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Período de transição é o período entre o final da gestação e o início da lactação, vai da terceira semana pré-parto até a terceira semana de lactação. É um período em que ocorrem alterações metabólicas, fisiológicas e anatômicas, predispondo a ocorrência de diversos distúrbios patológicos que podem prejudicar a eficiência produtiva da lactação, reduzir o desempenho produtivo aumentando a taxa de descarte e custo com o tratamento de doenças. No periparto ocorre uma queda da insulina e aumento de somatotropina no final da gestação, alcançando os limites no dia do parto, aumento da tiroxina (T4) durante a gestação, decrescendo aproximadamente 50% no final da gestação, e após o parto volta a aumentar acelerando o metabolismo, aumento de estrógeno durante a gestação e decresce imediatamente no parto, aumento da progesterona durante a gestação e decresce nos últimos dois dias antes do parto, aumento dos glicocorticoides e da prolactina no dia do parto, retornando aos níveis normais nos dias seguintes e estimulam as glândulas mamárias, aumento da exigência de nutrientes para síntese de colostro, aumento na necessidade energética que e de aproximadamente 1 kg/dia de glicose no final da lactação, aumenta para 2,5 kg/dia durante as primeiras semanas pós-parto, desenvolvimento da glândula mamária e rápido crescimento fetal, redução da ingestão de alimento de 1,9% do peso no dia 21 pré-parto para 1,3% (redução pelo cortisol) do no dia anterior ao parto. Após o parto observa o início da lactação, que há uma alta exigência nutricional (energética e proteica) para síntese de leite, mas a ingestão de alimentos permanece baixa, sendo insuficiente para suprir as exigências, apresentando então um balaço energético negativo (BEM) por 5 semanas (sendo fisiológico). Os fatores desencadeantes dessas alterações são a produção de metabólitos (ácidos graxos não esterificados e o ẞ–hdroxibutirato), mobilização de reservas corporais, quanto maior o tempo e a intensidade do BEM, maior a chance de ocorrência de diversas doenças (hipocalcemia, cetose, retenção de placenta, metrite, mastite e deslocamento de abomaso). O BEN subclínico causa uma redução de 10 a 30% da produção, reduz na resposta imune, maior incidência de infecções (mastites, metrites, salpingites – infecção da tuba uterina), maior incidência de doenças metabólicas e carências. » Cetose ou Acetonemia É uma doença metabólica provocada pelo balanço energético negativo (BEN) que acomete ruminantes, principalmente nos primeiros 60 dias pós-parto. Ocorre um aumento na necessidade energética para a produção de leite concomitantemente com a redução no consumo de alimentar em MS. Acontece a redução na produção de leite devido a redução no consumo de alimentos, mas não na mesma velocidade, visto que o estímulo hormonal é mais forte e mantém a produção mesmo em BEN por um determinado período. O aumento da demanda energética (glicose) causa uma hipoglicemia com queda de insulina e aumento de somatotropina que mobiliza tecido adiposo (reserva energética) gerando uma cetogênese (acetoacetato, acetona e ẞ- hidroxibutirato). A cetose pode ser classificada em: » Primária: má nutrição » Secundária: disfunção orgânica devido a alguma doença. » Alimentar: silagem mal feita. » Inanição: animal não se alimenta. A patogenia ocorre pela alta demanda de glicose e intensa mobilização de tecido adiposo que a quebra de triglicerídeo gera ácido graxo. A doença pode ser subclínica que é mais comum ou clinica com definhamento ou nervosa pelo acumulo de corpos cetonicos circulantes. @vettstudy.g » Cetose do Definhamento Diminuição gradual e moderada do apetite (1°graos 2° silagem), baixa na produção de leite em 2 a 4 dias, emagrecimento, apetite depravado com fezes firmes e secas, depressão moderada, odor de acetona na expiração e no leite, frequências e temperatura