o coágulo não se formou adequadamente. Tratamento: - Anestesia; - Remover sutura; - Remover coágulo com irrigação e curetagem; - Suturar novamente. Referências: • Material de apoio cedido pelos professores da disciplina; • Livro: Hupp JR. Cirurgia Oral e Maxilofacial contemporânea. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008, 5º ed. • Livro: Malamed SF. Manual de Anestesia Local. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013, 6ª ed. Recado para você que adquiriu essa apostila: Caso tenha alguma dúvida, entre em contato comigo ou tire essa dúvida com algum professor. Talvez possa ter coisas diferentes da forma que você aprendeu, mas isso não quer dizer necessariamente que eu ou você estejamos errados. Professores e autores têm diferentes pontos de vista as vezes. Essa apostila não pode ser vendida por terceiros e nem plagiada. Plágio é crime de violação aos direitos autorais no Art. 184. Obrigado e bons estudos! "#$% • E-mail para contato: hurianmachado@hotmail.com Para realizar o diagnóstico de comunicação bucossinusal, deve-se realizar a Manobra de Valsalva. Consiste em soprar o ar pelo nariz. Pacientes fumantes + cirurgia na mandíbula= paciente mais susceptível a ter alveolite. Rectangle Rectangle Rectangle Página 1 Cirurgia Pré-Protética (Conceito, Objetivos e Técnicas) ➢ A cirurgia pré-protética é o que é feito antes do procedimento para se conseguir fazer uma reabilitação do paciente: ➢ Procedimentos cirúrgicos realizados para adequar a cavidade oral para receber uma futura prótese fixa ou removível, parcial ou total, ou sobre implantes; ✓ Exemplos: o Enxerto ósseo (para ganhar apoio de uma prótese, ou para fazer implante); o Levantamento do seio maxilar; o Regularização de rebordo após extrações múltiplas; ✓ Após a perda dos dentes naturais, alterações ósseas na maxila e na mandíbula começam a ocorrer imediatamente; ✓ Devido ao osso alveolar não receber o estímulo local na área do dente e do ligamento periodontal, esse osso começa a ser reabsorvido; ✓ O padrão específico de reabsorção é imprevisível em cada paciente devido à grande variação entre os indivíduos; ✓ Em muitos pacientes, o processo de reabsorção tende a estabilizar após um período, enquanto em outros a continuação do processo eventualmente resulta na total perda do osso alveolar e osso basal subjacente. ✓ Os resultados dessa reabsorção são acelerados pelo uso de prótese total e tendem a afetar a mandíbula mais severamente do que a maxila, devido à diminuição da área de suporte e à distribuição de forças oclusais menos favoráveis. OBJETIVO DA CIRURGIA PRÉ-PROTÉTICA ✓ Criar uma adequada estrutura de suporte para subsequente colocação de uma prótese. CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICA ✓ Correção das irregularidades da crista alveolar; ✓ Correção das anormalidades dos tecidos moles; ✓ Cirurgia dos tecidos moles para aumento da crista alveolar; ✓ Aumento ósseo mandibular (enxerto ósseo); ✓ Aumento ósseo maxilar (enxerto ósseo); ✓ Levantamento do seio maxilar. PRINCÍPIOS DA AVALIAÇÃO DO PACIENTE E PLANO DE TRATAMENTO ✓ Devem-se observar os problemas a serem resolvidos e detalhar o plano de tratamento a ser desenvolvido para cada paciente. ✓ O tratamento cirúrgico pré-protético deve iniciar-se por meio da anamnese e do exame físico do paciente; ✓ Anamnese: o Obter a clara ideia da queixa principal do paciente e a expectativa do tratamento cirúrgico e protético (objetivos estéticos e funcionais); o Exame clínico; o A avaliação do estado de saúde geral do paciente é importante considerando-se técnicas cirúrgicas pré-protéticas mais avançadas; o Atenção específica deve ser dada a possíveis doenças sistêmicas que podem ser responsáveis pelo grande aumento da reabsorção óssea; o Exames laboratoriais (cálcio, fosfato, fosfatase alcalina, hormônio da paratireoide); o Deve conter riscos do paciente para cirurgias, com particular ênfase em doenças sistêmicas que podem afetar a cicatrização óssea e do tecido mole. EXAME INTRAORAL E EXTRAORAL ✓ Deve incluir uma avaliação da relação oclusal existente se houver algum remanescente; ✓ Quantidade e o contorno do remanescente ósseo; ✓ Qualidade do tecido mole sobrejacente; ✓ Profundidade vestibular; ✓ Localização da inserção muscular; Página 2 ✓Relação interarco; ✓ Presença de condição patológica no tecido mole ou ósseo. AVALIAÇÃO DO TECIDO ÓSSEO DE SUPORTE: ✓ Inspeção visual – Quantidade de tecido ceratinizado; ✓ Manipulação de inserções musculares – Bridas e freios linguais; ✓ Palpação – Tecido fibroso com hipermobilidade; ✓ Exames imaginológico; ✓ Avaliação de modelos de gesso; ✓ Pacientes que tenham freio lingual; ✓ Recessão provocada pelo freio lingual nos incisivos centrais inferiores; ✓ Devido a reabsorção óssea e localização de músculos ou inserção de tecido mole, muitas anormalidades ósseas podem ser mascaradas. ✓ Na maxila: o Deve ser realizada uma avaliação total da forma do rebordo ósseo: ▪ Nenhuma depressão óssea ou protuberância óssea grosseira que bloqueiem o trajeto da inserção da prótese devem permanecer na área do rebordo alveolar, no vestíbulo bucal ou na abóbada palatina. ✓ Na mandíbula: o A avaliação visual deve ser feita observando toda a forma e o contorno do rebordo, irregularidades grosseiras no rebordo, toros e exostoses vestibulares: ▪ A localização do forame mentoniano e do feixe vasculonervoso dessa região pode ser palpada e distúrbios neurossensoriais podem ser notados. ✓ Relação interarcos: o Exame das relações ântero-posterior e vertical; o Análise de possível assimetria esquelética entre a maxila e a mandíbula; o Avaliação da presença de dentes supranumerários ou mal posicionado e sobre fechamento da mandíbula. AVALIAÇÃO DO TECIDO MOLE DE SUPORTE ✓ Avaliação da qualidade do tecido de suporte da prótese e do rebordo ósseo sobrejacente; ✓ A quantidade de tecido ceratinizado firmemente aderido ao rebordo alveolar subjacente na área de suporte da prótese deve ser diferenciada do tecido pouco ceratinizado ou do tecido livremente móvel; ✓ A palpação revela o tecido fibroso não-aderido inadequado para a estabilidade da base da prótese total; ✓ Área vestibular deve estar livre de sinais de inflamação, tais como cicatrizes ou áreas ulceradas causadas pela pressão de prótese total ou tecido hiperplásico; ✓ A avaliação do fundo do vestíbulo pela manipulação manual das inserções dos músculos adjacentes: o O fundo do vestíbulo deve estar flexível e sem irregularidades; o O músculo ou a inserção do tecido mole (incluindo freios) que aproximam a crista do rebordo alveolar são frequentemente responsáveis pela perda do selamento periférico da prótese total durante fala e mastigação; ✓ Avaliar a inserção do músculo milo-hioideo em relação à crista do rebordo ósseo mandibular; ✓ Avaliar a profundidade vestibulolingual com a língua em várias posições: o O movimento da língua é acompanhado pela elevação dos músculos milo-hioideo e genioglosso, sendo causa comum de movimento e deslocamento da prótese total inferior. PLANO DE TRATAMENTO ✓ Antes de qualquer intervenção cirúrgica, deverá ser formulado o plano de tratamento do paciente; ✓ Deve considerar a altura, a largura e o contorno ósseo; Página 3 ✓ Plano de tratamento apressado, sem considerar os resultados de longo prazo pode resultar em perda óssea ou de tecido mole desnecessária e em funcionamento inadequado da prótese. TÉCNICA ANESTÉSICA PARA PACIENTES EDÊNTULOS ✓ Em casos de anestesia do nervo mentoniano para pacientes que são edêntulos o ponto de referência será o centro pupilar; PROGRESSÃO DA REABSORÇÃO MANDIBULAR APÓS EXODONTIA ✓ Conforme o paciente vai perdendo os elementos dentais, o forame mentoniano vai ficando superficial; ✓ A mandíbula reabsorve no sentindo vertical; ✓ Para avaliar onde está o forame, utiliza-se uma radiografia panorâmica RECONTORNO DO REBORDO ALVEOLAR 1. ALVEOLOPLASTIA: o Plastia (remoção) das irregularidades da crista alveolar: o Pode ser feita com: ▪ Pinça goiva (alveolótomo); ▪ Broca esférica diamantada; ▪ Lima para osso (pode ser para maxila, mandíbula) o Em casos de uma simples extração de um dente, a compressão digital do sítio da extração já promove o contorno adequado do osso subjacente; o Quando múltiplas irregularidades são encontradas, um recontorno mais extenso é necessário; o Se o recontorno é realizado no momento da extração ou após o período de cicatrização, a técnica é essencialmente a mesma: o Técnica: ▪ Incisão mucoperiosteal ao longo da crista do rebordo; ❖ Onde a adequada exposição não é possível, pequenas incisões relaxantes verticais podem ser necessárias. ▪ Rebatimento do retalho; ▪ Dependendo do grau da irregularidade, o recontorno pode ser feito com pinça- goiva, lima óssea, ou com broca para osso em uma peça de mão; ▪ Irrigação abundante com solução salina deve ser usada durante o procedimento de recontorno; ▪ Reaproximação do retalho e palpação; ▪ Sutura. Página 4 2. REDUÇÃO DA TUBEROSIDADE MAXILAR – TECIDO DURO: o Pode ser feita com: ▪ Pinça Goiva; ▪ Pode utilizar Maxcutt; o Quando se faz uma extração dentária o seio maxilar desce, por pressão respiratória. Quem segura o seio maxilar é a raiz. Se na região do túber quando vai fazer uma cirurgia pré-protética para a redução do túber estiver passando o seio maxilar, não tem como tirar o túber. o Pode ser necessário para remover irregularidades do rebordo alveolar ou para criar espaço adequado interarcos, o que permite posterior confecção de uma prótese total; o A radiografia ou uma sondagem seletiva com agulha da anestesia local são utilizadas para determinar a extensão pela qual o tecido ósseo e o tecido mole contribuem para esse excesso e para localizar o assoalho do seio maxilar; ▪ Quando há proximidade com o seio, a cirurgia é contraindicada. o Técnica: ▪ Incisão no rebordo: se estende para a porção superior da área da tuberosidade maxilar; ▪ Descolamento do retalho mucoperiosteal total na direção vestibular e palatina; ▪ Remoção do osso com pinça-goiva ou instrumentos rotatórios, com cuidado para evitar a perfuração do assoalho do seio maxilar; ▪ Suavização da área com lima para osso; ▪ Abundante irrigação com solução salina; ▪ Readaptação do retalho; ▪ Remoção do excesso de tecido mole resultante da remoção do osso através de uma incisão de forma elíptica; ▪ Sutura. 3. REDUÇÃO DA CRISTA MILO-HIOIDEA: o Quando esse rebordo alveolar é extremamente afilado, a pressão da prótese total pode causar dor, necessitando de redução. o Pode ser feita com: ▪ Lima para osso ou a goiva (alveolótomo); o Técnica: ▪ Bloqueio do nervo alveolar inferior, bucal e lingual; ▪ Incisão linear sobre a crista óssea do rebordo alveolar na região posterior da mandíbula; ▪ Rebatimento do retalho de espessura total, expondo a área do rebordo milo- hioideo e da inserção do músculo milo- hioideo; ▪ Após o descolamento do músculo, removem-se as proeminências pontiagudas com um instrumento rotatório ou lima para osso; ▪ Reposicionamento do retalho; ▪ Sutura. REMOÇÃO DE TOROS (EXOSTOSES) o Pode ser feita com: ▪ Broca 701, delimita depois utiliza-se o Cinzel e destaca; o Exostose palatina e lingual; o Realizada pelos seguintes motivos: ▪ Estética; Página 5 ▪ Dor; ▪ Funcional. o Incisão em forma de “Y” (em cima do torus) o Pode ser feita com: ▪ Broca Maxicut; ▪ Feita por segmentação com a broca 701 divide em vários pedaços; ▪ Utiliza-se um cinzel e destaca; ▪ Utiliza-se fio de seda pois a língua pode ficar batendo no palato e incomodar; 1. REMOÇÃO DE TOROS MAXILAR: o Consiste em formação de exostose na área do palato; o A origem é desconhecida e são encontrados em 20% da população feminina, duas vezes a prevalência na população masculina; o Apresentam poucos problemas quando a dentição está presente e apenas ocasionalmente interferem na fala ou se tornam ulcerados devido aofrequente traumatismo ao palato; o Quase todos os toros maxilares devem ser removidos antes da confecção da prótese total ou parcial; o Pequenos toros podem ser permitidos, mas precisam ser removidos quando eles são irregulares, com depressões extremas, ou em áreas onde o selamento posterior da prótese total deve ser esperado. o Técnica: ▪ Bloqueio do nervo palatino maior e do incisivo e infiltração local; ▪ Incisão em Y (linear na linha média com uma incisão relaxante oblíqua em uma ou ambas as extremidades); ▪ Deslocamento do tecido; ▪ Remoção do toros: ❖ Para toros grandes, é melhor seccioná-lo em múltiplos fragmentos com broca e peça de mão – as porções individuais podem ser removidas com o uso de osteótomo e martelo ou com pinça-goiva; ❖ Para toros com base pedunculada, um osteótomo e um martelo podem ser usados. ▪ Suavização da área com broca grande para osso; ▪ Reposicionamento por pressão digital e inspeção para determinar a quantidade de excesso de mucosa que necessitará ser removida; ▪ Sutura interrompida. 