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O uso do anticoncepcional como terapia medicamentosa Sabemos que o uso do anticoncepcional além de ser usado como método contraceptivo, ou seja para evitar uma gravidez, ele também pode ser utilizado para tratar diversos problemas desde os mais simples, como acne e cólicas, até outros mais complexos, como SOP (Síndrome dos Ovários Policísticos) e Endometriose. Os princípios ativos presentes no anticoncepcional, geralmente compostas por equivalentes sintéticos de estrogênio e progesterona combinados, ou apenas de progesterona, impedem a ovulação na mulher, que é o que efetivamente alivia acne, cólica e os sintomas da SOP e da Endometriose. A pílula produz também alteração no muco cervical (engrossamento), dificultando assim a passagem dos espermatozoides pelo colo do útero. O hormônio FSH sofre o FEEDBACK negativo do hormômio Estrogênio. Quando se mantém elevados os níveis de Estrogênio e Progesterona não vai haver secreção dos hormônios FSH e LH . Se não há FSH,não haverá formação do folículo e se não há LH , não haverá rompimento do folículo e consequentemente o processo de ovulação. Pílula Monofásica; Minipílula; Pílula Multifásica. A pílula monofásica possui em sua fórmula estrogênio e progesterona com a mesma dosagem. É o comprimido anticoncepcional mais conhecido pelas mulheres. A utilização deve ter início entre o primeiro e o quinto dia da menstruação e termina quando a cartela acabar. Depois, é necessário parar por 7 dias. Podem se apresentar em cartelas com 21 ou 24 comprimidos. EXEMPLOS 21 CP: NORDETTE MICROVLAR YASMIN FEMINA TAMISA CICLO 21 NEOVLAR DIMINUT EXEMPLOS 24 CP: SIBLIMA ADOLESS YAZ ALEXA A minipílula ou pílula sem estrogênio possui somente progesterona. É a pílula indicada para mulheres que estão amamentando e querem evitar uma nova gravidez. Para essas mulheres, a pílula deve ser tomada todos os dias, sem interrupção. EXEMPLOS 28CP: CERAZETT ARACELLI JIUIET NORESTIN A pílula multifásica tem combinação de hormônios com diferentes dosagens conforme a fase do ciclo reprodutivo. Essas pílulas causam menos efeitos adversos e são apresentadas em cores diferentes, para diferenciar a dosagem e o ciclo. A sequência na cartela deve ser respeitada. Em 2007, foi lançada no Brasil a pílula anticoncepcional que contém em sua fórmula drosperinona e etinilestradiol. Essa pílula melhora os sintomas físicos e emocionais relacionados às alterações hormonais , como acne, tensão pre-menstrual (TPM) e inchaço. É apresentada em cartelas com 24 pílulas, cada uma com 3mg de drosperinona e 0,02mg de etinilestradiol. Para que seja eficaz, é preciso que o medicamento tenha eficiência, é preciso tomar uma pílula por dia durante 24 dias e fazer uma pausa de 4 dias. Estão associados ao tipo de hormônios envolvidos: PROGESTERONA: ESTROGÊNIO: Aumento do apetite Náuseas/Vômitos Alterações do humor Hipersens. Mamária Diminuição da libido Cloasma Cansaço/Fadiga Alterações capilares Acne AVC Aumento das mamas Adenoma hepatocelular Aumentos do níveis de Leucorreia LDL e colesterol Diminuição dos níveis de Mioma HDL Diabetogênicos Telangiectasias Prurido Retenção hídrica Tromboflebite e Tromboembolias Cefaléia A acne nada mais é que uma lesão causada pelo aumento da produção de sebo vinda das glândulas sebáceas. Ela é uma condição inflamatória da pele que ocorre quando folículos pilosos (regiões em que nascem os pelos) ficam obstruídos por sebo e células mortas. Assim causando espinhas, cravos e cicatrizes. A princípio a pílula anticoncepcional é um método utilizado para evitar a gravidez indesejada. Entretanto o remédio contém substâncias que diminuem a oleosidade dos cabelos e