normais. » Cetose Nervosa Os sinais são repentinos episódios curtos 1 a 2 horas, o animal anda em círculos, abdução ou cruzamento das pernas, cegueira aparente, compressão da cabeça sobre objetos, andar sem rumo, lambeduras vigorosas, apetite depravado, movimentos mastigatórios com salivação, hiperestesia (reação exagerada aos estímulos). Na patologia clínica observa queda na glicose 20 a 40 mg/dl, aumento dos corpos cetônicos 10 – 100 mg/dl – clínica até 50 mg/dl subclínica. » Cetonúria – urina – 80 a 1300 mg/dl » Cetolactia – leite – 3 a 40 mg/dl Dosagem de corpos cetonicos pode ser realizada a campo. O tratamento é realizado com glicose EV normalmente associada a dexametasona (10mg), com propilenoglicol ou glicerina via oral 225g, riboflavina (vitB2 – FAD), niancina (vitB3 – NAD) e ácido pantotênico (vitB5 – coenzimaA). A dexametasona tem efeito hiperglicemiante no metabolismo de glicose, ou seja, aumenta a concentração de glicose circulante assim parando a lipólise. A dexa não deve ser utilizada na gestação pois estimula o parto devido a liberação de cortisol. A prevenção é feita com o manejo nutricional no periparto (aumento de volumoso na terceira semana de periparto utilizando esse período para adaptação da microbiota), administração de suplementos no dia do parto, dieta da vaca recém parida com gordura protegida (linhaça). » Toxemia da Gestação Ocorre em ovelhas e cabras no final da gestação com rápido crescimento fetal e devido a gestação gemelar. Pode possuir origem primária (mais comum), ovelha gorda (sobrecarga hepatica), por inanição ou secundária. Os sinais clínicos são: afastamento do rebanho, cegueira aparente, falta de apreensão de alimento, atitude de alerta, reluta a mover-se, pressão da cabeça sobre objetos inanimados, tropeça em objetos, constipação e bruxismo. O tratamento é realizado com glicose EV, correção da alteração hidroeletrolítica e ácido-basica, propilenoglicol ou glicerina 11 g/dia PO e cesariana. » Hipocalcemia/Febre do Leite/Paresia da Parturiente/Paresia Puerpedal/Febre Vitular Ocorre uma baixa na taxa de cálcio no organismo da vaca, normalmente acontece 48 horas depois do parto. Necessidades de Ca: » Período seco: 10 a 12g/d » Parto: 30g » Colostro: 2,3g/Kg A nutrição pré parto é essencial para o controle dos hormônios PTH e calcitonina. » PTH: aumenta o Ca na corrente sanguínea – absorve Ca da dieta, estimula reabsorção do Ca do filtrado glomerular e estimula a reabsorção óssea (diminui a mineralização). » Calcitonina: reduz ou impede a taxa de absorção de Ca da dieta, impede a reabsorção de Ca do filtrado glomerular e estimula a mineralização óssea. Os sinais clínicos são divididos em estágios: 1° estágio: estação, excitação e tetania, movimentos da cabeça, ranger de dentes, ataxia (alteração no andar). 2° estágio: decúbito esternal, sonolência, cabeça voltada para o flanco, incapacidade em levantar- se, aumento da frequência cardíaca com som fraco, reflexo pupilar incompleto ou ausente, parada ruminal, timpanismo moderado e constipação. 3° estágio: decúbito lateral, paresia flácida, estado comatoso, aumenta a frequência cardíaca (120 bpm) com som fraco, timpanismo evidente e óbito em poucas horas. Em alguns casos pode ocorrer Hipomagnesemia e hipofosfatemia concomitante. @vettstudy.g O tratamento deve ser o mais rápido possível com diagnostico preciso, utiliza-se borogluconato de cálcio (100 a 200g EV diluído em solução fisiológica ou glicose 5%) e não deve ser administrado com lactato pois forma carbonato de cálcio (Ca + lactato) que forma êmbolos gerando uma trombose, realizar ajuste nutricional e administrar Ca subcutâneo no dia do parto. A prevenção é feita com manejo alimentar pré (pobre em Ca para estimular o PTH) e pós (rico em cálcio) parto e administraçãode borogluconato de cálcio subcutâneo no momento do parto. @vettstudy.g
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