2. REMOÇÃO DE TOROS MANDIBULAR: o São protuberâncias ósseas na região lingual da mandíbula que usualmente ocorrem na área dos pré-molares; o A origem é desconhecida e pode aumentar lentamente de tamanho; o Quando extremamente grandes podem interferir na fala normal e na função da língua. o Pode ser feita com: ▪ Maxcutt ou broca diamantada; ▪ Incisão em cima de crista; ▪ Descolamento; ▪ Desgaste da região o Técnica: ▪ Anestesia bilateral do nervo alveolar inferior e do nervo lingual; ▪ Incisão na crista do rebordo ósseo alveolar, estendendo-se 1,0 a 1,5 cm de cada lado além da extremidade do toro que necessita ser removida; Página 6 ▪ Deslocamento cuidadoso do tecido; ▪ Remoção do toro: ❖ Quando tem uma pequena base pedunculada, um martelo e o osteótomo podem ser utilizados para clivar o osso – a linha de clivagem pode ser direcionada pela confecção de uma pequena depressão realizada com uma broca e peça de mão. ▪ Suavização da área com broca ou lima para osso; ▪ Readaptação do retalho e palpação da área; ▪ Sutura interrompida. ANORMALIDADES DOS TECIDOS MOLES: ✓ Objetivo: Visa propiciar melhor contorno de tecido para suporte da prótese, conservando o máximo possível de tecido mole; ✓ Após a remoção do dente, inserções musculares e de freios inicialmente não representam problemas, porém podem interferir na adequada confecção da prótese total após a ocorrência de reabsorções; ✓ O tecido mole que se apresenta flácido e excessivo pode ser útil se um aumento de rebordo ou procedimentos de enxerto forem necessários. o Redução da tuberosidade maxilar (tecido mole); o Redução do coxim retromolar mandibular; o Excesso de tecidos moles na porção lateral do palato; o Tecido com hipermobilidade sem suporte; o Hiperplasia fibrosa inflamatória; o Hiperplasia papilar inflamatória do palato; o Frenectomia labial; o Frenectomia lingual. 1. REDUÇÃO DA TUBEROSIDADE MAXILAR (TECIDO MOLE): o O objetivo é promover espaço interarcos para uma confecção adequada da prótese na região posterior da maxila e uma base firme de mucosa sobre a área de suporte; o A quantidade de tecido mole a ser removido deve ser determinada com radiografia panorâmica - se esta não é de qualidade, a profundidade pode ser mensurada com uma sonda fina após anestesia. o Técnica: ▪ Anestesia local infiltrativa; ▪ Incisão inicial elíptica sobre a tuberosidade na área que necessita ser reduzida; ▪ Remoção do tecido incisado; ▪ Afinamento das margens medial e lateral da excisão para remover o excesso de tecido mole e promover o fechamento livre de tensões; ▪ Aplicação de pressão digital para aproximar o tecido a fim de avaliar a redução vertical realizada; ▪ Sutura interrompida ou contínua. 2. REDUÇÃO DO COXIM (GORDURA NA REGIÃO DE MANDÍBULA) RETROMOLAR MANDIBULAR: o Existem poucos relatos; o Tira-se mais tecidos por vestibular; o Remoção muito tecido por lingual pode causar lesão do nervo lingual. o A necessidade de remoção é rara; Página 7 o É importante determinar se o paciente apresenta a mandíbula em uma posição não-postural para a frente ou verticalmente sobrefechada durante a avaliação. o Técnica: ▪ Anestesia local infiltrativa; ▪ Incisão elíptica; ▪ Afinamento da área adjacente, com a maioria da redução do tecido pela região vestibular; ❖ A remoção excessiva do tecido pela região lingual pode resultar em dano ao nervo e artéria linguais; ❖ Outra opção para remoção do tecido nessa área é com a utilização de laser de CO2. ▪ Sutura interrompida ou contínua. 3. REMOÇÃO DE EXCESSO DE TECIDO MOLE PALATINO LATERAL: o A hipertrofia do tecido mole causa estreitamento da abóbada palatina e cria ligeira depressão, o que interfere na confecção e inserção da prótese total; o Técnica: ▪ Anestesia local infiltrativa na área do forame palatino maior e na região anterior da massa do tecido mole; ▪ Remoção da camada superficial da mucosa e do tecido fibroso subjacente, de modo tangencial; ▪ Inserção de uma férula cirúrgica reembasada com condicionador de tecido durante 5 a 7 dias para ajudar na cicatrização. 