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ANTIHIPERTENSIVOS

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SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. IECA e BRA .................................................................. 4
3. Alfa e beta- bloqueadores ....................................10
4. Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) .....15
5. Outros anti-hipertensivos .....................................18
Referências bibliográficas ........................................24
3ANTI-HIPERTENSIVOS
1. INTRODUÇÃO
Fisiologicamente, tanto em indivídu-
os normais quanto nos hipertensos, a 
pressão arterial (PA) é mantida pela 
regulação contínua do débito cardí-
aco e da resistência vascular perifé-
rica (PA= DC x RVP) em três sítios 
anatômicos: as arteríolas, as vênulas 
pós-capilares e o coração. Um quar-
to sítio, o rim, também contribui para 
a manutenção da PA ou regulação 
do volume do líquido intravascular. 
Nesses quatro locais, os barorreflexos 
mediados por nervos autônomos atu-
am em combinação com mecanismos 
humorais, como o sistema renina-an-
giotensina-aldosterona, coordenando 
e mantendo a PA normal. O grande 
problema, nos hipertensos, é que 
os barorreceptores e os sistemas de 
controle renais de volume sanguíneo/
PA estão ajustados em um nível mais 
elevado para a manutenção da PA. 
3. Débito da bomba
Coração 
4. Volume
Rins
Renina
AngiotensinaAldosterona
1. Resistência
Arteríolas
2. Capacitância
Vênulas
SNC
Nervos simpáticos
Figura 1. Regulação da PA. Fonte: KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. Ed.
4ANTI-HIPERTENSIVOS
Níveis pressóricos cronicamente au-
mentados estão diretamente relacio-
nados ao aumento do risco de even-
tos cardiovasculares, como acidente 
vascular encefálico (AVE) e doenças 
cardíacas, principais causas de morte 
no mundo. A hipertensão ainda é fa-
tor de risco importante no desenvolvi-
mento de doença renal crônica (DRC) 
e insuficiência cardíaca. Por isso, o 
tratamento com anti-hipertensivos de 
diferentes classes se torna essencial 
na estratégia de reduzir a morbidade 
cardiovascular e renal, além da mor-
talidade em indivíduos hipertensos. 
Para a maioria dos pacientes, o ob-
jetivo da terapêutica é alcançar uma 
pressão arterial sistólica menor que 
140 mmHg e uma pressão diastólica 
menor que 90 mmHg. 
2. IECA E BRA
INIBIDORES DA ENZIMA 
CONVERSORA DE 
ANGIOTENSINA (IECA)
A capacidade de reduzir os níveis 
de Angiotensina II com inibidores da 
Enzima Conversora de Angiotensina 
(ECA) eficazes por via oral representa 
um importante avanço no tratamento 
da hipertensão. O captopril foi o pri-
meiro fármaco desse tipo a ser de-
senvolvido. Desde então, enalapril, li-
sinopril, quinapril, ramipril, bezenapril, 
moexpril, fosinopril, trandolapril e pe-
rinopril foram disponibilizados. 
Ações
Os IECAs diminuem a pressão arterial 
reduzindo a resistência vascular peri-
férica sem aumentar reflexamente o 
débito cardíaco, a frequência cardía-
ca ou a contratilidade cardíaca. Esses 
fármacos bloqueiam a ECA que hi-
drolisa a angiotensina I para formar o 
potente vasoconstritor angiotensina 
II. A ECA também degrada a bradici-
nina, um peptídeo que aumenta a pro-
dução de óxido nítrico e prostaciclinas 
nos vasos sanguíneos. Esses últimos 
são vasodilatadores. Os IECAs dimi-
nuem os níveis de angiotensina II e 
aumentam os níveis de bradicinina. 
Portanto, ocorre a vasodilatação de 
arteríolas e veias. Reduzindo os ní-
veis de angiotensina II circulante, os 
IECAs também diminuem a secreção 
de aldosterona, resultando em menor 
retenção de sódio e água. Os efeitos 
desses fármacos ainda atuam dimi-
nuindo pré-carga e pós-carga cardía-
ca, reduzindo, dessa forma, o trabalho 
cardíaco. 
5ANTI-HIPERTENSIVOS
Figura 2. Fármacos IECA. Fonte: Raffa, R. B. Netter’s illustrated pharmacology. Updated edition. 2014.
Usos terapêuticos
• Os IECAs são fortemente indica-
dos para o uso em pacientes com 
nefropatia diabética, pois retardam 
a progressão dessa entidade no-
sológica e diminuem a albuminú-
ria. Os efeitos benéficos na função 
renal resultam da diminuição da 
pressão intraglomerular devido à 
vasodilatação da arteríola eferente. 
• Os IECAs são usados no cuidado 
de paciente após infarto do mio-
cárdio e são fármacos de primeira 
escolha no tratamento de pacien-
tes com disfunções sistólicas. 
• Após infarto do miocárdio, os IE-
CAs atuam na regressão da hi-
pertrofia ventricular esquerda e 
na prevenção do remodelamento 
ventricular.
• Os IECAs são os fármacos de pri-
meira escolha para tratar insufici-
ência cardíaca, os pacientes hiper-
tensos com DRC e os pacientes 
com risco elevado de doença arte-
rial coronariana. 
6ANTI-HIPERTENSIVOS
• Todos os IECAs são igualmente 
eficazes no tratamento da hiper-
tensão em doses equivalentes. 
Farmacocinética
Os IECAs são biodisponíveis como 
fármaco ou pró-fármaco por via oral. 
Todos são convertidos no metabólito 
ativo no fígado, exceto o captopril e 
o lisinopril, que, dessa forma, podem 
ser preferidos para o tratamento de 
hipertensão em pacientes com grave 
insuficiência hepática. Os IECAs são 
eliminados primariamente pelos rins 
e necessitam, por essa razão, terem 
suas doses ajustadas em pacientes 
com insuficiência renal. As únicas ex-
ceções a essa regra são o fosinopril e 
o moexpril. O enalapril é o único IECA 
disponível para o uso intravenoso. 
