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CASO CLÍNICO 2 Descrição da cena inicial: Senhora de 70 anos, com dificuldade de marcha, dá entrada no Pronto Socorro (PS), agitada, pedindo socorro, trazendo criança no colo. Médico e enfermeiro de plantão recebem a senhora e a criança em sala de emergência. Enquanto avaliam sinais vitais, fazem questionamentos sobre a história clínica. Identificação: Gabriel, 6 anos, sexo masculino, branco, natural e procedente de Bauru. A acompanhante é a avó paterna, Clarice. Queixa principal: “Tosse e dificuldade para respirar há 30 minutos” História da moléstia atual: Neste momento, devido intensa dispneia e alterações dos sinais vitais, não foi possível coletar informações para tal registro. Consulta no pronto socorro: Perguntas realizadas para a avó: Há quantos dias está com tosse? A tosse é em crises? “Tosse seca há uns 4 dias, piorava quando brincava correndo.” “Há 1 dia, tosse em crises, praticamente o dia todo, sem conseguir comer, dormir.” A tosse piora à noite/ ao acordar pela manhã? “Acho que a tosse piora no fim da tarde, à noite e no início da manhã, doutor. Mas não tenho certeza. Ai meu Deus!! Meu neto tem que ficar bem!” “Ele fica comigo durante o dia, para a mãe e o pai trabalharem, mas acho que não tenho cuidado dele direito!” Ele teve febre? “Teve febre nos 2 primeiros dias. Ontem, não teve febre.” Ele já teve quadro parecido com este antes? “Acho que parecido, no ano passado, nesta mesma época do ano (março) e em agosto, quando viajou. Na verdade, acho que outras vezes sim…” Sabe se ele havia colocado algo na boca antes de iniciar a tosse e a dificuldade para respirar? “Não vi doutor, acho que não!” Ele tem algum problema de saúde? Faz algum tratamento? “Não. Mas a mãe dele está com dificuldade de levar ao pediatra para as consultas e, para mim, é difícil, doutor, dependo de alguém para me levar!” Ele é alérgico a animais, medicações, alimentos? “Sim, tem alergia a gato. Não tem alergia a medicação ou alimento.” Qual o peso dele, aproximadamente? “22Kg.” Mais alguém em casa doente? “Não.” Exame físico geral: Regular estado geral (REG), mucosas coradas, hidratado, cianose labial, anictérico, irritado, agitado. FC= 135bpm FR= 45 mpm Temperatura axilar= 36,2ºC Saturação periférica de O2 em ar ambiente= 89% EXAME FÍSICO: TÓRAX/ APARELHO RESPIRATÓRIO Inspeção: presença de esforço respiratório, uso de musculatura acessória durante a inspiração, com tiragem subcostal e intercostal. Palpação: expansibilidade reduzida globalmente. Ausculta: murmúrio vesicular (MV) presente, reduzido em todos os campos pulmonares, com sibilos difusamente distribuídos. Sem outras alterações ao exame físico. Conduta imediata: Diante dos sinais de GRAVIDADE e após realização de diagnóstico sindrômico de SÍNDROME BRÔNQUICA, a conduta imediata foi administração de 2 jatos de β2-agonista de curta duração inalatório Aerolin® com uso inalador pressurizado dosimetrado e via espaçador com máscara. Evolução clínica: Após administração de 2 doses da medicação inalatória, a criança evoluiu com o seguinte exame físico: FC= 100bpm FR= 30 mpm Saturação periférica de O2 em ar ambiente = 96% TÓRAX/ APARELHO RESPIRATÓRIO Inspeção: sem alterações. Palpação: expansibilidade presente e simétrica. Ausculta: murmúrio vesicular (MV) fisiológico presente, bilateralmente, com esparsos sibilos expiratórios difusos. → Com a criança estabilizada e fora de risco para evolução para Insuficiência Respiratória Aguda, o médico a manteve em observação na sala de emergência e voltou a entrevista com a avó. Queixa principal e Duração (QD): Febre e coriza há 4 dias. Tosse seca há 4 dias, com piora há 1 dia. Dificuldade para respirar há 30 minutos. História da moléstia atual: Avó relata que a criança começou a apresentar coriza hialina e tosse seca há 4 dias. A tosse era em crises e piorava quando corria, pulava. Também apresentou febre nos 2 primeiros dias. Febre de 37,8-38ºC, sem horário preferencial, 2 vezes ao dia, que melhorava com uso de antitérmico (dipirona). Apenas durante a febre apresentava-se prostrado, inapetente. Há 1 dia, está sem febre. Porém, houve piora da tosse, em crises e, agora, sem fatores identificados de piora. A tosse era tão intensa em alguns momentos que chegou a vomitar 2 vezes. Não estava conseguindo dormir ou se