4. REDUÇÃO DE TECIDO SEM SUPORTE COM HIPERMOBILIDADE: o Ideal ser feita com uma tesoura serrilhada; o É geralmente resultado da reabsorção do osso subjacente, de próteses mal confeccionadas ou de ambas; o Antes da excisão, a determinação de se o osso subjacente deve ser aumentado através de enxertos deve ser feita; o A moldagem para confecção da prótese pode ser realizada de 3 a 4 semanas após a realização da cirurgia; o Técnica 1: ▪ Anestesia local adjacente à área da excisão; ▪ Duas incisões paralelas de espessura total, nas regiões lingual e vestibular da área a ser excisada; ▪ Remoção de tecido com um elevador periosteal; ▪ Uma incisão tangencial de pequenas quantidades de tecido na área adjacente a ser excisada pode ser necessária para permitir uma adequada adaptação durante o fechamento do retalho; ▪ Sutura contínua ou interrompida. o Técnica 2: ▪ Se não houver uma projeção de tecido ósseo afilada subjacente, esse tecido pode ser mais bem removido através de uma excisão supraperiosteal e nenhuma sutura precisa ser feita. Página 8 5. REMOÇÃO DE HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA: o Também chamada de epulis fissurata ou fibrose por dentadura; o É um aumento hiperplásico da mucosa e do tecido fibroso ao rebordo alveolar e na área vestibular, que muito frequentemente é resultado de próteses mal adaptadas; o Em estágios iniciais, o tratamento não- cirúrgico com a prótese em combinação com um condicionador de tecido é frequentemente suficiente; o Quando essa condição permanece por algum tempo, a excisão cirúrgica é o tratamento de escolha; o Técnica 1: ▪ Usada quando a área a ser excisada está minimamente aumentada: ❖ Anestesia local infiltrativa; ❖ Remoção do tecido com eletrocirurgia. o Técnica 2: ▪ Usada se a massa de tecido for excessiva: ❖ Anestesia local infiltrativa; ❖ Apreensão do tecido excedente com uma pinça para tecido; ❖ Incisão na base do tecido, abaixo do periósteo; ❖ Remoção do tecido; ❖ Divulsão e reaproximação do tecido adjacente; ❖ Sutura contínua ou interrompida. o Técnica 3: ▪ Usada quando grandes áreas de tecido excessivo são encontradas: ❖ Anestesia local infiltrativa; ❖ Incisão superficialmente ao periósteo; ❖ Sutura interrompida da margem não rebatida do tecido excisado à área mais superior do periósteo vestibular; ❖ Colocação de uma férula cirúrgica ou da prótese total reembasada com condicionador de tecido macio – usada apenas nosprimeiros 5 a 7 dias, com remoção somente para higiene oral. 6. FRENECTOMIA LABIAL: o A presença de freio pode interferir na confecção do freio; o O movimento do tecido mole adjacente à região do freio pode criar desconforto e ulceração e pode interferir no selamento periférico e deslocar a prótese; o Técnica de excisão simples: ▪ Usado quando a faixa de tecido mucoso e fibroso é relativamente estreita: ❖ Anestesia infiltrativa local; ❖ Incisão elíptica estreita ao redor da área inferior do freio até o periósteo; ❖ Dissecção do tecido, removendo-o do periósteo e do tecido mole adjacente; ❖ Reaproximação das margens do tecido; ❖ Sutura: • 1ª sutura no fundo do vestíbulo e deve envolver ambas as bordas da mucosa e o periósteo subjacente; • Restante da incisão com sutura interrompida. Página 9 o Técnica da plastia em “Z”: ▪ Usado quando a faixa de tecido mucoso e fibroso é relativamente estreita: ❖ Anestesia infiltrativa local; ❖ Incisão elíptica + duas incisões oblíquas em cada extremo na primeira incisão; ❖ Compressão e rotação delicada dos dois pontos do retalho para o fechamento inicial da incisão vertical; ❖ Sutura. o Técnica da vestibuloplastia localizada com epitelização secundária: ▪ Usada quando a base da inserção do freio é extremamente larga: ❖ Anestesia infiltrativa local; ❖ Incisão através do tecido mucoso e tecido submucoso subjacente, sem perfuração do periósteo; ❖ Dissecção do tecido com tesoura ou pressão digital com gaze; ❖ Sutura do tecido ao periósteo no fundo máximo do vestíbulo – a exposição do periósteo é realizada e é cicatrizada por segunda intenção; ❖ Colocação de uma férula cirúrgica ou uma prótese contendo condicionador macio. o Técnica a laser: ▪ Usada para remoção do tecido mucoso excessivo e a inserção do tecido fibroso: ❖ A inserção do freio tendinoso é removida com o laser e frequentemente não necessita de reaproximação do tecido com suturas. 