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1 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA Esôfago Projeções latero-lateral e ventro-dorsal obliqua • Normalmente não visualizado na radiografia simples • Pode haver ar, líquido, alimento, ou a combinação destes Exame Contrastado Esofagograma (exame do esôfago) → melhor avaliação de localização, posição, lúmen • Bário em pasta / bário em suspensão / iodo o Bário em suspensão: 3 – 5 mL/Kg → RX imediato (deglutição) • Cuidado para evitar aspiração Cães: musculatura estriada ao logo de todo o esôfago (pregas longitudinais) Gatos: musculatura estriada no primeiro terço e musculatura lisa no final (pregas transversas) Discreta saculação na entrada do tórax → fisiológico (principalmente em braquicefálicos) Radiografia do Sistema Digestório 2 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA Quando o raio-x é indicado? • Regurgitação • Tosse • Sialorreia • Sialorreia com sangue • Disfagia • Massas cervicais ou mediastinais • Anormalidades verificadas em radiografias da região cervical ou torácica MEGAESÔFAGO Dilatação de todo o trato esofágico, levando a uma hipomotilidade → perda do movimento peristáltico • Disfunção motora: congênito ou adquirido Sinais clínicos Regurgitação, perda de peso, desconforto após alimentação (complicação? pneumonia?), polifagia Etiologia • Congênita: não bem esclarecida o Fox Terrier, Pastor Alemão, Schnauzer, Dog Alemão, Golden Retriever, Setter o Gatos → rara: siamês • Secundária: miastenia, LE (lúpus eritematoso), polimiosite, polineurite, neuropatias degenerativas, HAC (hiperadrenocorticismo), hipotireoidismo, déficit de tiamina, intox de metais pesados, neoplasias e problemas cervicais Esofagograma aéreo → ar dentro da luz esofágica 3 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA Sinais radiográficos • Dilatação do esôfago por gás (conteúdo radiotransparente), líquido, alimento • Linha de radiopacidade → água (parede ventral do esôfago e dorsal da traqueia) • Deslocamento ventral da traqueia e silhueta cardíaca • Aumento do mediastino (cranial, medial e ventral) • Esofagograma: dilatação esofágica • Pneumonia aspirativa ANOMALIA DO ANEL VASCULAR “Megaesôfago falso” Alterações vasculares que estenosam o esôfago próximo a base do coração • Persistência do arco aórtico direito (PAAD) • Arco aórtico duplo • Artérias subclávias aberrantes Alterações que impedem a progressão do alimento através do segmento esofágico estenosado → dilatação esofágica cranialmente à essa estenose Sinais clínicos • Regurgitação de alimentos sólidos logo após o desmame, dificuldade no desenvolvimento • Tosse e dispneia (pneumonia) Sinais radiográficos • RX simples → a porção cranial à constrição é delimitada por alimento, líquido. Traqueia e silhueta cardíaca deslocados ventralmente • Esofagograma → dilatação cranial à base do coração (caudalmente sem alterações) • VD: esôfago distendido no mediastino cranial 4 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA CORPO ESTRANHO Mais comum em cães, pois gatos são mais seletivos. São comuns ou móveis, radiopacos ou radiotransparentes • Ossos, objetos irregulares (pedaços de madeira, agulha, anzol) As projeções laterais são importantes → decúbito lateral e dorsal • Associar com sinais clínicos, e repetir após 1 – 3 dias • Delimitado por gás e contraste • CE radiotransparente: contraste → aparência varia de acordo com a natureza do CE (absorvente ou não) Locais mais comuns • Entrada do tórax • Base do coração • Cranialmente ao cárdia Sinais clínicos Vômito, gastrite, obstrução; ou não apresenta sinal clínico Sinais radiográficos • RX simples → visualização do CE radiopaco, ar no lúmen cranialmente à obstrução • Esofagograma → delimita o CE radiotransparente, distensão, falha de preenchimento / iodo na suspeita de perfuração (pneumomediastino, massa mediastinal, opacidade ao redor do CE) • Espessamento da parede / divertículo 5 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA DIVERTÍCULO ESOFAGIANO • Não é comum • Congênito ou adquirido • Tração: aderências e contrações associados com lesões peri-esofágicas • Pulsão: CE, estenoses duradouras ou esofagites (aumento da pressão intra luminal) → esôfago torácico distal Sinais clínicos Disfagia, regurgitação (várias ou em grande quantidade), anorexia, letargia Sinais radiográficos • RX simples → sem alterações • Esofagograma → delimita o divertículo (as vezes com tamanho normal, mas com presença de deslocamento ventral ou lateral) RUPTURA ESOFÁGICA Principal causa é por corpo estranho Sinais clínicos Disfagia, tosse 6 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA ESTENOSE Estreitamento do lúmen esofágico → diminuição da luz Causas Massas periesofágicas, esofagite por CE, esofagite, complicações pós cirúrgicas • Pode resultar em dilatação cranial à estenose A endoscopia pode detectar de uma maneira mais apurada Sinais clínicos Varia com a