alimentar devido à tosse. Há 30 minutos, dispneia intensa, com dificuldade de falar e agitação. Antecedentes pessoais: Obstétricos / Pré-natais: mãe primigesta e sem intercorrências gestacionais. Neonatais: nascido a termo, sem intercorrências (sic). No último ano, apresentou quadros de crises de tosse semelhantes, alguns com febre, outros não, mas, em nenhuma ocasião, evoluiu da forma como hoje. Vacinação: não sabe relatar se estão em dia. Passa em consultas com pediatra quando está doente, mas os pais não têm conseguido levá-lo, devido ao trabalho. Não usa nenhuma medicação continuamente. Alergia a gato. Antecedentes familiares: Mãe de 29 anos, saudável. Teve Bronquite na infância. Alérgica a carne de porco, produtos de limpeza e cigarro. Pai de 32 anos, saudável. Avó materna portadora de DM, HAS, sequela motora de AVEi prévio. Vacinação em dia. História pessoal e social: Mora com os pais, em casa de alvenaria e com saneamento básico adequado. Começou a frequentar escola novamente este ano (há 1 mês), após reabertura das escolas, no período da manhã. É cuidado pela avó, à tarde (na casa dela), enquanto os pais trabalham. Filho único. Alimentação: Saudável Condutas: ● Solicitado Raio X tórax ântero-posterior no leito; ● Solicitado teste rápido para pesquisa de Coronavírus; ● Solicitado RT-PCR para pesquisa de Coronavírus. Durante o período de espera para resultados dos exames, a criança foi reavaliada quanto à recorrência dos sintomas e sinais. Como ainda apresentava sibilos à ausculta pulmonar e já haviam se passado mais de 20 minutos da medicação inicial, recebeu mais 2 jatos de β2-agonista de curta duração inalatório. Exames complementares: exame Rx de tórax no leito Resultado: Seios costo frênicos livres. Hilos sem alterações. Área cardíaca de contornos e dimensões normais. Cúpulas diafragmáticas sem alterações Exames complementares: Pesquisa antígeno de COVID: Material: Swab Nasal Método: Imunocromatográfico Resultado: Negativo Valor de referência: Negativo Exames complementares: PCR para detecção do novo coronavírus: Material: Swab nasal e orofaríngeo Metodologia: RT-PCR em tempo real Resultado: Não detectado Valores de referência: Não detectado = negativo para o novo coronavírus, detectado = positivo para o novo coronavírus. Condutas: Após resultados de exames, observação e reavaliação clínica, a criança teve diagnóstico de Crise de Broncoespasmo desencadeada por provável Infecção Viral Aguda (IVAS) e recebeu alta com as seguintes orientações: ● Realizadas rápidas orientações sobre fatores precipitantes para crise de broncoespasmo e evitá-los; ● Agendar consulta com pediatra o quanto antes, para tratamento de possível Asma e reavaliação ambulatorial do quadro infeccioso; ● Observação de sinais de alerta para evolução para insuficiência respiratória - procurar PS imediatamente se presentes. Prescritos: ● Sulfato de Salbutamol (Aerolin®) spray 4x/dia, por 5 dias; ● Propionato de fluticasona spray 1x/dia, por 5 dias; ● Prednisolona solução 3mg/mL 4mL 1x/dia, por 5 dias. QUESTÕES NORTEADORAS: PROPEDÊUTICA Clínica e Pediátrica: 1. Com relação a anamnese descrita neste caso, cite 1 particularidade identificada referente a anamnese pediátrica e 1 referente a anamnese em situação de urgência, tendo por base a semiotécnica da anamnese clássica aprendida. Particularidade da anamnese pediátrica: o relator do caso não é o paciente, é a pessoa que o levou ao médico. Particularidade em situação de emergência: colher o HMA (história da moléstia atual) após a estabilização do paciente. 2. Diante do exame físico inicial da criança, enumere as alterações encontradas no exame físico geral e exame físico do tórax/aparelho respiratório. A seguir, descreva os padrões de normalidade esperados paracada um dos itens enumerados. Exame físico geral: cianose central labial, irritado, agitado, FC = 135 bpm, FR = 45 bpm, saturação = 89%. Padrão de normalidade no exame físico geral: acianose, FC = 75 - 115 bpm, FR = até 30 bpm, saturação = maior que 92%. Exame físico do tórax e aparelho respiratório: Dispnéia, uso da musculatura acessória durante a respiração, tiragem subcostal e intercostal, Padrão de normalidade EF tórax e aparelho respiratório: Ventilar sem esforço, fisiologicamente não é necessário o uso da musculatura acessória no ato da respiração, normalmente não ocorre tiragem subcostal e intercostal. 