7. FRENECTOMIA LINGUAL: o Língua bifurcada; o Recessão lingual; o Não alcança o palato: o A todo o momento que a língua é movimentada, a inserção do freio é tensionada e a prótese é deslocada; o Técnica: ▪ Bloqueio do nervo lingual bilateral e anestesia infiltrativa local na região anterior; ▪ Retração da língua superiormente; ▪ Colocação de uma pinça hemostática na inserção do freio até a base língua; ▪ Incisão da área marcada com a pinça e liberação da inserção; ▪ Aproximação das margens do tecido; ▪ Sutura, paralela à linha média. AUMENTO MAXILAR 1) ELEVAÇÃO/LEVANTAMENTO DE SEIO MAXILAR: o A extensão dos seios maxilares próximos ao rebordo alveolar pode interferir na instalação de implantes na área posterior da maxila devido ao suporte ósseo insuficiente; Página 10 o O enxerto demora um período de 3 a 6 meses para cicatrizar; o Pressão positiva sobre o seio maxilar, quando tem dente essa cortical não desce, quando não tem dente, pode ser que desça. Tem pacientes que perdeu os dentes a muito tempo e o seio maxilar nunca desceu, pois a pressão foi menor do que a capacidade da cortical reabsorver osso e tecido. o Faz uma janela óssea, faz uma incisão em cima de crista e depois uma relaxante, descola tudo, expõe o osso, pega uma broca esférica diamantada faz movimento circular na região do seio maxilar, e sabe- se que chegou próximo ao seio maxilar a região fica mais roxa/azul, logo sabe-se que ali está próximo da membrana do seio; o A sutura deve ser simples; o Técnica: ▪ Anestesia e deslocamento do tecido gengival até expor o osso da região; ▪ Abertura da parede lateral do seio; ▪ Elevação cuidadosa da membrana do seio; ▪ Colocação de enxerto (ósseo alogênico, autógeno, xenogênico, BMP, ou uma combinação desses materiais) na porção inferior do seio maxilar abaixo da membrana sinusal; ▪ Sutura do tecido gengival. ▪ Se houver perfuração do seio, esta é usualmente recoberta pelo excesso da elevação da própria membrana sinusal e com a utilização da uma membrana de material reabsorvível. CIRURGIA DOS TECIDOS MOLES PARA AUMENTO DO REBORDO 1. VESTIBULOPLASTIA o Utilizada quando a reabsorção óssea alveolar da maxila ocorreu, mas um osso residual maxilar é adequado para suportar uma dentadura; o Técnica: ▪ Anestesia infiltrativa e sedação intravenosa em ambiente ambulatorial; ▪ Incisão na linha média na região anterior da maxila; ▪ Compressão e separação do tecido submucoso subjacente – Um túnel supraperiosteal é feito pela dissecção da inserção muscular e submucosa do periósteo; ▪ Incisão, próxima à crista óssea alveolar, da área intermediária do tecido criado pelas duas dissecções em túnel; ▪ Reposicionamento superior ou excisão do tecido submucoso e muscular; ▪ Sutura da incisão da linha média; ▪ Colocação da dentadura preexistente ou uma férula pré-fabricada modificada para se estender até a área vestibular fixada com parafusos palatinos por 7 a 10 dias para segurar a mucosa sobre o rebordo em fechamento aposicional do periósteo. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA HUPP, James R.; TUCKER, Myron R.; ELLIS, Edward.Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 692 p. Página 1 Noções de Traumatologia Bucomaxilofacial ➢ Está mais relacionado ao dia a dia do Cirurgião- Dentista Bucomaxilofacial; ➢ O traumatismo à região facial frequentemente resulta em lesões do tecido mole, dos dentes e dos principais componentes do esqueleto da face, incluindo mandíbula, maxila, zigoma, complexo naso-órbito-etmoidal (NOE) e estruturas supraorbitárias; ➢ Além disso, essas lesões geralmente estão associadas a lesões em outras partes do corpo. A participação no tratamento e a reabilitação do paciente com traumatismo facial envolvem uma compreensão detalhada dos tipos, princípios de avaliação e do tratamento cirúrgico das lesões faciais. ➢ Traumatologia: ✓ “É a ciência que estuda trauma”; ✓ Trauma: “É a ação de um agente dotado de direção, força e formas, cuja a ação determinará lesões em tecidos moles e/ou tecidos duros”. ✓ Tratamento multidisciplinar: O bucomaxilofacial não trabalha sozinho, ele vai trabalhar junto com o ortodontista, dentística, junto com o médico de cabeça e pescoço; ✓ Restaurar todas as funções normais, logo tem a função de devolver a função ao paciente; ✓ Reduzir sequelas; ✓ Restabelecer função. ➢ Os princípios básicos, atuais, que regem a traumatologia são: ✓ Redução da fratura: Reposição dos segmentos ósseos em suas corretas localizações anatômicas e fixação dos segmentos ósseos para imobilizar os segmentos no local da fratura. Além disso, a oclusão original