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Alterações da Proliferação e Diferenciação Celulares

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Anne Karen Reis ONCOPATOLOGIA 
Alterações da Proliferação e Diferenciação Celulares 
 
INTRODUÇÃO 
Proliferação e diferenciação celulares são 
processos complexos controlados por um sistema 
integrado que mantém a população celular dentro 
de limites fisiológicos. nesse sistema regulatório 
resultam em distúrbios que podem ser de 
proliferação, diferenciação ou ambos. 
CONCEITOS 
Multiplicação celular: responsável pela formação 
Alterações do conjunto de células que compõem os 
seres vivos. 
Diferenciação celular: especialização morfológica 
e funcional que permite o desenvolvimento do 
organismo como um todo integrado. É o processo 
no qual as células se tornam especializadas para 
realizar uma determinada função. 
CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA 
DOS DISTÚRBIOS 
Alterações do 
volume celular 
Hiper e hipotrofia 
Alterações da taxa 
de divisão celular 
Hiper e hipoplasia 
Alterações da 
diferenciação celular 
Metaplasia 
Alterações da 
proliferação e da 
diferenciação 
celulares 
Displasia e neoplasia 
 
HIPOTROFIA 
Redução quantitativa dos componentes estruturais 
e das funções celulares, resultando em diminuição 
do volume das células e dos órgãos atingidos, 
muitas vezes também há diminuição do número de 
células. 
 