3. Cite 3 alterações encontradas no exame físico inicial desta criança que representam sinais clínicos indicativos de risco para evolução para insuficiência respiratória aguda. Aproveite e descreva (EM GRUPO) como faria a orientação, por escrito, sobre quais sinais clínicos de alerta a avó e os pais deverão observar na criança, sinais estes que, caso presentes, indicarão necessidade de levá-lo imediatamente para serviço de atendimento médico. Alterações encontradas: presença de tiragem subcostal e intercostal, cianose labial (já está grave - hipoxemia) e frequência respiratória elevada. Orientações para observar sinais de alerta: Mudança de cor dos lábios do Gabriel, passando a ser mais arroxeado/azulado; Dificuldade para respirar e realizando muitos movimentos do peito (tórax); Respiração passa a ser mais curta e rápida (acelerada) que o normal, em repouso. Caso perceba algum desses sinais leva imediatamente ao pronto atendimento. 4. Qual o significado fisiopatológico dos sibilos? E quais são as características do exame físico do aparelho respiratório na Síndrome Brônquica por obstrução? O sibilo ocorre quando o fluxo de ar passa a ser turbulento (estreitamento das vias aéreas), o que gera vibração das paredes das vias respiratórias (são mais audíveis da expiração). Características: aumento da frequência respiratória e redução bilateral da expansibilidade, se o paciente estiver hiperinsuflado (asma em crise). Nesse caso também haverá hipersonoridade, redução do frêmito toracovocal e do murmúrio vesicular, bilateralmente. Síndrome brônquica: decorre de acometimento brônquico por enfermidades que provocam redução do calibre e hipersecreção brônquica, na asma é caracterizado por sibilos, roncos e/ou estertores grossos, inspeção e a palpação podem estar normais. 5. Descreva como deve ser caracterizada a queixa de febre? Descreva sucintamente a fisiopatologia da febre. Início, intensidade, duração/constância, modo de evolução, se o paciente aferiu a temperatura, sintomas associados e término e fatores de melhoras /alivio. Fisiopatologia da febre: o limiar térmico se eleva através da ação dos fatores pirogênicos (indutores da elevação da temperatura corporal; alteram a atividade de neurônios hipotalâmicos) sobre o centro termorregulador do hipotálamo. FARMACOLOGIA 1. Na unidade de urgência, foi diagnosticada crise de broncoespasmo e, para o tratamento imediato da criança, o médico prescreveu salbutamol. Com base nisto, explique a escolha da medicação, bem como o seu mecanismo de ação. O salbutamol é um agonista beta-2-adrenérgico de curta duração com efeito imediato. Como a criança estava em uma crise aguda de asma, era necessária a administração de um SABA. Mecanismo de ação → o agonista B-2-adrenérgico causa broncodilatação ao atuar nos receptores beta-2-adrenérgicos da musculatura brônquica. Os beta-2-agonistas ativam o receptor do B2-adrenérgico acoplado à proteína G na superfície celular. A ativação desse receptor leva ao aumento da atividade da adenilcilcase → catalisa a reação ATP em AMPc. AMPc se liga na unidade regulatória da proteína quinase A → promove a liberação da unidade catalítica → fosforila proteínas alvo, relaxando o músculo liso peribrônquico. AMPc inibe a liberação de cálcio dos depósitos intracelulares e reduz o influxo de cálcio através da membrana → relaxamento da musculatura lisa. Os beta-2-agonistas também potencializam a atividade dos glicocorticóides, aumentando a translocação do receptor de GC do citoplasma para o núcleo. 2. Qual a diferença de broncodilatadores conhecidos como SABA, LABA e LAMA? Cite 1 exemplo de cada fármaco. Os B2 adrenérgicos SABA, são de curta duração, mais indicados para um tratamento agudo, para crises esporádicas. Salbutamol. Já os LABA são B2 adrenérgico de longa duração, mais indicados para aqueles que têm crises recorrentes. Salmeterol. LAMA são antagonistas muscarínicos (tiotrópio), que possibilitam uma broncodilatação ligeiramente maior e mais prolongada. Brometo de tiotrópio. 