da pele. Diante disso, você não terá uma pele oleosa, as espinhas e cravos irão diminuir. Tendo em vista que uma pele mais oleosa é propensa a formação de acne. Os andrógenos estimulam a produção de sebo pelas glândulas sebáceas. O desequilíbrio dos níveis de andrógenos durante a adolescência, ou ainda um nível mais alto, pode causar uma produção excessiva de sebo. Tomar pílulas anticoncepcionais contendo progestina e estrogênio pode reduzir os níveis de andrógenos em seu corpo. Isso pode reduzir a produção de sebo, diminuindo a gravidade da acne. Belara,Diane 35, Elani, Selene, Diclin, Artemidis... Compostos com ciproterona, desogestrel e clormadinona AÇÃO ANTIANDROGÊNICA No caso da Endometriose a pílula não cura as lesões da endometriose mas, sim, deixa as lesões mais inativas por bloquear a produção de hormônios naturais, principalmente o estrogênio. Esse hormônio estimula o crescimento do endométrio, que é o tecido que reveste a parte interna do útero, assim como as lesões de endometriose. Na endometriose, o que acontece é que o endométrio cresce demais, e então, na menstruação, a mulher sofre muito mais com cólicas para eliminar aquilo tudo. Quando você usa um medicamento que bloqueia a ovulação, que é o que faz o endométrio crescer, e a menstruação, que provoca as cólicas, com o uso da pílula contínua, você impede os sintomas. Para o tratamento de Endometriose, a pílula anticoncepcional é prescrita para uso contínuo, muitas vezes sem pausa entre as cartelas. Além da pílula anticoncepcional, outros métodos contraceptivos hormonais também podem ser utilizados. O uso da pílula combinanda faz com que não haja o processo de crescimento do endométrio e tão pouco a descamação. A mulher não fica com sangue preso !!!!!!! ALLUERENE A progesterona age contra a liberação do estrogênio, hormônio que promove o crescimento do endométrio. A SOP é um distúrbio metabólico crônico no qual os ovários crescem e criam pequenos cistos no seu interior. Isso, somado a um aumento na produção de hormônios masculinos, leva a mais acne e pelos pelo corpo, afetando também a formação de óvulos saudáveis, deixando a ovulação irregular e podendo até levar à infertilidade. A vantagem do anticoncepcional na SOP é, além de bloquear completamente a ovulação, ele aumenta a quantidade dos hormônios femininos no corpo da mulher, aliviando os sintomas secundários. Na SOP iremos tratar : Acne, queda de cabelo, cólicas mesntruais, ciclos irregulares... SELENE, DIANE 35 Caracterizada pela formação de um coágulo na corrente sanguínea, a trombose pode bloquear o fluxo de artérias e veias de diversas partes do corpo. No caso da trombose venosa, a obstrução costuma ser nos membros inferiores e, se o coágulo se desprender, pode causar complicações graves como a embolia pulmonar. O medo de ter trombose por uso de anticoncepcional faz com que muitas mulheres se preocupem quanto ao tipo de pílula usado e até busquem outros métodos contraceptivos. Estudos apontam a teoria de que esse contraceptivo causa resistência às proteínas C- reativas, que são anticoagulantes naturais do organismo. Com isso, o sistema circulatório fica desequilibrado e mais propício a criar coágulos e, consequentemente, eventos relacionados à trombose. Vale lembrar que nem todas as fórmulas são perigosas, sendo que as pílulas combinadas com estrogênio são as que estão mais relacionadas ao aumento de acometimentos vasculares e ainda que há outros fatores que podem aumentar ainda mais essa incidência. Estrogênio sintético é muito mais agressivo do que o estrogênio natural ! Estrogênio sofre metabolismo de 1ª passagem ! Progesterona NÃO ! Metabolismo de 1ª passagem : biotransformação do fármaco