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β-lactâmicos (Carbapenêmicos) Nova classe de β-lactâmicos de descoberta recente → possui anel central β-lactâmico. · REPRESENTANTES Tienamicina: instável quimicamente → perdeu uso clínico Imipenem Meropenem Ertapenem PS: os três últimos fármacos sofreram modificações na estrutura para aumentar estabilidade nos fluidos biológicos. · CARACTERÍSTICAS - possuem um anel carbapenêmico ou pirrólico: 1. confere aumento do espectro de ação desses fármacos → ação potente sobre Gram + e -. 2. protege o anel β-lactâmico → fármacos resistentes à maioria das β-lactamases. - presença do R faz a diferenciação dos medicamentos. · FARMACOCINÉTICA - administração → via parenteral (IM ou IV); - NÃO são absorvidos por VO → instabilidade em meio gástrico; - possuem alta lipofilia: 1. atravessa bem as membranas; 2. boa difusão por tecidos e líquidos orgânicos; 3. alto valor de distribuição; 4. concentrações adequadas em todos os órgãos, inclusive no LCE (meninges inflamadas). - meia vida: 1. Imipenem e Meropenem: 1h; 2. Ertapenem: 4h. - excreção: renal → necessita de ajuste de doses na IRA e DRC. · ASSOCIAÇÃO COM CILASTATINA O Imipenem é hidrolisado pela desidropeptidase, enzima renal presente na borda em escova dos túbulos proximais → hidrolisa e inativa o fármaco. Deve ser associado com a cilastatina → inibidor específico da desidropeptidase na borda em escova das células do TCP → impede o metabolismo renal do ATB → gera alta concentração na urina e prolonga atividade do fármaco. O Meropenem e Ertapenem não sofrem degradação significativa pela desidropeptidase renal → não precisam da associação com a cilastatina. · ESPECTRO DE AÇÃO São os β-lactâmicos com o maior espectro de ação. PS: Ertapenem não é ativo o suficiente contra P. aeruginosa e Acinetobacter. NÃO devem ser utilizados em monoterapia para as infecções por P. aeruginosa → alta potência causa RISCO DE INDUÇÃO de resistência durante o tratamento. Associação é feita para reduzir dose utilizada e tempo de tratamento com essa classe de ATB. · MECANISMO DE AÇÃO - possui efeito bactericida; - apresenta melhor estabilidade diante das β -lactamases → cepas que produzem β-lactamases de espectro estendido. - ligam-se às PLPs, sobretudo PLP1 e PLP2 → causa LISE OSMÓTICA; - lipofílicas → penetram facilmente pelos canais de porina na MP externa das Gram -. · MECANISMOS DE RESISTÊNCIA 1. alteração do alvo → PLP alterada faz com que o ATB não reconheça → não inibe TPP. 2. fármaco não atinge alvo: → bomba de efluxo: joga o fármaco para fora da célula; → ausência de porinas (P. aeruginosa): deixa de expressar canais de porina na MP. 3. produção de β-lactamases de origem cromossômica (carbapenemases) → hidrolisam a droga e formam superbactérias. · INDICAÇÕES São os antibióticos de escolha nas infecções por Gram - produtores de β-lactamase de espectro ampliado (ESBL) → escolhidos em casos + graves. - infecções pós-operatórias; - infecções intra-abdominais; - infecções de pele e anexos (incluindo pé diabético); - sepse; - meningites; - pneumonias; - ITU (incluindo pielonefrite); - monoterapia na neutropenia febril → causada por P. aeruginosa. · EFEITOS COLATERAIS - náuseas, vômitos e diarreia → em infusões rápidas da droga. - rash cutâneo; - febre; - anafilaxia. 1. Imipenem: mais chances de crise convulsiva. - leucopenia e plaquetopenia; - maior neurotoxicidade; - redução do limiar de convulsão. 2. Meropenem: mais chances de reações alérgicas. - eosinofilia; - trombocitose. · POSOLOGIA 1. Imipenem + Cilastatina - adultos: 250 a 500 mg de cada IV a cada 6 a 8h; - crianças > 3 meses: 60-100 mg/kg/dia, IV, 6/6h. 2. Meropenem - adultos: 1 g IV a cada 8h; - crianças > 3 anos: 60 mg/kg/dia, IV, 8/8h; - meningite: dose dobrada. 3. Ertapenem - a partir de 3 meses de idade: 1g IV ou IM 1 vez/dia (comodidade posológica). PS: nenhum dos 3 fármacos possuem estudos com crianças < 3 meses. · CONTRAINDICAÇÕES - hipersensibilidade conhecida ao cloridrato de lidocaína (diluente) → reação cruzada; - pacientes com choque ou bloqueio cardíaco grave. Leandra Bitencourt - Turma XVI - MED UESB
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