3. A criança recebeu alta com prescrição de fluticasona, a conduta foi correta? Explique com base na fisiopatologia da asma, hipótese levantada pelo médico. Sim, a fluticasona é um glicocorticóide (AIE). A fisiopatologia da asma se baseia na ativação de linfócitos T com perfil Th2 de produção de citocinas na mucosa brônquica. Essas citocinas atraem granulócitos inflamatórios para a superfície da mucosa → IL-5 e fator estimulante de colônias de granulócitos-macrófagos induzem os eosinófilos a produzirem cisteinil-leucotrienos e liberarem proteínas dos grânulos que lesam o epitélio. Citocinas também promovem síntese de IgE e responsividade em alguns asmáticos. Os glicocorticóides induzem apoptose de LTh2 e eosinófilos, o que resulta em diminuição da lesão epitelial, além disso eles regulam os receptores beta 2 e impedem a ação de fatores como o NF KB, impedindo a produção de citocinas. 4. Por que devemos preferir a via inalatória para o tratamento da asma? Prefere-se a via inalatória devido a ação direta dos medicamentos sobre a mucosa respiratória, possuindo rápido início de ação, com efeito máximo em pequenas doses (menor do que via oral) e com baixas concentrações séricas. Além disso, possibilita um menor efeito sistêmico e baixo risco de efeitos adversos. 5. Descreva o mecanismo de ação dos seguintes fármacos no tratamento da asma, dê 1 exemplo de cada fármaco. a. Beta2-agonistas de curta ação e longa ação Os receptores -adrenérgicos estão acoplados à proteína G estimuladora, Gs. A proteína G ativa a adenilil ciclase, que catalisa a produção de monofosfato de adenosina cíclico (cAMP). Nos pulmões, o cAMP provoca uma redução na concentração intracelular de cálcio e, através da ativação da proteinocinase A, inativa a cinase da cadeia leve da miosina levando a broncodilatação. Os agonistas B2 abrem os canais de potássio e tendem a hiperpolarizar as células musculares lisas das vias respiratórias. A combinação de redução do cálcio intracelular, aumento da condutância de potássio da membrana e diminuição da atividade da cinase da cadeia leve de miosina leva ao relaxamento do músculo liso e broncodilatação. ex.: curta - fenoterol longa - salmeterol b. Anticolinérgicos de curta ação Esses agentes anticolinérgicos previnem o aumento da concentração intracelular de Ca2+ provocado pela interação da ACh+receptor muscarínico no músculo liso brônquico >> essa liberação de cálcio ocorre pela sinalização de 2ºs mensageiros envolvendo IP e DAG. ex.: ipratrópio c. Corticoide inalatório e orais Se dá através da interação de fármacos com receptor intracelular específico para glicocorticóides (GR), que são tipo nucleares. Mas não só por este mecanismo, estudos mostram que além da expressão gênica o próprio ligante do receptor pode desencadear as transduções mesmo no compartimento do citosol, ex.: interação com NFkB, tratando-se de ações muito mais rápidas. ex.: inalatório - beclometasona oral - prednisona d. Antileucotrienos Os receptores de leucotrienos são expressos na mucosa respiratória e em células inflamatórias infiltrativas, esses medicamentos irão antagonizar os receptores cysLT1, evitando assim, principalmente, os eventos celulares da inflamação durante uma crise asmática. ex.: zafirlucaste e. Anti IgE Um anti igE se liga ao anticorpo, diminuindo seus níveis livre e também a quantidade de igE ligadas aos receptores FC, inibe a ligação de igEcom mastócitos, basófilos e eosinófilos e também regula a expressão do receptor Fc, dessa forma, a liberação de mediadores inflamatórios serão diminuídas e as reações alérgicas atenuadas. EX: OMALIZUMABE. BMDTI: 1. Considerando o tempo desde o início dos sintomas do paciente e os seus conhecimentos sobre os cuidados que se deve ter para minimizar erros potenciais na fase pré analítica do exame laboratorial, você diria que foi correta a coleta dos exames de swab para pesquisa de Covid-19? Se o paciente estivesse no 1º dia de sintomas, o resultado negativo seria confiável? Explique. Foi incorreta. O resultado feito no primeiro dia de sintomas não seria confiável, pois a replicação viral do início é pequena, não gera níveis detectáveis na pesquisa por antígenos e anticorpos IgG e IgM. Foi correta, o resultado foi coletado no 4° dia de sintomas por pesquisa de antígeno. Caso o exame do paciente tenha sido colhido no primeiro dia de sintomas, não seria um resultado confiável, mesmo sendo teste por antígeno não seria tempo o suficiente para coleta da amostra. (resposta correta) 2. Descreva o que são as técnicas de detecção de antígeno viral e reação em cadeia da polimerase (polymerase