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1 Flávia Demartine Dor Torácica e Síndrome Coronariana Aguda na emergência INTRODUÇÃO - No Brasil estima-se que são 4 milhões de pacientes na emergência, anualmente, com quadro de dor torácica. - Mesmo sendo a segunda queixa mais comum em pronto socorro, só ha confirmação da metade dos casos em ambiente hospitalar. - Cerca de 10% dos pacientes com Infarto Agudo do miocárdio são liberados, anualmente, do Pronto Socorro, sem o diagnóstico. CARACTERIZAÇÃO DA DOR 1- Localização e tipo 2- Irradiação e sintomas associados 3- Fator desencadeante ou de melhora 4- Tempo DOR TORÁCICA TÍPICA • em regiao precordial (retroesternal ate epigastrio) + em queimação ou aperto, `dor interna´. • pode ou nao irradiar para mse, ambos os membros superiores, mandibula ou regiao cervical. • desencadeada por esforço, melhora com repouso • presença de dispneia, nauseas, vomitos, palpitações. • A angina geralmente é breve (de dois a cinco minutos) e é aliviada pelo repouso ou pela nitroglicerina. Em comparação, pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA) podem ter dor torácica em repouso, e a duração é variável, mas geralmente dura mais de 20 minutos. Atenção Na sala de emergência o objetivo é afastar causas de dor torácica que matam... 1- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO 2- EMBOLIA PULMONAR 3- DISSECÇÃO DE AORTA 4- PNEUMOTORAX HIPERTENSIVO 5- RUPTURA DE ESOFAGO PROBABILIDADE DE SINDROME CORONARIANA AGUDA BAIXA: até um fator de risco e idade < 60 anos MODERADA: dois fatores de risco (exceto DM) e idade < 60 anos ALTA: mais de dois fatores de risco, idade > 60 anos, DM ou DAC conhecida FATORES DE RISCO: HAS, DM, DLP, Historia familiar DAC precoce, TBG. DOR TORÁCICA Avaliação clinica + exame fisico ECG em 10 minutos 2 Flávia Demartine Protocolo de dor torácica: - Monitorização por no minimo 9 horas: - ECG a cada 3 horas ou quando novo episodio de dor / alteração clínica - Marcadores de necrose miocárdica (0h - 3h - 6h) ** caso troponina ultrassensivel disponivel: protocolo pode ser feito com 0h -3h. MARCADORES DE NECROSE MIOCÁRDICA Troponina T, I, CK-MB E a troponina ultrassensivel... – a tropo-us já costuma positivar após 1h do início dos sintomas de SCA - Se tropo US negativa após 3h de dor = descartado SCA Protocolo negativo - Não se descarta a possibilidade de Doença Aterosclerótica Coronariana. - Possibilidades: alta hospitalar ou internação para estratificação. - Avaliar com teste nao invasivo para isquemia em 72 horas. ** Teste Ergométrico, cintilografia, angioTc de coronárias... Protocolo positivo = SCA No IAMCSST, após oclusão total da artéria (isquemia transmural) ocorre o déficit contrátil segmentar na forma de acinesia (área segmentar parada) ou discinesia (área segmentar com abaulamento durante sístole) ocasionado uma disfunção ventricular que pode ser desde assintomática até choque cardiogênico (dependendo área em risco). Se esse quadro de isquemia permanecer, poderá levar a necrose miocárdica completa em 6 a 12 horas (inicia- se com 30 minutos começando do subendocárdico até o epicárdico) a depender da circulação colateral e reperfusão miocárdica (espontânea ou não). SCA com supra O processo de necrose miocárdica tem início no subendocárdio e se estende para o epicárdio posteriormente. 