severidade e extensão da lesão / disfagia, regurgitação Sinais radiográficos • RX simples → sem alterações; distensão cranial à estenose • Esofagograma → estreitamento luminal e dilatação cranial SPIROCERCA LUPI É um parasita que invade a parede esofágica na fase larval • Granuloma entre a base do coração e o diafragma • Espondilite ventral entre T7 à T10 Sinais clínicos Disfagia (estenose), regurgitação com sangue, perda de peso Sinais radiográficos Área de maior radiopacidade entre a base do coração e o diafragma; alterações da coluna torácica ESOFAGITE É a inflamação do estômago, causando erosão e ulceração da mucosa esofágica • Inflamação → qualquer resposta a uma agressão do tecido Esofagite crônica → causa constrição Causas CE, trauma, refluxo gastro-esofágico, substâncias químicas 7 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA Sinais clínicos Disfagia, regurgitação com sangue, salivação excessiva, mímica na deglutição, animal evita o alimento • Variam de acordo com a severidade Sinais radiográficos • RX simples → sem alterações; aumento da radiopacidade no esôfago caudal (refluxo GE); ar intra luminal; sinais de pneumonia • Esofagograma → mucosa irregular; úlcera (retenção de contraste), estreitamento luminal; estenose; dilatação cranialmente à estenose; hipomotilidade NEOPLASIA • Rara em cães • Carcinoma de células escamosas (gatos) • S. lupi: fibrossarcoma ou osteossarcoma Sinais clínicos Disfagia, regurgitação progressiva, perda de peso, anorexia Sinais radiográficos RX descreve o que está sendo visto • Massas de maior radiopacidade na região cervical ou mediastino • Estenose e dilatação secundária • Esofagograma → irregularidade da mucosa; estenose no local; úlcera; dilatação cranial à obstrução INTUSSUSSEPÇÃO GASTROESOFÁGICA Invaginação do estômago para dentro do seu próprio lúmen • Cães jovens • Pode ser hereditário • Pode estar associado ao megaesôfago 8 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA Sinais clínicos Vômito, depressão, regurgitação, dor abdominal Sinais radiográficos • Aumento da radiopacidade no tórax caudal • Esôfago dilatado por gás cranialmente ao local da intussuscepção • Pouco ou nenhum gás na topografia do estômago • Esofagograma o Obstrução parcial → pregas gástricas são visualizadas na topografia do esôfago o Obstrução total → dilatação cranial e acúmulo de contraste ESTÔMAGO Sempre realizar uma radiografia simples, juntando os dados clínicos e laboratoriais, para poder verificar a necessidade ou não de um estudo contrastado O estomago é um órgão que conecta o esôfago ao duodeno, sendo localizado caudalmente aofígado. Quando vazio, ele é encontrado cranialmente ao último par de costelas Dividido em 4 regiões → cárdia, fundo, corpo e piloro 9 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA Quando é indicado um estudo contrastado do estômago? • Presença de gases nas alças intestinais; gás no espaço retroperitoneal, ou em qualquer região do abdômen extra luminal • Verificar todas as estruturas NUNCA ESQUECER Verificar estruturas extra abdominais, como: arcos costais, vértebras e coxal Verificar mudanças de opacidades Verificar a cúpula diafragmática Radiografar o animal em estação → liquido ou gás Verificar silhueta renal Verificar estômago, alças intestinais, cólon, fígado, baço e pâncreas indiretamente Anatomia • Forma de “J” • Curvatura maior / curvatura menor • Mucosa gástrica: pregas • Posição o Cão: cárdia, fundo e corpo do lado esquerdo ▪ Varia com o grau de repleção o Gato: estômago à esquerda, e piloro na linha media O estomago normalmente possui líquido ou gás. • Imagem varia com: volume (distensão), tipo de conteúdo e posição do animal Incidência 10 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA • Incidência VD: gás no piloro; líquido no fundo • Incidência DV: gás no fundo • Incidência LL D: gás no fundo (dorso-cranial); liquido no piloro (ventral) • Incidência LL E: gás no piloro (ventro-cranial); líquido no corpo e fundo Exame contrastado • Sulfato de bário / iodo (quando tem ruptura) o Bário em suspensão: 2 a 5 ml/Kg • Jejum • Evitar tranquilização o Animal pode aspirar o Não da pra saber quanto tempo o estômago demora pra esvaziar • Tempo de esvaziamento gástrico → cerca de 3 ½ horas o 2’ – 15’ – 30’ – 45’ – 60’ – 120’ – 180’ (se necessário) • Demora no TGE: presença de conteúdo; animais agitados; tranquilização • Visualização de pregas • BIPS e bário misturado com alimentos → também são utilizados o BIPS: são cápsulas com bário, usada pra ver se tem obstrução → as cápsulas ficam paradas • RX → feito imediatamente após o contraste, a cada 20’ até 1 hora, e a cada hora até o bário sair do estômago • Iodo: passa mais rápido; não delimita da mesma maneira → 7 ml/Kg • Duplo contraste: 4 a 6 ml/Kg de sulfato de bário líquido e aproximadamente 10 ml/Kg de peso vivo com ar ambientes • Contraste negativo: o tubo gástrico → 6 a 12 ml/Kg o bebida carbonatada → 30ª 60 ml/Kg (não costuma usar em vet) 11 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA 12 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA DESLOCAMENTOS • Vários tipos (depende do órgão acometido) • Caudal → aumento hepático, efusão pleural, pneumotórax, hiperinsuflação • Cranial: diminuição hepática, ruptura diafragmática • Alterações de forma → esplenomegalia, massa em pâncreas, alças, mesentério GASTRITE É uma inflamação da mucosa gástrica em resposta à uma injuria. Não é muito visível radiograficamente. • Endoscopia e biópsia (quando acha região suspeita) Causas • Alimentos cáusticos • CE • Intoxicação química • Drogas (AINEs) Sinais clínicos Vômito, letargia, desidratação, dor abdominal Simples Sem alterações Contrastado Parede espessada; floculação do contraste; pregas espessadas; diminuição do tempo de esvaziamento gástrico 13 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA ÚLCERA GÁSTRICA São erosões da mucosa gástrica. Podem ser pequenas e benignas, assim como maiores e associadas a tumores gástricos como: adenocarcinomas, linfossarcomas e mastocitomas Causas Gastrite, AINE, corticóides, alterações renais e hepáticas, neoplasia Sinais Clínicos • Vômito • Hematoemese • Melena • Dor abdominal • Anorexia • Perda de peso Sinais radiológicos • Simples: normal; pode haver líquido ou gás livre se houver perfuração • Contrastado: depende do tamanho e localização; depressões da mucosa onde há retenção de contraste (efeito cratera); espessamento da mucosa, halo radiotransparente ao redor da mucosa (edema de parede) DILATAÇÃO GÁSTRICA A dilatação pode ocorrer com ou sem torção. • Obstrução ou atonia da parede gástrica Dilatação aguda Estômago distendido, conteúdo gasoso, com manutenção da posição anatômica Causas • Aerofagia • Obstrução (CE, estenose pilórica, tumor de piloro) Sinais radiográficos • Distensão por gás e deslocamento caudal de alças intestinais • Piloro e fundo na posição normal TORÇÃO 14 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA Diferente da dilatação → há rotação do estômago • Pode haver diferentes graus de rotação e direções • Mais comuns em cães de raça grande e gigante com peito profundo o Raro em cães de raças pequenas e gatos • Baço → normalmente acompanha a torção Causas Ingestão excessiva de alimentos e água antes de exercício, alteração da atividade gástrica motora, fator hereditário Graus Mais comum → 180 graus: piloro deslocado dorso-cranialmente à esquerda Sinais clínicos Agudos → vomito (tentativa); desidratação, depressão, colapso, distensão abdominal Sinais radiográficos Os mesmos da dilatação, porém o piloro e fundo com posição alterada; compartimentalização do estômago; esplenomegalia • RX simples → não da tempo de fazer contraste Outras alterações Dilatação esofágica, fígado e VCC diminuídos (retorno venoso comprometido), diminuição do coração e hipovolemia pulmonar → choque OBSTRUÇÃO PILÓRICA 15 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA Aguda ou crônica Congênita (hipertrofia da musculatura lisa do canal pilórico; aparece após o desmame), ou adquirida Total → retenção do conteúdo gástrico Parcial → distensão gástrica por líquidos (podem haver bolhas) • Massas hepáticas e pancreáticas podem causar uma pressão que impede a passagem de alimento • Alimento no estômago de animais em jejum sugere retenção Causas • Aguda → torção, CE • Crônica → estreitamento do canal pilórico como resultado de doenças: estenose pilórica hipertrófica, piloro espasmo, inflamação, fibrose, neoplasia Sinais clínicos Vômito de alimento não digerido, perda de peso, distensão abdominal o Congênito → logo após o desmame Sinais radiográficos • RX simples: estômago de tamanho normal ou aumentado, mais líquido que gás • Contrastado: demora do tempo de esvaziamento gástrico, pequena faixa de contraste passa pelo canal pilórico → sinal de bico de papagaio, áreas radiopacas próximas à obstrução, sinal de cordão, espessura da camada muscular maior que 3mm (moderada) ou maior que 8mm (severa), falhas de preenchimento (CE, inflamação) 16 GIOVANA MELQUE – MEDICINA VETERINÁRIA NEOPLASIAS Raras em cães, e mais raras em gatos Adenocarcinomas → mais comuns (região pilórica) • Metástases são comuns → leiomiossarcomas / fibrossarcomas Benignos → Pólipos (lesão pré cancerosa) e leiomiomas Sinais clínicos Vômito (com sangue), anorexia, perda de peso Sinais radiográficos Depende do tamanho, forma, localização • Simples: pode ser normal; espessamento da parede gástrica (localizada ou generalizada); massa delimitada por gás o Ar → funciona como contraste (espessamento da parede gástrica) • Contrastado: falha de preenchimento, úlcera (efeito cratera), perda de distensibilidade, demora no tempo de esvaziamento gástrico o Sulfato de bário • US e endoscopia Pode ter tumor junto de uma úlcera Quando órgãos ocos não são contemplados na sua totalidade
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