FISIOLÓGICA 
Senilidade → quando todos os órgãos e sistemas 
do organismo reduzem suas atividades metabólicas 
e o ritmo de proliferação celular diminui. Não há 
prejuízo funcional porque fica mantido um novo 
estado de equilíbrio. 
PATOLÓGICA 
1. Inanição → deficiência nutricional; 
2. Desuso → quando órgãos ou tecidos 
ficam sem uso por algum tempo. Ex: 
músculos esqueléticos quando são 
imobilizados por um tempo, mas como a 
hipotrofia é um processo reversível a 
musculatura volta ao normal; 
3. Compressão → devido pressão exercida 
por uma lesão expansiva (tumores, cistos); 
4. Obstrução vascular → diminuição do 
fornecimento de O2 e nutrientes causam 
hipotrofia do órgão correspondente; 
5. Substâncias tóxicas que bloqueiam 
sistemas enzimáticos e a produção de 
energia pelas células → Ex: hipotrofia 
dos músculos do antebraço na intoxicação 
por chumbo; 
6. Hormônios → a redução de certos 
hormônios leva a hipotrofia de células e 
órgãos-alvo; 
7. Inervação → a perda de estimulação 
nervosa resulta em hipotrofia muscular. 
Ex: hipotrofia dos músculos dos membros 
inferiores na poliomielite; 
8. Inflamação crônica → Ex: hipotrofia da 
mucosa gástrica na gastrite crônica. 
HIPERTROFIA 
É o aumento dos constituintes estruturais e das 
funções celulares, o que resulta em aumento 
volumétrico das células e dos órgãos afetados. 
Para que esse processo ocorra, é necessário que 
algumas exigências sejam atendidas, como 
receber um maior fornecimento de oxigenação, 
Anne Karen Reis ONCOPATOLOGIA 
as células devem ter suas organelas e sistemas 
celulares íntegros (por esse motivo, células 
degeneradas não conseguem hipertrofiar como as 
células normais) e a inervação deve estar 
preservada. 
A hipertrofia é uma forma de adaptação de células 
e de órgãos frente a maior exigência de trabalho. 
Tecidos e órgãos hipertróficos tornam-se 
aumentados de volume e peso por causa do 
aumento volumétrico de suas células. A 
arquitetura básica do órgão mantém-se 
inalterada, mas aumenta o fluxo de sangue e de 
linfa. 
A hipertrofia é um processo reversível, ou seja, 
cessando o estímulo, a célula volta ao normal. 
FISIOLÓGICA 
Ocorre em certos órgãos e em determinadas fases 
da vida como fenômenos programados. 
Ex: hipertrofia da musculatura uterina durante a 
gravidez. 
PATOLÓGICA 
Não é programada e aparece em consequência de 
estímulos variados. 
Ex: Hipertrofia do miocárdio quando há 
sobrecarga do coração por obstáculo ao fluxo 
sanguíneo (estenose valvar, insuficiência valvar). 
Hipertrofia da musculatura esquelética → Em 
atletas que fazem grande esforços físicos, os 
músculos esqueléticos das regiões submetidas a 
maior trabalho entram em hipotrofia. Em algumas 
dessas condições, a hipertrofia muscular tende a 
ser generalizada, inclusive no coração. 
HIPOPLASIA 
É a diminuição da população celular de um 
tecido, órgão ou parte do corpo. A região afetada 
se torna menor e menos pesada do que o normal, 
mas conserva o padrão arquitetural básico. 
Durante a embriogênese → pode ocorrer defeito 
na formação de um órgão ou de parte dele 
(hipoplasia pulmonar, hipoplasia renal, etc.). 
Após o nascimento → diminuição no ritmo de 
renovação celular ou aumento da taxa de 
destruição. 
FISIOLÓGICA 
1. Involução do timo a partir da puberdade 
e das gônadas no climatério; 
2. Senilidade → além da hipotrofia, também 
ocorre a hipoplasia dos órgãos por 
aumento de apoptose. 
PATOLÓGICA 
1. Hipoplasia da medula óssea por agentes 
tóxicos ou por infecção → anemias 
aplásicas (mais corretamente 
hipoplásicas); 
2. Hipoplasia da medula óssea; 
3. Hipoplasia dos órgãos linfoides na 
AIDS. 
HIPERPLASIA 
Consiste no aumento do número de células de 
um órgão ou de parte dele, por aumento da 
proliferação e/ou diminuição na apoptose. 
Para haver hiperplasia são necessárias as 
mesmas condições já descritas para hipertrofia, 
como suprimento sanguíneo suficiente, integridade 
morfofuncional das células e inervação adequada. 
A capacidade de proliferação hiperplásica tem 
limites. As células hiperplásicas não se 
multiplicam indefinidamente e, embora formem 
uma população nova que cresce no local 
estimulado, conservam os mecanismos de 
controle da divisão celular. Além disso, é um 
processo reversível. 
FISIOLÓGICA 
1. Compensadora → lesão em um dos rins 
hiperplasia o outro. Coexiste com a 
hipertrofia; 
2. Secundárias à hiperestimulação 
hormonal → útero durante a gravidez ou 
mamas na puberdade ou lactação 
PATOLÓGICA 
1. Secundárias à hiperestimulação 
hormonal → produção excessiva de TSH 
provoca hiperplasia da tireoide. 
2. Hiperplasia inflamatória → inflamações 
crônicas, perda de tecido e regeneração 
consecutiva – neoformação conjuntivo-
vascular. 
Anne Karen Reis ONCOPATOLOGIA 
METAPLASIA 
Mudança de um tipo de tecido adulto em outro 
da mesma linhagem. Metaplasia resulta da 
inativação de alguns genes e desrepressão de 
outros. 
A princípio, resulta de irritações persistentes que 
levam ao surgimento de um tecido mais 
resistente. No entanto, o tecido metaplásico pode 
resultar em menor proteção ao indivíduo. Ex: na 
metaplasia escamosa da árvore brônquica no 
tabagismo há prejuízo na síntese de muco e 
desaparecimento dos cílios, importantes como 
defesa do organismo contra infecções. É um 
processo reversível. 
Ocorre devido a: 
1. Agressões mecânicas repetidas. 
Ex: próteses dentárias mal ajustadas no 
epitélio da gengiva ou bochecha; 
2. Irritação por calor prolongado; 
3. Irritação química persistente; 
4. Inflamações crônicas 
TIPOS MAIS FREQUENTES 
1. Transformação de epitélio estratificado 
pavimentoso não queratinizado em 
epitélio queratinizado. 
Ex: epitélio da boca ou esôfago após 
irritação prolongada. 
2. Epitélio pseudoestratificado ciliado em 
pavimentoso, queratinizado ou não. 
Ex: metaplasia brônquica em decorrência 
do tabagismo. 
3. Transformação de tecido cartilaginoso 
em ósseo (calcificações). 
DISPLASIA 
Condição adquirida caracterizada por alterações 
da proliferação e da diferenciação celulares 
acompanhadas de redução ou perda de 
diferenciação das células afetadas. 
Os exemplos mais conhecidos são displasias 
epiteliais → aumento da proliferação e celular e 
redução na maturação das células, que podem 
apresentar algumas atipias celulares e 
arquiteturais. 
Muitas vezes, displasias estão associadas a 
metaplasia ou se originam nela. Ex.: displasias 
de mucosas, como a do colo uterino, de brônquios 
e gástrica. Entretanto,nem sempre uma displasia 
progride para um câncer. 
A atipia mais importante em displasias é a 
cariomegalia, resultante de alterações no teor do 
DNA. No colo uterino, por exemplo, há poliploidia 
e, até mesmo, aneuploidia. 
• Cariomegalia → crescimento do núcleo 
acima do usual; 
• Poliploidia → mutação cromossômica, na 
qual um ou mais conjuntos de 
cromossomos são adicionados; 
• Aneuploidia → aumento ou diminuição de 
um tipo de cromossomo. 
A displasia é um processo mais complexo e com 
mais alterações na expressão de genes que 
regulam a proliferação e a diferenciação das 
células, razão pela qual muitas displasias são 
consideradas lesões pré-cancerosas. 
Grupos de especialistas da OMS atribuem às 
displasias em epitélios a denominação 
neoplasias intraepiteliais. 
Quanto mais grave a displasia, maior o risco de 
sua evolução para um câncer. 
LESÕES E CONDIÇÕES PRÉ-CANCEROSAS 
Essas expressões devem ser entendidas e 
aplicadas criteriosamente, pois podem ter 
conotação imprecisa e incorreta. 
Chama-se pré-cancerosa uma lesão que tem 
maior probabilidade de evoluir para câncer do 
que o tecido normal em que ela se origina. 
Deveriam ser chamadas mais apropriadamente 
lesões potencialmente cancerosas. 
As principais lesões pré-cancerosas conhecidas 
são as displasias, como a do colo uterino, da 
mucosa gástrica, do epitélio brônquico, do epitélio 
glandular da próstata e do epitélio vulvar. 
Certas hiperplasias ou neoplasias benignas são 
também consideradas lesões pré-cancerosas, 
uma vez que têm maior risco de transforma-se 
em neoplasia maligna.

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