deve ser restaurada e qualquer infecção na área da fratura deve ser erradicada ou prevenida. ✓ Contenção: Quando reduziu a fratura tendo uma estabilização, houve então uma contenção óssea; ✓ Imobilização: Ao colocar alguma placa e parafuso, sendo um equipamento colocado em dois fragmentos ósseos para imobilizar aquele fragmento ósseo e ocorrer a neoformação óssea; ➢ Etiologia: ✓ Fratura; ✓ Acidente automobilístico; ✓ Violência Doméstica. ➢ Avaliação dos pacientes com traumatismo facial: ✓ Avaliação clínica; ✓ História e exame clínico; ✓ Avaliação radiográfica 1. Avaliação Clínica: Lesões dos Tecidos Moles: o Abrasão; o Contusão; o Laceração. Nas descrições de feridas que se seguem e que o dentista pode encontrar na prática, deve-se lembrar de que os pacientes podem apresentar-se com combinações dessas lesões, sendo, portanto, o tratamento mais complicado. 1.1. Abrasão: ▪ Conceito: ❖ Ferida causada pela fricção entre o objeto e a superfície de tecido mole(epiderme); ❖ É normalmente superficial, desnuda o epitélio e, ocasionalmente, envolve as camadas mais profundas; ❖ Visto que as abrasões atingem as terminações de muitas fibras nervosas, elas são bastante dolorosas; ❖ O sangramento geralmente é mínimo, porque é de natureza capilar e responde bem à aplicação de suave pressão; Página 2 ❖ O tipo de abrasão mais comumente visto são as escoriações que as crianças apresentam nos cotovelos e joelhos devido a brincadeiras; ❖ Se a abrasão não é especialmente profunda, a reepitelização ocorre sem a formação de cicatriz. Quando a abrasão estende-se abaixo das camadas mais profundas da derme, a cicatrização dos tecidos mais profundos ocorre com a formação de tecido cicatricial, podendo ser esperada alguma deformidade permanente; ❖ O dentista pode encontrar abrasões na ponta de nariz, lábios, bochechas e mento em pacientes que sofreram traumatismo dentoalveolar; ▪ Tratamento: ❖ Limpeza → As áreas abrasionadas devem ser totalmente limpas a fim de remover todo corpo estranho. ❖ Proteção da ferida; ❖ Substâncias degermantes usadas na lavagem das mãos e irrigação salina copiosa devem ser utilizadas com esse propósito. Todas as partículas de material estranho devem ser removidas. Se essas partículas permanecerem no tecido, resultarão em uma “tatuagem” permanente e difícil de ser tratada. Em abrasões profundas e contaminadas com sujeira ou outro material, pode ser necessário anestesiar a área e usar uma escova cirúrgica (ou escova de dente) para remover completamente os detritos. ❖ Uma vez que a ferida esteja livre de detritos, a aplicação tópica de uma pomada antibiótica é o tratamento adequado. Um curativo não- compressivo pode ser utilizado se a abrasão é profunda, mas é desnecessário em abrasões superficiais. Antibióticos sistêmicos não são normalmente indicados. Durante a semana seguinte, ocorrerá reepitelização da ferida, que é uma crosta de sangue e plasma ressecados que se desenvolve após uma lesão de tecido mole (p. ex., uma crosta). A crosta cairá, então. ❖ Se uma abrasão profunda na superfície cutânea é descoberta após a limpeza da ferida, a consulta com um cirurgião bucomaxilofacial é indicada, pois podem ser necessários enxertos de pele para prevenir quantidades excessivas de formação de tecido cicatricial; ❖ O dentista pode criar abrasões iatrogenicamente, como as que ocorrem quando a haste de uma broca em movimento atinge a mucosa oral ou quando uma compressa de gaze ou outro tecido (p. ex., blocos triangulares absorventes) abrasiona a mucosa durante sua remoção da boca. Felizmente, o epitélio oral regenera-se rapidamente e nenhum tratamento, a não ser a higiene oral de rotina, é indicado. 