Efeitos Adversos
Os efeitos adversos mais comuns são 
tosse seca, erupções cutâneas, fe-
bre, alteração do paladar, hipotensão 
e hipercalemia. A tosse seca ocorre 
em aproximadamente em 10% dos 
pacientes, sendo decorrente prova-
velmente do aumento dos níveis de 
bradicinina e substância P na árvore 
traqueobrônquica. O aumento dos 
níveis de bradicinina também pode 
ocasionar angioedema, um evento 
raro. Os IECAs ainda podem induzir 
malformações fetais e, por isso, são 
contraindicados na gravidez. 
Figura 3. Efeitos dos fármacos IECA. Fonte: WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed.
7ANTI-HIPERTENSIVOS
SAIBA MAIS!
Um fenômeno passageiro observado inicialmente com o uso de IECAs em pacientes com 
insuficiência renal é a elevação de ureia e creatinina sérica, habitualmente de pequena monta 
e reversível.
O uso de IECAs pode provocar hiperpotassemia em pacientes com insuficiência renal, parti-
cularmente diabéticos.
O uso de IECAs pode promover redução da taxa de filtração glomerular e aumento em graus 
variáveis de ureia, creatinina e potássio em pacientes com estenose bilateral das artéria re-
nais ou com estenose de artéria renal em rim único funcionante.
Bloqueadores do receptor de 
angiotensina II (BRA)
São representantes dessa classe a 
losartana, candesartan, eprosartan, 
ibersatan, telmisartan e valsartana. 
Ao antagonizar os efeitos da angion-
tensina II, esses agentes não peptídi-
cos relaxam o músculo liso, provocam 
vasodilatação, aumentam da excre-
ção renal de sal, reduzem o volume 
plasmático e diminuem a hipertrofia 
celular. 
Existem dois subtipos distintos de 
receptores de angiotensina II: AT1 e 
AT2. O subtipo AT1 localiza-se pre-
dominantemente no tecido vascular 
e miocárdico, bem como no cérebro, 
no rim e nas células da zona glomeru-
losa das glândulas suprarrenais, que 
secretam aldosterona. O subtipo AT2 
é encontrado na medula suprarrenal, 
no rim e no SNC e pode desempe-
nhar um papel no desenvolvimen-
to vascular. Geralmente, desenca-
deiam respostas anticrescimento e 
antiproliferativas.
Ações
Os BRAs bloqueiam os receptores 
AT1, diminuindo a sua ativação pela 
angiotensina. Seus efeitos farmaco-
lógicos são simulares aos do IECAs 
por produzirem dilatação arteriolar e 
venosa e bloqueio da secreção de al-
dosterona, reduzindo, assim, a pres-
são arterial e diminuindo a retenção 
de sal e água. Os BRAs se ligam ao 
receptor AT1 com alta afinidade, ten-
do uma seletividade 10.000 vezes 
maior para o receptor AT1 do que 
para o AT2. A ordem de afinidade 
do receptor de AT1 pelos BRA é a 
seguinte:
Olmesartan > Irbersartan = Epro-
sartan > Telmisartan = Valsartana 
= EXP 3174 > Losartana
EXP 3174: é o metabólitoativo da 
losartana 
A inibição das respostas biológicas à 
angiotensina II é máxima e não pode 
8ANTI-HIPERTENSIVOS
ser restaurada na presença de BRA, 
independentemente da concentração 
de angiotensina II. Esses fármacos 
inibem de maneira potente e de modo 
seletivo a maioria dos efeitos bioló-
gicos da angiotensina II, incluindo a 
contração do músculo liso vascular, 
as respostas pressóricas rápidas, as 
respostas pressóricas lentas, a sede, 
a liberação de vasopressina, a secre-
ção de aldosterona, a liberação de 
catecolaminas pelas suprarrenais, o 
aumento da neurotransmissão nora-
drenérgica, o aumento do tônus sim-
pático, as alterações da função renal 
e a hiperplasia e hipertrofia celulares. 
SE LIGA! os BRA não aumentam os 
níveis de bradicinina e NÃO devem ser 
associados com IECA para o tratamento 
da hipertensão devido à similaridade de 
mecanismo e de efeitos adversos.
SAIBA MAIS!
Os BRA têm o potencial de exercer uma inibição mais completa em comparação com os IECA, 
visto que existem outras enzimas, além da ECA, capazes de gerar angiotensina II.
Angiotensina II
Secreção de 
aldosterona
Aumento da 
retenção de sódio e 
de água
Elevação da 
pressão arterial
Vasoconstricção
Aumento da 
resistência vascular 
periférica
BRA
- -
Figura 4. Efeitos dos fármacos BRA. Fonte: KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. Ed.
9ANTI-HIPERTENSIVOS
Farmacocinética
• CANDESARTANO: o candesarta-
no cilexetila é um pró-fármaco ina-
tivo, totalmente hidrolisado à forma 
ativa, o candesartan, durante a sua 
absorção pelo trato gastrintesti-
nal. São obtidos níveis plasmáti-
cos máximos em 3-4 horas após a 
administração oral, com meia-vida 
plasmática de cerca de 9 horas. A 
depuração plasmática do cande-
sartan ocorre por eliminação renal 
(33%) e excreção biliar (67%). Essa 
depuração é afetada pela insufici-
ência renal, mas não pela insufici-
ência hepática leva a moderada. 
• EPROSARTAN: são obtidos ní-
veis plasmáticos máximos em 1-2 
horas após administração oral. A 
meia-vida plasmática varia de 5-9 
horas. O eprosartan é metaboliza-
do, em parte, ao conjugado glicu-
ronídeo. A depuração é feita atra-
vés de eliminação renal e excreção 
biliar. A depuração plasmática do 
eprosartan é afetada pelas insufi-
ciências renal e hepática.