chain reaction, PCR). TÉCNICAS DE DETECÇÃO DE ANTÍGENO VIRAL (ELISA): é dividida em direta e indireta. → Direta: é realizada pesquisa de antígenos. A placa é sensibilizada com anticorpos e coloca-se uma amostra sorológica do paciente com seus antígenos, caso tenha Ag para o Ac da placa, eles irão se ligar, se faz uma lavagem para retirar o excesso de antígeno → adição de um anticorpo secundário com marcador → mudança de cor na reação. → Indireta: é realizada pesquisa de anticorpos. A placa é sensibilizada com antígenos e coloca-se uma amostra sorológica do paciente com seus anticorpos, caso tenha Ac para o Ag da placa, eles irão se ligar, se faz uma lavagem para tirar o excesso de anticorpo → adição de um antígeno secundário com marcador → mudança de cor na reação. REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR): é uma técnica da biologia molecular para amplificar uma única ou poucas cópias de um pedaço de DNA e baseia-se no processo de replicação do DNA que ocorre in vivo. Durante o PCR elevadas temperaturas separam as moléculas de DNA em duas cadeias simples, permitindo então a ligação de oligonucleotídeos iniciadores (primers), também em cadeia simples e geralmente constituídos por 15 a 30 nucleótidos, obtidos por síntese química. Então, os dois pares de primers são acrescentados na reação. Se a determinada sequência estiver presente na amostra, ela será multiplicada milhares de vezes, podendo configurar uma reação positiva. 3. Com relação ao exame para pesquisa de antígeno viral disponível naquela unidade de atendimento, os dados do fabricante informam que a sensibilidade do teste é de 90%, a especificidade é de 98%, o valor preditivo positivo de 99% e o valor preditivo negativo de 94%. Defina o que são sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo. Sensibilidade: capacidade de um instrumento de reconhecer os verdadeiramente positivos (diagnosticar corretamente os doentes). → (nº verdadeiros positivos/ total de doentes) x 100 Especificidade: capacidade de um instrumento detectar os verdadeiros negativos (diagnosticar corretamente os sadios). → (nº verdadeiros negativos/ total de não doentes) x 100 Valor preditivo positivo: é a probabilidade de que cada positivo avaliado pelo teste seja um doente (proporção de doentes entre os positivos pelo exame). → (nº verdadeiros positivos/ total de positivos) x 100 Valor preditivo negativo: é a probabilidade de que cada negativo avaliado pelo teste seja um não doente (proporção de não doentes entre os negativos ao exame). → (nº de verdadeiros negativos/ total de negativos) x 100 SCAPS: 1. Com relação ao caso apresentado e considerando que as emergências respiratórias pediátricas estão entre as principais causas de internação em crianças, cite e comente 3 possíveis fatores causais relacionados à evolução para quadro de urgência desta criança. Demora da procura ao médico devido à limitação de locomoção da avó, ausência do acompanhamento médico pediátrico (demora do diagnóstico de asma e falta do tratamento de longa duração) e baixo nível de instrução da avó. 2. Nos antecedentes pessoais, está descrito que a avó não soube relatar se a vacinação do Gabriel está atualizada (em dia) ou não. Considerando o que você aprendeu sobre Vacinação em crianças, identifique uma possível vacina não recebida pela criança, que possa estar relacionada a quadro de IVAS. Ainda, caso Gabriel tenha realmente o diagnóstico de Asma confirmado, ele teria alguma indicação de vacinação específica? O quadro clínico do paciente, pode indicar uma infecção por pneumococo, portanto relacionado com a falta de vacina pneumocócica conjugada. Caso o paciente tenha asma confirmada ele teria indicação da vacina pneumocócica pneumo23 não conjugada. Vacina contra influenza (6 meses a 6 anos, anual) 3. Diante do que foi descrito no caso e considerando seus conhecimentos sobre avaliação multidimensional do idoso, você considera a avó, Clarice, apta a cuidar do neto de 6 anos? Relacione 3 aspectos que considera importantes para justificar sua resposta. Não. A avó do menino possui 70 anos, portanto, apresenta limitações físicas (“dificuldade de marcha”) e perda de memória, além de não possuir condições de transporte caso necessário (“dependo de alguém para me levar”).
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