1.2. Contusão ou Equimose: ▪ Conceito: ❖ É um rompimento tecidual interno resultando em hemorragia subcutânea ou submucosa sem descontinuidade na superfície dos tecidos moles; ❖ O tecido externamente se apresenta íntegro, mas há o rompimento de vaso sanguíneo; ❖ As contusões são normalmente causadas por traumatismo infligido por um objeto rombo, mas também são frequentemente encontradas concomitantemente às lesões dentoalveolares ou fraturas dos ossos faciais. ❖ Nesses casos, o traumatismo aos tecidos mais profundos (p. ex., assoalho de boca, vestíbulo labial) aconteceu como Página 3 efeito secundário dos ossos fraturados. A importância das contusões, do ponto de vista diagnóstico, é que, quando elas são observadas, deve-se investigar se há fraturas ósseas; ❖ Quando a pressão hidrostática dentro dos tecidos moles se iguala à pressão dentro dos vasos sanguíneos (normalmente capilares), o sangramento cessa. Se uma contusão é vista precocemente, a aplicação de gelo ou curativos compressivos pode ajudar na vasoconstrição e, portanto, diminuir a formação de hematoma. Se uma contusão não para de se expandir, é provável que haja uma artéria hemorrágica dentro da ferida. O hematoma pode necessitar de exploração cirúrgica e ligadura do vaso; ❖ Como não houve nenhuma ruptura da superfície dos tecidos moles, a hemorragia formada dentro de uma contusão será reabsorvida com o tempo e será reestabelecido o contorno normal. Porém, nos dias seguintes ao traumatismo, o paciente pode esperar áreas de equimose (coloração violácea causada por extravasamento de sangue na pele ou mucosa; “marca negro- azulada”), que passarão por uma variedade de cores (azul, verde, amarelo) antes de desaparecerem. Essas áreas podem estender-se abaixo das clavículas e alarmar o paciente, mas são inócuas; ❖ Quando não há nenhuma ruptura na superfície dos tecidos moles, a infecção é improvável, não sendo indicado o uso de antibióticos sistêmicos. Se, contudo, a contusão é secundária a um traumatismo dentoalveolar, é provável que exista uma comunicação entre a cavidade oral e o hematoma submucoso. Nesses casos, antibióticos sistêmicos são recomendados, porque o coágulo sanguíneo representa um meio ideal de cultura. ▪ Tratamento: ❖ Aplicação de gelo; ❖ Não pode se expor ao sol → Se não mancha; ❖ A contusão geralmente não requer tratamento cirúrgico; 1.3. Laceração: ▪ Conceito: ❖ É uma solução de continuidade nos tecidos epiteliais e subepiteliais; ❖ Ocorre um rompimento tecidual; ❖ Talvez seja o tipo mais frequente de ferida de tecidos moles, causada comumente por um objeto afiado, como uma faca ou um pedaço de vidro. Se o objeto não é afiado, as lacerações criadas podem ser denteadas, porque o tecido é literalmente rasgado pela força do impacto; ❖ A profundidade da laceração pode variar. Algumas lacerações só envolvem a superfície externa, mas outras se estendem profundamente dentro do tecido, rompendo nervos, vasos sanguíneos, músculos e outras cavidades anatômicas e estruturas importantes; ❖ O dentista frequentemente encontra lacerações nos lábios, assoalho da boca, língua, mucosa labial, vestíbulo bucolabial e gengiva, causadas pelo traumatismo. O dentista deve explorar a cavidade oral completamente no intuito de identificar aquelas que não estejam abertas. ▪ Tratamento: ❖ As feridas de tecidos moles associadas ao traumatismo dentoalveolar sempre são tratadas depois do tratamento das lesões nos tecidos duros. Se os tecidos moles são suturados primeiro, tempo é perdido porque as suturas serão Página 4 provavelmente esgarçadas e arrancadas do tecido durante a manipulação intraoral necessária para reimplantar um dente avulsionado ou tratar uma fratura dentoalveolar. Além disso, se as suturas forem arrancadas dos tecidos, estes serão mais difíceis de serem fechados na segunda tentativa. ➔ Depois de realizada a anestesia adequada, o tratamento cirúrgico das lacerações envolve quatro etapas principais: ❖ Limpeza da ferida: - A limpeza mecânica da ferida é necessária para impedir a permanência de detritos. Ela pode ser realizada com sabão degermante cirúrgico e pode necessitar do uso de escova. Um anestésico é normalmente necessário. Irrigação salina copiosa é, então, usada para remover todo material hidrossolúvel. A irrigação em jatos mostrou ser mais efetiva do que a de fluxo constante na remoção dos detritos. ❖ Debridamento da ferida: - Desbridamento ou debridamento refere-se à REMOÇÃO de todo o tecido lacerado e desvitalizado da ferida e a remoção de todos os pedaços de tecido fragmentados da superfície tecidual, permitindo o fechamento da mesma. Na região maxilofacial, que possui um rico suprimento sanguíneo, a quantidade de desbridamento deve ser mínima. Somente deve ser removido o tecido obviamente não-vital. Para a maioria das lacerações encontradas pelos dentistas, não há necessidade de desbridamento, exceto o
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