• IRBESARTAN: são obtidos níveis 
plasmáticos em cerca de 2 horas 
após a administração oral. A meia-
-vida é de 11-15 horas. O irbe-
sartan é metabolizado, em parte, 
ao conjugado glicuronídeo, sendo 
o composto original e seu conju-
gado glicuronídeo depurados por 
eliminação renal (20%) e excreção 
biliar (80%). Sua depuração não é 
afetada pelas insuficiências renal 
ou hepática leve a moderada. 
• LOSARTANA: cerca de 14% de 
uma dose oral são convertidos 
no metabólito ácido 5-carboxílico 
(EXP 3174), que é mais potente do 
que a losartana como antagonis-
ta dos receptores AT1. Os níveis 
plasmáticos máximos são alcan-
çados dentro de 1-3 horas após 
a administração oral. As meias-vi-
das plasmáticas são de 2,5 h para 
o losartano e de 6-9 h para o EXP 
3174. A depuração plasmática do 
losartano e do EXP 3174 é afetada 
pela presença de insuficiência he-
pática, mas não pela renal. 
• TELMISARTAN: são obtidos ní-
veis plasmáticos máximos em 
0,5-1 hora após a administração 
oral. A meia-vida é de cerca de 
24 horas. Sua depuração ocorre, 
principalmente, por secreção biliar 
do fármaco intacto. A depuração 
plasmática do telmisartan é afeta-
da pela insuficiência hepática, mas 
não pela insuficiência renal. 
• VALSARTANA: os níveis plasmá-
ticos máximos ocorrem em 2-4 ho-
ras após administração oral. A meia 
vida é de cerca de 9 horas. A pre-
sença de alimento diminui acentua-
damente a absorção. A valsartana é 
depurada da circulação pelo fígado 
(70% da depuração total). Sua de-
puração é afetada pela insuficiência 
hepática, mas não pela renal. 
10ANTI-HIPERTENSIVOS
Efeitos Adversos
Em geral, os BRAs são bem tolera-
dos. Quando ocorrem, os efeitos co-
laterais assemelham-se àqueles des-
critos sobre os IECA. A incidência de 
angioedema e tosse é muito menor 
do que aquela observada com IECAs. 
Assim como esses, os BRAs também 
têm potencial teratogênico e devem 
ser interrompidos durante a gravidez. 
Em pacientes cuja pressão sanguínea 
ou função renal dependem muito do 
Sistema Renina-Angiotensina (SRA) 
(estenose da artéria renal, por exem-
plo) os BRAs podem provocar hipo-
tensão, oligúria, azotemia progressiva 
ou insuficiência renal aguda. Paciente 
com doença renal ou em uso de su-
plementos de potássio ou ainda diu-
réticos poupadores de potássio estão 
sujeitos a hipercalemia quando BRAs 
se fazem presentes. 
3. ALFA E 
BETA- BLOQUEADORES
ALFA-BLOQUEADORES
Os antagonistas dos receptores α 
exibem um amplo espectro de es-
pecificidades farmacológicas e são 
quimicamente heterogêneos. Alguns 
desses agentes possuem afinida-
des acentuadamente diferentes pe-
los receptores α1 e α2. A prazosina, 
por exemplo, é muito mais potente no 
bloqueio dos receptores α1 do que 
no dos receptores α2. A ioimbina, por 
sua vez, é α2-seletiva. 
Ações
No sistema cardiovascular, a prazosi-
na, a doxazosina e a terazosina pro-
duzem bloqueio de adrenoceptores 
α1. Eles diminuem a resistência vas-
cular periférica e reduzem a pressão 
arterial, relaxando os músculos lisos 
de artérias e veias. Esses fármacos 
ocasionam mínimas alterações no 
débito cardíaco, no fluxo sanguíneo 
renal e na velocidade de filtração glo-
merular. Por isso, não ocorre taquicar-
dia no tratamento prolongado, mas 
sim retenção de sal e água. 
11ANTI-HIPERTENSIVOS
SAIBA MAIS!
Os α1-bloqueadores não afetam adversamente os perfis dos lipídeos plasmáticos e até mes-
mo podem ter efeitos benéficos sobre eles. No entanto, essa propriedade não demonstrou 
qualquer benefício nos resultados clínicos.
Usos terapêuticos
Devido aos resultados fracos e ao 
perfil de efeitos adversos os α-blo-
queadores não são recomendados no 
tratamento inicial da hipertensão.
Preferencialmente, os α-bloqueado-
res são mais utilizados em associação 
com outros agentes, como ẞ-bloque-
ador ou diurético. 
Em virtude de seus efeitos benéficos 
em homens com hiperplasia prostá-
tica e sintomas de obstrução vesical, 
esses fármacos são usados primaria-
mente em homens com hipertensão 
e hiperplasia prostática benigna. 
Farmacocinética
A prazosina é bem absorvida após 
administração oral, sendo suas con-
centrações plasmáticas máximas al-
cançadas em 1-3 horas após a dose 
oral. Esse fármaco liga-se fortemen-
te as proteínas plasmáticas (prima-
riamente à glicoproteína α1 ácida) e 
apenas 5% encontram-se livres na 
circulação. As doenças que modifi-
cam a concentração dessa proteína 
(processos inflamatórios, por exem-
plo) podem alterar a fração livre desse 
fármaco. A prazosina é biotransfor-
mada no fígado e apenas uma pe-
quena quantidade inalterada é excre-
tada pelo rim. Sua meia-vida é cerca 
de 3 horas e pode se prolongar para 
6-8 horas na vigência de insuficiência 
cardíaca congestiva. 
A doxazosina é um análogo estrutu-
ral da prazosina altamente seletivo 
dos receptores α1. Sua meia vida é de 
cerca de 20 horas e sua ação pode 
se estender por 36h. É extensamen-
te biotransformada no fígado e seus 
metabólitos são eliminados, em sua 
maior parte, nas fezes. 