3 Flávia Demartine SCA SEM SUPRA... MUITO ALTO RISCO: INSTABILIDADE HEMODINAMICA // ANGINA RECORRENTE // ALTERAÇÕES DINAMICAS DE ECG =========> CATE EM ATE 2 HORAS ALTO RISCO (GRACE >140, TIMI RISK > 4) ====> CATE EM ATE 24H RISCO INTERMEDIARIO OU BAIXO =====> CATE EM ATE 72H MAS E NO IAM COM SUPRA Angioplastia x trombólise TERAPIA DE REPERFUSÃO MIOCÁRDICA: IAM COM SUPRA Intervenção coronariana percutânea (ICP): método de escolha, pode restabelecer o fluxo arterial em até 90% dos casos quando realizado em centros especializados. Recomenda-se a realização em até 120 minutos após a admissão do paciente. Terapia fibrinolítica: Alteplase, tenecteplase e estreptoquinase. Deve ser realizada em locais que não há centro de hemodinâmica ou se houver expectativa de demora superior a 1H30 para início da ICP primária. TROMBOLISANDO NOSSO PACIENTE.. Alteplase: 15 mg EV em bolus 0,75 mg/kg em 30 min (maximo de 50 mg) 0,5 mg/kg em 1h (maximo de 35mg) 4 Flávia Demartine CRITÉRIOS DE REPERFUSÃO: 1- Melhora da dor 2- Redução do supra em > 50% 3- Arritmia de reperfusao : RIVA (ritmo idioventricular acelerado) TRATAMENTO GERAL DAS SCA CLASSIFICAÇÃO KILLIP PARA IAMCSST Killip I: Sem dispneia ou evidência de IC; Killip II: Dispneia e estertoração discreta; Killip III: Franco edema agudo de pulmão; Killip IV: Choque cardiogênico. COMPLICAÇÕES DO IAM CHOQUE CARDIOGÊNICO: definido como hipotensão persistente (PAS <90 mmHg), associado com sinais de hipoperfusão. Ocorre em 6–10% de todos os casos de IAMCSST e continua sendo uma das principais causas de morte, com taxas de mortalidade hospitalar de 50%. Uma situação especial é o infarto de VD, apresentando classicamente pela a tríade de choque, turgência jugular e pulmões limpos. O manejo inclui a reperfusão precoce, evitar terapia que reduzem a pré-carga (nitrato, morfina e diuréticos) e correção da assincronia AV (correção da FA e BAVT). COMPLICAÇÕES ARRÍTMICAS O quadro de infarto e isquemia transmural altera completamente as propriedades eletrofisiológicas, tornado a área isquêmica instável que podem gerar arritmias fatais. Devem ser feitas medidas de suporte habitual, tendo ênfase no uso de BB IV caso não exista contraindicação, revascularizar precoce caso indicado e ajuste de eletrólitos. Não realizar antiarrítmicos profiláticos e nem tratar arritmias assintomáticas. COMPLICAÇÕES MECÂNICAS Aneurisma Ventricular: ocorre em uma parede fina e discinética. É a complicação mais comum. Pode levar a quadro de IC devido disfunção ventricular e quadro de arritmias. ECG sugestivo com supra de ST em V1 e V2 Ruptura do músculo papilar: ocorrer de 2 a 7 dias após IAM sendo mais comum no músculo posteropapilar por causa da irrigação por uma única artéria. Apresenta um quadro súbito de choque cardiogênico e EAP, associado com novo sopro. Realizar medida de suporte com BIA e tratamento cirúrgico precoce (dependo do caso da para preservar a válvula). Ruptura do Septo Interventricular (CIV): IC congestiva, associado com novo sopro. Realizar medida de suporte com BIA. A cirurgia precoce está associada a uma alta taxa de mortalidade, 20-40%, e alto risco de ruptura ventricular recorrente, devendo ser reservado para os pacientes que não responderam as medidas clínicas iniciais, enquanto a cirurgia tardia facilita o reparo septal no tecido cicatricial, mas traz o risco de extensão da ruptura e morte enquanto espera cirurgia. Ruptura da Parede Livre do VE: evento catastrófico, paciente evolui rapidamente para AESP. Fatores de risco: idade avançada, falta de reperfusão ou fibrinólise tardia. As taxas de mortalidade são da ordem de 20 a 75% e, por vezes pode formar um pseudoaneurisma.
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