no fígado antes de cair na corrente sanguínea e atingir o(s) órgão(s) alvo(s) Um dos principais fatores para repensar o uso do anticoncepcional é a presença do histórico de doenças circulatóriase cardiovasculares na família. Além disso, acometimentos que causam imobilização, como paralisia, aumenta a chance de desenvolver o problema pois diminuem a circulação do sangue, que é um dos grande motivadores para a formação de coágulos. Obesidade, diabetes, hipertensão e idade maior de 35 anos são outros fatores de risco. Nestes casos, o ideal é optar por métodos que não apresentam risco de trombose, como pílulas apenas com progesterona, DIU, anel vaginal, diafragma e preservataivos (FEM e MASC) A trombose desencadeada pelo uso de contraceptivo oral é diferente dos demais quadros da doença. Sendo assim, os sinais podem ser divididos de acordo com o tipo de quadro trombótico apresentado. Esse tipo de trombose pode ser assintomático. Contudo, uma parcela dos pacientes apresenta as seguintes manifestações: ➢ Dores nos membros inferiores ; ➢ Edema na perna afetada (Edema de MI); ➢ Alteração da coloração da pele, que passa a ter uma tonalidade vermelha escura ou azulada (Cianose de extremidades). Casos que já evoluíram para embolia pulmonar podem apresentar: ➢ Falta de ar aguda; ➢ Comprometimento da oxigenação do pulmão; ➢ Hipotensão; ➢ Falência dos órgãos. Nem todas as pílulas elevam o risco de trombose. As que aumentam a incidência da doença são as do tipo “combinado”, que unem derivados do estrogênio (geralmente na forma de etinilestradiol ou estradiol) a outro hormônio. Apesar disso, especialmente quem apresenta fatores de risco deve ficar alerta e evitar marcas de anticoncepcionais combinados, como: Selene Diane Allestra Belara Ciclo 21 Level Stezza Mercilon Microvilar Siblima Mulheres que apresentam fatores de risco para trombose e não querem partir para outros métodos contraceptivos podem apostar em pílulas simples. Também chamadas de minipílulas, elas contém apenas o hormônio progesterona, que costuma surgir na forma de desogestrel, linestrenol ou noretisterona. Algumas marcas que apresentam esses compostos são: Cerazette Norestin Juliet Exluton Se o risco de trombose é normalmente baixo, mesmo para mulheres que usam contraceptivo oral, o quadro não é o mesmo para tabagistas, já que a combinação de pílula com estrogênio e cigarro eleva drasticamente a chance de ter trombose. A associação do anticoncepcional com o tabagismo, propicia um aumento muito grande dessa possibilidade de ter um derrame cerebral, da mulher ter um infarto agudo do miocárdio. Então, se a mulher é fumante e usa o anticoncepcional, ela tem que parar um dos dois. De preferencia o cigarro. A nicotina diminui a espessura dos vasos sanguíneos, perdendo então a elasticidade dos vasos, e o monóxido de carbono reduz a concentração de oxigênio no sangue. Todo esse processo pode causar complicações para o normal funcionamento dos vasos, que ficam mais susceptíveis ao entupimento, podendo levar a processos de trombose, principalmente quando há fatores de risco envolvidos. IAM AVC TVP Aumento da agregação plaquetária Aumento o risco de coagulação sanguínea assim facilita a formação de trombos e coágulos Fernandes CE, Pompei LM. Endocrinologia feminina. Barueri: Manole; 2016. 5. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2010 Poli MEH, Mello CR, Machado RB, Pinho Neto JS, Spinola PG, Tomas G, et al. Manual de anticoncepção da Febrasgo. Femina. 2009;37(9):459-92. Ranieri CM, Silva RF. Atenção farmacêutica no uso de métodos contraceptivos [monografia]. Londrina: Centro Universitário Filadélfia; 2011.
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