A terazosina também é um análogo 
estrutural próximo a prazosina. É me-
nos potente do que a prazosina, po-
rém mantém uma especificidade pe-
los receptores α1. Sua meia-vida é de 
cerca de 12 horas e sua ação se es-
tende por mais de 18 horas. A terato-
zina também é bastante metaboliza-
da, porém, sofre pouco metabolismo 
de primeira passagem.
Efeitos Adversos
O principal efeito adverso potencial 
da prazosina e seus análogos é o 
efeito de primeira passagem. Esse é 
12ANTI-HIPERTENSIVOS
caracterizado como hipotensão pos-
tural e síncope observados 30 a 90 
minutos após uma dosagem inicial 
da prazosina e 2 a 6 horas após a 
dosagem inicial de doxazosina. Fora 
isso, tontura, palpitações, cefaleiae 
fadiga também podem ocorrer, po-
rém são pouco frequentes e leves. 
Figura 4. Efeitos adversos dos alfa-bloqueadores. Fonte: WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed.
Beta- bloqueadores
O propranolol é um antagonista com-
petitivo dos receptores ẞ e continua 
sendo o protótipo com o qual são 
comparados os beta-bloqueadores. 
Esses fármacos podem ser distin-
guidos pelas propriedades de seleti-
vidade em relação aos receptores ẞ1 
e ẞ2. Além disso, desempenham ati-
vidade simpaticomimética, bloqueio 
dos receptores ẞ e apresentam di-
ferenças no que diz respeito a lipos-
solubilidade e a capacidade de indu-
zir vasodilatação. Entre os inúmeros 
ẞ-bloqueadores testados, a maioria 
apresentou efetividade anti-hiperten-
siva. As propriedades farmacológicas 
de vários desses agentes diferem em 
certos aspectos que podem conferir 
benefícios terapêuticos em determi-
nadas situações clínicas. 
Propranolol
Esse foi o primeiro ẞ-bloqueador que 
demonstrou ser efetivos no trata-
mento da hipertensão e da cardiopa-
tia isquêmica. Sua eficácia terapêuti-
ca e a maioria de seus efeitos tóxicos 
resultam do bloqueio não seletivo. O 
propranolol diminui a pressão arterial, 
principalmente em decorrência de re-
dução do débito cardíaco. Além disso, 
inibe a estimulação da produção de 
renina pelas catecolaminas que es-
timulam os receptores ẞ1 nos rins. É 
provável que o efeito do propranolol se 
deva, em parte, à depressão do siste-
ma renina-angiotensina-aldosterona. 
13ANTI-HIPERTENSIVOS
Apesar de ser mais efetivo para pa-
cientes com alta atividade da renina 
plasmática, esse fármaco também re-
duz a pressão arterial em pacientes 
hipertensos com atividade da renina 
normal ou até mesmo baixa. Os mais 
importantes efeitos adversos ob-
servados são bradicardia ou doença 
de condução cardíaca, crise asmáti-
ca, insuficiência vascular periférica e 
diabetes. 
Metoprolol e atenolol
O metoprolol e o atenolol são ẞ-blo-
queadores cardiosseletivos muito 
bem empregados no tratamento da 
hipertensão. A cardiosseletividade 
desses fármacos é relativa e pode ser 
vantajosa no tratamento de pacien-
tes hipertensos que possuem asma, 
diabetes ou doença vascular periféri-
ca concomitante. O metoprolol é bas-
tante metabolizado pela CYP2D, com 
alto metabolismo de primeira passa-
gem. Sua meia-vida é relativamente 
curta, de 4-6 horas. No entanto, exis-
tem preparações de liberação prolon-
gada que podem ser administradas 
em dose única ao dia. O metoprolol 
de liberação prolongada é efetivo na 
redução na mortalidade por insufici-
ência cardíaca. O atenolol não sofre 
extenso metabolismo e é excretado 
pela urina principalmente. Sua meia 
vida é de 6 horas. Os estudos já mos-
traram que o atenolol é menos efetivo 
que o metoprolol na prevenção das 
complicações da hipertensão. 
Nadolol e carteolol
O nadolol e o carteolol são antago-
nistas não seletivos dos receptores ẞ. 
Não sofrem extenso metabolismo e 
são excretados, em grau considerável 
pela urina. 
Betaxolol e bisoprolol
O betaxolol e o bisoprolol são blo-
queadores ẞ1-seletivos, metaboliza-
dos primariamente no fígado e com 
meias-vidas prolongadas. 
Pindolol, acebutolol e pembutolol
Esses fármacos são considerados 
agonistas parciais. Eles são ẞ-blo-
queadores com alguma atividade 
simpaticomimética intrínseca. Qual-
quer um dos três consegue reduzir 
a pressão arterial ao diminuir a re-
sistência vascular e deprimir o débi-
to cardíaco ou a frequência cardíaca. 
Isso ocorre talvez devido a efeitos 
agonistas significativamente maiores 
do efeitos antagonistas no receptores 
ẞ2. Pacientes com bradiarritmias ou 
doença vascular periférica podem se 
beneficiar desses fármacos. 
14ANTI-HIPERTENSIVOS
Labetalol, carvedilol e nebivolol
Esses fármacos exercem efeitos tan-
to ẞ-bloqueadores quanto vasodila-
tadores. O labetalol exerce a redução 
da pressão arterial devido à diminui-
ção da resistência vascular sistêmica 
através do bloqueio α, sem alteração 
significativa da frequência cardíaca ou 
do débito cardíaco. Em virtude de sua 
atividade α e ẞ-bloqueadora combi-
nada, o labetalol pode ser usado no 
tratamento da hipertensão ocasiona-
da por feocromocitoma e nas emer-
gências hipertensivas. O carvedilol é 
um bloqueador não seletivo dos re-
ceptores ẞ-adrenérgicos. Sua meia 
vida é de 7 a 10 horas. Ele diminui 
a mortalidade em pacientes com in-
suficiência cardíaca. O nebivolol, por 
sua vez, é um bloqueador ẞ1-seleti-
vo com propriedades vasodilatadoras 
que não são mediadas por bloqueio α. 
Seu efeito vasodilatador pode decor-
rer do aumento da liberação endote-
lial de óxido nítrico por meio da indu-
ção da óxido nítrico sintase endotelial. 
A meia-vida do nebivolol é de 10 a 12 
horas. 
Esmolol
O esmolol é um bloqueador ẞ1 seleti-
vo rapidamente metabolizado por es-
terases eritrocitárias por meio de sua 
hidrólise. Apresenta meia-vida curta 
de 9 a 10 minutos e é administrado 
na forma de infusão venosa constan-
te. O esmolol é usado no controle da 
hipertensão intra e pós-operatória, 
e, algumas vezes, em emergências, 
particularmente quando a hiperten-
são está associada à taquicardia. 
Usos terapêuticos
De maneira geral, a vantagem terapêu-
tica primária dos beta-bloqueadores é 
observada em pacientes hipertensos 
com doença cardíaca concomitante, 
como taquiarritmia supraventricular 
(fibrilação atrial, por exemplo), infarto 
do miocárdio prévio, angina pectoris e 
insuficiência cardíaca crônica. Doen-
ças broncoespásticas, como a asma, 
bloqueio de segundo e terceiro graus 
e doença vascular periférica grave 
são condições que desaconselham o 
uso de beta-bloqueadores. 
Efeitos Adversos
Os beta-bloqueadores podem causar 
bradicardia, hipotensão e efeitos ad-
versos no Sistema Nervoso Central 
(SNC), como fadiga, letargia e insô-
nia. Ainda podem diminuir a libido e 
causar disfunção erétil, o que pode 
reduzir acentuadamente a adesão do 
paciente. Alterações nos padrões lipí-
dicos séricos também fazem parte dos 
efeitos adversos. Os beta-bloqueado-
res não seletivos podem desregular o 
metabolismo lipídico, diminuindo a li-
poproteína de alta densidade (HDL) e 
aumentando os triglicerídeos.
15ANTI-HIPERTENSIVOS
A retirada desses fármacos de forma 
abrupta pode causar angina, infar-
to do miocárdio e até mesmo morte 
súbita de pacientes com doença car-
díaca isquêmica. Por isso, devem ser 
reduzidos gradualmente ao longo 
de algumas semanas em pacientes 
com hipertensão e doença cardíaca 
isquêmica. 
Figura 6. Efeitos adversos dos Beta-bloqueadores. Fonte: WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed.
4. BLOQUEADORES DOS 
CANAIS DE CÁLCIO (BCC)
Os canais de Ca2+ sensíveis à volta-
gem (canais de tipo L ou lentos) me-
deiam a entrada de Ca2+ extracelular 
nos miócitos musculares lisos e car-
díacos e nas células do nó sinoatrial 
(SA) e do nó atrioventricular (AV) em 
resposta à despolarização elétrica. 
Nos miócitos tanto do músculo liso 
quanto cardíacos, o Ca2+ deflagra o 
processo de contração, embora por 
mecanismos diferentes. Os bloque-
adores dos canais de cálcio inibem 
a função dos canais de Ca2+. Nos 
músculo liso vascular, essa ação re-
sulta em relaxamento, principalmen-
te, nos leitos arteriais. Esses fármacos 
também podem produzir efeitos ino-
trópicos e cronotrópicos negativos no 
coração. 
Classes de BCCs
Os BCCs são divididos em três clas-
ses químicas, cada uma com proprie-
dades farmacocinéticas e indicações 
clínicas diferentes.
Difenilalquilaminas
O verapamil é o representante des-
sa classe. Ele é o menos seletivo dos 
BCCs e apresenta efeitos significati-
vos nas células cardíacas e no mús-
culo liso vascular. É usada, além da 
hipertensão, no tratamento de angina 
e das taquiarritmias supraventricula-
res, bem como para prevenir a enxa-
queca e a cefaleia em salvas. 
16ANTI-HIPERTENSIVOS
Benzodiazepínico
O diltiazem é o representante dessa 
classe. Como o verapamil, o diltiazem 
afeta tanto as células cardíacas quan-
to as do músculo liso vascular, mas 
apresenta efeitoinotrópico cardíaco 
negativo menos pronunciado quando 
comparado ao verapamil. 
Di-Hidropiridinas
Esta classe de BCCs inclui o nifedipi-
no, o anlodipino, o felodipino, o isra-
dipino, o nicardipino e o nisoldipino. 
Todas as di-hidropiridinas apresen-
tam uma afinidade pelos canais de 
cálcio vasculares maior do que pelos 
canais de cálcio do coração. Por isso, 
esses fármacos são, particularmente, 
benéficos no tratamento da hiperten-
são. As di-hidropiridinas têm a van-
tagem de interagir pouco com outros 
fármacos cardiovasculares, como a 
digoxina ou varfarina, que são fre-
quentemente usados em conjunto 
com os BCCs. 
Figura 7. Ação dos fármacos Bloqueadores do Canal de Cálcio. Fonte: WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed.
Ações
A concentração intracelular de cál-
cio atua na manutenção do tônus da 
musculatura lisa e na contração do 
miocárdio. O cálcio entra nas células 
musculares através dos canais vol-
tagem-sensíveis. Isso dispara a libe-
ração de cálcio do retículo sarcoplas-
mático e da mitocôndria, aumentando 
adicionalmente o nível de cálcio cito-
sólico, Os BCCs bloqueiam a entrada 
de cálcio por se ligarem aos canais de 
cálcio do tipo L no coração e nos mús-
culos lisos dos vasos coronarianos e 
arteriolares periféricos. O resultado 
disso é o relaxamento do músculo liso 
vascular, dilatando, principalmente as 
arteríolas. 
Usos terapêuticos
• No tratamento da hipertensão, os 
BCCs podem ser usado como tra-
tamento inicial ou adicional.
17ANTI-HIPERTENSIVOS
• Os BCCs são úteis no tratamen-
to de pacientes hipertensos que 
também possuem asma, diabe-
tes ou doença vascular periférica, 
pois não apresentam o potencial 
de afetar adversamente essas 
condições.
• Todos os BCCs são úteis no trata-
mento da angina.
• O diltiazem e o verapamil são usa-
dos no tratamento da fibrilação atrial.
Farmacocinética
A maioria dos BCCs apresenta meia-
-vida curta de 3 a 8 horas após uma 
dose oral. Preparações de liberação 
sustentada estão disponíveis e per-
mitem a utilização de dose única diá-
ria. O anlodipino tem meia-vida muito 
longa e não precisa de formulação 
estendida. 
Efeitos adversos
Bloqueio atrioventricular de primeiro 
grau e constipação são efeitos ad-
versos dose-dependentes do vera-
pamil. O verapamil e o diltiazem de-
vem ser evitados em pacientes com 
insuficiência cardíaca congestiva ou 
com bloqueio atrioventricular, devido 
aos efeitos inotrópicos e dromotrópi-
cos negativos. A redução da pressão 
arterial pela di-hidropiridinas podem 
ocasionar tontura, cefaleia e sensa-
ção de fadiga. O edema periférico 
também é comum. A nifedipina e ou-
tras di-hidropiridinas podem causar 
hiperplasia gengival. 
Figura 8. Efeitos adversos dos fármacos Bloqueadores do Canal de Cálcio. 
Fonte: WHALEN, Karen. Farmacologia ilustrada. 6. ed.
18ANTI-HIPERTENSIVOS
5. OUTROS 
ANTI-HIPERTENSIVOS
Vasodilatadores diretos
Essa classe é formada pelos vasodi-
latadores orais, a hidralazina e o mi-
noxidil, utilizados na terapia ambula-
torial de longo prazo da hipertensão; 
pelos vasodilatadores parenterais, 
como o nitroprusseto, o diazóxido e 
o fenoldopam; pelos bloqueadores 
dos canais de cálcio ( já supracita-
dos) e pelos nitratos, administrados 
principalmente na angina. 
Todos os vasodilatadores úteis na hi-
pertensão relaxam a musculatura lisa 
das arteríolas, diminuindo, dessa for-
ma, a resistência vascular periférica. 
O nitroprusseto de sódio e os nitra-
tos também relaxam as veias. A di-
minuição da resistência arterial e da 
pressão arterial média desencadeia 
respostas compensatórias mediadas 
por barorreceptores e pelo sistema 
nervoso simpático, bem como pela 
renina, angiotensina e aldosterona. 
Em indivíduos com reflexos simpáti-
cos intactos, a terapia com vasodila-
tadores não provoca hipotensão or-
tostática nem disfunção sexual. 
Os vasodilatadores atuam melhor 
em combinação com outros agen-
tes anti-hipertensivos que se opõem 
às respostas cardiovasculares 
compensatórias.
Hidralazina
A hidralazina dilata as arteríolas, mas 
não as veias. Ela pode ser usada de 
maneira mais efetiva de modo combi-
nado com outros agentes anti-hiper-
tensivos, sobretudo no tratamento da 
hipertensão grave. A combinação de 
hidralazina com nitratos também é 
efetiva contra a insuficiência cardíaca 
e deve ser considerada para pacien-
tes hipertensos que apresentam essa 
patologia, particularmente negros. A 
hidralazina é rapidamente metaboli-
zada pelo fígado durante sua primei-
ra passagem. Sua meia-vida caria de 
1,5 a 3 horas, porém os efeitos vascu-
lares persistem por mais tem devido à 
intensa ligação ao tecido vascular. Os 
efeitos adversos mais comuns são ce-
faleia, náuseas, anorexia, palpitações, 
sudorese e rubor. Em pacientes com 
cardiopatia isquêmica, taquicardia re-
flexa e estimulação simpática, pode 
haver angina ou arritmias isquêmi-
cas. Com doses acima de 40 mg/dia é 
possível a manifestação de uma sín-
drome semelhante ao lúpus eritema-
toso, caracterizada por artralgia, mial-
gia, erupções cutâneas e febre.
Minoxidil
O minoxidil é um vasodilatador muito 
eficaz e ativo por via oral. O efeito re-
sulta da abertura dos canais de potás-
sio nas membranas musculares lisas 
pelo sulfato de minoxidil (metabólito 
ativo). O aumento da permeabilidade 
19ANTI-HIPERTENSIVOS
ao potássio estabiliza a membrana 
em seu potencial de repouso e torna 
menos provável a contração. Assim 
como a hidralazina, o minoxidil dilata 
as arteríolas, mas não as veias. Seu 
uso está reservado em situações nas 
quais doses máximas de hidralazina 
não são efetivas ou ainda para pacien-
tes com insuficiência renal e hiperten-
são grave que não responde de modo 
satisfatório à hidralazina. O minoxidil 
deve ser utilizado em combinação 
com um ẞ-bloqueador e com um diu-
rético de alça. Os efeitos adversos 
mais comuns são cefaleia, sudorese 
e a hipertricose, particularmente em 
mulheres. Taquicardia, palpitações, 
angina e edema ocorrem quando são 
administradas doses inadequadas de 
ẞ-bloqueadores e diuréticos.
Nitroprusseto de sódio
É um poderoso vasodilatador admi-
nistrado por via parenteral, utilizado 
no tratamento de emergências hiper-
tensivas, bem como na insuficiência 
cardíaca grave. O nitroprusseto di-
lata os vasos tanto arteriais quanto 
venosos, com consequente redução 
da resistência vascular periférica. A 
ação ocorre em consequência da ati-
vação da enzima guanililciclase, por 
meio da liberação de óxido nítrico, ou 
por estimulação direta da enzima. O 
nitroprusseto é rapidamente metabo-
lizado pela captação dos eritrócitos, 
com liberação de cianeto. Ele reduz 
de forma rápida a pressão arterial, 
porém seus efeitos desaparecem em 
1 a 10 minutos. Além de redução ex-
cessiva da PA, o efeito adverso mais 
grave observado está associado ao 
acúmulo de cianeto. Já foi constatada 
a ocorrência de acidose metabólica, 
hipotensão excessiva e morte. 
Diazóxido
É um dilatador arteriolar efetivo e de 
ação relativamente longa, administra-
do por via parenteral, usado em cer-
tas ocasiões no tratamento de emer-
gências hipertensivas. A injeção de 
diazóxido resulta em rápida queda 
da resistência vascular sistêmica e da 
pressão arterial média. Esse fárma-
co assemelha-se quimicamente aos 
diuréticos, porém não tem nenhuma 
atividade diurética. Ele se liga exten-
samente a albumina sérica e ao te-
cido vascular, sendo metabolizado 
parcialmente. Suas vias metabólicas 
ainda não estão bem elucidadas. Em 
doses altas (acima de 300 mg) pro-
duz efeito hipotensor excessivo. 
Fenoldopam
É um dilatador arteriolar periférico 
usado em emergências hipertensi-
vas e na hipertensão pós- operatória. 
Atua, principalmente, como agonista 
dos receptores D1 da dopamina, re-
sultando em dilatações das artérias 
periféricas e natriurese. O fenoldopam 
20ANTI-HIPERTENSIVOS
é rapidamente metabolizado por con-
jugação principalmente. Ele apresen-
ta meia-vida de 10 minutos e é ad-
ministrado por infusão intravenosa 
contínua. Seus principais efeitos ad-
versosconsistem em taquicardia re-
flexa, cefaleia e rubor. O fenoldopam 
também aumenta a pressão intraocu-
lar e deve ser evitado em pacientes 
com glaucoma. 
Nitratos
A nitroglicerina pode ser considera-
da o protótipo desse grupo. Ela relaxa 
todos os tipos de músculo liso, inde-
pendentemente da etiologia do tônus 
muscular preexistente. Praticamente 
não há efeito sobre o músculo car-
díaco. Os principais efeitos adversos 
hipotensão ortostática, taquicardia e 
cefaleia pulsátil. 
MECANISMO EXEMPLOS
Liberação de óxido nítrico a partir de fármaco ou do 
endotélio.
Nitroprusseto, hidralazina, nitratos, histamina, 
acetilcolina
Redução do influxo de cálcio Verapamil, diltiazem, nifedipino
Hiperpolarização da membrana do músculo liso por 
meio de canais de potássio
Minoxidil, diazóxido
Ativação dos receptores dopaminérgicos Fenoldopam
Fonte: KATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. Ed.
Simpaticoplégicos de ação central
Esses fármacos reduzem a descarga 
simpática dos centros vasomotores 
no tronco encefálico, porém permi-
tem que tais centros conservem ou 
até mesmo aumentem a sua sensi-
bilidade ao controle barorreceptor. 
Consequentemente, as ações anti-
-hipertensivas e tóxica desses fár-
macos dependem menos da postura 
do que dos efeitos que atuam dire-
tamente sobre neurônios adrenér-
gicos. Com exceção da clonidina, os 
simpaticoplégicos de ação central 
são, atualmente, pouco utilizados. 
Metildopa
A metildopa, hoje, é prescrita, sobre-
tudo para a hipertensão durante a 
gravidez. Ela diminui a pressão arte-
rial, principalmente, pela redução da 
resistência vascular periférica, com 
diminuição variável da frequência car-
díaca e do débito cardíaco. A maioria 
dos reflexos cardiovasculares per-
manece intacta após a administração 
21ANTI-HIPERTENSIVOS
de metildopa e a redução da PA não 
depende acentuadamente da postu-
ra. Algumas vezes, ocorre hipotensão 
postural. A metildopa é uma análogo 
do L-dopa, convertido em α-metildo-
pamina e α-metilnorepinefrina. Sua 
ação anti-hipertensiva parece estar 
relacionada com a estimulação dos 
receptores α-adrenérgicos centrais 
pela α-metilnorepinefrina ou α-metil-
dopamina. O efeito adverso mais co-
mum da metildopa é a sedação, par-
ticularmente no início da tratamento. 
Com a terapia de longo prazo, os pa-
cientes podem queixar-se de cansa-
ço mental persistente e diminuição da 
concentração mental. A lactação tam-
bém pode ocorrer tanto em homens 
ou mulheres tratados com metildopa 
devido a um aumento na secreção 
de prolactina. Pesadelos, depressão, 
vertigem e sinais extrapiramidais são 
relativamente raros.
Clonidina
A redução da PA pela clonidina decor-
re de uma diminuição do débito cardí-
aco, devido à frequência cardíaca di-
minuída e ao relaxamento dos vasos 
de capacitância (veias), bem como de 
uma redução da resistência vascular 
periférica. Após a injeção intravenosa, 
a clonidina produz um breve elevação 
da PA, seguida de hipotensão mais 
prolongada. A resposta pressórica 
se deve à estimulação direta dos re-
ceptores α-adrenérgicos nas arterío-
las. Esse fármaco é classificado como 
agonista parcial dos receptores α, vis-
to que também inibe os efeitos pres-
sóricos de outros α-agonistas. Em re-
lação aos efeitos adversos é comum 
que haja o ressecamento da boca e 
sedação. Ambos os efeitos são me-
diados centralmente, dependem da 
dose e coincidem cronologicamen-
te com o efeito anti-hipertensivo do 
fármaco. 
SAIBA MAIS!
A interrupção de clonidina após uso prolongado, principalmente em doses altas (mais de 1 
mg/dia), pode resultar em crise hipertensiva potencialmente fatal, mediada pelo aumento da 
atividade nervosa simpática. Devido a isso, se houver a necessidade de interromper seu uso, 
a suspenção deve ocorrer de modo gradual, enquanto são introduzidos outros anti-hiperten-
sivos em seu lugar.
Bloqueadores adrenérgicos
Esses fármacos reduzem a pressão 
arterial ao impedirem a liberação fi-
siológica da norepinefrina dos neurô-
nios simpáticos pós-ganglionares.
Guanetidina
A guanetidina inibe a liberação de no-
repinefrina das terminações nervosas 
simpáticas. Ela é transportada através 
da membrana dos nervos simpáticos 
22ANTI-HIPERTENSIVOS
pelo mesmo mecanismo que trans-
porta a própria norepinefrina, ou seja, 
pelo NET (transportador de norepine-
frina dependente de sódio-cloreto). 
Após penetrar no nervo, a guanetidina 
concentra-se em vesículas transmis-
soras, onde substitui a norepinefrina. 
Devido a isso, esse fármaco provoca 
depleção gradual das reservas de no-
repinefrina na transmissão nervosa. 
O uso terapêutico da guanetidina é 
associado com frequência à hipoten-
são postural sintomática e hipoten-
são após o exercício, particularmente 
quando o fármaco é administrado em 
doses altas. Nos homens, a simpati-
coplegia induzida pela guanetidina 
pode ocasionar ejaculação tardia ou 
retrógrada. Diarreia também é um 
efeito adverso comum devido ao pre-
domínio parassimpático no controle 
da atividade do músculo liso intesti-
nal. A guanetidina ainda pode produ-
zir crise hipertensiva pela liberação 
de catecolaminas em pacientes por-
tadores de feocromocitoma.
Reserpina
A reserpina bloqueia a capacidade de 
captação e armazenamento das ami-
nas biogênicas pelas vesículas trans-
missoras aminérgicas, provavelmente 
ao interferir no transportador associa-
do à membrana vesicular. Esse efeito 
é observado em todo corpo, resul-
tando em depleção de norepinefrina, 
dopamina e serotonina em neurônios 
tanto centrais como periféricos. A de-
pleção das aminas periféricas é o pro-
vável responsável, em grande parte, 
pelo efeito anti-hipertensivo benéfico 
da reserpina. Em doses altas, costu-
ma provocar sedação, cansaço, pesa-
delos e depressão mental grave. Pou-
co frequentemente, a reserpina, nas 
doses baixas habituais, pode produ-
zir sintomas extrapiramidais que se 
assemelham à doença de Parkinson, 
provavelmente em consequência da 
depleção de dopamina no corpo es-
triado. Com bastante frequência a re-
serpina provoca diarreia leve e cólicas 
gastrintestinais e aumenta a secreção 
de ácido gástrico. 
23ANTI-HIPERTENSIVOS
IECA
Bloqueiam a ECA que 
hidrolisa a angiotensina 
I para formar o 
potente vasoconstritor 
angiotensina II.
BRA Alfa-bloqueadores Beta-bloqueadores
Bloqueadores do Canal de Cálcio Vasodilatadores diretos Simpaticoplégicos de ação central
Captopril
Enalapril
Antagonizam os efeitos da 
angiontensina II, relaxam 
o músculo liso, provocam 
vasodilatação, aumentam 
da excreção renal de 
sal, reduzem o volume 
plasmático e diminuem a 
hipertrofia celular.
Losartana
Valsartana
Diminuem a resistência 
vascular periférica e 
reduzem a pressão arterial, 
relaxando os músculos 
lisos de artérias e veias.
Prazosina
Doxazosina 
Terazosina 
Propranolol
• Diminui a pressão arterial
• Inibe a estimulação da produção 
de renina pelas catecolaminas que 
estimulam os receptores β1 nos rins.
Metoprolol, Atenolol
• São β-bloqueadores cardiosseletivos 
muito bem empregados no tratamento 
da hipertensão.
• Vantagem no tratamento de 
pacientes hipertensos que possuem 
asma, diabetes ou doença vascular 
periférica concomitante.
Labetalol, Carvedilol
• β-bloqueadores e vasodilatadores.
• Usado no tratamento da hipertensão 
ocasionada por feocromocitoma e nas 
emergências hipertensivas.
Bloqueiam a entrada de 
cálcio por se ligarem aos 
canais de cálcio do tipo L no 
coração e nos músculos lisos 
dos vasos coronarianos e 
arteriolares periféricos.
• Verapamil
• Diltiazem
• Nifedipino e Anlodipino
Relaxam a musculatura lisa 
das arteríolas, diminuindo, 
dessa forma, a resistência 
vascular periférica.
Hidralazina
Minoxidil
Nitroprusseto de sódio
Reduzem a descarga 
simpática dos centros 
vasomotores no 
tronco encefálico.
Metildopa
Clonidina
Bloqueadores adrenérgicos
Impedem a liberação 
fisiológica da norepinefrina 
dos neurônios simpáticos 
pós-ganglionares.
Guanetidina
Reserpina
24ANTI-HIPERTENSIVOS
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICASKATZUNG, Bertram G. Farmacologia básica e clínica. 12. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
GOODMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro: McGraw-
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WHALEN, Karen; FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. 
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq 
Bras Cardiol 2016. 
RAFFA, R. B., RAWLS, S. M., BEYZAROV, E. P., & NETTER, F. H. Netter’s illustrated pharma-
cology. Updated edition. 2014.
25ANTI-HIPERTENSIVOS

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